domingo, 21 de abril de 2019

O Problema Técnico Fundamental da Artilharia.


Equipamento M109A3 de 155 mm do EB em posição de tiro


Posicionada a certa distância das linhas de contato, a artilharia de campanha tem a sua frente, entre sua posição de tiro e as posições do inimigo que lhe servirão de alvo, não só a tropa apoiada, mas também as dobras do terreno. Esta distância pode variar muito de acordo com o alcance do material, geralmente indo de três a trinta quilômetros em material de tubo em apoio a arma-base; e muito mais que isso se tratando de lançadores múltiplos de foguetes.

Com tantos obstáculos não é possível a realização do tiro direto, fato complementado pela necessidade das baterias em posicionar-se em locais ocultos a observação inimiga e ao fogo de suas armas de tiro tenso, fundamental para sua própria segurança, já que a artilharia não conta com a blindagem nem a mobilidade imediata dos carros de combate.




Para resolver este problema os artilheiros desenvolveram o técnica de tiro de artilharia  de campanha, que viabiliza a realização do tiro indireto, ou seja, utilizando-se de trajetória balística e aproveitando as características da força da gravidade, dispara seus projéteis para o alto por sobre as elevações e cabeças da tropa amiga. Estes disparos acabam por impactar nas áreas-alvo, sempre observados pelos artilheiros de vanguarda, os observadores avançados ou OAs, que retornam suas considerações a respeito do tiro para os calculadores nas centrais de tiro, corrigindo e ajustando-o para que atinja eficiência máxima.

Uma bateria de tiro ao posicionar-se, direciona suas bocas de fogo para uma direção geral de tiro previamente definida. Quando da execução da missão de tiro, os calculadores "plotam" em uma prancheta um ângulo de tiro medido em relação a um ponto conhecido como o norte magnético por exemplo e uma distância da bateria até o alvo. Baseado em tabelas já existentes, define um ângulo vertical de tiro com base nas leis balísticas e uma carga de projeção apropriada, para que a bateria possa efetuar seus disparos. A este ângulo deverá ser acrescido (ou decrescido) de outro que compense a diferença de altitude da bateria em relação ao alvo, conforme ela esteja abaixo ou acima dele, denominado ângulo de sítio.

Podendo este cálculo ser manual, como na segunda guerra mundial, ou contando com meios modernos como calculadoras balísticas que consultam sistemas como o GPS para medir a distância até o alvo e o ângulo de sítio, a técnica de tiro de artilharia de campanha garante a eficácia desta arma em batalha, apoio sempre bem-vindo por infantes e cavalarianos no cumprimento de suas missões, e garantidora de seu sucesso.


Oficiais do EB em exercício de reconhecimento

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