domingo, 15 de abril de 2018

Soldado do Exército Brasileiro



Atuação: Missões de Paz da ONU - 2014

O Brasil, por sua reconhecida vocação pacifista e conciliadora, desde a criação da Organização das Nações Unidas (ONU) comprometeu-se a colaborar com as operações desenvolvidas por esta instituição na manutenção da paz, participando ativamente da resolução de conflitos no exterior. Logo após o témino da Segunda Guerra, militares brasileiros fizeram-se presentes nos acontecimentos que convulsionaram a Grécia, participando da UNSCOB, de 1947 a 1951. No Oriente Médio, em duas ocasiões, soldados brasileiros estiveram em ação. Na segunda dessas missões, a partir de 1967, o Brasil enviou para a região cerca de 600 homens que formavam o "Batalhão Suez", ficando acantonados próximo ao Canal de Suez. Esta missão da ONU durou dez anos, com os "capacetes azuis" passando por momentos de extrema tensão, mediando conflitos entre árabes e israelenses. Na mesma época o país integrou a Força Interamericana de Paz criada para mediar uma guerra civil que assolava a República Dominicana. Assim, em maio de 1965, aviões da Força Aérea Brasileira pousavam em São Domingos levando a FAIBRAS, que por 16 meses manteria cerca de 1.200 homens em regime de revezamento semestral, em uma experiência que resultou bastante valiosa em virtude da infraestrutura de apoio montada em termos de comunicações, logística e emprego do transporte aéreo em larga escala.
Passados vinte anos sem atuar além de nossas fronteiras, tropas brasileiras cruzaram o Atlântico em direção à Angola, iniciando sua participação nas UNAVEM I, II e III, no período e 1989 a 1997, para acabar com os sangrentos conflitos na região e fiscalizar a saída das tropas cubanas que apoiavam uma das facções. Foram mais de 1.000 homens das Forças Armadas que se revezaram a cada semestre para executar esta missão que durou quase nove anos. Em Angola houveram baixas fatais entre os brasileiros no cumprimento do dever, mas isso não modificou o comportamento de nossos homens, que eram carinhosamente chamados pela população local "amigo bolacha", devido ao hábito de repartirem suas rações com famintos habitantes atingidos pela guerra civil. Do outro lado do continente africano, Moçambique viveria uma situação semelhante. A ONU então providenciou a criação da ONUMOZ em 1992 e o Brasil a princípio enviou apenas observadores militares que inspecionavam os acampamentos de refugiados, porém dois anos mais tarde já havia o Contingente do Brasil em Moçambique (COBRAMOZ), com o valor de uma companhia. Nossos soldados estiveram ativamente envolvidos na desmobilização de grupos combatentes, apreensão e destruição de armamentos, e distribuição de alimentos e água em ações sociais. Na Europa, a escalada da violência na antiga Iugoslávia levou à intervenção da ONU e observadores militares brasileiros tomaram parte em diversas missões tais como a UNPROFOR (1992-95), UNCRO (1995-96), UNPREDEP (1995-99) e UNMOP (1999-2002), participando de patrulhas intensivas, identificação de armamentos e intermediação de infindáveis negociações entre ferozes inimigos.
No continente americano, desde o final dos anos 80, foram inúmeras as participações brasileiras em missões de paz ou de observação, como a ONUCA (1989-1992) na Nicarágua, a ONUSAL (1991-92) em El Salvador, MINUGUA (1994-2000) na Guatemala e MOMEP (1995-99) na fronteira Equador-Peru. Depois de seis anos e o envio de 12 contingentes, encerrou-se a participação brasileira em três missões da ONU no Timor Leste, no sudoeste da Ásia, onde o Brasil executou um papel fundamental quanto à transformação daquela pequena ilha em uma nação independente, auxiliando na organização das instituições, colaborando com profissionais das mais diversas áreas e criando um ambiente seguro para o funcionamento da estrutura implantada. Atualmente nossos capacetes azuis enfrentam seu maior desafio: a participação destacada na MINUSTAH (Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti) onde desde 2004 homens de nossas três Armas, em regime de revezamento semestral, têm a função de proporcionar um ambiente seguro e estável nos campos de segurança pública, direitos humanos e apoio ao processo político, em escopo que abrange outros setores como o policial civil, eleitoral, assuntos humanitários, desmobilização, desarmamento e reintegração, entre outros. Passados dez anos, é sem dúvida o nosso maior e mais amplo envolvimento em uma missão militar no exterior, com enormes desafios nas áreas de logística, comunicações e desdobramento das tropas na capital e principais cidades do Haiti. Pelas características do soldado brasileiro, forte no momento do combate mas amistoso e condescendente com a sofrida população civil em áreas de conflito, coube sempre a um general brasileiro o posto de comandante geral (Force Commander) de todos os contingentes internacionais que compõem a MINUSTAH.
Exército Brasileiro há alguns anos iniciou uma série de estudos visando dotar o combatente brasileiro de equipamentos mais modernos e sofisticados, conjugados com uma melhor capacidade de comunicações e uma maior consciência situacional, proporcionada pelo acesso on-line às informações no teatro de operações. Assim nasceu o projeto Combatente Brasileiro do Futuro (COBRA), que nesta etapa inicial compreende a aquisição de equipamentos em pequenas quantidades para serem testados operacionalmente em unidades integrantes das Forças de Ação Rápida (FAR) e tropas especiais do Exército. Neste contexto destacam-se o recebimento de: novo fuzil de assalto Imbel IA2 calibre 5.56 mm, rádios de comunicação individuais, designador laser, monóculos e binóculos de visão noturna, equipamentos de proteção individual como óculos balísticos, cotoveleiras e joelheiras, colete de proteção balístico nível III-A, novo capacete modelo ACH Cobra 1, cantil flexível, novo suspensório com mais compartimentos e mudanças no desenho e material de confecção dos uniformes, enquanto prosseguem os estudos para a adoção de um novo padrão de camuflagem.

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