quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Artilharia Antiaérea

O ataque aéreo é uma das formas mais efetivas de se comprometer fortificações, linhas de abastecimento e pontos de controle estratégicos durante um conflito. Durante a Segunda Guerra Mundial, devido ao grande impacto que a Luftwaffe alemã e que a Royal Air Force (RAF) britânica causavam nas batalhas a pesquisa e desenvolvimento de armamentos antiaéreos foi uma prioridade tanto para os Aliados quanto para o Eixo. As armas antiaéreas funcionam de maneira diferente que as armas antiblindados terrestres. As armas terrestres normalmente operam com artefatos explosivos ou projéteis únicos de alta penetração. Porém graças a maior dificuldade de se acertar alvos aéreos, as armas antiaéreas utilizam a munição flak, que explode durante o trajeto e cobre a área com uma chuva de estilhaços de metal, aumentando a chance de causar dano aos aviões inimigos.
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Bofors 40mm
Os Aliados contavam principalmente com Bofors 40mm sueca e a M45 Quadmount americana. A Bofors foi desenvolvida após os suecos necessitavam substituir as QF 2 Pounders Vickers compradas da Inglaterra em 1922. Os primeiros protótipos da arma foram projetados para serem utilizados nos submarinos da marinha sueca. Em 1934 os holandeses introduziram uma variante com 2 canhões por arma, e no ano seguinte o fabricante Bofors apresentou a versão mais utilizada da arma, que era montada em um suporte móvel próprio. Essa versão da Bofors era operada por 4 pessoas e possuía um alcance máximo de 10KM. Com taxa de disparo de 120 projéteis/min utilizando munição 40×311 mmR, ele foi essencial para a defesa dos Aliados durante a guerra.
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M45 Quadmount
A M45 Quadmount foi pensada graças a necessidade das forças aliadas de se defenderem contra patrulhas e ataques baixos da aviação alemã enquanto avançavam em direção a Berlim. O nome Quadmount já nos diz sobre a configuração dessa arma: era constituída por 4 metralhadoras Browning .50 M2HB. Ela se mostrou uma opção de defesa com múltiplos usos, pois além de ser efetiva contra aeronaves inimigas em voo baixo, ela se mostrou igualmente efetiva contra a infantaria inimiga, ganhando assim a alcunha de  “Meatchopper”. Com cada .50 atirando 550 projéteis por minuto, a taxa de disparo total da M45 era de 2200 projéteis por minutos, podendo devastar ataques inimigos. Isso combinado com o fato de que ela podia ser facilmente acoplada em carros blindados ou transportes a tornava uma arma de alto valor para os Aliados.
38
Flak 38 20mm
No lado do Eixo, temos também armamentos antiaéreos de alta efetividade desenvolvidos pelos engenheiros do Reich. Um dos modelos mais comuns era o Flak 30 (também conhecido como Flak 20mm graças ao seu calibre). O Flak 30 foi desenvolvido pela Rheinmetal na Alemanha no começo dos anos 30. Seu desenvolvimento coincidiu com o processo de rearmamento da Alemanha, que tinha suas forças armadas diminuídas após a perda da Primeira Guerra Mundial. Ele era operado por 5 pessoas e era montado num suporte móvel que permitia sua locomoção. A munição 20×138 mmB utilizada era efetiva contra aeronaves em voo raso porém uma preocupação do Wehrmarcht era a baixa taxa de disparo do Flak 30. Isso foi resolvido com a introdução do Flak 38, uma versão melhorada do Flak 30, com taxa de disparo de 220 disparos por minuto, um aumento significativo dos 120 disparos por minuto do Flak 30. Além disso foi desenvolvida uma versão do Flak 38 onde 4 canhões eram combinados em uma única unidade de artilharia, formando assim o Flakvierling 38, que se provou altamente efetivo contra alvos aéreos e terrestres.
88
Flak 18 88mm
Outra parte fundamental da defesa alemã era o Flak 88mm, modelo que se refere na verdade à um conjunto de variações do primeiro modelo. O Flak 18 foi o modelo inicial dessa série de armamentos. Possuía um sistema de recarga similar ao dos rifles semiautomáticos, onde o recuo de um disparo já colocava m novo projétil na câmara. Sua taxa de disparo era relativamente baixa, de 15 a 20 disparos por minuto. Porém isso era compensado pela munição explosiva usada contra aeronaves, que cobria uma área maior e munição de penetração de armadura contra blindados. O modelo Flak 36 contava com algumas melhorias, entre elas a adição de um segundo canhão no mesmo suporte de artilharia e a possibilidade de, numa emergência, ser disparado ainda no reboque de transporte. Foi colocado ainda um escudo blindado, providenciando uma certa proteção aos operadores. O Flak 41 foi um pedido da Luftwaffe por armamentos que pudessem atingir alvos em maiores altitudes. Apesar de cumprir as expectativas, essa nova versão era era propensa a problemas de funcionamento, o que a tornou pouco confiável em combate.
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Flak 40 128mm
Por fim havia também o 12.8cm Flak 40. A peculiaridade desta arma é que ela era muito mais pesada que as outras armas antiaéreas da época, chegando a pesar 17 toneladas. A falta de mobilidade se deve ao estágio da guerra em que foi produzida, já que no ano em que foi produzida (1942), a Alemanha estava se defendendo das incursões aliadas, tornando o 12.8 um armamento estático. Apesar de ter uma taxa de disparo baixa, o 12.8 compensava em poder de fogo, alcance e velocidade. Este modelo conseguia disparar um projétil de 27.9 quilos a uma velocidade de 880 m/s, chegando a altitudes de quase 15 mil metros.

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