domingo, 15 de abril de 2018

Soldado de Infantaria - Coréia do Sul



Atuação: Fronteiras - anos 90

O Exército da Coréia do Sul vem se tornando uma das mais modernas forças de combate do mundo, investindo pesadamente em equipamentos avançados e treinamento de suas tropas, devido à tensão permanente na fronteira com seu vizinho comunista do Norte. A maior parte de seus gastos militares se destina à aquisição de armas fabricadas nos Estados Unidos, que desde 1953 mantem forte presença militar no país asiático, com cerca de 30.000 efetivos estacionados lá atualmente. O soldado ao lado demonstra bem esta estreita ligação. O uniforme, embora confeccionado localmente, tem seu padrão de camuflagem diretamente inspirado no modelo M81 Woodland americano. As mudanças climáticas na Coréia são muito severas, por isso no verão os soldados geralmente vestem um uniforme confeccionado em denim e no inverno se utilizam de um feito em algodão, enquanto as tropas expostas à regiões nevadas fazem uso de um uniforme acolchoado e de óculos escuros para protegê-los da cegueira da neve. Seu capacete de kevlar é o US PASGT (Personal Armour System, Ground Troops), popularmente conhecido como "Fritz" por sua semelhança com os capacetes utilizados pelas tropas alemães ao longo da Segunda Guerra Mundial. O cinturão tático é do modelo US A.L.I.C.E. (All-Purpose Lightweight Individual Carrying Equipment), idealizado para diminuir a carga do infante, composto basicamente de um cantil, uma ferramenta para cavar trincheiras, kit de primeiros-socorros e cartuchos extras de munição para o armamento pessoal. Seu fuzil é o tradicional M16A2, calibre 5.56 mm.
A divisão do país entre a Coréia do Sul e a Coréia do Norte foi o resultado da vitória dos Aliados na Segunda Guerra Mundial em 1945, encerrando um período de 35 anos que a Coréia esteve sob o domínio do Império do Japão. Os Estados Unidos e a União Soviética ocuparam o país, com o limite entre suas zonas de controle ao longo do paralelo 38. Com o início da Guerra Fria, as negociações entre estes não conduziram a uma Coréia independente e unificada. Em 1948, as eleições supervisionadas pela ONU foram realizadas apenas no sul ocupado pelos EUA. Isso levou ao estabelecimento da República da Coréia na Coréia do Sul, que foi prontamente seguido pelo estabelecimento da República Popular Democrática da Coréia na Coréia do Norte. Os Estados Unidos apoiaram o Sul, a União Soviética apoiou o Norte e cada governo reivindicou soberania sobre toda a península coreana. A subsequente Guerra da Coréia, que durou de 1950 a 1953, acabou com um impasse e deixou as duas dinastias coreanas separadas pela zona desmilitarizada (DMZ - Demilitarized Zone) até hoje. É a fronteira mais militarizada do mundo. Em 1970 foram descobertos três túneis que se usavam para espionagem e vinte anos depois encontrou-se um outro, todos construídos por militares da Coréia do Norte. Toda a zona está permanentemente iluminada, exceto na área da ferrovia de Kaesong e Kosong (ambas na parte norte-coreana), Munson e Sokcho (no lado sul-coreano). No meio da Zona Desmilitarizada fica a localidade de Panmunjon, onde se estabeleceu o armistício da Guerra da Coréia. Em 1972 a fronteira foi reforçada com arame farpado, postos de vigilância e grandes holofotes que permitem iluminar toda a região.
Os soldados do Exército sul-coreano, apoiados pelas tropas americanas estacionadas no país, devem estar em permanente estado de alerta, principalmente junto à DMZ no paralelo 38, fronteira que divide os dois países. A Coréia do Norte sempre treinou tropas especializadas em fazer infiltrações furtivas no vizinho ao sul, através dos túneis secretos ou por via marítima, com o intuito de colher informações de Inteligência, praticar atos de sabotagem ou para simplesmente tentar constranger o inimigo com estas invasões em seu território. Com a ascensão ao poder em 1994 de Kim Jong-il, que sucedeu a seu pai Kim il-sung que governou o país com "mão de ferro" por 46 anos, a situação geopolítica chegou a uma situação crítica nos últimos anos, com o desenvolvimento de mísseis intercontinentais de longo alcance (ICBM), que efetivos ou não, ameaçam o equilíbrio de forças na região. A Coréia do Norte dirige seu ódio principalmente ao seu vizinho do sul, ao Japão e aos Estados Unidos, promovendo testes subterrâneos secretos de ogivas nucleares e testes de mísseis com alcances variados sobrevoando o Mar do Japão e mesmo os países limítrofes. Uma escalada de ações militares nesta região do planeta pode levar a um conflito envolvendo outras duas potências militares, pois a China veladamente apoia o regime de Kim Jong-il e os Estados Unidos que têm um compromisso de defesa com seu aliado a Coréia do Sul.

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