terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Bell UH-1H

História e Desenvolvimento. 


Em 1952 , o comando do Exercito Americano identificou a necessidade de um novo helicóptero para atuar em missões de Evacuação Medica (MEDEVAC), para assim suprir as deficiências dos modelos empregado ate então nesta e outras missões, os parâmetros do projeto foram revisados em novembro de 1953 e assim foi aberto uma concorrência de desenvolvimento que contou com a participação de 20 empresas, onde apos analises foram definidos dois pre selecionados sendo a Bell Helicopter com seu modelo 204 e a Kaman Aircraft com uma nova versão do H-43. A Bell sagrou-se vencedora em 23 de fevereiro de 1955 com a encomenda para produção de três protótipos que seriam designados como XH-40.

Em 20 de outubro de 1956 alçou voo o primeiro protótipo do XH-40 , que apos avaliações foram seguidos por mais unidades para testes no ano seguinte, e marco de 1960 a Bell receberia o primeiro contrato de produção em serie para 100 células que seriam designadas HU-1A  e batizadas como Iroquis em alusão as tribos indígenas americanas, porem seria mais a frente popularmente conhecido como Huey.
Logo apos o modelo começar a entrar em serviço, foi solicitado a Bell estudos para melhoria na potencia da aeronave, surgindo assim em 1960 o UH-1B que estava dotado com um novo Lycoming T53-L-5 do motor produzindo 960 shp, tendo ainda capacidade de transporte aumentada para sete passageiros. Em 1961 iniciou-se o desenvolvimento da versão UH-1C que visava eliminar deficiências aerodinâmicas observadas nas versões armadas, mais uma vez o motor foi substituído por um Lycoming  T53-L-11 com 1.100 shp, incorporando também um novo desenho de cauda com estabilizador.

Apesar de satisfeito com os resultados operacionais dos Huey, o Exercito Americano almeja por uma aeronave com maior capacidade de transporte de tropas, visando atender a esta demanda a Bell esticou a fuselagem do UH-1B em 104 cm, e em vez de portas laterais deslizantes do modelo anterior com uma única janela, portas maiores foram equipados que tinha duas janelas, esta nova variante passava a dispor de 15 assentos. O protótipo do novo modelo agora designado 205 teve seu primeiro voo em 16 de agosto de 1961, a nova versão foi designada como UH-1D recebendo uma encomenda inicial de 205 unidades.
A partir de 1963 os UH-1D começaram a ser empregados maciçamente no conflito do Vietnã, o emprego no teatro real de operações clarificou a necessidade de se incrementar o desempenho da aeronave, resultando em estudos que levaram a adoção de um motor o Lycoming motor T53-L-13 com 1.400 shp que fornecia mais energia para a aeronave, neste processo o tubo de pitot foi transferida do nariz da aeronave para o teto da cabine, no intuito de se evitar danos durante o pouso, estas mudanças geraram um nova versão que passou a ser designada UH-1H, modelo que seria produzido em maior escala totalizando 5435 unidades entregues.

Emprego no Brasil. 

Em 1967 a Força Aérea Brasileira passou a receber 14 células do modelo Bell 205 na variante UH-1D, que seriam empregados junto aos Esquadrões Mistos de Reconhecimento e Ataque (EMRA) e ao 2º/10º GAv Esquadrão Pelicano. A criação dos EMRA, baseava no atendimento da demanda de missões de cooperação da segurança interna no pais, sendo emprego em missões reais de contra insurgência contra a guerrilha de esquerda comunista principalmente durante o conflito do Araguaia e em exercícios como a serie Manobra Real.

O êxito obtido pelo emprego do modelo “Delta”, levou o Ministério da Aeronáutica no ano de 1972 a realizar a aquisição de mais 24 células agora do modelo UH-1H que eram oriundas dos estoques do Exército Americano (US Army), que passaram a dotar outros Esquadrões Mistos de Reconhecimento e Ataque (EMRA), em 1976 outras duas aeronaves também usadas foram incorporadas para repor perdas operacionais. No início do ano de 1979 visando uma melhoria na performance e padronização em processo de manutenção, a FAB optou por modernizar as células remanescentes dos SH-1D e UH-1D, ampliando assim a vida útil destas células até meados da primeira década do ano 2000.
Em 1980, visando repor novas perdas operacionais, um novo lote de oito células foi adquirido dos estoques da Força Aérea de Israel, sendo cindo do modelo UH-1D já modernizadas e três italianas fabricadas pela Augusta. Durante muitos anos o UH-1H representou o esteio da aviação de asas rotativas da FAB, sendo muito exigidos operacionalmente o que elevou o número de acidentes e desgaste das células, reduzindo drasticamente os índices de disponibilidade.

Em meados da década de 1990 a Força Aérea Brasileira estudava como opção a substituição de sua frota pelos novos UH-60 Blackhawk, porém os custos se apresentaram foram da realidade orçamentaria, para se solucionar esta demanda optou se pela aquisição de 20 aeronaves usadas, oriundas dos efetivos do Exército Americano (US Army) que estavam alocados na Alemanha e foram fornecidos através dos termos FMS (Foreing Military Sales). Estas células possibilitaram a introdução e o desenvolvimento da doutrina de emprego do sistema Night Vison Goggles (NVG – Óculos de Visão Noturna) na aviação de asas rotativas da Força Aérea Brasileira.  Estas aeronaves foram concentradas inicialmente no 5º/8º GAv Esquadrão Pantera, posteriormente algumas células foram distribuídas ao 2º/10º GAv e ao 7º/8º GAv.
O total de aeronaves empregadas na versão UH-1H (considerando as modernizações) atingiram a cifra de 62 aeronaves e apesar do alto nível de profissionalismo desenvolvido na manutenção das células e motores pelos Parques de Aeronáutica dos Afonsos e São Paulo, o modelo rapidamente atingia um índice de obsolescência que recomendava a troca dos vetores, sendo definida sua substituição pelos UH-60 Blackhawk e H-36 Caracal. O processo de desativação teve início no ano de 2010, sendo a ultimas unidades concentradas no 2º/10º GAv Esquadrão Pelicano, esquadrão este que deve operar o modelo até meados do ano de 2017.

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