FICHA TÉCNICA
Velocidade máxima: Mach 0,68 (839 km/h).
Velocidade de cruzeiro: Mach 0,59 (728 km/h).
Razão de subida: 1800 m/min.
Potência: 0,49 (só com combustível interno e desarmado).
Carga de asa: 71,06 lb/ft².
Carga de asa: 71,06 lb/ft².
Fator de carga: ,7,33 G.
Taxa de giro instantânea: 25º/s.
Taxa de giro instantânea: 25º/s.
Razão de rolamento: 220º/s.
Teto de serviço: 13700 m.
Raio de ação/ alcance: 460 km sem reabastecimento aéreo em missão de apoio aéreo aproximado/ 4150 km (máximo).
Raio de ação/ alcance: 460 km sem reabastecimento aéreo em missão de apoio aéreo aproximado/ 4150 km (máximo).
Empuxo: 2 motores turbofan General Eléctric TF-34-GE-100A com 4111 kgf de empuxo máximo cada.
DIMENSÕES
Comprimento: 16,26 m.
Envergadura: 17,53 m.
Altura: 4,47 m.
Peso: 11321 kg.
Combustível Interno: 11000 lb.
Combustível Interno: 11000 lb.
ARMAMENTO
capacidade total: 7260 kg de carga externa divididos por 11 pontos fixos entre asas e fuselagem.
Ar Ar: AIM-9L/M Sidewinder.
Interno: Canhão General Electric GAU-8A Avenger de 30 mm com 511 munições.
Ar Terra: Míssil AGM-65 Maverick, Bombas guiadas a laser da família Paveway (GBU-10, 12,16,24 e 27), Bombas dispensadora de sub-munições de vários modelos CBU-52/ 58/ 71/87/89/97. Bombas da família JDAM, guiadas por GPS, Bombas de queda livre da família MK-80, casulo lançador com 19 foguetes LAU-61/LAU-68 calibre 70 mm, Casulo lançador LAU-10 para 4 foguetes de 127mm.
DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S.Junior
O jato de ataque A-10 Thunderbolt II, foco desse artigo, está envolto a uma das grande polêmicas da atualidade. A polêmica é a intenção da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) em aposentar essa aeronave e usar seu novo e avançado caça F-35 nas operações de apoio aéreo aproximado e interdição do campo de batalha, que são executadas com maestria pelo velho e lento A-10, uma vez que ele foi projetado especificamente para essa missão. Na verdade, o A-10 é um dos últimos aviões especializados em serviço atualmente. A absoluta maioria das armas aéreas do mundo estão procurando inserir aeronaves multimissão em seus inventários por uma questão de diminuição de custos e de facilidade logística. A ideia de uma aeronave multimissão é ótima! O Brasil mesmo vai e beneficiar desse conceito em breve quando seus modernos caças Saab JAS-39E Gripen chegarem nas bases da Força Aérea Brasileira FAB. Porém algumas missões exigem uma aeronave especial, dedicada com características muito especificas. O nosso enfocado, o A-10 Thunderbolt II é um desses casos. Uma aeronave especial para uma missão bastante específica.
Acima: O velho avião a pistão Douglas A-1 Skyraider teve uma participação valiosa em apoio aéreo aproximado na guerra do Vietnã. Sua retirada de serviço obrigou a USAF a buscar um substituto para essa missão.
A história do A-10 começa ainda na guerra do Vietnã. Nessa guerra, as tropas norte americanas foram colocadas em enrascadas com grande frequência, necessitando de ajuda vinda dos céus. Quem fazia essa tarefa era o velho e bem armado A-1 Skyraider, uma relíquia da guerra da Coreia, mas que aguentava levar muitos tiros e ainda voltar para a base, além de despejar muitas bombas e "chumbo" nas posições inimigas fazendo um "senhor" estrago. O problema era que, o A-1 era uma aeronave fora de linha e reabrir sua linha de produção seria antieconômico. A partir destes fatos, a USAF decidiu que precisava de uma nova aeronave de ataque de baixo custo e que fosse desenvolvida especificamente para apoio aéreo aproximado. Em 1967 foi emitido um pedido de propostas para um aeronave de ataque que preenchesse os requisitos de alta manobrabilidade, baixa velocidade (jatos rápidos não servia para essa missão), ser resistente a danos graves podendo ainda voltar voando para a base, mesmo que gravemente danificada, e de ter um canhão muito potente. Na verdade, até para o desenvolvimento do canhão houve uma concorrência em paralelo onde a General Electric, fabricante dos canhões M-61Vulcan em calibre 20 mm apresentou uma proposta contra seu concorrente Philco-Ford. Pode-se dizer que de certa forma o avião todo foi construído envolta desse canhão. O vencedor dessa disputa do armamento orgânico do A-10 foi a General Electric com seu modelo GAU-8 Avenger em calibre 30 mm do qual tratarei mais afrente.
Voltando a origem do A-10, as empresas selecionadas dentre 6 que responderam o pedido de informação para uma aeronave de ataque e apoio aéreo aproximado, apenas a Fairchild com seu modelo YA-10 e a Northrop com seu YA-9, foram escolhidas para construir seus protótipos e testarem seus jatos para que a USAF pudesse escolher a melhor alternativa a suas necessidades.
Acima: O protótipo YA-10 já apresentava um desenho muito próximo do que seria adotado em definitivo caso o modelo vencesse a concorrência para ser o novo jato de apoio aéreo aproximado da USAF.
Em janeiro de 1973 a Fairchild Republic foi declarada vencedora pelo pela USAF e foram encomendados os novos A-10A Thunderbolt II através de uma decisão que teve como um dos principais argumentos, o fato do modelo YA-10 se aproximar muito do modelo definitivo que a empresa entregaria, e a maior facilidade demonstrada em manter a aeronave.
Falando sobre a aeronave em si, o A-10 tem algumas características que, na verdade acabaram sendo suas marcas registradas. Uma é o canhão, como mencionei acima; suas asas retas que permitem alta sustentação, boa manobrabilidade e agilidade mesmo em baixas velocidades (ideal para a missão de apoio aéreo aproximado), e a posição de seus motores que ficam montados externamente a fuselagem presos nem uma posição alta. essa posição tem uma interessante vantagem que poucas pessoas percebem. Vindo de frente, um observador que esteja no chão, não conseguirá ver ou mirar seus motores pois as asas estão bem na frente. Os motores só ficam expostos com o A-10 bem em cima do observador. Depois que ele passa, os estabilizadores entram na frente dos motores de novo, dificultando mirar nele por traz e abaixo. Além disso, os gases que saem do escape dos motores acaba sendo resfriado pelos estabilizadores, devido a sua posição, o que dificulta o engajamento por armas guiadas a calor.
A propulsão do A-10 é fornecida por dois motores turbofans General Electric TF-34-GE-100A que produz 4111 kgf de empuxo máximo cada um. A velocidade máxima do A-10 é de 833 km/h porem, sua missão é executada com cerca de 60 ou 70% desse desempenho. Sua taxa de giro é alta, chegando a 25º/seg. Com esse desempenho nas baixas velocidades que o A-10 voa, seu raio de curva é muito curto. Seu raio de ação em uma missão de apoio aéreo aproximado é de 460 km com reserva para se manter sobre o alvo por 10 minutos. Para um leitor menos avisado, pode parecer que a aeronave é desqualificada simplesmente por ter velocidade pequena e um raio de ação limitado, porém, aeronaves supersônicas foram testadas nessa missão, inclusive o excelente caça F-16, e o resultado não foi tão bom como o apresentado pelo A-10.
Acima: A qualidade de voo do A-10 é excepcional. Voando a velocidade bem lentas, adequadas a missão de apoio aéreo aproximado, ele consegue manter uma agilidade espetacular.
O A-10 é um aeronave projetada para levar tiro. Pode parecer uma maluquice total esta afirmação, mas o fato é que de fato ele foi projetado para sofrer pesados danos de combate e ainda continuar voando. A fuselagem do A-10 tem diversos pontos onde foi colocado placas de blindagem para suportar impactos diretos até de munição de canhão calibre 23 mm, principalmente na parte do cockpit, onde o piloto fica sentado em uma verdadeira banheira em titânio. Os componentes da aeronave que são responsáveis pelos comando de voo, além de duplicados, também receberam titânio em suas estruturas para diminuir as chances de serem destruídas. A bolha do cockpit aguenta impactos de armas leves como fuzis. O A-10 consegue se manter em voo mesmo se perder algumas de suas partes como metade de sua asa, um de seu estabilizadores e uma cauda. É um tanque voador!
Esse tipo de qualidade relacionada a sua resistência de combate, não tem igual no mundo e creio que esse aspecto deveria ser observado com maior objetividade para os responsáveis pelas decisões de reequipamento da USAF.
Além dessas proteções passivas mencionadas acima, o A-10 é equipado com um casulo de interferência eletrônica ALQ-84 que interfere nos radares de defesa antiaérea inimigas dificultando ou inviabilizando que possam apontar mísseis para ele no campo de batalha. O A-10 conta também com lançadores de chaffs e Flares SUU-42A/A que despistam mísseis guiados a calor ou a radar lançados contra ele.
Acima: O A-10, provavelmente, é o mais resistente avião de combate da atualidade. A aeronave pode continuar voando com metade de uma asa, a perca de uma cauda e sem um dos estabilizadores.
O A-10 é uma aeronave projetada para ser extremamente simples. Por isso ele não tem um radar ou uma aviônica sofisticada como encontramos em aeronaves de alta performance. Na verdade para a missão de apoio aéreo aproximado ou anti tanque, ele precisa ser extremamente resistente (e incontestavelmente ele é) e ter um arsenal de armas adequadas para essa tarefa. O aviônico que mais chama a atenção é casulo detector de laser Lockheed Martin AN/AAS-35 Pave Penny montado junto a fuselagem perto do cokpit do lado direito. Este sensor recebe o sinal do laser emitido por tropas em terra ou por outras aeronaves que iluminam o alvo com designadores a laser. os dados que o Pave Penny recebe é transmitido ao HUD do piloto, que por usa vez transmite os dados aos armamentos guiados a laser para que possam atingir seus alvos. Observem que o Pave Penny não emite o laser. Ele apenas recebe o reflexo de designadores externos. Para o A-10 poder designar os alvos sozinho, ele precisa usar um casulo designador a laser Lockheed Man Sniper que emite um feixe laser sobre o alvo e fornece os dados de posicionamento a serem usados nas armas, além de fornecer detecção destes alvos a distancias estendidas. O Sniper é o designador mais recente integrado aos sistemas do A-10, porém o A-10 pode usar um outro casulo designador um pouco mais antigo mas muito eficiente, chamado AN/AAQ-28 Litening desenvolvido pela Rafael Corporation e pela Northrop Grumman. O Litening faz a designação do alvo através do feixe de laser e mesmo por GPS..
Acima: O cockpit do A-10 é blindado com capacidade de parar munição de canhão de 23 mm, muito comum na época em que o A-10 foi projetado. Porém atualmente os inimigos dos Estados Unidos adotaram o mais potente calibre 30 mm em suas armas antiaéreas. O painel de instrumentos é básico e com muitos mostradores analógicos revelando a idade do projeto.
Embora o armamento do A-10 seja bem variado, a estrela do arsenal dele é, sem sombra de duvidas o poderosíssimo canhão General Electric GAU-8 Avenger que dispara 4200 tiros por minuto. A munição em calibre 30X173 mm é a mais potente munição de 30 mm do mundo. Uma das munições usadas é a PGU-14 perfurante de blindagem e incendiária constituída de urânio empobrecido, uma material extremamente denso. Outra munição usada é a PGU-13, fragmentadora incendiaria. Normalmente o canhão é armado com um mix dessas munições. Como o ataque do A-10 vem de cima, essas munições são capazes de penetrar o teto de todos os carros de combate conhecidos. A blindagem dos tanques é, normalmente, mais fina nessa parte, porém, a maioria dos carros de combate não consegue impedir a penetração mesmo em suas laterais dessa munição.
Um outro armamento muito comum nas asas do A-10 é o potente míssil AGM-65 Maverick projetado para ser usado em missões de apoio aéreo aproximado destruindo posições reforçadas do inimigo assim como seus veículos blindados e bunkers. Sua ogiva é váariavel dependendo do modelo, pois esse míssil foi construído com uma grande diversidade de modelos, sendo porém,sempre uma ogiva pesada, a menor com 57 kg de alto explosivo e a maior com 130 kg. Normalmente um tanque de guerra não continua inteiro depois de ser atingido por este míssil. O alcance do Meverick chega a 22 km e sua guiagem se dá por TV, infravermelho (IR), ou laser. O A-10 pode ser armado com bombas de queda livre da série MK-80, bem comuns, bombas guiadas a laser da família Paveway, Bombas incendiárias e bombas de fragmentação de vários tipos como as CBU-87, MK-20, CBU-52 entre outras. O A-10C, versão modernizada do Thunderbolt II, recebeu suporte para operar armamento guiado por GPS e por isso ele pode ter as bombas JDAM integradas na aeronave. Ainda, o A-10 opera com um par de mísseis ar ar AIM-9M Sidewinder para seua auto defesa, caso ele precise enfrentar alguma aeronave hostil. O Sidewinder é io míssil ar ar de curto alcance mais difundido no mundo, tem seu sistema de guiagem baseado em um buscador infravermelho IR e seu alcance situa-se em torno de 15 km.
Acima: Nessa foto podemos ver melhor o canhão GAU-8 Avenger montado bem no bico do A-10 para a redução dos efeitos de seu elevado recuo na estabilidade da aeronave. Observem, também, o tamanho do A-10, bem maior que alguns caças.
O A-10 Thunferbolt II, também apelidado de Warthog (Javali), devido a seu aspecto bruto como deste animal, possui qualidades muito específicas e perfeitamente adequadas ao uso em apoio aéreo aproximado. Os membros da infantaria dos Estados Unidos e mesmo de aliados, tem uma grande admiração por esta aeronave devido a sua capacidade de prover apoio de fogo e além disso, por sua resistência a danos recebidos no campo de batalha. A muitos anos atrás a USAF estudou usar uma versão do eficiente caça F-16 para a mesma tarefa que o A-10 executa, e o avião não foi bem na execução das missões. Hoje, no seculo XXI, a USAF está com problemas de caixa para manter seus programas de aquisição e modernização de sua frota de aeronaves de combate e tem intensão de aposentar os A-10, economizando alguns milhões de dólares, e colocar no seu lugar o avançado caça F-35, já apresentado nesse site. Independentemente do F-35 ser um bom avião de ataque graças a certas características como invisibilidade ao radar, ser mais rápido e ter sensores sofisticados, ele não sobreviveria no campo de batalha voando baixo e dando apoio as tropas em terra. Sua capacidade de armamento é menor que a do A-10 também, e mesmo que os representantes da USAF argumentem a favor do F-35 afirmando que as armas inteligentes que ele transporta permitem a ele, o mesmo nível de sucesso que o A-10, acredito que essa afirmação não seja uma verdade. O elemento mais importante em uma missão de apoio aéreo aproximado é sua consciência situacional. Isso, mesmo com sensores modernos, não é conseguido a distancias maiores. O A-10 pode operar próximo do inimigo provendo uma eficaz ação de apoio graças a consciência situacional que essa pouca distancia permite. Seu armamento é mais numeroso o que, também, representa uma vantagem, e por ultimo, mas não menos importante, existe um efeito psicológico positivo na mente das tropas aliadas e extremamente negativo nas tropas inimigas que temem o A-10 devido a sua letalidade.
Acima: A USAF tem 280 jatos de ataque A-10C em seu inventário. A ideia do comando da Força Aérea dos Estados Unidos e substituir esses A-10 pelo novo caça multimissão F-35A até 2028.
Acima: O velho avião a pistão Douglas A-1 Skyraider teve uma participação valiosa em apoio aéreo aproximado na guerra do Vietnã. Sua retirada de serviço obrigou a USAF a buscar um substituto para essa missão.
A história do A-10 começa ainda na guerra do Vietnã. Nessa guerra, as tropas norte americanas foram colocadas em enrascadas com grande frequência, necessitando de ajuda vinda dos céus. Quem fazia essa tarefa era o velho e bem armado A-1 Skyraider, uma relíquia da guerra da Coreia, mas que aguentava levar muitos tiros e ainda voltar para a base, além de despejar muitas bombas e "chumbo" nas posições inimigas fazendo um "senhor" estrago. O problema era que, o A-1 era uma aeronave fora de linha e reabrir sua linha de produção seria antieconômico. A partir destes fatos, a USAF decidiu que precisava de uma nova aeronave de ataque de baixo custo e que fosse desenvolvida especificamente para apoio aéreo aproximado. Em 1967 foi emitido um pedido de propostas para um aeronave de ataque que preenchesse os requisitos de alta manobrabilidade, baixa velocidade (jatos rápidos não servia para essa missão), ser resistente a danos graves podendo ainda voltar voando para a base, mesmo que gravemente danificada, e de ter um canhão muito potente. Na verdade, até para o desenvolvimento do canhão houve uma concorrência em paralelo onde a General Electric, fabricante dos canhões M-61Vulcan em calibre 20 mm apresentou uma proposta contra seu concorrente Philco-Ford. Pode-se dizer que de certa forma o avião todo foi construído envolta desse canhão. O vencedor dessa disputa do armamento orgânico do A-10 foi a General Electric com seu modelo GAU-8 Avenger em calibre 30 mm do qual tratarei mais afrente.
Voltando a origem do A-10, as empresas selecionadas dentre 6 que responderam o pedido de informação para uma aeronave de ataque e apoio aéreo aproximado, apenas a Fairchild com seu modelo YA-10 e a Northrop com seu YA-9, foram escolhidas para construir seus protótipos e testarem seus jatos para que a USAF pudesse escolher a melhor alternativa a suas necessidades.
Acima: O protótipo YA-10 já apresentava um desenho muito próximo do que seria adotado em definitivo caso o modelo vencesse a concorrência para ser o novo jato de apoio aéreo aproximado da USAF.
Em janeiro de 1973 a Fairchild Republic foi declarada vencedora pelo pela USAF e foram encomendados os novos A-10A Thunderbolt II através de uma decisão que teve como um dos principais argumentos, o fato do modelo YA-10 se aproximar muito do modelo definitivo que a empresa entregaria, e a maior facilidade demonstrada em manter a aeronave.
Falando sobre a aeronave em si, o A-10 tem algumas características que, na verdade acabaram sendo suas marcas registradas. Uma é o canhão, como mencionei acima; suas asas retas que permitem alta sustentação, boa manobrabilidade e agilidade mesmo em baixas velocidades (ideal para a missão de apoio aéreo aproximado), e a posição de seus motores que ficam montados externamente a fuselagem presos nem uma posição alta. essa posição tem uma interessante vantagem que poucas pessoas percebem. Vindo de frente, um observador que esteja no chão, não conseguirá ver ou mirar seus motores pois as asas estão bem na frente. Os motores só ficam expostos com o A-10 bem em cima do observador. Depois que ele passa, os estabilizadores entram na frente dos motores de novo, dificultando mirar nele por traz e abaixo. Além disso, os gases que saem do escape dos motores acaba sendo resfriado pelos estabilizadores, devido a sua posição, o que dificulta o engajamento por armas guiadas a calor.
A propulsão do A-10 é fornecida por dois motores turbofans General Electric TF-34-GE-100A que produz 4111 kgf de empuxo máximo cada um. A velocidade máxima do A-10 é de 833 km/h porem, sua missão é executada com cerca de 60 ou 70% desse desempenho. Sua taxa de giro é alta, chegando a 25º/seg. Com esse desempenho nas baixas velocidades que o A-10 voa, seu raio de curva é muito curto. Seu raio de ação em uma missão de apoio aéreo aproximado é de 460 km com reserva para se manter sobre o alvo por 10 minutos. Para um leitor menos avisado, pode parecer que a aeronave é desqualificada simplesmente por ter velocidade pequena e um raio de ação limitado, porém, aeronaves supersônicas foram testadas nessa missão, inclusive o excelente caça F-16, e o resultado não foi tão bom como o apresentado pelo A-10.
Acima: A qualidade de voo do A-10 é excepcional. Voando a velocidade bem lentas, adequadas a missão de apoio aéreo aproximado, ele consegue manter uma agilidade espetacular.
O A-10 é um aeronave projetada para levar tiro. Pode parecer uma maluquice total esta afirmação, mas o fato é que de fato ele foi projetado para sofrer pesados danos de combate e ainda continuar voando. A fuselagem do A-10 tem diversos pontos onde foi colocado placas de blindagem para suportar impactos diretos até de munição de canhão calibre 23 mm, principalmente na parte do cockpit, onde o piloto fica sentado em uma verdadeira banheira em titânio. Os componentes da aeronave que são responsáveis pelos comando de voo, além de duplicados, também receberam titânio em suas estruturas para diminuir as chances de serem destruídas. A bolha do cockpit aguenta impactos de armas leves como fuzis. O A-10 consegue se manter em voo mesmo se perder algumas de suas partes como metade de sua asa, um de seu estabilizadores e uma cauda. É um tanque voador!
Esse tipo de qualidade relacionada a sua resistência de combate, não tem igual no mundo e creio que esse aspecto deveria ser observado com maior objetividade para os responsáveis pelas decisões de reequipamento da USAF.
Além dessas proteções passivas mencionadas acima, o A-10 é equipado com um casulo de interferência eletrônica ALQ-84 que interfere nos radares de defesa antiaérea inimigas dificultando ou inviabilizando que possam apontar mísseis para ele no campo de batalha. O A-10 conta também com lançadores de chaffs e Flares SUU-42A/A que despistam mísseis guiados a calor ou a radar lançados contra ele.
Acima: O A-10, provavelmente, é o mais resistente avião de combate da atualidade. A aeronave pode continuar voando com metade de uma asa, a perca de uma cauda e sem um dos estabilizadores.
O A-10 é uma aeronave projetada para ser extremamente simples. Por isso ele não tem um radar ou uma aviônica sofisticada como encontramos em aeronaves de alta performance. Na verdade para a missão de apoio aéreo aproximado ou anti tanque, ele precisa ser extremamente resistente (e incontestavelmente ele é) e ter um arsenal de armas adequadas para essa tarefa. O aviônico que mais chama a atenção é casulo detector de laser Lockheed Martin AN/AAS-35 Pave Penny montado junto a fuselagem perto do cokpit do lado direito. Este sensor recebe o sinal do laser emitido por tropas em terra ou por outras aeronaves que iluminam o alvo com designadores a laser. os dados que o Pave Penny recebe é transmitido ao HUD do piloto, que por usa vez transmite os dados aos armamentos guiados a laser para que possam atingir seus alvos. Observem que o Pave Penny não emite o laser. Ele apenas recebe o reflexo de designadores externos. Para o A-10 poder designar os alvos sozinho, ele precisa usar um casulo designador a laser Lockheed Man Sniper que emite um feixe laser sobre o alvo e fornece os dados de posicionamento a serem usados nas armas, além de fornecer detecção destes alvos a distancias estendidas. O Sniper é o designador mais recente integrado aos sistemas do A-10, porém o A-10 pode usar um outro casulo designador um pouco mais antigo mas muito eficiente, chamado AN/AAQ-28 Litening desenvolvido pela Rafael Corporation e pela Northrop Grumman. O Litening faz a designação do alvo através do feixe de laser e mesmo por GPS..
Acima: O cockpit do A-10 é blindado com capacidade de parar munição de canhão de 23 mm, muito comum na época em que o A-10 foi projetado. Porém atualmente os inimigos dos Estados Unidos adotaram o mais potente calibre 30 mm em suas armas antiaéreas. O painel de instrumentos é básico e com muitos mostradores analógicos revelando a idade do projeto.
Embora o armamento do A-10 seja bem variado, a estrela do arsenal dele é, sem sombra de duvidas o poderosíssimo canhão General Electric GAU-8 Avenger que dispara 4200 tiros por minuto. A munição em calibre 30X173 mm é a mais potente munição de 30 mm do mundo. Uma das munições usadas é a PGU-14 perfurante de blindagem e incendiária constituída de urânio empobrecido, uma material extremamente denso. Outra munição usada é a PGU-13, fragmentadora incendiaria. Normalmente o canhão é armado com um mix dessas munições. Como o ataque do A-10 vem de cima, essas munições são capazes de penetrar o teto de todos os carros de combate conhecidos. A blindagem dos tanques é, normalmente, mais fina nessa parte, porém, a maioria dos carros de combate não consegue impedir a penetração mesmo em suas laterais dessa munição.
Um outro armamento muito comum nas asas do A-10 é o potente míssil AGM-65 Maverick projetado para ser usado em missões de apoio aéreo aproximado destruindo posições reforçadas do inimigo assim como seus veículos blindados e bunkers. Sua ogiva é váariavel dependendo do modelo, pois esse míssil foi construído com uma grande diversidade de modelos, sendo porém,sempre uma ogiva pesada, a menor com 57 kg de alto explosivo e a maior com 130 kg. Normalmente um tanque de guerra não continua inteiro depois de ser atingido por este míssil. O alcance do Meverick chega a 22 km e sua guiagem se dá por TV, infravermelho (IR), ou laser. O A-10 pode ser armado com bombas de queda livre da série MK-80, bem comuns, bombas guiadas a laser da família Paveway, Bombas incendiárias e bombas de fragmentação de vários tipos como as CBU-87, MK-20, CBU-52 entre outras. O A-10C, versão modernizada do Thunderbolt II, recebeu suporte para operar armamento guiado por GPS e por isso ele pode ter as bombas JDAM integradas na aeronave. Ainda, o A-10 opera com um par de mísseis ar ar AIM-9M Sidewinder para seua auto defesa, caso ele precise enfrentar alguma aeronave hostil. O Sidewinder é io míssil ar ar de curto alcance mais difundido no mundo, tem seu sistema de guiagem baseado em um buscador infravermelho IR e seu alcance situa-se em torno de 15 km.
Acima: Nessa foto podemos ver melhor o canhão GAU-8 Avenger montado bem no bico do A-10 para a redução dos efeitos de seu elevado recuo na estabilidade da aeronave. Observem, também, o tamanho do A-10, bem maior que alguns caças.
O A-10 Thunferbolt II, também apelidado de Warthog (Javali), devido a seu aspecto bruto como deste animal, possui qualidades muito específicas e perfeitamente adequadas ao uso em apoio aéreo aproximado. Os membros da infantaria dos Estados Unidos e mesmo de aliados, tem uma grande admiração por esta aeronave devido a sua capacidade de prover apoio de fogo e além disso, por sua resistência a danos recebidos no campo de batalha. A muitos anos atrás a USAF estudou usar uma versão do eficiente caça F-16 para a mesma tarefa que o A-10 executa, e o avião não foi bem na execução das missões. Hoje, no seculo XXI, a USAF está com problemas de caixa para manter seus programas de aquisição e modernização de sua frota de aeronaves de combate e tem intensão de aposentar os A-10, economizando alguns milhões de dólares, e colocar no seu lugar o avançado caça F-35, já apresentado nesse site. Independentemente do F-35 ser um bom avião de ataque graças a certas características como invisibilidade ao radar, ser mais rápido e ter sensores sofisticados, ele não sobreviveria no campo de batalha voando baixo e dando apoio as tropas em terra. Sua capacidade de armamento é menor que a do A-10 também, e mesmo que os representantes da USAF argumentem a favor do F-35 afirmando que as armas inteligentes que ele transporta permitem a ele, o mesmo nível de sucesso que o A-10, acredito que essa afirmação não seja uma verdade. O elemento mais importante em uma missão de apoio aéreo aproximado é sua consciência situacional. Isso, mesmo com sensores modernos, não é conseguido a distancias maiores. O A-10 pode operar próximo do inimigo provendo uma eficaz ação de apoio graças a consciência situacional que essa pouca distancia permite. Seu armamento é mais numeroso o que, também, representa uma vantagem, e por ultimo, mas não menos importante, existe um efeito psicológico positivo na mente das tropas aliadas e extremamente negativo nas tropas inimigas que temem o A-10 devido a sua letalidade.
Acima: A USAF tem 280 jatos de ataque A-10C em seu inventário. A ideia do comando da Força Aérea dos Estados Unidos e substituir esses A-10 pelo novo caça multimissão F-35A até 2028.
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