FICHA TÉCNICA
Motor: Foguete de propelente sólido.
Velocidade: (9M38M) 3060 km/h (9M317) 4320 Km/h.
Alcance: (9M38M) 32Km, (9M317) 45Km.
Altitude: 9M38M 22000 m, (9M317) 25000 m
Comprimento: (9M38M) 5,5 m, (9M317) 5,53 m.
Peso: (9M38M) 690 Kg (9M317) 720 kg.
Ogiva: Fragmentada de alto explosivo com 70 kg e detonação por aproximação feita por uma espoleta controlada por radar.
Lançadores: veículo de lançamento 9A310M1, Navio Classe Sovremmenny, e classe Krivak-5.
Guiagem: Radar semi-ativo e possuem um sistema de data link para atualizações, e um radar ativo, que é usado na fase terminal do voo.Velocidade: (9M38M) 3060 km/h (9M317) 4320 Km/h.
Alcance: (9M38M) 32Km, (9M317) 45Km.
Altitude: 9M38M 22000 m, (9M317) 25000 m
Comprimento: (9M38M) 5,5 m, (9M317) 5,53 m.
Peso: (9M38M) 690 Kg (9M317) 720 kg.
Ogiva: Fragmentada de alto explosivo com 70 kg e detonação por aproximação feita por uma espoleta controlada por radar.
Lançadores: veículo de lançamento 9A310M1, Navio Classe Sovremmenny, e classe Krivak-5.
DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
No dia 17 de julho de 2014 um avião de passageiros modelo Boeing 777-200ER da Malaysia Airlines sumiu dos radares sob a região de Donetsk, leste ucraniano e em pé de guerra com o governo da Ucrânia pela independência da região. Os destroços do avião e seus 298 passageiros mortos foram encontrados em uma grande área bem espalhados. Tudo indica que o causador da destruição do Boeing foi um moderno míssil antiaéreo Buk M1 lançado por engano pelos separatistas de Donetsk contra o Boeing confundido com uma aeronave de transporte de tropas AN-26 Curl. A partir de agora vamos conhecer melhor a família de mísseis do sistema BUK, protagonista desta tragédia aérea.
Acima: O sistema BUK se tornou famoso depois de protagonizar uma das mais graves tragédias da história da aviação derrubando, por engano uma aeronave civil Boeing 777-200ER sobre o leste ucraniano. Aqui podemos ver um BUK M1 do exército finlandês, igual ao usado na trágica história do Boeing da Maylasia .
Muitos que gostam de ler sobre história das guerras modernas e sobre táticas empregadas, já devem ter encontrado matérias sobre o “estrago” que as defesas antiaéreas da Síria fizeram na força aérea israelense na guerra do Yom Kipur. E os israelenses só foram bem sucedidos, devido ao muito forte esquema de reposição de equipamentos perdidos, feito com a ajuda dos Estados Unidos. A maior estrela desta batalha foi um sistema móvel de mísseis antiaéreos de fabricação russa 2K12 Kub, mais conhecidos como SA-6 “Gainful” pela nomenclatura de identificação usada pela OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Naquele conflito foi muito difícil tomar medidas para evitar a derrubada dos caças de Israel por esses excelentes mísseis. Ainda hoje algumas nações o usam e, mais recentemente um F-16C norte americano foi abatido por um míssil desses na guerra da Iugoslávia.
Acima: O sistema SA-6 Gainful (2K12 Kub) foi um tremendo sucesso na guerra do Yon Kipur, destruindo muitos aviões de combate de israel. Porém, um sucessor se tornou necessário para poder combater os avanços tecnológicos dos caças depois dessa época.
Porém, o tempo passou e os sistemas de guerra eletrônica foram muito melhorados, tornando possível a diminuição de eficácia deste sistema de armas. A empresa Novator, hoje parte da Almaz Antey, foi chamada a desenvolver um sucessor do SA-6, e o resultado foi o sistema BUK que entrou em serviço em 1980, e o míssil era um KUB-5, derivado do SA-6. Em 1983 entrou em operação a versão BUK-M1, que foi um míssil totalmente novo. O míssil usado pelo BUK-M1 é o 9M38M (SA-11 Gadfly, pela nomenclatura da OTAN) que possui um alcance máximo de 32 Km, se enquadrando na categoria de míssil de médio alcance. Uma bateria do sistema BUK é formado por de uma estação de radar 9S18M1 ("Snow Drift" para a OTAN), 6 veículos de lançamento (9A310M1) com 4 mísseis (9M38M) cada, de 2 a 4 veículos de recarga 9A39M1 sendo que cada um transporta 4 mísseis lançáveis e mais 4 de recarga e 1 veículo de comando e controle (9S470M1).
Acima: Nessa foto podemos ver um veiculo de recarga 9A39M1 com 4 mísseis prontos para lançamento e mais 4 mantidos abaixo do trilho de lançamento. Estes veículos podem fazer o lançamento dos mísseis e recebendo a orientação de guiagem de um radar 9S18M1 Snow Drift como o mostrado na foto abaixo.
Os mísseis 9M38M são guiados por radar semi-ativo (precisam da iluminação do alvo pelo radar do veículo ou de um outro radar de controle de fogo externo) e possuem um sistema de data link para atualizações de curso. A detonação da ogiva se dá por uma espoleta de aproximação, permitindo uma grande capacidade de acerto logo no primeiro lançamento. Posteriormente, uma atualização disponibilizou uma nova versão do míssil para esse sistema. O míssil 9M38M1 que é usado pelo sistema BUK M1-2 não difere, esteticamente, do 9M38, porém tem alcance aumentado para 42 km contra alvos aerodinâmicos (aeronaves) e é capaz de destruir um míssil de cruzeiro a 20 km. O sistema de guiagem é o mesmo que a versão original, ou seja, radar semi ativo.
A versão BUK M2 usa o mesmo veículo lançador do sistema BUK M1, o 9A310M1. Porém o míssil usado é o mais moderno 3M317 (SA-17 Grizzly na nomenclatura da OTAN) guiado por sistema inercial, recebendo atualização por data link no meio do curso e radar semi ativo na fase final do ataque. O alcance deste míssil chega a 45 km contra uma aeronave e 20 km contra mísseis de cruzeiro ou mísseis balísticos.
Acima: O veículo lançador acima é o do sistema BUK M1-2, capaz de operar o míssil 3M317, mais capaz que o míssil 3M38M da versão inicial do BUK.
O veículo lançador modelo 9A310M1 é baseado no chassis GM-569, já usado em outros sistemas russos como o TOR Missile System, de curto alcance e confere uma grande flexibilidade tática que o comandante do campo de batalha pode usar para posicionar suas baterias antiaéreas no momento e lugar que melhor lhe convier. Cada veículo do BUK M1 e do BUK M1-2 está equipado com seu próprio radar 9S35M1 Fire Dome cujo alcance chega a 32 km e com capacidade de detectar alvos a uma altitude de até 22000 metros. Mesmo assim, a bateria tipica que usa o sistema BUK é composta por sistema de radar móvel 9S18M1 (Snow Drift pela OTAN) que faz a detecção e designação dos alvos para toda a bateria. Este radar tem alcance máximo contra alvos de grande porte (uma aeronave de carga, por exemplo), de 160 km e está equipado com um sistema IFF (identificação amigo/ Inimigo) sendo que o alvo pode estar voando a uma altitude de até 25000 metros.
O veículo lançador modelo 9A310M1 é baseado no chassis GM-569, já usado em outros sistemas russos como o TOR Missile System, de curto alcance e confere uma grande flexibilidade tática que o comandante do campo de batalha pode usar para posicionar suas baterias antiaéreas no momento e lugar que melhor lhe convier. Cada veículo do BUK M1 e do BUK M1-2 está equipado com seu próprio radar 9S35M1 Fire Dome cujo alcance chega a 32 km e com capacidade de detectar alvos a uma altitude de até 22000 metros. Mesmo assim, a bateria tipica que usa o sistema BUK é composta por sistema de radar móvel 9S18M1 (Snow Drift pela OTAN) que faz a detecção e designação dos alvos para toda a bateria. Este radar tem alcance máximo contra alvos de grande porte (uma aeronave de carga, por exemplo), de 160 km e está equipado com um sistema IFF (identificação amigo/ Inimigo) sendo que o alvo pode estar voando a uma altitude de até 25000 metros.
Cada radar 9S18M1 pode controlar até 6 veículos lançadores simultaneamente. É interessante notar aqui, que o BUK M1 pode engajar, simultaneamente até 6 avos, usando o míssil 9M38, enquanto que o BUK M2, usando o míssil 3M317, pode engajar até 24 alvos simultaneamente com seu moderno radar NIIP 9S36 do tipo PESA (varredura eletrônica Passiva) cujo alcance contra um alvo do tamanho de um caça chega a 100 km, dando a uma bateria do sistema BUK M2, capacidade de enfrentar ataques de saturação relativamente intensos.
Acima: Nessa foto podemos ver um BUK M2. Percebam que o radar do sistema é bastante diferente do BUK M1, sendo mais compacto e de antena plana, uma característica tipica de radares de varredura eletrônica.
Existe uma versão para exportação chamada BUK M2E que usa uma veículo sobre rodas com tração 6X6 modelo MZKT-6922. O radar usado no veículo deste sistema é o mesmo do sistema BUK M2 padrão, ou seja, o modelo 9S36. O BUK M2E é fornecido com o míssil 3M317 e é a versão utilizada pela nossa vizinha Venezuela, que junto com outros 13 países, engrossam o numero de clientes deste extremamente bem sucedido sistema de defesa antiaérea.
O sistema BUK pode ser usado em navios de guerra para defesa de área. Para tanto existe dois mísseis desenvolvidos para esta função, sendo eles o SA-N-7 Gadfly, que é operado pelo sistema naval Uragan e pelo sistema Ezh, e o míssil SA-N-12 Grizzly que é operado pelo sistema Shtil e pelo novo sistema Smerch. O SA-N-7 é um míssil 9M38 navalizado e o SA-N-12 Grizzly é um míssil 3M317 navalizado. O alcance desta versão é de 32 km contra uma aeronave e seu sistema de guiagem é o mesmo, radar semi ativo das outras versões.
Acima: O sistema Shtil, de lançamento vertical para a versão naval do BUK dá uma flexibilidade de emprego importante para este moderno sistema de defesa antiaérea. Muitas modernas fragatas russas, chinesas e da marinha da Índia, estão sendo equipados com este armamento.
O sistema BUK continua em desenvolvimento. Em 2016 está previsto a entrada em serviço da ultima versão, chamada de BUK M3 que será recheado de muitos novos componentes eletrônicos, sendo que o radar, porém, será o mesmo do BUK M2. O míssil do sistema está montado em tubos, diferentemente dos modelos M1 e M2 cujos mísseis ficavam expostos. O míssil será o 9M317ME do sistema Shtil naval, lançado de silos verticais, porém, no caso do BUK M3, os mísseis não serão lançados verticalmente O sistema BUK M3 terá 6 mísseis por veículo, ao invés de 4 como nos modelos atuais.
Acima: A ultima versão do sistema BUK é a versão M3 que deve entrar em serviço por volta de 2016 e dará maior poder de fogo para este sistema.
O sistema BUK de defesa antiaérea representa um dos melhores sistemas do tipo para médio alcance do mercado. Com 14 nações usando o sistema, e com boas chances de aumentar essa carteira de clientes, o sistema BUK continuará a ser parte integrante da defesa antiaérea do campo de batalha moderno por décadas ainda. O Brasil, em especial, com seu esforço de modernização de suas forças armadas, está estreitando seus laços co os russos, justamente no segmento de defesa antiaérea e deveria aproveitar esse relacionamento para estudar com carinho o sistema BUK, pois considero ele ideal para nosso teatro de operações.
Acima: Um míssil 9M38M é lançado de seu lançador BUK M1.
Acima: Um míssil 9M38M é lançado de seu lançador BUK M1.
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