FICHA TÉCNICA
Calibre: 9 mm, 357 SIG e 40 S&W.
Peso: 964 gr (Descarregada).
Capacidade: 15+1 em 9 mm, 12+1 em 357 SIG e 40 S&W.
Comprimento do cano: 4,4 polegadas.
Comprimento total: 19,6 cm.
Gatilho: Ação dupla/ ação simples.
Sistema de operação: Colt- Browning modificado.
Mira: Alça ajustável horizontalmente e massa fixa com sistema tridot.
DESCRIÇÃO
Por Carlos E. S. Junior
A marca "SIG SAUER" já foi foco de um artigo neste blog onde elenquei um pouco da história e o portfólio de pistolas que esta excelente industria de armas produz. Porém, é claro, alguns produtos, em especial, merecem uma descrição mais detalhada, dado a sua importância dentro do segmento de armas de fogo. Muitos modelos desta marca vão aparecer descritos no futuro, no Full Metal Jacket Blog, porém, o primeiro que considerei enfocar é o modelo P-226, considerada como uma das "Wonder Nines", no concorridíssimo mercado estadunidense.
A história da P-226 começa em 1982 quando as forças armadas dos Estados Unidos emitiram um requerimento para uma nova pistola que viesse a substituir suas famosas pistolas calibre 45 do modelo Colt M-1911 nos serviços militares dos Estados Unidos. Muitas empresas famosas participaram desta concorrência, entre elas a Beretta, Colt, Heckler & Koch, Walter, FN Herstal, entre outras. A Sig Sauer usou como base de sua proposta, o famoso e consagrado modelo P220, calibre 45 ACP, e modificou o projeto para calçar o 9 mm Parabellum, adotando um carregador bifilar de 15 munições para cumprir o requisito de alta capacidade, o que aumentou um pouco a espessura da empunhadura.
As duas únicas empresas cujas pistolas passaram nos rigorosos testes foram a Sig Sauer P-226, e a Beretta M-92, já descrita nesse blog, e que, acabou vencendo essa concorrência. Tanto a Beretta quanto a Sig Sauer tinha a mesma eficiência, porém a SIG pecou em um item que ela sempre erra. O preço. As pistolas da marca são caras e essa característica já estigmatizou os produtos da empresa.
Acima: Este exemplar da foto é o primeiro modelo da P-226, lançada em 1982. Depois de mais de 30 anos, o modelo recebeu melhorias o que mudou seu desenho original.
Originalmente, a P-226 tinha a armação produzida em liga de alumínio e o ferrolho em aço inoxidável (mesmo a de acabamento preto, o material é aço inoxidável), porém, hoje existem muitas versões desta arma, e um acabamento mais robusto, chamado de Nitron, que fornece mais resistência a ferrugem e ao desgaste do uso intenso da arma.
O sistema de funcionamento é o Browning -Colt, onde o ferrolho tranca no cano e este, tem um movimento pivotante, onde, depois do disparo, quando o ferrolho recua, o cano inclina-se baixando a entrada da câmara, facilitando a entrada de uma nova munição, e quando o ferrolho volta a sua posição inicial, ele trava no bloco da câmara do cano. A maioria das pistolas modernas atuais, em calibres como o 9 mm, .40 e o 45 ACP usam este sistema ou uma variação dele. O gatilho, por sua vez, funciona no sistema de ação dupla que permite maior praticidade para operar a pistola com uma munição na câmara e com o martelo (ou cão) em posição desarmado, bastando apenas pressionar o gatilho para ocorrer o primeiro disparo, sendo que os disparos subsequentes serão todos em ação simples.
Acima: A desmontagem da P-226 se dá de forma extremamente simples, facilitando a limpeza de primeiro escalão da arma.
A P-226 possui algumas peculiaridades das teclas de operações. Na absoluta maioria das pistolas que possuem decocker (função de desarmar o cão), este recurso usa a mesma tecla de trava do ferrolho para operar esta função. Um exemplo é sua concorrente, a Beretta M-92, que basta baixar a tecla de trava do ferrolho para desarmar o cão. Na P-226, não há a tecla de trava do ferrolho. Assim, a pequena tecla na lateral do chassi, próximo ao cão é, na verdade, o liberador do ferrolho (normalmente essa tecla fica a frente, na mesma posição do gatilho,aproximadamente). A tecla logo a frente, é o desarmador do cão (decocker). É interessante observar que as teclas não são ambidestras e se localizam apenas do lado esquerdo da armação. E falando em armação, as P-226 passou a ter um trilho para acessórios na armação a frente do guarda mato, o que facilita muito a instalação de lanternas e apontadores laser.
Acima: Diferentemente da absoluta maioria das pistolas moderna, a P-226 n]ao possui uma tecla de trava do ferrolho, e a posição da tecla liberadora do ferrolho fica posicionada acima da empunhadura, o que facilita sua operação com apenas uma mão.
A P-226 é fabricada nos calibres 9 mm Parabelum com carregador para 15 munições, 40 S&W, com carregador de 12 munições, e o potente 357 SIG com carregador de 12 munições também. A P-226 em 9 mm é mais usada por organizações militares e no mercado civil dos países onde a democracia funciona de verdade. O calibre 40 é mais usado por departamentos de polícia devido a seu bom poder de parada. A munição 357 SIG, por ser mais recente, tem seu preço maior além de não ser ainda muito difundido, porém, devido ao excelente desempenho balístico, esta munição deve se tornar mais comum no futuro. O cano da P-226 tem comprimento de 4,4 polegadas, sendo pouco menor que o comprimento da Colt M1911 cujo cano tem 5 polegadas. Mesmo assim, a P-226 é considerada uma pistola de tamanho "full" ou padrão, para ser empregada de forma ostensiva. Suas dimensões não permitem que ela seja portada de forma dissimulada com muito sucesso. Afinal trata-se de uma arma relativamente espessa.
A alça da mira permite regulagem horizontal e o conjunto de alça e massa possui 3 pontos brancos (sistema tri-dot) que facilita o rápido enquadramento da mira ou a visada rápida.
Acima: A confiabilidade da P-226 é tão alta quanto da Beretta M-92, a colocando como um dos ícones do mundo das armas de fogo.
A Sig Sauer produz muitas versões de sua P-226, como a versão Combat, que vem com a rosca de fábrica para supressor de ruídos (os famosos silenciadores), em acabamento saia e blusa, com a armação cor deserto e o ferrolho em Nitron preto fosco; a MK-25 que é o modelo adotado como padrão do SEALs , tropa de elite da marinha norte americana, onde o modelo apresenta tratamento interno anti corrosão; P-226 Legion, com acabamento PVD cinza cujo acabamento é, também, mais resistente que o de uma oxidação comum. P-226 Elite, que tem o beaver tail aumentado, garantindo uma maior segurança para as mãos do operador que poderia receber uma "mordida" do ferrolho no momento do disparo, além de placa de madeira na empunhadura, que dá uma aparência mais "nobre" ao armamento.
Como muitos dos leitores deste blog sabem, no mundo das armas de fogo, o produto que apresenta alta qualidade e confiabilidade possui uma vida operacional sem prazo para acabar, a exemplo do velho projeto de John Moses Browning, a Colt M 1911, fabricada e usada por forças militares até hoje, mesmo depois de ter sido substituída como arma de porte da infantaria norte americana. A P-226 da SIG, cujo projeto já tem 34 anos já, deverá se manter em produção por muitas décadas. Além de uma pistola confiável e bastante precisa, ela se tornou um item de colecionismo para os amantes de armas de fogo. Seu custo porém, na casa dos U$ 1000,00, em território norte americano, em suas versão mais simples, se mostra caro para o segmento.
Acima: O grupo de operações especiais da marinha dos Estados Unidos SEALs usam uma versão da P-226 projetada especificamente para eles designada MK-25. cuja marca externa é a ancora desenhada ao lado no nome da arma no ferrolho.
Acima: As P-226 atuais tem uma empunhadura com a ergonomia aperfeiçoada para uma pega mais confortável e firme.
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