terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Eurocopters EC-135 / VH-35 na FAB

História e Desenvolvimento. 


O desenvolvimento do EC-135 teve início na década de 1980, quando o comando de defesa alemão iniciou uma busca por uma aeronave que substituísse o Messerschimitt Bolkow-Blohm BO-105 no mercado de helicópteros de transporte leve, gerando o BO-108, que alçou voo em 17 de outubro de 1998, a fusão das divisões de fabricação de helicópteros da empresa alemã Daimler Chrysler Aerospace (DASA) com a francesa Aerospatiale Matra, originou a Eurocopter em 1996, e no esteio deste processo o projeto original sofreu profundas alterações que incluíram a troca do rotor de cauda de laminas expostas, pelo tipo fenestron e 10 laminas embutidas, resultando no EC-135, que viria a realizar seu primeiro voo em 15 de fevereiro de 1994.

O EC-135 foi projetado como uma aeronave bimotora, sendo equipada com um rotor de quatro pás, trem de pouso do tipo esqui e capacidade para atender até sete passageiros e voo por instrumentos. Sua produção foi direcionada a parte alemã da empresa Eurocopter, sendo construídos na cidade de Donauworth na Baviera.
Como sua concepção estava voltada a redução de custos de operação e manutenção , em sua estrutura foram empregados materiais compostos aliada a incorporação da melhor tecnologia embarcada disponível, tanto em avionicos digitais quanto em aerodinâmica e motorização, sendo grupo propulsor  Turbomeca Arrius 2B2  projetado para operar com somente um motor, oque aumentou sensivelmente a segurança de sua operação. Foi ainda equipado ainda com o sistema Full-authory Digital Engine (ou Eletronics Control FADEC), que proporciona maior economia de combustível e perfeito desempenho dos motores. Ainda no projeto foi incluído um sistema de isolamento antirressonância (ARIS), que proporcionou um excelente nível de conforto no interior de cabine para até seis passageiros.

Sua carreira operacional teve início em 1 de Agosto de 1996, quando dois helicópteros ( numero de série 0005 e 0006) foram entregues à Deutsche Rettungsflugwacht e a Policia da Baviera para uso em missões de emprego geral e transporte, e rapidamente o modelo e suas variantes conquistaram um grande fatia do mercado civil de helicópteros de transporte leve em toda a Europa, posteriormente se destacando também no mercado norte americano. Uma das principais operações realizadas pelo Eurocopter EC-135 é o de socorro aero médico, sendo que no ano de 2013 responsável por 25% das missões deste espectro no mercado mundial.
A carreira militar do modelo teve início em atividades de treinamento no Exército Alemão, sendo seguido por outros clientes militares como Reino Unido, Austrália, Gabão, Irlanda, Japão, Marrocos, Nigéria, Brasil, Portugal, Iraque e Espanha. Até fins de 2015 foram entregues mais de 1.220 helicópteros a 350 clientes em 75 países: sendo metade deles envolvida em serviços médicos de emergência operações, 17% no transporte aéreo, 16% nos serviços públicos (tipicamente de aplicação da lei), 10% em missões militares, de 4% em operações offshore (normalmente energia eólica offshore de inspeção), e os restantes 3% no treinamento militar.

Emprego no Brasil. 

Em fins  do ano de 2005 a Força Aérea Brasileira possuía dois modelos de vetores de asas rotativas destinados a missões de transporte VIP com base na capital federal pertencentes ao Grupo de Transporte Especial (GTE) sendo o AS332 M1 Super Puma designado VH-34 para o emprego viagens de medio e longo curso e o Helibras HB-355F2 Esquilo designado VH-55 para deslocamentos de curtas distancias, apesar de serem aeronaves confiáveis, estavam em serviço desde 1987 acumulando quase 20 de operação se fazendo necessário estudos a substituição dos dois modelos em face a segurança devido a importância e suas missões em conduzirem os mandatários do pais.

Foi definido que os AS332 M1 Super Puma VH-34 deveriam ser substituídos a médio prazo pelo vencedor da concorrência H-XBR, restanto assim definir qual o sucessor ideal para os dois Helibras HB-355F2 Esquilo VH-55 para assim poder manter a proficiência das missões de transporte VIP  nas cercanias de Brasília. Dentre os modelos analisados pela Força Aérea Brasileira , o Eurocopter EC-135 na versão P2i, preencheu a contento todos os requisitos estabelecidos para a nova aeronave de asas rotativas VIP do Grupo de Transporte Especial (GTE). O contrato foi firmado com a empresa europeia no ano de 2008 envolvendo um valor final de US$ 12 milhões, que englobaria a entrega  duas células  e o processo de treinamento para tripulações e equipe de manutenção.
As células brasileiras foram equipadas com duas turbinas Arrius 2B2 de 634 shp, que proporcionam uma velocidade de cruzeiro de 260 km/h e alcance de aproximadamente 635 km, sendo configuradas no padrão VIP com acabamento em couro. As duas aeronaves foram produzidas na Alemanha nas instalações da então Eurocopter (atual Airbus Helicopter) em Donauworth, onde receberam as matriculas provisórias para teste D-HECL (FAB 8500) e D-HECK (FAB 8501), após a finalização do processo de avaliação as células foram desmontadas e transladadas as instalações da Helibras na cidade de Itajubá no estado de Minas Gerais.

Os agora designados VH-35 e matriculados FAB 8500 e 8501 foram entregues ao 3º Esquadrão do Grupo de Transporte Especial em julho de 2008, onde iniciaram o processo de substituição dos Helibras HB-355F2 Esquilo VH-55, finalizando esta transição no início de 2009, o novo vetor rapidamente se mostrou muito superior ao seu antecessor, não só em termos de desempenho, mas também pela eletrônica embarcada de uma geração posterior que proporciona melhores condições de segurança de voo. No GTE os VH-35 passaram a ser utilizados em missões de transporte VIP do primeiro escalão, sendo principalmente utilizados em deslocamentos de pequenas distância, como o translado presidencial entre o Palácio do Planalto e a Base Aérea de Brasília, ou ainda em viagens internas  no Distrito Federal ou estado de  Goias, sendo complementados em distâncias superiores pelos AS332 M1 Super Puma VH-34.
No Final de 2010 visando melhorar os parâmetros de segurança em voo o GTE decidiu pela a instalação de um sistema anti colisão do tipo TCAS, as duas células estão em perfeito estado de conservação e devem ser mantidas em operação até meados da próxima década.

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