Em 14 de outubro de 1960, o comando do o Exército americano, iniciou uma concorrência denominada Projeto Ligh Observation Helicopter (LOH), que tinha por objetivo o desenvolvimento de um novo helicóptero leve destinado a missões de treinamento, transporte e ligação e visava assim com esta plataforma substituir centenas de unidades dos modelos dos helicópteros Bell OH-13 e Hiller OH-23 e aeronaves Cessna L-19 Bird Dog. Este processo previa a aquisição de 3.600 células, volume que despertou o interesse de 12 empresas norte americanas, pois a vencedora iria ser responsável pelo maior contrato militar para a fabricação de aeronaves de asas rotativas. Em maio do ano seguinte a lista de concorrentes foi reduzida para cinco, incluindo as propostas da Bell Helicopter Company com seu modelo D-250 que recebeu a designação militar YHO-4A e da Hughes Aircraft com seu modelo YHO-6.
O primeiro protótipo alçou voo em 08 de dezembro de 1962, sendo seguido pela produção de mais quatro aeronaves que passaram a ser exaustivamente avaliadas pela equipe técnica do US Army em Forte Rucker no Alabama e na Base Aérea de Edwards na Califórnia. Neste mesmo período os protótipos do Hughes YHO-6 foram submetidos ao mesmo processo, e o resultado final pendeu para escolha do modelo do segundo finalista. Apesar da derrota a Bell vislumbrou no conceito de seu projeto uma oportunidade no mercado civil, iniciando assim o desenvolvimento de uma versão baseada no modelo Desing D-250 que passaria a ser designado como Bell 206. A construção do primeiro protótipo foi iniciada em julho de 1965, tendo seu primeiro voo em dezembro do mesmo ano, a partir dos primeiros ensaios a equipe de projetos da empresa identificou deficiências centradas em sua baixa capacidade de carga e limitado espaço interno, que tornariam o modelo pouco competitivo no mercado civil. A solução para estas demandas surgiria de um redesenho do projeto nascendo assim a versão Bell 206A que receberia o nome comercial de Jet Ranger, sendo o mesmo homologado pela autoridade aeronáutica civil americana em outubro de 1966.
Neste mesmo período o projeto do Hughes OH-6A começou a apresentar preocupantes atrasos e aumentos de custos, levando o comando do US Army a optar pela aquisição de uma versão militar do Bell 206A que já havia se tornado um sucesso de vendas no mercado civil. Esta intenção foi oficializada em outubro de 1967 com um contrato visando a compra de 2.200 células desta versão agora denominada OH-58A Kiowa para o emprego em missões de observação e ligação, o próximo cliente militar seria a Marinha Americana com o desenvolvimento da variante TH-57 Sea Ranger englobando a aquisição de 180 exemplares destinados a treinamento primário. Versões militares e civis passarão a ser fabricadas sob licença pela empresa italiana Augusta.
A experiencia obtida na produção e operação das versões Bell 206 e 206A, criaram o caminho para o desenvolvimento de uma versão aprimorada destinada a suceder as primeiras versões, este novo modelo passou a ser produzido em 1971, sendo denominado Bell 206B Jet Ranger II, alcançado a cifra de 1.619 células produzidas e comercializadas a diversos operadores civis e militares até meados do ano de 1977. O considerável sucesso dos modelos 206A/B instigou a Bell Helicopter Company a aplicar melhorias no projeto para o atendimento das sugestões fornecidas por diversos operadores, itens como sistemas de navegação e comunicação foram modernizados, porém as alterações mais marcantes foram baseadas na adoção de novo motor turboeixo Allisson 250-C20J com 420 shp e na instalação de um rotor de cauda de maior diâmetro e de desenho mais refinado do que as versões anteriores do Jet Ranger. Estas alterações trouxeram uma significativa melhora em seus parâmetros de desempenho e confiabilidade.
A nova versão foi produzida em seis sub variantes entre elas destacamos a elas o Bell 206L LongRanger destinado ao transporte de até sete passageiros, Bell 206LT TwinRanger envolvendo a conversão de modelos 206L para o uso de dois motores, já as versões militares como a 206AS, CH-139, OH-58 Kiowa, TH-57A Sea Ranger, TH-67 Creek e OH-58D Combat Scout foram exportados a partir da década de 1970 para a Argentina, Brasil, Albânia, Austrália, Bangladesh, Bulgária, Chile, Colômbia, Croácia, Equador, Finlândia, Guatemala, Guiana, Irã, Iraque, Israel, Itália, Jamaica, Japão, Letônia, Lesoto, Macedônia, México, Marrocos, Paquistão, Peru, Servia, Eslovênia, Sri Lanka, Peru, Uganda, Suécia, Canada, Malta e Venezuela. A produção foi descontinuada em fins do ano 2010, quando haviam sido produzidas 7.300 unidades de todas as versões.
Emprego no Brasil.
A carreira Jet Ranger no Brasil, tem início no ano 1967, quando a Força Aérea Brasileira adquiriu sete unidades da versão Bell 206A para emprego em missões transporte VIP, ligação e emprego geral, os bons resultados de operação junto a FAB vieram a balizar a Marinha Brasileira em 1974 na escolha do modelo agora na versão Bell 206B Jet Ranger II , que passaram a ser designados como IH-6A, para dotar o 1º Esquadrão de Helicópteros de Instrução (HI-1), vindo a substituir de imediato os antigos Hughes 269 A "Pulga, a incorporação de 18 células novas de fábrica deste modelo em muito aprimorou o treinamento das equipagens pois proporcionavam um envelope voo muito semelhante as aeronaves de primeira linha em uso naquela época , além de possibilitarem a navegação por instrumentos.
Em meados da década de 1980, as células empregadas no 1º Esquadrão de Helicópteros de Instrução (HI-1) começavam a apresentar sinais de desgaste em virtude do extenuante perfil de treinamento, motivando assim estudos de ordem emergencial para aquisição de novos modelos existentes no mercado internacional voltados a tarefas de instrução. Em 1985 concluiu se com base em requisitos como economia de operação, custos de aquisição, experiencia em manutenção e fatores logísticos que a melhor opção seria a aquisição do Bell 206B Jet Ranger III. Desta maneira em junho do mesmo ano a Marinha do Brasil assinou dois contratos, sendo primeiro com a Bell Helicopter Textron, que compreendia a compra de 16 helicópteros Bell 206B Jet Ranger III, e o segundo com a empresa norte americana Sfena para que procedesse a reconfiguração da suíte de avionica das aeronaves. Esse último item, elevou significativamente o peso vazio dos helicópteros, objetivando equipá-los com um painel de instrumentos semelhante ao empregado pelos modelos em uso na Marinha Americana para a formação de pilotos de asas rotativas. Esta modificação permitiria que o modelo voasse sem restrições sob condições de voo por instrumentos. Além do novo painel, os mesmos seriam equipados com gancho de carga, guincho elétrico, flutuadores de emergência e portas ejetáveis para a tripulação e passageiros.
Em meados da década de 1980, as células empregadas no 1º Esquadrão de Helicópteros de Instrução (HI-1) começavam a apresentar sinais de desgaste em virtude do extenuante perfil de treinamento, motivando assim estudos de ordem emergencial para aquisição de novos modelos existentes no mercado internacional voltados a tarefas de instrução. Em 1985 concluiu se com base em requisitos como economia de operação, custos de aquisição, experiencia em manutenção e fatores logísticos que a melhor opção seria a aquisição do Bell 206B Jet Ranger III. Desta maneira em junho do mesmo ano a Marinha do Brasil assinou dois contratos, sendo primeiro com a Bell Helicopter Textron, que compreendia a compra de 16 helicópteros Bell 206B Jet Ranger III, e o segundo com a empresa norte americana Sfena para que procedesse a reconfiguração da suíte de avionica das aeronaves. Esse último item, elevou significativamente o peso vazio dos helicópteros, objetivando equipá-los com um painel de instrumentos semelhante ao empregado pelos modelos em uso na Marinha Americana para a formação de pilotos de asas rotativas. Esta modificação permitiria que o modelo voasse sem restrições sob condições de voo por instrumentos. Além do novo painel, os mesmos seriam equipados com gancho de carga, guincho elétrico, flutuadores de emergência e portas ejetáveis para a tripulação e passageiros.
Em fins do ano de 1985 as primeiras unidades do Bell 206B Jet Ranger III, ou IH-6B como foram designados na Aviação Naval, já estavam prontos na unidade fabril, levando a Marinha a desenvolver uma rota para o translado das aeronaves até o Brasil, envolvendo escalas em 37 aeroportos no trajeto, sendo o mesmo executado em quatro esquadrilhas entre março e maio do ano seguinte. Após a chegada na Base Aeronaval de São Pedro de Aldeia no Rio de Janeiro as células agora matriculadas de MB 5038 a 5053 foram incorporadas ao 1º Esquadrão de Helicópteros de Instrução (HI-1) para serem inseridas no programa de instrução e formação não só dos pilotos da Marinha e no Curso de Aperfeiçoamento de de Aviação para Oficiais (CAAVO), mas também a primeira turma de aviadores da recém-criada aviação militar do Exército Brasileiro, tarefa esta que se repetiria nos dois anos seguidos. Este novo modelo dispunha de uma suíte aviônica mais complexa e avançada , elevando assim os patamares de treinamento , possibilitando ainda a implementação de instrução armada , pois as células podiam ser equipadas com metralhadoras coaxiais de 7,62mm ou ainda lançadores de foguetes SBAT 70/7-1.
Em 1992, antevendo um crescente aumento nas atividades de instrução do HI-1, a Marinha decidiu adquirir mais três células do Bell Jet Ranger III, assinando em abril deste mesmo ano um contrato no valor de US$ 3.699.900, com estas novas aeronaves sendo idênticas as aquelas adquiridas em 1985, com somente pequenas diferenças externas que refletiam a evolução do Jet Ranger III. Estes três helicópteros foram recebidos na fábrica da empresa em Forte Worth no Texas em novembro de 1992, sendo despachados até o Brasil embarcados no navio mercante Jalisco Hay, sendo entregues em janeiro do ano seguinte na Base Aeronaval de São Pedro de Aldeia no Rio de Janeiro. Além do HI-1, este modelo passaria a dotar o recém criado 4º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-4), unidade estava baseada no complexo militar de Ladário ( 6º Distrito Naval da Marinha ), em proveito de missões de transporte, ligação e apoio , operando ainda como vetores embarcados nos vasos fluviais, em meados de 2012 porém as células renascentes neste esquadrão foram devolvidas ao HI-1 para recompor sua dotação original
A partir de 2015 a comando da aviação naval da Marinha iniciou estudos para o Programa UHP, que visa a seleção e aquisição de um novo helicóptero leve de treinamento e emprego geral, que vista proporcionar aos futuros pilotos da Marinha um nível de instrução compatível em termos de avionica embarcada aos novos vetores de asas rotativas como Sikorsky MH-16 e Eurocopter EC-725 que recentemente passaram a ser incorporados, este programa visa também substituir a médios prazo os Helibras UH-12 de UH-13 Esquilo que a exemplo dos IH-6B Jet Ranger III também começam a apresentar os sinais de cansaço devido ao emprego intenso aliado as agressivas condições de operação no ambiente marinho impactaram no desgaste estrutural das células.
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