segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

HMS OCEAN



FICHA TÉCNICA
Comprimento: 203,4 m.
Calado: 6,5 m.
Boca: 35 m.
Deslocamento: 21500 toneladas.
Propulsão: Dois motores a diesel Crossley Pielstick 16 PC2.6 V 200 que proporcionam 23904 Hps.
Velocidade máxima: 18 nós (33 km/h).
Autonomia: 13000 km.
Sensores: Radar BAe Type 997 Artisan 3D com 200 km de alcance; Um radar de navegação Type 1008; Dois radares Type 1007 para controle de aeronaves
Armamento: 4 canhões DS30M Mark 2 em calibre 30 mm; 3 sistemas de defesa antiaérea de ponto CIWS MK-15 Phalanx calibre 20 mm; 4 metralhadoras M-134 Minigun em calibre 7,62X51 mm ; 8 metralhadoras de uso geral FN MAG e, calibre 7,62X51 mm
Aviação: 18 helicópteros que podem ser combinações de Leonardo AW-159 Wildcat, Leonardo Apache, Boeing Chinook e leonardo AW-101 Merlin.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
O navio que apresentarei hoje tem sido foco de recentes matérias jornalisticas do segmento de defesa nacional por estar sendo oferecido a marinha do Brasil. Estou falando do navio porta helicópteros britânico HMS Ocean, um navio que foi projetado no início dos anos 90 do século passado e comissionado em setembro de 1998 e que tem, relativamente, pouco tempo de serviço.
Nestes 19 anos de serviço na Royal Navy (Marinha Real Britânica), o navio encarou  uma vida operacional com pouco uso em combate real, fazendo o registro aqui de sua participação em missões no Iraque entre março e maio de 2004.
Acima: Embora seja uma embarcação relativamente nova, a marinha britânica pretende descomissionar o Ocean em 2018. A marinha brasileira está sendo sondada para adquirir este navio.
Construído pelo estaleiro KGL (Kvaerner Govan Ltd), o navio porta helicópteros HMS Ocean tem seu casco projetado tendo como base o porta aviões ligeiro HMS Invencible, bastante famoso pela sua ótima atuação na guerra das Malvinas e no Golfo Pérsico, porém, teve sua superestrutura modificada para poder operar como um navio de desembarque anfíbio também. Devido a restrições orçamentárias relacionadas a construção dos porta aviões da classe Queen Elizabeth, já apresentados aqui no WARFARE, foi decidido construir apenas um, dos dois navios planejados.
Acima: Com seu casco projetado tendo por base os porta aviões ligeiro da classe Invencible, a semelhança é inquestionável.
O Ocean é propulsado por dois motores a Diesel Crossley Pielstick 16 PC2.6 V 200 que proporcionam 23904 Hps levando o Ocean a uma velocidade máxima de 18 nós (33 km/h), pouco menos que seu similar norte americana da classe América. Seu deslocamento é de 21500 toneladas, e o navio tem autonomia de 13000 km, o que lhe permite operar em qualquer ponto do planeta. Navios desse tipo, normalmente tem velocidades mais baixas que suas escoltas, até porque não é necessário alto desempenho nesse tipo de navio. A função principal desse tipo de embarcação é prestar apoio a missões de desembarque  anfíbio e para as tropas que estiverem operando em terra.
Acima: Propulsado por dois motores a diesel Crossley Pielstick 16 PC2.6 V 200, o desempenho de velocidade do Ocean é bastante limitado não chegando nem a 20 nós. 
O principal sensor instalado no Ocean é seu radar tridimensional BAe Type 997 Artisan 3D capaz de rastrear até 800 alvos simultaneamente a um alcance máximo de 200 km. Por não ser um navio com capacidade de auto defesa de bom desempenho e com sensores cujo alcance de detecção é cerca de 50% menor que a de navios como porta aviões ou mesmo navios de escolta, o Ocean deverá estar sempre escoltado por um navio que tenha sensores e armas de maior desempenho para garantir a segurança da integridade da embarcação em situação de batalha assim como de seus 1295 tripulantes, somando a ala aérea, marinheiros e fuzileiros navais que ele transporta. Além deste radar, foram instalados dois radares de controle aéreo Type 1007 e um radar de navegação Type 1008.
Acima: O radar BAe Type 997 Artisan 3D  é o principal sensor do Ocean. Trata-de de um moderno radar de arquitetura aberta que permite rastrear até 800 contatos aéreos simultaneamente.
O Ocean está equipado com um sistema de defesa ativa anti-míssil composto por um lançador de iscas DLH  que é a versão de exportação do sistema Sirens de iscas que interferem no sensor dos mísseis anti-navio para que eles desviem do alvo, preservando a integridade do Ocean durante um ataque inimigo. O sistema de comunicação usa rádios para intercambio da dados (data link) com link 16, padrão da OTAN, assim como link 11 e 14 também.
Já o armamento instalado no Ocean, é relativamente leve, como normalmente sempre é nesse tipo de navio. São 4 canhões DS30M Mark 2 em calibre 30 mm mais 3 sistemas de defesa antiaérea de ponto CIWS MK-15 Phalanx calibre 20 mm, de origem norte americana e baseado no canhão de canos rotativos GE M-61 Vulcan. Armamentos mais leves como metralhadoras de uso geral FN MAG em calibre 7,62 mm foram instaladas em numero de 7 assim como 4 metralhadoras de canos rotativos M-34 Minigun, no mesmo calibre.
Acima: Bem na proa do Ocean pode ser visto um de seus 3 sistemas de defesa de ponto CIWS Phalanx com um canhão M-61 de canos rotativos  em calibre 20 mm.
O Ocean pode operar até 18 helicópteros que podem ser do tipo AW-101 Merlin usado para transporte e guerra antissubmarino, AW-159 Wildcat, usado para guerra superfície, antissubmarino e busca e salvamento; Boeing Chinook para transporte pesado e o helicóptero de combate AH-64 Apache, fabricado sob licença pela Leonardo. Embora se possa transportar jatos de combate como Harriers ou mesmo F-35B, o navio precisaria de adaptações no convés e em sua estrutura para poder dar suporte operacional a este tipo de aeronave.
Além de aeronaves, o Ocean pode transportar até 40 veículos leves e 830 fuzileiros navais para suas operações de desembarque anfíbio.
Relativamente novo, com menos de 20 anos de serviço, a real marinha Britânica (Royal vavy) pretende descomissionar o navio em 2018 e por isso apresentou uma proposta de venda para a marinha do Brasil. Embora este tipo de navio tenha uma grande valor para apoiar operações dos fuzileiros navais, o custo envolvido na aquisição e, principalmente, na manutenção de um navio desse porte impactará fortemente em um orçamento já comprometido onde mal se consegue planejar a compra de navios de escolta para substituir suas velhas fragatas da classe Niteroi e da classe Greenhalg, onde o planejamento contempla o uso de corvetas para o lugar destes navios. Por isso considero que a aquisição deste navio não se justifica enquanto estivermos sem condições de possuir navios de escolta que sejam, efetivos.
Acima: Aqui vemos o Ocean navegando ao lado de um navio de desembarque anfíbio da classe Mistral, da marinha francesa. 

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