NAe São Paulo (A-12) | |
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NAe São Paulo (A-12) | |
Carreira | |
Data de encomenda | 1955 |
Construção | 15 de novembro de 1957, França |
Lançamento | 23 de julho de 1960 |
Período de serviço | 15 de novembro de 2001 (Marinha do Brasil) a novembro de 2018 |
Estado | em processo de desativação |
Emblema do navio | |
Características gerais | |
Deslocamento | 27.370 ton (padrão) e 32.780 ton (carregado) |
Comprimento | 266 metros |
Boca | 50,70 metros |
Calado | 9,60 metros |
Propulsão | Vapor,6 caldeiras La Valle de 45kg/m² a 450° C, 4 turbinas a vapor Parsons gerando 126.000shp, acoplados a 2 eixos. |
Velocidade | 30 .nós |
Autonomia | 7 500 mn |
Sensores | Radar de vigilância aérea DRVB-23B, radar de vigilância combinada DRVB-15, 2 radares aéreos DRBI-10 (3D), radar de navegação Decca TM-1226, radar de navegação Kelvin Hughes Type 1006, radar para aproximação para pouso NRBA-51, 2 radares de direção de fogo DRBC-32c,TACAN SRN-6, MAGRE ARBR-16 e ARBR-17. |
Tripulação | 1 030 tripulantes |
O NAe São Paulo (A-12) é um porta-aviões da classe Clemenceau, que esteve a serviço da Marinha do Brasil, atualmente em processo de descomissionamento e desmontagem. O São Paulo foi encomendado em 1963, pela Marinha Francesa, batizado como Foch (R99). Foi transferido em 2000 para o Brasil, onde se tornou a nau-capitânia da Marinha do Brasil. Sob a identidade francesa, o gigante de 32,8 mil toneladas, 265 metros e 1.920 tripulantes atuou em frentes de combate na África, Oriente Médio e na Europa, em apoio às tropas da coalizão nos conflitos dos Balcãs.[1]
Em dezembro de 2014, foi anunciado que o São Paulo iria continuar em serviço até 2039, quando o navio teria quase 80 anos. Durante sua carreira no Brasil, no entanto, o porta-aviões sofreu problemas e nunca conseguiu operar por mais de três meses sem necessidade de reparos e manutenção devidos.[2] Em 14 de fevereiro de 2017, a Marinha Brasileira anunciou que o navio seria desmobilizado e posteriormente desmantelado, pelos altos custos para uma atualização de um equipamento já considerado obsoleto
Nome[editar | editar código-fonte]
Este é o quinto navio da Marinha do Brasil a ostentar o nome em homenagem ao Estado e a cidade de São Paulo. Também receberam este nome o Vapor de Transporte São Paulo (1865), o encouraçado E São Paulo (1906) que não foi concluído, o também encouraçado E São Paulo (1907) e o RbAM São Paulo, rebocador que atuou na defesa do porto de Santos na Segunda Guerra Mundial. O lema e o brasão, Non ducor, duco (não sou conduzido, conduzo), são os mesmos da cidade de São Paulo e também foram usados pelo encouraçado E São Paulo (1907).
História[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Foch (R99)
Construído na França entre 1957 e 1960, serviu à Marinha da França como porta-aviões da Classe Clemenceau, sob o nome FS Foch, uma homenagem a Ferdinand Foch, comandante das tropas aliadas durante a Primeira Guerra Mundial.[1]
Adquirido pelo equivalente a 12 milhões de dólares norte-americanos em setembro de 2000, foi recebido operacional pela Marinha do Brasil em 15 de novembro desse mesmo ano, no porto de Brest, na França, quando teve passada a sua Mostra de Armamento.[1]
Com 50% mais velocidade e podendo transportar o dobro de aeronaves que o antigo NAeL Minas Gerais (A-11), o NAe São Paulo (A-12) opera aviões de ataque AF-1 e helicópteros, sendo hoje a capitânia da Armada. NAe é o acrônimo para Navio Aeródromo.
Acidente e reforma[editar | editar código-fonte]
O porta-aviões chegou ao Brasil em 2001, e durante três anos atuou com certa normalidade. Em maio de 2004, no entanto, um duto da rede de vapor do A-12 explodiu, tirando a vida de três tripulantes e ferindo outros sete. Entre 2005 e 2010, o navio passou por um amplo programa de revitalização. Entretanto, deficiências nos motores, no eixo de propulsão e nas catapultas empregadas para lançar e recuperar as aeronaves foram se revelando mais graves que o esperado. O Almirantado decidiu então por contratar uma perícia de engenharia que pudesse definir a conveniência de se realizar uma espécie de reconstrução e o resultado foi negativo.[1][4]
Após cinco anos, em julho de 2010, o Nae São Paulo retornou ao setor operativo da esquadra revitalizado e com algumas modernizações. Quilômetros de tubulações de água, vapor e combustível foram substituídos, todo o seu convés foi raspado e recapeado, foram feitas obras estruturais nos conveses internos e externos. As catapultas e os sensores foram revitalizados. A propulsão passou por uma revisão geral, sendo que trabalhos foram realizados para solucionar a vibração em um dos eixos que causou a última docagem do navio. O sistema de ar condicionado foi modernizado e ampliado.Três lançadores Simbad para defesa aérea estão operacionais.
Voltou realizar testes fora da doca, no final de julho de 2010, e apesar da fumaça preta que foi vista a sair das suas chaminés, por ainda estar regulando seus queimadores, e procurando a mistura correta de ar/combustível para seus motores, estava encaminhado para voltar a testes de mar ainda em 2010. Em 2011, passou por testes, através da Comissão de Inspeção e Assessoria de Adestramento (CIASA), para ser re-incorporado a Marinha do Brasil.
Em 2015, o governo chegou a anunciar que o navio aeródromo passaria por um programa de modernização planejado para durar até 2019. Com essa modernização, o navio teria a sua vida útil estendida por mais 20 anos, até 2039.[5]
Desativação[editar | editar código-fonte]
Em 14 de fevereiro de 2017, a Marinha Brasileira decidiu desativar único porta-aviões da frota, alegando que o custo da modernização foi considerado excessivo pelo Almirantado, uma vez que o orçamento para a modernização do navio superou a marca de 1 bilhão de reais. O processo de desmobilização terá três etapas e será concluído em 2020. Os caças A-4 Skyhawk do Grupo Aéreo do São Paulo continuarão operando a partir da Base de São Pedro da Aldeia. O destino final do A-12 ainda não está definido. O tamanho do investimento para recuperá-lo dificulta uma negociação no mercado de material de Defesa.[1]
Excluído o plano de recuperação do porta-aviões, as prioridades de reequipamento da Marinha passam a ser os programas de construção de uma frota estratégica de submarinos, um dos quais de propulsão nuclear, e de novas corvetas médias da classe Tamandaré. Na próxima década, será lançado o projeto de desenvolvimento no Brasil, de um porta-aviões de tecnologia nacional, equipado com aviões de ataque brasileiros. Grande parte dos recursos de bordo, incorporados ao longo do tempo durante operações de atualização de sistemas, será removida e reinstalada em outras embarcações. A atualização dos jatos de ataque Skyhawk, a cargo da Embraer, será mantida.[1]
O destino final do São Paulo ainda é indefinido. O tamanho do investimento para recuperá-lo dificulta uma negociação no mercado de material de Defesa. Uma associação formada por entusiastas e ex-militares brasileiros e franceses, o Instituto São Paulo|Foch, pretendem transformá-lo em um navio-museu tendo uma área de exposições no convés e restaurantes, salas de aula, escritório e cinema no interior. Segundo os organizadores o plano ainda está na fase inicial e que ainda estão procurando parceiros e investidores para concretizarem o projeto.[6] O NAeL Minas Gerais (A-11), porta-aviões que antecedeu o São Paulo, acabou vendido como sucata no mercado internacional.[1][7]
Operações[editar | editar código-fonte]
Desde a sua incorporação, participou de diversas operações:
- ARAEX-02 (operação conjunta com a Armada da Argentina),
- URUEX-02 (operação conjunta com a Armada do Uruguai),
- TEMPEREX-02,
- TROPICALEX-02,
- TROPICALEX-03,
- ASPIRANTEX-03,
- CATRAPO II/HELITRAPO II,
- PASSEX (com o USS Ronald Reagan (CVN-76)), e
- ESQUADREX-04.
Comandantes[editar | editar código-fonte]
- CMG Antônio Alberto Marinho Nigro - (15 de novembro de 2000 – 9 de abril de 2002)
- CMG Antônio Fernando Monteiro Dias - (9 de abril de 2002 – 19 de fevereiro de 2004)
- CMG Luiz Henrique Caroli - (19 de fevereiro de 2004 - 16 de fevereiro de 2006)
- CMG Resende - (16 de fevereiro de 2006 - 15 de fevereiro de 2008)
- CMG Dibo - (15 de fevereiro de 2008 - 11 de fevereiro de 2010)
- CMG José Renato - (11 de fevereiro de 2010 - 29 de fevereiro de 2012)
- CMG Sérgio Fernando de Amaral Chaves Junior - (29 de fevereiro de 2012 - 29 de janeiro de 2013 )
- CMG Alexandre Rabello Farias - (29 de janeiro de 2013 - 24 de fevereiro de 2015)
- CMG Amaury Calheiros Boite Junior - (24 de fevereiro de 2015 -14 Fevereiro 2017)
Grupo Aéreo Embarcado[editar | editar código-fonte]
O Grupo Aéreo Embarcado do São Paulo pode ser composto por uma combinação diferente de aeronaves de acordo com a missão. Um grupo típico poderia ser formado por 10 a 16 aeronaves de ataque A-4 Skyhawk (AF-1), 4 a 6 SH-3A/B (ASH-3D/H) Sea King anti-submarino e 2 UH-13 Esquilo de emprego geral e/ou 3 UH-14 Super Puma. Na prática, nas operações realizadas pela Marinha do Brasil, o número é bem mais reduzido por problemas na disponibilidade dos AF-1 e pelo tempo de uso dos Sea King.
Características Gerais[editar | editar código-fonte]
- Deslocamento (toneladas): 30 884 (padrão), 33 673 (plena carga)
- Dimensões (metros): 266 x 51,2
- Convés de Voo (metros): 266
- Sistema de propulsão: caldeiras e turbinas a vapor de 126 000
- Velocidade máxima: 32 nós (55 km/h)
- Número de catapultas: 2
- Tripulação: 1 030 homens
- Aeronaves: pode transportar até 40 aeronaves de asa fixa e helicópteros.
- Observação: A tripulação do navio é de 1 030 homens, mais 670 homens da ala aérea.
O São Paulo é o maior navio de guerra do hemisfério sul, com 265 m de comprimento e 33 mil toneladas de deslocamento à plena carga.
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