O De Havilland DH-82 foi um biplano de treinamento básico, projetado pelo engenheiro Geoffrey Havilland no ano de 1930 em reposta ao requerimento “Specification 15/31” emitido pedido do Ministério do Ar Britânico para o desenvolvimento de uma aeronave de treinamento primário para a Royal Air Force (Força Aérea Real) com a finalidade de substituir os modelos DH-60 Gipsy Moth em uso até então. A proposta inicial sugeria uma versão aprimorada de seu antecessor, mas os requisitos técnicos exigiam o desenvolvimento de uma nova aeronave, um dos principais pontos estava baseado na segurança, devendo o ocupante da nacele dianteira, poder abandonar em segurança o avião em caso de emergência, fato este que era impossível no DH-60 Gipsy Moth devido à localização dos montantes da seção central da asa.
Assim a equipe de projeto da De Havilland passou a aplicar diversas modificações ao projeto básico, tendo como principal alteração o deslocamento da seção central para a frente. Para reduzir o indesejável deslocamento do centro de gravidade da aeronave, as asas receberam um leve enflexamento , o grupo propulsor também seria melhorado com a adoção do motor DH Gipsy de 120 hp que era uma versão invertida do Gipsy II. O primeiro protótipo alçou voo em 26 de outubro de 1931, tendo o piloto de testes Hubert Broad nos controles, e após comparativos, testes e ensaios de certificação com seu principal concorrente o Avro 631 Cadet, o modelo da De Havilland foi declarado vencedor da concorrência pelo Ministério do Ar Britânico. Em abril de 1931 seria celebrado o primeiro contrato de produção prevendo a aquisição de 35 aeronaves, a estas seriam seguidos de novos lotes, porém em uma versão aprimorada DH-82ª, que além de algumas modificações passava a contar com o motor Gipsy Major de 130hp.
Inicialmente os Tiger Moth entraram em serviço junto ao Central Flying School da Royal Air Force em fevereiro de 1932, sendo gradativamente incorporados nas demais unidades áreas de ensino da ativa e reserva da RAF. As vésperas da Segunda Guerra Mundial, já havia mais de 500 unidades em operação, a constante necessidade de formação de pilotos levaria o governo inglês a encomendar 4.005 células, com parte da produção sendo destinada a Morris Motors Ltd, que era um dos principais fabricantes de carros no Reino Unido, esta medida visava liberar as linhas de montagem da De Havilland para a produção de aeronaves de combate.
Inicialmente os Tiger Moth entraram em serviço junto ao Central Flying School da Royal Air Force em fevereiro de 1932, sendo gradativamente incorporados nas demais unidades áreas de ensino da ativa e reserva da RAF. As vésperas da Segunda Guerra Mundial, já havia mais de 500 unidades em operação, a constante necessidade de formação de pilotos levaria o governo inglês a encomendar 4.005 células, com parte da produção sendo destinada a Morris Motors Ltd, que era um dos principais fabricantes de carros no Reino Unido, esta medida visava liberar as linhas de montagem da De Havilland para a produção de aeronaves de combate.
Ao todo seriam produzidas 8.868 unidades do Tiger Moth, 3.065 dos quais nas instalações da DHC em Hatfield (Reino Unido). Os demais exemplares foram fabricados sob licença na Austrália, no Canada (responsável pela produção de 1.523 unidades do DH-82C), Portugal, na Noruega e na Suécia. Porém sua lista de operadores abrangeria também países como Brasil, Bélgica, Burma, Congo, Ceilão, Czechoslovakia, Dinamarca, Egito, Finlândia, França, Grécia, Índia, Irã, Iraque, Israel, Jordânia, Malásia, Nova Zelândia, Paquistão, Rodésia, Espanha, Arábia Saudita, Suécia, Sri Lanka, Estados Unidos, Uruguai e Iugoslávia.
Como aeronave de treinamento primário, o Tiger Moth permaneceu em atividade na RAF até 1952, quando passou a ser substituído pelo De Havilland Chipmunk, porém alguns exemplares da Royal Navy continuando em operação até fins de 1971. Porém o Tiger Moth ganhou considerável sobrevida no meio civil após a Royal Air Force, liberar para a venda, vastas quantidades destes biplanos, sendo inicialmente empregados em instrução aéreas em aeroclubes no Reino Unido, e depois modificados para atuarem como rebocadores de faixas, taxi aéreo e pulverizador agrícola. Atualmente existem ainda cerca de 250 unidades em condições de voo em posse de colecionadores, museus ou empresas especializadas.
A fim de recompor seus meios aéreos de instrução, a Aviação Naval encomendou 12 unidades do DH-60T Moth Trainer na primeira metade de 1932. Com a eclosão da Revolução Constitucionalista naquele ano, as autoridades aeronáuticas da Marinha acharam por bem encomendar outro lote destas aeronaves, neste momento os representantes da empresa apresentaram em outubro do ano de 1932 uma proposta para a compra de cinco exemplares do novo modelo DH-82 Tiger Moth.
A operação do modelo junto a Escola de Aviação Naval levaria a aquisição de mais doze células agora da nova versão DH-82A, com o contrato celebrado junto a De Havilland Aircraft Company em meados de 1935. Divididos em dois lotes as aeronaves foram recebidas desmontadas no porto do Rio de Janeiro entre julho de agosto e encaminhadas para as instalações da EavN, com as primeiras aeronaves sendo prontificadas para operação imediatamente. Após o processo de ensaios de voo e aceitação as células foram incorporadas a 2º Divisão de Instrução daquela unidade, onde passaram a operar com os primeiros DH-82 recebidos em 1933.
A carreira dos Tiger Moth na Escola de Aviação também seria breve, pois os planos da Marinha do Brasil em estabelecer as bases de uma indústria aeronáutica nacional ganharam velocidade com a celebração em 1936 do acordo de produção sob licença dos Focke Wulf FW-44J, este novo vetor teria por missão substituir do processo de instrução primária dos DH-60, DH-82 e DH-82A da EavN. Esta nova realidade começou a ser concretizada a partir de junho de 1937 com entrada em serviços dos primeiros Stieglitz (Pintassilgo), relegando as células remanescentes dos Tiger Moth a tarefas de emprego geral com distribuição a Base de Aviação Naval do Rio de Janeiro, Base de Aviação Naval do Rio Grande do Sul, Base de Aviação Naval de Santos e a Base de Aviação Naval de Santa Catarina. Nestas unidades estes aviões incorporaram um leque de tarefas em proveito as missões do Correio Aéreo Naval.
Em setembro de 1940 foi revelada a intenção da Aviação Naval em doar as células remanescentes para diversos aeroclubes, decisão esta que foi revertida com a criação da Força Aérea Brasileira em 1941, sendo transferidas para a FAB duas células do DH-82 e sete do modelo DH-82A. Em sua breve carreira as aeronaves seguiram realizando suas missões de emprego geral sendo muito utilizadas pelo 12º Corpo Aéreo da Base do Galeão com atividade em proveito também da equipe da Fábrica de Aviões do Galeão. O último voo registrado do modelo ocorreu em outubro de 1943, com as unidades ainda em condições de voo sendo distribuídas a aeroclubes.
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