terça-feira, 9 de janeiro de 2018

North American B-25B Mitchel

Historia e Desenvolvimento . 


Em 11 de marco de 1939, o USAAC ( United States Army Air Corps, Corpo Aéreo do Exército dos Estados Unidos), emitiu especificações para o desenvolvimento de uma aeronave bimotora para atuar como bombardeiro médio. Com a experiência acumulada no projeto das variantes NA-40 e NA-40B, a North American Aviation participou da concorrência com um modelo, designado NA-62 que fora desenhado pelos projetistas R.H Rice e John Leland Atwood, se apresentando como uma aeronave de médio porte, veloz e com capacidade para transportar até 3.600 lbs de bombas, tendo dupla deriva e um sistema de armamento defensivo.

O resultado desta concorrência foi divulgado em 10 de agosto de 1939, tendo o NA-62 sido selecionado pela USAAC, recebendo imediatamente a designação militar de B-25, e apenas um mês depois a North American celebrava o primeiro contrato de produção para 184 células. O primeiro voo de uma unidade de produção ocorreu em 19 de agosto de 1940 , sendo batizado como Mitchel em homenagem ao brigadeiro general  Willian Lendbrum “Billy” Mitchell, que foi um grande estudioso e defensor das estratégias de emprego do poder aéreo norte americano entre os anos de 1920 e 1930.
Apos a produção das 25 primeiras células, foram implementadas melhorias para se atender as necessidades de combate em função de informações sobre o cenário militar do conflito na Europa, sendo assim adicionado sistema d blindagem para os tripulantes, tanques de combustível auto selantes (o que reduziu a capacidade interna de 912 galões para 694 galões, o que gerou a necessidade da inclusão de um novo tanque de combustível no bomb bay para emprego em viagens de grande distancia). Estas alterações geraram a versão B-25A que contemplou a produção de apenas 40 células.

A próxima versão a ser produzida foi a “Bravo” que introduziu um sistema defensivo mais elaborado, contemplando uma torreta elétrica Bendix tipo L com duas metralhadoras .50 instaladas na parte traseira superior e outra torre retrátil similar na parte inferior da aeronave próximo ao bomb bay com o mesmo armamento. Desta versão foram produzidas 120 células. Apesar de serem construídas em números muito inferiores as versões subsequentes os B-25B foram eternizados por participar da histórica missão de bombardeio ao Japão em 18 de abril de 1942, quando 16 aeronaves decolaram do porta aviões USS Hornet para atacar alvos nas cidades de Tóquio, Kobe, Yokohama e Nagoya, e apesar dos danos materiais não terem sido consideráveis , o impacto motivacional foi enorme para o moral das forças militares norte americanas.
Novas versões foram produzidas até o final do conflito 9.816 células de todas as versões incluindo variantes de transporte, VIP, treinamento, antissubmarino e reconhecimento meteorológico. No pós-guerra o modelo foi empregado por 23 países, sendo operados até meados da década de 1970.

Emprego no Brasil. 

Em 20 de janeiro de 1941 o Brasil assistia a criação  Força Aérea Brasileira, organização militar  esta que herdava todo o parque de aeronaves das aviações Militar e Naval mesmo as mais modernas como os Vultee V-11 e Focke Wulf FW-58 Weighe, eram  já obsoletos e completamente inadequados as tarefas de patrulha marítima, missões estas que deveriam compor o imediato esforço de guerra nacional, direcionado principalmente  as atividades relacionadas a busca e destruição de submarinos do Eixo, que ate então representavam uma grave ameaça a navegação militar e civil nas costas brasileiras. Era necessário um esforço emergencial para a modernização dos meios da FAB que começou a tomar forma com a criação da Comissão de Compras de Material Aeronáutico, sediada nos Estados Unidos para que com base nos termos do Leand Lease Act (Lei de Empréstimos e Arrendamentos) viesse a selecionar e adquirir os meios necessários.

Desta maneira em janeiro de 1942 se valendo dos termos desta lei, a FAB recebeu seis células usadas do bombardeiro médio B-25B Mitchel, que foram customizadas para missões de patrulhamento marítimo e combate antissubmarino. Estas células mantiveram inicialmente as matriculas norte americanas, sendo, após, substituídas por FAB 01 á FAB-06 e , em meados de 1945 passaram a adotar no novo padrão de quatro dígitos.  A primeira unidade a receber este modelo foi o Agrupamento de Aviões de Adaptação (AAA) que fora criado em 4 de fevereiro de 1942, baseado em Fortaleza - CE, que estava sob a supervisão de militares norte americanos que tinham como missão a transferência de conhecimento para a formação de tripulações aptas a participar de missões reais de combate.
Dentro deste escopo de missões de combate do AAA, podemos destacar o batismo de fogo da FAB, quando em 22 de maio de 1942 , uma missão de patrulha o B-25B matriculado 40-2245 ( que a posteriormente receberia a designação FAB-01) tripulado por brasileiros e norte americanos, identificou e efetuou um ataque ao submarino italiano Barbarigo, que estava navegando na superfície nas proximidades do Arquipélago de Fernando de Noronha, foram empregadas cargas de profundidade que provavelmente danificaram a belonave inimiga. Em outra ação,na manhã de 257 de maio de 1942, o B-25B 40-2263, atacou o submarino italiano Archimede , que submergia a 120 milhas de Fortaleza, diversos outros encontros com submersíveis inimigos foram registrados ao longo do conflito.

Uma sétima aeronave seria incorporada em 1944 sendo destinada a ETAv (Escola Técnica de Aviação) para fins de instrução em solo.Com o recebimento de mais células do modelo B-25J, os “Bravo” foram realocados em outra unidade como o 6ºRAV (Regimento de Aviação), GAB (Grupo de Aviões Bimotores) e 1ºGBM (Grupo de Bombardeio Médio). Após o término do conflito os B-25B foram concentrados no 1º/6ºGAv Esquadrão Carcará até 1949 quando foram retiradas do serviço ativo, salientando que duas células seriam convertidas em cargueiros e continuariam em operação até fins da década de 1950. A célula destinada ao ETAv (depois EEAR) matriculada como FAB 5144 foi descarregada em outubro de 1956., encerrando assim a carreira dos "Bravos" no Brasil.

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