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domingo, 15 de abril de 2018

Cabo da Infantaria - Alemanha



Segunda Guerra Mundial
Atuação: Front russo - 1941

A ilustração retrata um cabo da infantaria do Exército alemão durante os primeiros estágios da "Operação Barbarossa", a campanha de invasão da Rússia, a qual iniciou em 22 de junho de 1941.Naqueles dias seu uniforme era basicamente o mesmo usado pelos soldados alemães do início da Segunda Guerra, porém medidas de economia estavam começando a afetar a qualidade do vestuário das unidades da linha de frente. A mudança mais significativa no uniforme do Exército começou com a retirada das tradicionais insígnias verde-escuro do colarinho e das mangas do blusão, e das cintas dos ombros. Em seu lugar foi utilizado um tecido em tom de cinza-escuro que rapidamente tomaria o uniforme inteiro. Adicionalmente, uma linha na cor conhecida como "cinza-rato", substituiria as linhas brancas ou prata utilizadas na confecção das insígnias das unidades e nos emblemas das patentes. A qualidade do tecido usado na fabricação dos uniformes também havia piorado, que resultava em roupas que não ofereciam proteção adequada às extremas temperaturas negativas da Europa Oriental, embora a Alemanha nazista possuísse uma impressionante máquina de guerra, produzindo massiva e incessantemente todo tipo de material bélico.
No Exército alemão os oficiais não comissionados (NCO) usavam o uniforme padrão dos soldados (uma prática que diferia da maioria dos outros exércitos europeus, cujos NCO vestiam uniformes de oficiais), mas com uma pequena tira prata no colarinho da túnica e nas cintas dos ombros, com o emblema designando sua patente na parte superior da manga esquerda. Neste caso, o cabo se utiliza de tufos de palha presos ao capacete por uma tira de borracha para melhorar sua camuflagem no campo de batalha. Os homens que lutaram na Frente Oriental, além de serem obrigados a conviver com um clima extremamente rigoroso, que no inverno pode apresentar temperaturas de até -40°C, sofriam com a falta de suprimentos adequados, como roupas de inverno para mais da metade das tropas, correntes para as rodas dos veículos e escassez de rações e combustível. Sua arma principal é uma submetralhadora Bergmann MP-34, enquanto seu armamento secundário consiste de uma pistola automática Luger de 9 mm, encaixada em sua bota esquerda. Em seu cinturão pode-se observar uma baioneta e uma pequena pá para cavar trincheiras.
As forças alemãs alcançaram quase que total surpresa em sua invasão do território soviético em 22 de junho de 1941, na "Operação Barbarossa", a maior operação militar de todos os tempos, a qual foi precedida por um devastador ataque aéreo promovido pela Luftwaffe, que praticamente deixou inoperante a força aérea Vermelha. Para levá-la adiante, a Alemanha contava com 140 Divisões, com cerca de 3.000.000 de homens e mais de 2.700 aeronaves e 3.000 tanques, e com a confiança em seu Exército (Wehrmacht) que até então tinha obtido espetaculares vitórias em todas as campanhas em que havia se engajado. O 4º Grupo Panzer, reunindo diversas forças blindadas, em rápido avanço conquistou uma série de objetivos a nordeste, chegando próximo à Luga por volta de 14 de julho. O Grupo de Exércitos do Centro cercou as tropas soviéticas em Bialystok e Gorodische, fazendo 300.000 prisioneiros e capturando cerca de 2.500 tanques em uma semana de operações. O Grupo de Exércitos do Sul enfrentou uma grande resistência na Ucrânia, onde o 5º Exército Russo contra-atacou em 10 de julho para tentar impedir um ataque direto sobre a estratégica cidade de Kiev. Este desdobramento fez com que Hitler desviasse as forças do Grupo de Exércitos do Centro de seu ataque a capital Moscou para reforçar a ofensiva ucraniana.
O 2º Exército e o 2º Grupo Panzer, sob o comando do general Heinz Guderian, receberam ordens de se dirigir para o sul, destruir o 5º Exército soviético e subjulgar Kiev. Guderian era radicalmente contrário à idéia de se abandonar a ofensiva a Moscou , mas como todo bom soldado obedeceu ao que lhe fora ordenado e desviou suas tropas para o sul em 23 de agosto (mais tarde a História lhe daria razão, já que este fato mudou os rumos da campanha na Rússia, dando aos soviéticos tempo suficiente para recompor suas forças, produzir armamentos em quantidades suficientes e organizar melhor a defesa da capital do país). Uma infrutífera contra-ofensiva russa para deter o avanço alemão ao norte de Gomel, provocou pesadas perdas para o Exército Vermelho no front sudoeste nas diversas batalhas em que se viu envolvido. Muitas Divisões foram confinadas em bolsões e destruídas pouco a pouco, enquanto que somente em Kiev mais de meio milhão de soldados russos foram capturados. Em meados de novembro os alemães haviam capturado Rostov e o estreito de Perekop, o qual era a porta de entrada para a região da Criméia. Na região central da Rússia, as vitórias alemães em Smolensk e Bryansk abriram caminho para a captura de Orel, Tula e Vyazma. Os Estados Bálticos já haviam sido ocupados pelas forças invasoras e a aliança com os finlandeses ajudou a abrir caminho para a cobiçada cidade de Leningrado. Esta cidade sofreria um dos maiores horrores de toda a Segunda Guerra, tendo sido cercada pelos alemães por 900 dias, com praticamente todas as linhas de suprimentos para a população cortadas, mas que também demonstraria ao mundo a capacidade de resistência do povo russo, num dos momentos épicos daquele conflito.

Soldado da Legião Árabe



Atuação: Jordânia - 1953

Chamada oficialmente Al Jaysh al Arabi (Exército árabe) e mais conhecida como Legião Árabe essa força, criada em 1920 pelo capitão inglês F.G.Peake com o objetivo de manter a segurança interna no território leste da Palestina, era composta no início por cinco oficiais, 75 carabineiros montados e 25 atiradores de metralhadoras. Um ano mais tarde, Peake recebeu ordens de ampliá-la para cerca de 750 homens, organizados em companhias de infantaria, cavalaria e artilharia. Sob o comando dos britânicos, a Legião Árabe continuou a se expandir e em 1931 o major J.B.Glubb formou uma nova unidade, a Patrulha do Deserto, montada em camelos e destinada a acabar com os saques promovidos pelas tribos nômades.
Durante a Segunda Guerra Mundial, ante a ameaça crescente da influência alemã na Síria e no Iraque foi constituído o Regimento Mecanizado, tendo a Legião participado de campanhas nestes dois países. Por permanecer sob a tutela britânica, sua aparência era de uma tropa típica do exército de Sua Majestade, apesar de ser uma corporação de soldados do Oriente Médio: uniformes, equipamentos, armas, tipo de tática e treinamento empregados, tudo tinha origem inglesa.
O verdadeiro teste à capacidade da Legião ocorreu em 1948, com a retirada dos britânicos da região e a criação do Estado de Israel. No dia 15 de maio a Legião Árabe atravessou o rio Jordão, protegendo as cidades de Nablus e Ramallah contra incursões israelenses. Quatro dias depois efetuou um ataque para defender a Cidade Velha de Jerusalém e após nove dias de intensos combates conseguiu ocupar a cidade, apesar da falta de reservas, munições e suprimentos. Em 1949, quando foi restaurada a paz, a Legião já ocupava toda a mergem esquerda do Jordão, que se integrou ao reino da Jordânia.
A guerra Árabe-Israelense de 1948 levou a uma rápida expansão da Legião que chegou a um efetivo de 10.000 homens, em 1956 já eram 25.000, em dez batalhões de infantaria, apoiados por carros de combate, veículos blindados e obuseiros. O fortalecimento do nacionalismo árabe aumentou a oposição aos elementos britânicos integrados à Legião, reforçado pela participação da Grã-Bretanha na crise do canal de Suez em 1956, pressionando o rei Hussein a substituir todos os oficiais ingleses por jordanianos e a partir dessa época a Legião teve seu nome mudado para Exército Árabe da Jordânia.
Com a exceção óbvia do fez e do turbante, todo o uniforme deste soldado jordaniano é de origem britânica. Trata-se de um traje de combate com cinturão-bandoleira, modelo 1937. O posto de sargento evidencia-se pelas três divisas no braço direito; o 9º Regimento, do qual faz parte, é indicado pelas cores vermelho-verde-vermelho na faixa do ombro e pelo cordão de disparo, também nas cores regimentais. No turbante prende-se o distintivo de prata da Legião Árabe. A arma padrão dos legionários era o fuzil n° 4 britânico, calibre .303 (7.62 mm), mas os oficiais não comissionados portavam submetralhadoras Sten MkV, de 9 mm.

Soldado do Exército turco


Atuação: Chipre, 1974

No dia 20 de julho de 1974, o Exército turco, apoiado por unidades navais, invadiu o norte da ilha de Chipre. Com a intervenção armada, Ancara respondia ao golpe pró-Grécia ocorrido em Nicósia, a capital, cinco dias antes, que não só ameaçava a população de origem turca como possibilitaria transformar a ilha em uma base militar grega a apenas 64 km da costa da Turquia. Assim que os paraquedistas saltaram sobre o vilarejo de Gönyeli e comandos navais estabeleceram cabeças-de-praia a oeste de Cirena, as chances de sucesso rápido pareceram claras. Mas esta campanha não foi fácil para os invasores. Houve forte resistência dos cipriotas, impedindo a expansão a partir da praia e mantendo a estrada para a capital bloqueada.
Porém, sem apoio da Grécia e com poucas armas, não suportaram o peso das forças invasoras, que mesmo contando com cerca de 40.000 soldados e duzentos tanques, conseguiu apenas o controle de 40% do território. O cessar-fogo veio em 22 de julho, graças a pressões internacionais. Para manter a ocupação, os turcos deixaram 17.000 homens e 100 blindados em Chipre, abalando suas relações com a OTAN e particularmente com os Estados Unidos. Essa é a clássica situação em que a opção militar falha em obter os efeitos políticos desejados.
O Exército da Turquia tem poderio considerável: cerca de 470.000 homens organizados em quatro exércitos, com forte apoio de unidades especializadas e formidavél força de blindados, artilharia e mísseis superfície-superfície (SSM). Esses números impressionantes escondem algumas fraquezas, evidenciadas na campanha de 1974. Dependendo basicamente de recrutamento, o Exército é orientado para a infantaria, e seus soldados, treinados em vinte meses, não estão preparados para a guerra moderna e seus oficiais têm a tradição de se envolver em golpes políticos, como os ocorridos em 1960 e 1980. Membro da OTAN, suas forças são reponsáveis pela defesa da área leste do Mediterrâneo.
Além de proteger o estratégico estreito de Bósforo, a Turquia contribui com contigentes e cedeu seu território para bases militares da aliança ocidental. Inimigo histórico da Grécia (também membro da OTAN), ambos os países investem maciçamente em equipamentos militares, buscando um equilíbrio de forças que possa desestimular uma agressão mútua. Em 1980, a Turquia assinou com os EUA um acordo de utilização de suas bases militares em troca de ajuda militar e econômica, que atualmente estão sendo usadas pelos americanos em sua segunda investida contra Saddam Hussein, na Operação Libertação do Iraque, iniciada em 19 de março de 2003.
Trajando uniforme leve, próprio para o verão do Mediterrâneo, o soldado carrega um capacete americano M1 com cobertura camuflada, dos marines. A maioria dos equipamentos do Exército turco é de origem americana, como o cinturão M1943; as bolsas de munição, porém, são fabricadas no país. Apesar de seu bom desempenho como integrante de forças internacionais da ONU, a invasão de Chipre deixou a desejar, em parte explicável pelo armamento obsoleto que utilizou, como essa submetralhadora .45 M3A1, equipada com um abafador noturno de chamas na extrmidade do cano.

Soldado do Exército sul-vietnamita


Atuação: Vietnã - 1970

Formado depois do Acordo de Genebra de 1954, o Exército sul-vietnamita sem tradição ou experiência militar, passou a enfrentar os vietcongues, guerrilheiros comunistas do Norte. Com a intensificação dos combates entre o Norte e o Sul, durante os primeiros anos da década de 60, aumentou também a preocupação dos Estados Unidos com a sobrevivência de seu aliado, enviando para o Vietnã do Sul cada vez mais equipamentos e assessores militares.

Este auxílio permitiu uma rápida expansão do Exército do Vietnã do Sul, de 220.000 em 1964 para 416.000 homens em 1968, organizado em dez divisões de infantaria, além de diversas unidades de apoio ao combate. Após a ofensiva do Tet de 1968, o Exército local assumiu um papel de maior destaque na linha de frente, e à medida que as tropas americanas começaram a se retirar, foi promovido um programa de modernização.

Por volta de 1970 a maioria das unidades estava equipada com fuzis M-16, lança-granadas M-79 e metralhadoras M-60. Mas apesar de todo esse apoio o Exército sul-vietnamita foi incapaz de preencher o vazio deixado pelos americanos, sucumbindo às forças comunistas em 1975. Embora seu padrão médio fosse baixo, algumas unidades eram da mais alta qualidade, capazes de enfrentar eficientes formações norte-vietnamitas sem apoio estrangeiro. Os batalhões Ranger, a Divisão Aérea e os Fuzileiros Navais eram muito respeitados, e a 1a.Divisão de Infantaria se comparava às unidades aeromóveis dos EUA.

O comandante de patrulha sul-vietnamita está inteiramente equipado com material de procedência americana. A roupa de camuflagem de duas peças é do tipo "listas de tigre", usada pelas Forças Especiais dos EUA. O colete é de malha de náilon e tem bolsos múltiplos. O sistema de graduação é tipicamente sul-vietnamita e é representado por duas flores douradas de ameixeira aplicadas no chapéu, revelando o grau de primeiro-tenente. Bem armado, este oficial porta um rifle de assalto M16A1 de 5.56 mm, com duas granadas de fragmentação e uma pistola no cinturão de malha.

Soldado de Infantaria - Coréia do Sul



Atuação: Fronteiras - anos 90

O Exército da Coréia do Sul vem se tornando uma das mais modernas forças de combate do mundo, investindo pesadamente em equipamentos avançados e treinamento de suas tropas, devido à tensão permanente na fronteira com seu vizinho comunista do Norte. A maior parte de seus gastos militares se destina à aquisição de armas fabricadas nos Estados Unidos, que desde 1953 mantem forte presença militar no país asiático, com cerca de 30.000 efetivos estacionados lá atualmente. O soldado ao lado demonstra bem esta estreita ligação. O uniforme, embora confeccionado localmente, tem seu padrão de camuflagem diretamente inspirado no modelo M81 Woodland americano. As mudanças climáticas na Coréia são muito severas, por isso no verão os soldados geralmente vestem um uniforme confeccionado em denim e no inverno se utilizam de um feito em algodão, enquanto as tropas expostas à regiões nevadas fazem uso de um uniforme acolchoado e de óculos escuros para protegê-los da cegueira da neve. Seu capacete de kevlar é o US PASGT (Personal Armour System, Ground Troops), popularmente conhecido como "Fritz" por sua semelhança com os capacetes utilizados pelas tropas alemães ao longo da Segunda Guerra Mundial. O cinturão tático é do modelo US A.L.I.C.E. (All-Purpose Lightweight Individual Carrying Equipment), idealizado para diminuir a carga do infante, composto basicamente de um cantil, uma ferramenta para cavar trincheiras, kit de primeiros-socorros e cartuchos extras de munição para o armamento pessoal. Seu fuzil é o tradicional M16A2, calibre 5.56 mm.
A divisão do país entre a Coréia do Sul e a Coréia do Norte foi o resultado da vitória dos Aliados na Segunda Guerra Mundial em 1945, encerrando um período de 35 anos que a Coréia esteve sob o domínio do Império do Japão. Os Estados Unidos e a União Soviética ocuparam o país, com o limite entre suas zonas de controle ao longo do paralelo 38. Com o início da Guerra Fria, as negociações entre estes não conduziram a uma Coréia independente e unificada. Em 1948, as eleições supervisionadas pela ONU foram realizadas apenas no sul ocupado pelos EUA. Isso levou ao estabelecimento da República da Coréia na Coréia do Sul, que foi prontamente seguido pelo estabelecimento da República Popular Democrática da Coréia na Coréia do Norte. Os Estados Unidos apoiaram o Sul, a União Soviética apoiou o Norte e cada governo reivindicou soberania sobre toda a península coreana. A subsequente Guerra da Coréia, que durou de 1950 a 1953, acabou com um impasse e deixou as duas dinastias coreanas separadas pela zona desmilitarizada (DMZ - Demilitarized Zone) até hoje. É a fronteira mais militarizada do mundo. Em 1970 foram descobertos três túneis que se usavam para espionagem e vinte anos depois encontrou-se um outro, todos construídos por militares da Coréia do Norte. Toda a zona está permanentemente iluminada, exceto na área da ferrovia de Kaesong e Kosong (ambas na parte norte-coreana), Munson e Sokcho (no lado sul-coreano). No meio da Zona Desmilitarizada fica a localidade de Panmunjon, onde se estabeleceu o armistício da Guerra da Coréia. Em 1972 a fronteira foi reforçada com arame farpado, postos de vigilância e grandes holofotes que permitem iluminar toda a região.
Os soldados do Exército sul-coreano, apoiados pelas tropas americanas estacionadas no país, devem estar em permanente estado de alerta, principalmente junto à DMZ no paralelo 38, fronteira que divide os dois países. A Coréia do Norte sempre treinou tropas especializadas em fazer infiltrações furtivas no vizinho ao sul, através dos túneis secretos ou por via marítima, com o intuito de colher informações de Inteligência, praticar atos de sabotagem ou para simplesmente tentar constranger o inimigo com estas invasões em seu território. Com a ascensão ao poder em 1994 de Kim Jong-il, que sucedeu a seu pai Kim il-sung que governou o país com "mão de ferro" por 46 anos, a situação geopolítica chegou a uma situação crítica nos últimos anos, com o desenvolvimento de mísseis intercontinentais de longo alcance (ICBM), que efetivos ou não, ameaçam o equilíbrio de forças na região. A Coréia do Norte dirige seu ódio principalmente ao seu vizinho do sul, ao Japão e aos Estados Unidos, promovendo testes subterrâneos secretos de ogivas nucleares e testes de mísseis com alcances variados sobrevoando o Mar do Japão e mesmo os países limítrofes. Uma escalada de ações militares nesta região do planeta pode levar a um conflito envolvendo outras duas potências militares, pois a China veladamente apoia o regime de Kim Jong-il e os Estados Unidos que têm um compromisso de defesa com seu aliado a Coréia do Sul.

Soldado do Exército sul-africano


Atuação: Namíbia, anos 80

Após ter prestado sua contribuição para a causa aliada na Segunda Guerra Mundial, o Exército sul-africano permaneceu praticamente isolado de seus antigos parceiros ocidentais. A ameaça em potencial dos países negros vizinhos e de sua própria população, causada por uma política racista, levou à manutenção de um Exército forte.
Na década de 80 seu núcleo era constituído por uma força de cerca de 16.000 soldados profissionais, responsáveis por treinar até 50.000 recrutas brancos por um período de 24 meses, que em seguida são transferidos para a Reserva Ativa por doze anos. O Exército era organizado em uma brigada blindada com dois batalhões de carros de combate, dois batalhões de infantaria motomecanizada e uma brigada mecanizada, além de quatro brigadas motorizadas (cada uma formada por três batalhões de infantaria e um batalhão de carros blindados).
Contava com uma brigada de paraquedistas, um regimento especial de reconhecimento e um contingente de artilharia de campanha e antiaérea. Estas eram equipadas com 65 obuseiros e 40 canhões rebocados G-5 de 155 mm, além de vários obuseiros G-6 SP mais modernos. O elemento anticarro era fornecido por canhões de 90 mm e as armas de suporte de infantaria incluíam morteiros de 81 e 120 mm. O regimento antiaéreo empregava três baterias de mísseis Crotale e três de mísseis Tigre. A divisão blindada empregava 250 carros de combate Olifant, apoiados por 1.200 VCIM Rafel, 500 VBTT leves e 1.400 carros blindados Eland.
A indústria bélica sul-africana tem se desenvolvido bastante desde o embargo de armas decretado pela ONU em 1967, produzindo a maior parte dos equipamentos utilizados pelas Forças Armadas do país, como o fuzil G-4 de 5.56 mm, adaptado do Galil israelense, mísseis ar-ar, os canhões G-5/G-6 e o MBT Olifant (baseado no Centurion inglês modernizado). A África do Sul acredita firmemente na defesa avançada e em 1978-79 enviou grande número de soldados à Namíbia para suprimir o movimento guerrilheiro local e lançar ataques a Angola. Mesmo com o fim do apartheid (política racista), a instabilidade política de seus vizinhos e a defesa de suas riquezas minerais, é inevitável que os sul-africanos mantenham suas Forças em constante prontidão.

O soldado de infantaria usa uniforme e equipamento próprios dos combatentes em serviço na Namíbia. O uniforme de campanha é de tecido marrom leve, com chapéu tropical; o kit de cinturão e suspensório, de modelo sul-africano, com cantil, dois pares de bolsas para munição e bainha para a baioneta, tem cinto de malha separado para as calças. O fuzil é o popular FN FAL de 7.62 mm

Soldado sírio



Atuação: Guerra do Yom Kippur - 1973

Antes de outubro de 1973, era pobre a reputação do Exército sírio como força de combate. Suas fileiras estavam profundamente divididas por fatores étnicos e religiosos e apresentava um incrível recorde de fracassos militares, tendo sido arrasado pelas forças israelenses em 1948 e 1967. Mas há uma série de fatos, a partir de 1970, que fazem parte do jogo e não podem ser ignorados. Nesse ano, o general Hafez al-Assad, líder da Força Aérea síria, tomou o poder através de um golpe de Estado e passou os três anos seguintes gradualmente fortalecendo seu Exército.
Afastou oficiais promovidos por motivos políticos e os substituiu por homens com algum mérito militar, cujo profissionalismo os levara a ter melhores relações com os soldados, levantando o moral da tropa. Assad reequipou suas divisões com tanques pesados, transportes blindados, mísseis e artilharia de origem soviética, recebendo consultores russos para o treinamento de seus homens. Em 1973, aproveitando-se da complacência de Israel, que não via o Exército sírio como uma ameaça às suas posições nas colinas de Golan, a Síria preparou um ataque surpresa com o objetivo de recapturar aquela região, atravessar o rio Jordão e invadir o norte da Galiléia.
O ataque começou às 14h do dia 6 de outubro de 1973 (Guerra do Yom Kippur), com um avanço bifurcado que pegou os israelenses completamente desprevenidos. No setor norte de Golan, a 7ª Divisão de Infantaria, apoiada pela 3ª Divisão Blindada, dirigiu cerca de quinhentos tanques pesados (T-55 e T-62) contra posições inimigas, que contava com apenas cem tanques da 7ª Brigada Blindada. Mais ao sul, no principal eixo do combate, a 5ª e a 9ª Div.Infantaria, apoiadas pela 1ª e parte da 3ª Div.Blindada, empregaram seiscentos tanques contra os 57 blindados da Brigada 188 de Israel, que defendia a passagem de Rafid. O assalto foi conduzido no clássico estilo soviético, com o objetivo de obter sucesso por meio da superioridade numérica e da concentração do poder de fogo.
Porém a estreita frente de combate e o terreno montanhoso revelaram-se pouco indicados para maciças operações com blindados, forçando-os a se deslocar em trilhas fixas, onde podiam ser bloqueadas e atacadas pelos tanques israelenses, com tripulações melhor treinadas e com armamento superior. Apesar de ter abandonado mais de oitocentos carros de combate nas colinas de Golan, a maioria por falta de combustível ou peças sobressalentes, o Exército sírio, através de sua infantaria cobrou um alto preço aos israelenses pela retomada das elevações, em combates desgastantes e sangrentos, mostrando que era uma força com potencial crescente, que não mais deveria ser desconsiderada por seus opositores.
O uniforme deste soldado sugere que ele pertence a uma unidade de elite (as tropas regulares sírias usam uniforme verde-oliva ou cáqui-escuro), possivelmente de comandos ou paraquedistas. A farda parece basear-se no padrão francês, apesar de confeccionada na ex-Alemanha Oriental e como muitos itens do equipamento sírio foi também fornecida ao Exército de Libertação da Palestina. O capacete é de desenho soviético, assim como o fuzil AKMS, de 7.62 mm.

Soldado do Exército russo


Atuação: Afeganistão - 1980

Encravado na Ásia Central, sem acesso ao mar, o Afeganistão é um país montanhoso e árido, pouco desenvolvido. Mas estava na área de influência estratégica da Rússia dentro do mundo islâmico e principalmente como base avançada para se chegar rapidamente ao Golfo Pérsico. Em 1978, um golpe de estado, chefiado por Nur Mohamed Taraki, apoiado por Moscou, instalou o regime comunista no país.

Em 1979, o primeiro-ministro Hafizullah Amin depôs o próprio Taraki e desencadeou uma violenta repressão contra os rebeldes islâmicos. Alegando um pedido de ajuda do governo local, forças russas invadiram o território afegão, colocando na presidência Babrak Karmal. Era o início de um conflito de consideráveis proporções. Estima-se que o total de efetivos das tropas russas envolvidas fossem de 120.000 homens, cujas unidades eram substituídas de seis em seis meses. Porém no início apenas uma pequena parte desse efetivo atuava diretamente contra os revoltosos, pertencentes à 201a. Divisão Motorizada de Rifles.


Para poupar a infantaria, os russos fustigavam constantemente as posições do inimigo com ataques aéreos, utilizando caças-bombardeiros e helicópteros Hind. Instalados em grandes acampamentos, com material pesado, o Exército russo não tinha a mobilidade necessária para enfrentar os guerrilheiros afegãos, que escondidos nas montanhas, as quais conheciam minuciosamente, castigavam as tropas russas que se aventuravam pelos estreitos caminhos da região e derrubavam os Hind com suas armas leves. A Rússia jamais os subjugou e anos mais tarde sairia da guerra desmoralizada.


O soldado de infantaria está equipado para o inverno, com sobretudo marrom-cinza e botas de couro, de cano alto, com gorro de pele artificial cinza. Primeiro-sargento de uma unidade motorizada de carabineros, tem sua arma de serviço identificada pelos distintivos vermelhos na gola do casaco, enquanto a patente é indicada pelas faixas nas alças do ombro. O armamento consiste num rifle de assalto AKM, calibre 7.62 mm e uma pistola, além de uma baioneta que também pode ser usada para cortar arame farpado. Fabricada em grandes quantidades a AKM não oferece muita precisão a distâncias médias, mas combina simplicidade de operação com alto poder de fogo. No final dos anos 70 começou a ser substituída pela AKS, arma semelhante, mas de calibre 5.45 mm.

Soldado de infantaria da Rodésia


Atuação: Rodésia (atual Zimbabwe) - 1976

A Infantaria Africana da Rodésia (RAR) foi uma das mais importantes forças engajadas pelo Exército na busca e destruição de unidades da União Popular Africana do Zimbabwe (ZAPU) e União Nacional Africana do Zimbabwe (ZANU) movimentos que lutavam por um Estado independente da Grã-Bretanha.
A resistência física foi uma característica dos soldados da RAR, conhecidos por sua habilidade em cobrir rapidamente grandes distâncias a pé, bem como por sua experiência na luta antiguerrilha, adquirida durante a campanha da Malásia, no fim dos anos 50, a serviço dos ingleses. Criada em 1940, inicialmente para cuidar da segurança interna, recebeu treinamento e armas modernas, sendo enviada para a Birmânia, no fim da Segunda Guerra Mundial, onde participou de combates na região montanhosa de Arakan, demonstrando eficiência e coragem.
No pós-guerra, um breve período de inatividade foi interrompido com o envio do regimento para a zona do canal de Suez, mais uma vez ganhando o respeito do inimigo. Em 1956 a RAR dirigiu-se para a Malásia, numa época em que as forças britânicas ativas naquela área conseguiram resultados positivos para deter a ação de guerrilheiros comunistas. Com a declaração unilateral de independência da Rodésia branca dirigida por Ian Smith, em 1965, os grupos guerrilheiros da ZAPU e da ZANU aumentaram a pressão sobre as forças de segurança interna. A RAR foi deslocada para a fronteira norte do país, ao longo do rio Zambeze, região na qual executou incansável luta antiguerrilha até o fim do conflito, com cerca de 2.000 homens (três batalhões) na ativa quase todo o tempo. Após a criação da República do Zimbabwe, em 1980, o regimento continuou em serviço, mas desta vez sob o comando de um de seus antigos inimigos, Robert Mugabe, o homem que liderara as forças da ZANU, agora eleito presidente da nova nação.
As características especiais dos combates nas matas do país africano refletem-se no tecido de algodão utilizado no uniforme e no boné deste soldado de infantaria. O boné tem abas móveis laterais e o distintivo da Infantaria Africana sobre fundo verde e preto. Dois cantis estão presos ao cinturão, que segue desenho britânico de 1958. Os coturnos foram provavelmente fabricados na África do Sul, de acordo com o modelo americano da Segunda Guerra Mundial, com perneira de duas fivelas. Até a metralhadora leve FN, de fabricação belga, calibre 7.62 mm e equipada com bipé, foi camuflada para uso na África.

Soldado de infantaria paquistanês


Atuação: Guerra Indo-Paquistanesa - 1965

Como força militar, o Exército paquistanês tornou-se sinônimo de confiabilidade e eficiência, a ponto de alguns países vizinhos o requisitarem para ações de segurança interna. Por ocasião da independência e da divisão da Índia, em 1947, o novo Estado ficou com as unidades muçulmanas do velho Exército indiano, que havia sido organizado pelos colonizadores ingleses.

Famosos regimentos de cavalaria subsistem no Paquistão, assim como a tradição de profissionalismo militar. Porém equipar seus soldados com modernos equipamentos sempre se constituiu em um problema. Até a guerra de 1965, a Inglaterra e principalmente os EUA fornerciam armas em abundância, mas esses dois países decidiram embargar a ajuda militar quando tiveram início as hostilidades com a Índia. A partir de então, os esforços de diversificação dificultaram a vida dos soldados paquistaneses, pois a aquisição de equipamentos chineses, franceses, russos e suecos resultou na complicação do treinamento bélico e de manuntenção.


A grande eficiência militar do material humano tem origem na natureza da sociedade paquistanesa: todos os soldados são voluntários e jamais houve necessidade de serviço militar compulsório, embora tivesse um efetivo de 450.000 homens e cerca de 500.000 reservistas. Parte desta motivação podia ser atribuída a uma forte tradição militar, pois a grande maioria dos recrutas vinha do oeste do país, da região do Punjab e das áreas da fronteira noroeste, onde a população era constituída por siques, gurcas e outras "raças guerreiras".


Jovens desses povos começam a nutrir interesse pela vida na caserna muito antes de poder unir-se efetivamente às tropas. O outro lado da moeda tem sido uma certa arrogância, em especial entre os oficiais superiores, o que provavelmente comprometeu a conduta dos paquistaneses nas campanhas de 1965 e 1971, mas ainda assim o Exército tem sido a instituição de maior prestígio popular do Paquistão.


A influência inglesa no uniforme e no equipamento deste soldado é evidente: uma bandoleira britânica, modelo 1937, é usada sobre uniforme de brim cáqui, enquanto uma rede de camuflagem simples cobre o capacete inglês da Segunda Guerra Mundial. A divisa preta sobre fundo vermelho indica a patente do soldado, no caso membro da Força de Fronteira. Reforçando o aspecto arcaico do Exército paquistanês de 1965, o soldado carrega um velho fuzil de ferrolho móvel, também da Segunda Guerra.

Soldado da Nova Zelândia



Atuação: Guerra do Vietnã - 1966

Na Segunda Guerra Mundial, as Forças Armadas da Nova Zelândia empenharam-se ativamente ao lado da Grã-Bretanha, enviando efetivos para combater no norte da África, na Itália e no Extremo Oriente. Terminado o conflito, o Exército neozelandês foi reduzido aos quadros dos tempos de paz e, quando ficou decidida sua participação ao lado da Austrália, em apoio às forças da ONU na Coréia, somente um regimento de artilharia de campanha pode ser enviado à frente de combate. Conhecida como Kayforce, essa unidade de 1.100 homens chegou a Seul em 1951 e teve papel destacado na luta para estabelecer a autoridade naquela região.
Ainda na década de 50 as tropas neozelandesas estiveram envolvidas também na longa campanha para suprimir a atividade dos grupos guerrilheiros comunistas na Malásia. Essa experiência de luta na selva acabou sendo útil em 62, quando um destacamento de tropas especiais operou ao lado de comandos americanos na Tailândia, e três anos depois quando combateram as forças da Indonésia em Bornéu, executando reconhecimentos armados e efetuando ataques de surpresa. Nessa época as relações da Nova Zelândia com os EUA se estreitaram e ninguém estranhou quando aquele país decidiu enviar tropas ao Vietnã, para combater ao lado de australianos e americanos.
A primeira unidade a chegar foi uma bateria de artilharia, em 65, seguida nos anos posteriores por forças especiais e pela infantaria. Quase 4.000 neozelandeses serviram no Vietnã, onde conquistaram fama por sua habilidade em combater guerrilheiros vietcongues e forças norte-vietnamitas em plena selva. Seu equipamento era basicamente inglês e americano: transportes blindados M-113, fuzis FAL e M16, submetralhadoras Sterling, metralhadoras M60 e lança-granadas tipo M79. A retirada gradual das tropas americanas ditou também a saída dos neozelandeses, que em 1972 já tinham regressado ao seu país.
Nos dias atuais o Exército regular tem um pequeno efetivo, com apenas dois batalhões de infantaria, uma bateria de artilharia e um pequeno destacamento blindado, complementado pelas tropas de reserva, que somam duas brigadas adicionais, três baterias de campanha, um esquadrão blindado, um grupo de tropas especiais e unidades de engenharia e comunicações.
Integrante das forças conjuntas da Austrália e da Nova Zelândia, este soldado da etnia maori usa uniforme tropical verde-oliva. As cartucheiras são do modelo inglês, padrão 1944; nos ombros, fitas de balas para a metralhadora M60 protegidas por cobertura à prova de água feita com pedaços de sacos de dormir, sendo uma característica dessas tropas no Vietnã. A arma é uma versão fabricada localmente do fuzil de assalto inglês L1A1, de calibre 7.62 mm.

Soldado do Exército israelense


Atuação: Guerra dos Seis Dias - 1967
Guerra do Yom Kippur - 1973

O 19° aniversário da fundação de Israel, em 15 de maio de 1967, não foi uma ocasião das mais festivas. Enquanto os habitantes de Jerusalém enfeitavam as ruas, o presidente egípcio Gamal Abdel Nasser levava seu Exército para o Sinai, onde já estavam estacionados 30.000 soldados. No dia seguinte, Nasser exigiu a retirada das tropas da ONU da faixa de Gaza, bloqueou o porto israelense de Eilat e colocou suas forças em posição de combate.
Em 5 de junho Israel, seguindo sua doutrina de que o ataque é a melhor defesa, avançou sobre o Egito, Jordânia e Síria, ocupando rapidamente a península do Sinai, a Cisjordânia e as colinas de Golan. Os israelenses estavam em inferioridade numérica: seu Exército tinha cerca de 60.000 soldados regulares, contra mais de 190.000 egípcios, embora pudesse mobilizar mais de 200.000 reservistas. Mas ganhou a guerra graças ao comando competente, à atuação decisiva de sua Força Aérea e ao espírito de luta de sua infantaria, que tinha ordens de avançar pelo território inimigo, defendido por compactas formações de blindados, até onde fosse possível.
No deserto do Sinai, especialmente, os tanques egípcios ofereceram pequena resistência ao avanço das tropas israelenses. Além de ser muito bem treinado, o soldado de infantaria israelense tem forte motivação patriótica. A moderna estrutura administrativa de seu Exército, a pequena extensão territorial do país e a rapidez do sistema interno de comunicações possibilitaram fazer frente a ataques procedentes de várias direções, com uma coordenação efetiva.
Dotada de extrema mobilidade, a infantaria de Israel podia partir para a luta em menos de 72 horas e participou das operações iniciais da Guerra dos Seis Dias com quatro brigadas de cerca de 4.000 homens cada, uma brigada de paraquedistas e uma divisão blindada. Quando do cessar-fogo em 8 de junho, apenas 700 soldados israelenses haviam morrido em combate, enquanto as baixas do lado árabe se contavam aos milhares. A questão dos territórios ocupados em 1967 passou a representar um novo foco de tensão no Oriente Médio e levaria em 1973 à Guerra do Yom Kippur, na qual a infantaria chegou às portas de Damasco, capital da Síria, correpondendo mais uma vez à confiança em que nela deposita o alto comando das Forças de Defesa de Israel.
Desde a concessão de independência a Israel, em 1948, o Exército do país tem sido equipado com uma grande variedade de armas e acessórios. Este combatente da Guerra dos Seis Dias não constitui exceção. O uniforme inclui uma camisa cáqui de lã e calças iguais às dos paraquedistas franceses. O capacede M1, de fabricação americana, é coberto com pano e com uma rede de malha. O cinto de lona, fabricado no país, segue o modelo americano e britânico. O armamento consiste na versão israelense do fuzil FN FAL de 7.62 mm, arma padrão da infantaria, usada durante a década de 60. Só em 1973, por ocasião da Guerra do Yom Kippur, começaria a ser substituída pelo rifle de assalto Galil de 5.56 mm.

Soldado iraniano



Atuação: Guerra Irã-Iraque - 1980

Na Segunda Guerra Mundial a simpatia do Irã pela Alemanha nazista determinou a ocupação do país por ingleses e soviéticos em 1941. O xá Reza Khan foi forçado a abdicar em favor de seu filho, Reza Pahlevi, que pôs o Exército iraniano a serviço da causa dos Aliados. No começo dos anos 60, iniciou-se um amplo programa de modernização do país e de suas Forças Armadas. Com os recursos do petróleo, o Irã recorreu principalmente aos Estados Unidos para reequipá-las com carros de combate M-48 e M-60, veículos blindados de transporte de tropas (VBTT), artilharia, armamento antitanque e antiaéreo.
Os quadros do Exército foram ampliados, chegando a 150.000 soldados regulares e mais de 400.000 reservistas. Mas o autoritarismo do xá, perseguindo líderes religiosos e reprimindo a oposição, desetabilizou seu governo, fazendo com que o descontentamento popular fosse generalizado e provocando a sua queda do poder em 1979. Os nacionalistas islâmicos, liderados pelo aiatolá Khomeini, e que foram recebidos com festa nas ruas, implantaram um regime que adotava os preceitos ortodoxos da seita xiita, num ambiente de fanatismo religioso. No início, o Irã passou a receber ajuda da União Soviética, mas logo as relações foram cortadas e houve execuções em massa de comunistas e membros da oposição.
O novo governo adotou atitudes agressivas também em relação aos EUA, que haviam dado asilo político ao xá Reza Pahlevi e se negavam a extraditá-lo. Em 1980, tentando aproveitar-se da confusão reinante nas Forças Armadas do inimigo, os iraquianos invadiram o Irã, assumindo o controle do rio Chatt-el-Arab que divide os dois países e é a única saída do Iraque para o mar. Foi o início de uma guerra sangrenta que duraria oito anos, mas que serviu para unificar as forças iranianas contra um inimigo comum.
Apesar de terem seus oficiais substituídos por expurgos ou deserções e de não contarem com equipamentos pesados dos EUA ou da URSS, as tropas iranianas revelaram extraordinário espírito de combate. O conflito com o Iraque era considerado uma "guerra santa" e os soldados nas frentes de batalha recebiam chaves de plástico, para que segundo a doutrina xiita, abrissem as portas do Paraíso para aqueles que morressem no "combate aos infiéis". A vanguarda do Exército iraniano era constituída pelo Pasdaran - Corpo de Guarda Revolucionária - com cerca de 150.000 xiitas ortodoxos. Dividido em batalhões, o Pasdaran atuava como ponta-de-lança, em conjunto com as brigadas.
Diferindo de seus adversários iraquianos, que normalmente tinham uniformes em brim cáqui, as Forças Armadas do Irã costumavam usar a cor verde-oliva, embora muitos combates ocorressem em regiões semidesérticas, onde esse tom sobressai bastante. O capacete deste soldado do Corpo de Guarda Revolucionário é o US M1 e a bandoleira parece basear-se em modelos britânicos. As armas incluem o fuzil de assalto alemão H&K G3, de 7.62 mm.

Soldado do Exército iraquiano


Atuação: Guerra Irã-Iraque - 1980

Em setembro de 1980, o Iraque começou uma guerra com o Irã, tendo como estopim conflitos de fronteira, onde os iraquianos reivindicavam a posse de territórios e a navegação pelo rio Chatt-el-Arab única saída de seu país para o mar. O dinheiro proveniente da grande produção de petróleo possibilitou ao Iraque a aquisição de todo equipamento necessário para armar seus soldados.

Seu Exército possuía um contingente de 180.000 homens e 250.000 reservistas, organizado em quatro divisões de blindados, com 2.000 blindados pesados de fabricação soviética, duas mecanizadas, quatro de infantaria, além das brigadas de forças especiais e da Guarda Republicana. Apesar de alguns êxitos iniciais, os iraquianos se viram diante de um inimigo com determinação fanática e uma bravura quase suicida e tiveram que sustentar longas e custosas batalhas, com pesadas baixas para ambos os lados.


Em meados de 1983 o Iraque já se encontrava em posição defensiva, preocupado apenas com os contra-ataques do Exército iraniano. Esta situação perdurou até 1988 quando a guerra terminou, sem a conquista dos objetivos desejados por Saddam Hussein. Apesar do apoio soviético, o mau desempenho das tropas iraquianas demonstrou as muitas fraquezas de seu Exército como instituição de combate, que novamente se evidenciaria naGuerra do Golfo, em 1990, quando as forças aliadas, sob o comando dos EUA, precisaram de somente 100 horas de combate para libertar o Kuwait.


O militar, cabo do Exército iraquiano, usa uniforme leve de brim cáqui, adequado ao clima da região onde se travou a guerra Irã-Iraque. Suas botas de lona e borracha são também leves e apropriadas para o deserto. As duas listras na manga indicam o posto e a águia dourada do emblema na frente da boina é o símbolo nacional do Iraque. A maioria das armas e do equipamento era fornecida pela ex-União Soviética, fabricante do fuzil de assalto AKMS de 7.62 mm e dos bolsos carregadores presos ao cinto.

Soldado do Exército indiano



Atuação: Guerra Indo-Paquistanesa - 1965

Após libertar-se da Grã-Bretanha em 1947, o novo Estado indiano herdou numerosos regimentos (dos siques, dos gurcas e dos rajputs, entre outros) que ostentavam longa tradição militar a serviço do império britânico. Os líderes da Índia não pretendiam se desfazer das melhores características dessas tropas, mas o Exército longe de ser um símbolo de unidade, era recrutado a partir de segmentos restritos da sociedade, com uma reputação de instituição elitista, nada boa num país marcado por disputas separatistas religiosas e territoriais.

Apesar da perspectiva de guerra com o Paquistão que desaconselhava mudanças bruscas no Exército, o governo decidiu que as Forças Armadas deveriam refletir a nação livre e determinou que as novas unidades, como o Regimento paraquedista, abrisse o alistamento a qualquer indiano, sem restrições. No confronto indo-paquistanês de 1948 as tropas indianas demonstraram confiabilidade, mas cometeram falhas na guerra fronteiriça com a China em 1962 permitindo que o inimigo ocupasse com facilidade as áreas disputadas. Este fato desencadeou novas mudanças no Exército indiano, que teve seu contingente duplicado mantendo-se a sua característica profissional, transformando-se num misto dos povos e das castas da Índia.

A reorganização atingiria sua maturidade em 1965, na guerra com o Paquistão, apoiada numa política em que todas as minorias tinham acesso às listas de promoção e na divulgação de atos de bravura das novas unidades recrutadas. Tendo feito seu batismo de fogo em 1965, o Exército indiano alcançaria em 1971 extraordinário sucesso contra um já dividido e desequilibrado Paquistão. Nessa campanha ficaram demonstrados seu alto moral e sua estrutura de exército moderno. Com velocidade de movimentação de tropas, adaptabilidade e uso freqüente de ataques sustendados por helicópteros, o Exército indiano era uma instituição altamente desenvolvida, de posse de técnicas e armamentos modernos.

Este soldado sique é membro de um regimento regular do Exército indiano. Mesmo assim ele traz a tradicional pulseira de aço sique no braço direito, bem como um turbante verde-oliva com uma faixa por baixo, o que igualmente identifica seu povo. Também verde-oliva é o uniforme, com cinturão padrão do equipamento britânico de 1937e as tornozeleiras cobrem parte dos coturnos. Refletindo ainda a herança militar do colonialismo britânico na Índia, o fuzil é um Lee Enfield n°1 MkIII, com a baioneta afixada.

Soldado do Exército Brasileiro



Atuação: Missões de Paz da ONU - 2014

O Brasil, por sua reconhecida vocação pacifista e conciliadora, desde a criação da Organização das Nações Unidas (ONU) comprometeu-se a colaborar com as operações desenvolvidas por esta instituição na manutenção da paz, participando ativamente da resolução de conflitos no exterior. Logo após o témino da Segunda Guerra, militares brasileiros fizeram-se presentes nos acontecimentos que convulsionaram a Grécia, participando da UNSCOB, de 1947 a 1951. No Oriente Médio, em duas ocasiões, soldados brasileiros estiveram em ação. Na segunda dessas missões, a partir de 1967, o Brasil enviou para a região cerca de 600 homens que formavam o "Batalhão Suez", ficando acantonados próximo ao Canal de Suez. Esta missão da ONU durou dez anos, com os "capacetes azuis" passando por momentos de extrema tensão, mediando conflitos entre árabes e israelenses. Na mesma época o país integrou a Força Interamericana de Paz criada para mediar uma guerra civil que assolava a República Dominicana. Assim, em maio de 1965, aviões da Força Aérea Brasileira pousavam em São Domingos levando a FAIBRAS, que por 16 meses manteria cerca de 1.200 homens em regime de revezamento semestral, em uma experiência que resultou bastante valiosa em virtude da infraestrutura de apoio montada em termos de comunicações, logística e emprego do transporte aéreo em larga escala.
Passados vinte anos sem atuar além de nossas fronteiras, tropas brasileiras cruzaram o Atlântico em direção à Angola, iniciando sua participação nas UNAVEM I, II e III, no período e 1989 a 1997, para acabar com os sangrentos conflitos na região e fiscalizar a saída das tropas cubanas que apoiavam uma das facções. Foram mais de 1.000 homens das Forças Armadas que se revezaram a cada semestre para executar esta missão que durou quase nove anos. Em Angola houveram baixas fatais entre os brasileiros no cumprimento do dever, mas isso não modificou o comportamento de nossos homens, que eram carinhosamente chamados pela população local "amigo bolacha", devido ao hábito de repartirem suas rações com famintos habitantes atingidos pela guerra civil. Do outro lado do continente africano, Moçambique viveria uma situação semelhante. A ONU então providenciou a criação da ONUMOZ em 1992 e o Brasil a princípio enviou apenas observadores militares que inspecionavam os acampamentos de refugiados, porém dois anos mais tarde já havia o Contingente do Brasil em Moçambique (COBRAMOZ), com o valor de uma companhia. Nossos soldados estiveram ativamente envolvidos na desmobilização de grupos combatentes, apreensão e destruição de armamentos, e distribuição de alimentos e água em ações sociais. Na Europa, a escalada da violência na antiga Iugoslávia levou à intervenção da ONU e observadores militares brasileiros tomaram parte em diversas missões tais como a UNPROFOR (1992-95), UNCRO (1995-96), UNPREDEP (1995-99) e UNMOP (1999-2002), participando de patrulhas intensivas, identificação de armamentos e intermediação de infindáveis negociações entre ferozes inimigos.
No continente americano, desde o final dos anos 80, foram inúmeras as participações brasileiras em missões de paz ou de observação, como a ONUCA (1989-1992) na Nicarágua, a ONUSAL (1991-92) em El Salvador, MINUGUA (1994-2000) na Guatemala e MOMEP (1995-99) na fronteira Equador-Peru. Depois de seis anos e o envio de 12 contingentes, encerrou-se a participação brasileira em três missões da ONU no Timor Leste, no sudoeste da Ásia, onde o Brasil executou um papel fundamental quanto à transformação daquela pequena ilha em uma nação independente, auxiliando na organização das instituições, colaborando com profissionais das mais diversas áreas e criando um ambiente seguro para o funcionamento da estrutura implantada. Atualmente nossos capacetes azuis enfrentam seu maior desafio: a participação destacada na MINUSTAH (Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti) onde desde 2004 homens de nossas três Armas, em regime de revezamento semestral, têm a função de proporcionar um ambiente seguro e estável nos campos de segurança pública, direitos humanos e apoio ao processo político, em escopo que abrange outros setores como o policial civil, eleitoral, assuntos humanitários, desmobilização, desarmamento e reintegração, entre outros. Passados dez anos, é sem dúvida o nosso maior e mais amplo envolvimento em uma missão militar no exterior, com enormes desafios nas áreas de logística, comunicações e desdobramento das tropas na capital e principais cidades do Haiti. Pelas características do soldado brasileiro, forte no momento do combate mas amistoso e condescendente com a sofrida população civil em áreas de conflito, coube sempre a um general brasileiro o posto de comandante geral (Force Commander) de todos os contingentes internacionais que compõem a MINUSTAH.
Exército Brasileiro há alguns anos iniciou uma série de estudos visando dotar o combatente brasileiro de equipamentos mais modernos e sofisticados, conjugados com uma melhor capacidade de comunicações e uma maior consciência situacional, proporcionada pelo acesso on-line às informações no teatro de operações. Assim nasceu o projeto Combatente Brasileiro do Futuro (COBRA), que nesta etapa inicial compreende a aquisição de equipamentos em pequenas quantidades para serem testados operacionalmente em unidades integrantes das Forças de Ação Rápida (FAR) e tropas especiais do Exército. Neste contexto destacam-se o recebimento de: novo fuzil de assalto Imbel IA2 calibre 5.56 mm, rádios de comunicação individuais, designador laser, monóculos e binóculos de visão noturna, equipamentos de proteção individual como óculos balísticos, cotoveleiras e joelheiras, colete de proteção balístico nível III-A, novo capacete modelo ACH Cobra 1, cantil flexível, novo suspensório com mais compartimentos e mudanças no desenho e material de confecção dos uniformes, enquanto prosseguem os estudos para a adoção de um novo padrão de camuflagem.

Soldado da 1a. Divisão de Cavalaria Aerotransportada - EUA


Atuação: Guerra do Vietnã - 1966

A 1a. Divisão de Cavalaria Aerotransportada dos Estados Unidos foi constituída em julho de 1965, com o objetivo de integrar helicópteros nas operações de uma divisão completa e representou uma experiência única quanto ao emprego de uma formação aerotransportada autônoma e de grande porte.

Com efetivo de 16.000 homens, organizados como uma divisão de infantaria, porém apoiada por um grupo de aviação de 400 aeronaves, que podiam carregar de uma só vez três dos oito batalhões da Divisão. Consideradas de elite, essas tropas eram as primeiras a ser engajadas em combate e sua habilidade de localizar e desbaratar focos da guerrilha inimiga foi vital.

Sua primeira missão no Vietnã foi atacar uma forte concentração do Exército norte-vietnamita (ENV) no vale de Ia Drang, onde infligiu 2.000 baixas ao inimigo, com a perda de apenas quatro helicópteros. Na ofensiva do Tet, atuou como ponta-de-lança com o objetivo de socorrer a cidade de Khe Sanh. Porém sua maior operação foi a invasão do Camboja, em maio de 1970, onde foi a vanguarda aérea das forças de assalto sul-vietnamitas.

O kit do soldado da Cavalaria Aerotransportada assemelha-se bastante ao das demais tropas americanas durante a Guerra do Vietnã. Um uniforme de campanha simples, de algodão, é usado em conjunto com botas de nailón e couro, próprias para a selva, e capacete de aço M1 com cobertura camuflada (note-se dois frascos de repelente presos à tira do capacete).

O equipamento do cinturão segue o padrão M56, que inclui granadas de fragmentação M26AI e sacolas com pentes para a metralhadora M60. O fuzil é um M16A1, rigorosamente testado no Vietnã, onde provou ser um equipamento eficiente. Uma característica interessante é a argola, afixada sobre a tira do ombro esquerdo, destinada às operações de descida de helicópteros.