O P16 Schneider AMC foi desenvolvido como um substituto melhorado do P4T 10CV "Modèle 1923", desenvolvido pela Citroen francesa e do qual foram construídas apenas 16 unidades, devido a suas limitações. A denominação AMC é derivada da expressão "auto mitrailleuse de combate" (metralhadora autopropulsada) que foi criada para burlar uma lei da época que proibia a cavalaria de usar carros de combate em 1922. O conceito do veículo semi-lagarta foi desenvolvido pelo engenheiro russo Adolphe Kégresse, e proporcionou às unidades militares um meio dotado de excelente mobilidade para a época, através de uma esteira de metal emborrachado capaz de transpor terreno difíceis.
O P16 AMC foi construído para equipar as fileiras da cavalaria francesa, cujas unidades de pré-série foram completadas em 1925 como modelos M23 mais largos e potentes, designados M28. Eram dotados de um sistema Kégresse com polia tratora a frente e tensora atrás que também atuavam como rodas de apoio, em conjuntos com 2 bogies duplos com rodas menores emborrachadas no centro, com apenas 1 rolete de retorno. Contava com um conjunto de rodas direcionais de tamanho usual à frente, como característico de veículos deste tipo.
O chassi era dotado de uma armadura construída pela Schneider com 11,4 mm de espessura máxima, capaz de fornecer proteção contra armas de infantaria. estava potenciado com um motor Panhard P16 de 4 cilindros e 3178 cc a gasolina, refrigerado a ar e desenvolvendo 60 hp. Podia rodar a 50 km/h na estrada e 28 km/h fora dela, dependendo do tipo de terreno graças ao seu baixo peso e suspensão de bom desempenho, podendo alcançar até 250 km com seu tanque de 100 l. Podia transpor obstáculos de 0,4 m e alçar rampas com o gradiente de 40%, com seus 2 motoristas sentando-se lado a lado e equipados com direção redundante. O comandante do carro ocupava uma torre a retaguarda onde dispunha de um canhão de 37 mm e uma metralhadora Hotchkiss de 7,9 mm, em pontarias opostas. Media 4,83 m de comprimento; 1,75 m de largura e 2,6 m de altura; pesava 6,8 ton.
O M29 foi o modelo de produção, que adicionou um rolo dianteiro para superação de obstáculos de 0,5 m, além de mais um rolete de retorno da lagarta. A torre foi modificada mantendo o canhão principal e uma metralhadora coaxial de 7,5 mm. Carregava 60 cargas de HE e 40 antipessoal com mais 300 cartuchos de metralhadora com projéteis perfurantes para até 12 mm de armadura. 2 caixas laterais de armazenamento foram adicionadas na forma de paralamas, com 96 unidades entregues ao exército francês entre 1930 e 31, servindo até 1940.
Em 1932 os P16 equipavam 8 esquadrões de reconhecimento em 4 divisões. em 1937 começaram a ser substituídos pelo SOMUA S35s, com 14 unidades ainda servindo na Tunísia e o restante redistribuído a unidades de infantaria nas funções de apoio e reconhecimento. Estima-se que 54 estavam disponíveis em 1940 na Batalha da França, tendo lutado satisfatoriamente e posteriormente abandonados devido ao stress de combate. Nenhum foi capturado ou preservado.
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