terça-feira, 23 de janeiro de 2018

CLASSE DARING TYPE 45


FICHA TÉCNICA
Tipo: Destróier de escolta antiaérea..
Tripulação: 190 tripulantes mas com acomodações para 235 tripulantes.
Data do comissionamento: julho de 2009
Deslocamento: 7500 toneladas.
Comprimento: 152.4 mts.
Calado: 7,4 mts
Boca: 21,2 mts.
Propulsão: 2 turbinas a gás Rolls-Royce/ Northrop Grumman WR-21 e dois motores a diesel Wartsila 12V200 que produzem, juntos 63000 hps de potência.
Velocidade máxima: 30 nós (56 km/h)
Alcance: 13000 Km
Sensores: Radar multifunção de varredura eletrônica ativa AESA BAE SAMPSON, radar de busca de longo alcance radar de varredura eletrônica passiva (PESA) BAE/Thales S-1850. Radar Type 1047 e Type 1048. Sonar de casco MFS-7000.
Armamento: 1 lançador A-50 VLS para 48 mísseis Áster 15/ 30, 2 lançadores de quadruplos para mísseis RGM-84 Harpoon, um canhão MK-8 Mod 1 de 114 mm, 2 canhões Oerlikon de 30mm, dois sistema de defesa antiaérea de ponto CIWS MK-15 Phalanx em calibre 20 mm. Metralhadoras M-134 Minigun e FN MAG em calibre 7,62X51 mm.
Aeronaves: Um helicóptero Merlin HM-1 ou dois Lynx HMA-8  para funções antissubmarino (ASW).

DESCRIÇÃO
Por Carlos E. S. Junior
O novo destróier da classe Type 45 foi desenvolvido para substituir os velhos destróieres da classe Type 42. A principal função desta nova classe de navios de guerra é o de escolta antiaérea de longa distancia, porém, há uma importante capacidade de ataque a superfície, já que esses modernos navios estarão equipados com o míssil Harpoon. A previsão era de que fossem construídas 12 embarcações, porém em 2004, o ministro de defesa britânico reduziu para 8 e em 2008, houve nova redução para apenas 6 unidades desta classe. O projeto Type 45 foi batizado, posteriormente, de Classe Daring, nome do primeiro dos seis navios a entrar em serviço em julho de 2009. O principal contratante do projeto é a BAE, e todas as  seis unidades já foram entregues, sendo a ultima, o destróier Duncan, entregue em setembro de 2013. 
A história do Type 45 começa quando a Inglaterra participava do programa tri-nacional Horizon, onde junto com a França e Itália, desenvolveriam, conjuntamente um novo destróier, mas a Inglaterra se retirou deste programa em meados de 1999 devido a percepção que suas necessidades excediam os requisitos que a Horizon tinha, e seguiu seu rumo sozinha. Mesmo assim a Type 45, tem algumas soluções da Horizon incorporadas, principalmente no que diz respeito ao sistema de mísseis antiaéreo Áster (PAAMS), que na Inglaterra, se chama "Sea Viper".

Acima: Os navios da classe Type 45, agora batizadas de "classe Daring" apresentam um desenho com linhas que diminuem sua assinatura de radar. Este será o principal navio de escolta da Royal Navy nesta primeira metade do século XXI.
A propulsão da classe Daring é feita por duas turbinas a gás Rolld-Royce WR-21 de nova geração que possui um sistema de recuperação de energia térmica que proporciona uma economia de combustível para o navio. Esse motor tem apoio de dois motores a diesel Wartsila 12V200 que alimentam as baterias de motores elétricos. Esse conjunto de propulsão produz 63000 Hps de potência jogados em dois eixos e duas hélices que são capazes de levar as 7500 toneladas de deslocamento deste navio a uma velocidade máxima de 30 nós (56 Km/h), sendo  que sua autonomia pode chegar, se mantiver velocidade de cruzeiro econômica (18 nós ou 33 km/h) a 13000 Km, o que  é suficiente para dar capacidade de operações em qualquer parte do planeta.
Acima: Um super porta aviões dos Estados Unidos da classe Nimitz, mais precisamente o USS Dwight D. Eisenhower (CVN-69), escoltado pelo terceiro navio da classe Daring, no caso o HMS Dimond (D-34).
A suíte de sensores desta classe de navio é composta por dois sistemas de radar. Um deles é o novo radar de busca aérea do tipo escaneamento eletrônico passivo (PESA) BAE/Thales S-1850, que é uma versão modificada do radar SMART-L. Sua função é executar a busca aérea e de superfície até um alcance máximo de 400 Km rastreando até 1000 alvos simultaneamente.  Já, o outro é o moderno radar multifunção de escaneamento eletrônico ativo (AESA) BAE SAMPSON cuja forma esférica é facilmente identificável no alto do mastro do navio. Esse radar, cujo alcance também atinge os 400 km, é parte integrante do sistema de defesa antiaérea Sea Viper, sendo que uma de suas funções é fornecer controle de fogo para os mísseis Aster 15/ 30. Há, ainda dois radares de apoio sendo um operado na banda I, modelo Type 1047 e outro operado nas bandas E/F modelo Type 1048, ambos fornecidos pela empresa norte americana Raytheon.
Para busca de ameaças submarinas há um sonar de média frequência do tipo MFS-7000 montado em um arco no casco. Esse sonar, inicialmente, tinha sido desenvolvido peça EDO para uma encomenda para a marinha do Brasil. Um sistema de alerta e contra medidas de torpedo SSTD providencia uma resposta de alerta automático, para um ataque de torpedo, sugerindo manobras evasivas, e lançando as iscas para se defender da ameaça. A empresa Thales será a fornecedora do sistema de contramedidas eletrônicas RESM system. Esse sistema consiste num processador de identificação de sinais emitidos, onde se pode avaliar e classificar as ameaças. Os navios da classe Type 45 terão um sistema de iscas ativas que inclui a isca”Siren” contra mísseis guiados a radar.
Acima: Aqui podemos ver o radar de busca eletrônica ativa AESA SAMPSON fabricado pela BAE. Este sistema, somado com o radar de busca eletrônica passiva S-1850 mostrado na foto de baixodão capacidade superior até contra alvos de baixa assinatura de radar.

O armamento da classe Daring é particularmente poderoso no que diz respeito a sua capacidade antiaérea, que é a missão principal do navio. O armamento principal é o já mencionado sistema de mísseis Sea Viper (PAAMS) armado com mísseis Aster, que consiste de um lançador vertical Silver A-50 com 48 células de lançamento, que pode ser equipado com o míssil Áster 15 cujo alcance chega a 30 km e com,o Aster 30 com 100 km de alcance. Esses mísseis são extremamente ágeis e podem manobrar a 60 Gs. O sistema de guiagem conta com um sistema inercial atualizado por datalink e um radar ativo que é ativado quando o míssil estiver próximo do alvo. Ainda tratando de mísseis, os navios da classe Daring foram armados com dois lançadores quádruplos para mísseis RGM-84 Harpoon usados para afunda navios inimigos. O Harpoon, é um armamento de origem norte americana bem conhecido tendo alcance de 140 km, transportando uma ogiva de 221 kg de alto explosivo e sua guiagem se dá por radar ativo.

Acima: A capacidade de ataque antinavio na classe Daring se dá pelo uso de 8 mísseis RGM-84 Harpoon de fabricação norte americana. Trata-se de um armamento bem conhecido e eficiente.
Já a armamento de tubo é composto por um canhão automático MK-8 Mod 1 de 114 mm está montado na proa deste navio. Esse canhão consegue atingir alvos a distancia de no máximo 22 km com granadas padrão, ou até 27 km com a nova munição ER (extended range). Nada mau para uma munição de médio calibre! A cadência de tiro chega a 25 tiros por minuto. Há ainda dois sistema antiaéreos de ponto CIWS MK-15 Phalanx composto por um canhão M-61A1 com 6 canos rotativos em calibre 20 mm, capaz de despejar 4500 tiros por minuto. Esta arma é usada como ultimo recurso para destruir mísseis que ataquem o navio é seu controle de fogo é feito por um radar que dá os parâmetros de posicionamento do alvo. Também há dois canhões Oerlikon em calibre 30 mm. Para guerra antissubmarino, o Daring não transporta armamento próprio, e depende, exclusivamente de seu elemento aéreo composto por um helicóptero antissubmarino Lynx HMA-8 que pode ser armado com torpedos leves Sting Ray ou o mais moderno helicóptero Merlin HM-1 que também pode ser armado com este mesmo tipo de torpedo. É interessante observar que existem, além destas armas principais, metralhadoras como a M-134 Minigun com 6 canos rotativos e metralhadoras FN MAG, ambas em calibre 7,62X51 mm espalhadas pelo navio.

Acima: O míssil Aster 30, componente do sistema de defesa antiaérea Sea Viper, fornece uma robusta capacidade de combate, incluindo com capacidade multi alvos.
O destróier Daring representa uma grande evolução em capacidade de controle do espaço aéreo e na letalidade em relação a seu predecessor Type-42 classe Sheffield, veterano da guerra das Malvinas, hoje chamadas de Falklands. O Daring agrega ainda capacidade de lidar com ataques de saturação e com capacidade de engajar alvos a mais de 100 km de distancia do navio ou do grupo de batalha que ele esteja escoltando. Falta-lhe, porém, uma capacidade de prestar apoio a operações em terra com o uso de mísseis de cruzeiro como o BGM-109 Tomahawk, já integrado nas forças armadas britânicas e que poderia fazer parte do arsenal deste excelente destróier dando-lhe maior flexibilidade de emprego. Porém, é evidente que, inicialmente, o objetivo que a marinha inglesa (Royal navy) dá a este vaso de superfície é exclusivo a missões de escolta antiaérea.

Acima: Nesta foto podemos ver com facilidade o hangar  da Daring e seu helicóptero Lynx HMA-8. Nop caso deste modelo, pode-se operar até dois helicópteros, ou um Helicóptero Merlin HM-1.


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