FICHA TÉCNICA
Tipo: Submetralhadora/ Arma de defesa pessoal.
Sistema de operação: Blowback com ferrolho fechado..
Calibre: 5,7x28 mm.
Capacidade: 50 munições.
Peso: 2,8 Kg (vazia), 3,1 kg (carregada).
Comprimento Total: 50,5 cm.
Comprimento do Cano: 10,4 polegadas.
Miras: Mira óptica integrada com um ponto de lítio para melhor enquadramento em ambientes com pouca luz. Pode se usar miras ópticas com amplificação e miras refletivas ou apontadores a laser facilmente instaladas no trilho picatinny.
Cadência de tiro: 850 a 1100 tiros por minuto.
Velocidade na Boca do Cano: 715 m/seg.
DESCRIÇÃO
Por Carlos E. S. Junior
A submetralhadora é um tipo de arma que, na pratica, começou a ser usada desde 1918 sob a forma da clássica submetralhadora alemã MP-18, fabricada pela Bergmann Waffenfabrik, e tem sido caracterizada por fazer uso de munições tipicamente usadas em pistolas, notadamente o calibre 9 mm Parabellum, 45 ACP e 40 SW. O uso policial, em especial, muito se beneficiou desse tipo de arma justamente devido a sua potência mais comedida, associada a um alto poder de fogo. Porém, embora as forças militares também fizesse uso dessa classe de armamento, e ainda hoje continue a fazer, surgiu na segunda metade dos anos 80 do século XX, uma necessidade para uma nova classe de arma que reunisse as mesmas características das submetralhadoras como dimensões compactas, recuo muito comedido com a potência de um fuzil de assalto dando capacidade de perfurar coletes e capacetes balísticos. A ideia era fornecer aos combatentes que estivesse fora da frente de combate, como os motoristas de viaturas blindadas, tripulantes de aeronaves, um armamento que fosse compacto o suficiente mas que lhe garantisse um poder de fogo comparável a de um fuzil a distancias que estavam entre 150 e 200 metros. Esse tipo de performance não poderia, nem de perto, ser atingido por uma submetralhadora comum, por melhor que ela fosse.
Acima: A primeira versão da FN P-90 causou um impacto no mercado devido ao design extremamente arrojado, futurista que o modelo apresenta. Pode-se até confundir com um brinquedo devido a essa característica e somando-se o fato da arma ser produzida quase que inteiramente de plastico (polímero)
Observando a fraca potência das munições disponíveis para esta categoria de arma, e a constatação que colocar uma munição de fuzil, como o 5,56 mm em uma arma com dimensões reduzidas traria um indesejável elevado recuo, ficou claro que seria necessário partir, antes de qualquer coisa, para o desenvolvimento de uma nova munição. Foi exatamente isso que a FN Herstal, empresa belga com uma consagrada qualidade reconhecida no mercado internacional, decidiu fazer. Os desafios e os riscos de uma empreitada dessas em um mundo onde as munições são relativamente bem padronizadas, foi bastante grande. mesmo assim, o resultado foi extremamente interessante. A FN criou a nova munição em estilo "garrafinha" como a de um fuzil, mas com dimensões equivalentes a de um pequeno cartucho em 9 mm. O calibre desta nova munição foi o 5,7x28 mm que, embora seja muito compacto, como descrito acima, traz, ainda, uma velocidade na boca do cano com comprimento de 10,4 polegadas da P-90 de 715 m/ seg, sendo assim, equivalente a de uma munição tipica de fuzil de assalto.
Acima: Para se conseguir atingir o desempenho requisitado em uma arma super compacta, uma nova munição precisou ser desenvolvida. A munição calibre 5,7x28 mm permitiu tornar realidade uma submetralhadora que iniciou um novo conceito de armamento, as PDW (armas de defesa pessoal).
Além da nova munição desenvolvida para conseguir atingir os requisitos para a nova arma, a FN desenhou sua nova submetralhadora com um design bastante diferente do que se via no mercado. Na verdade eles adotaram em seu projeto uma configuração bullpup, ou seja, aquela configuração onde o mecanismo do armamento se encontra alojado dentro da coronha da arma, fazendo com que a arma tenha um comprimento bem mais curto do que normalmente se encontra em armas do mesmo tipo, sem com isso, afetar o comprimento do cano, que neste caso, tem ainda, dimensões maiores que das outras submetralhadoras comuns. A MP-5, por exemplo, tem cano de 8,86 polegadas enquanto que a P-90, além de ser uma arma mais curta que uma MP-5, ainda tem o cano mais longo, com 10,4 polegadas. Isso produz uma melhor condição da queima do propelente da munição e consequentemente melhor aceleração do projétil dando mair precisão a distancias mais longas.
Acima: A desmontagem da P-90 se dá de forma simples, graças a sua composição com poucas peças.
O sistema de funcionamento se dá pelo tradicional blowback, com o ferrolho fechado. A ejeção dos cartuchos deflagrados se dá pela parte de baixo da empunhadura, impedindo que esse cartuchos acertem alguém que esteja do lado do combatente, algo mais comum com submetralhadoras convencionais. A arma dispara a uma cadência de 850 a 1100 tiros por minuto. Se não fosse o fato de o carregador da P-90 dispor de 50 cartuchos, essa cadência elevada faria o combatente ficar sem munição muito rapidamente. O carregador é de plastico translucido o que permite fácil visualização do status de munição (e a curta distancia dá a mesma informação ao inimigo, que é claramente indesejável). Outro ponto a observar é que a arma é construída, quase toda, em polímero para conseguir um peso muito reduzido. A arma pesa apenas 2,8 kg quando descarregada.
Acima: O design do carregador segue o mesmo nível de inovação do projeto todo. Ele é translucido, com capacidade para 50 cartuchos e possui sua conexão horizontalmente na arma.
A P-90 tem suas teclas de comandos totalmente ambidestros podendo, assim, ser operada por pessoas destras e canhotas com a mesma facilidade. Seu sistema de seleção de tiro possui as posições safe (Travada), semi auto (tiro a tiro) e automático (rajada), fugindo um pouco daquela tendencia de ter a seleção de rajada curta de 2 ou 3 tiros. A mira da arma é do tipo óptica, mas sem amplificação. Nela há um desenho em "T" feito com lítio que fornece luminescência, adequada para ambientes escuros.
As versões atuais da P-90 apresentam extenso uso de trilhos padrão picatinny, indisponível nas primeiras versões. Isso fornece maior flexibilidade para o operador para equipar com lanternas, miras ópticas com ampliação, e apontadores laser.
Acima: Nos Estados Unidos a FN Herstal disponibiliza uma versão semi automática para o mercado civil norte americano, conhecido como P-90 USG.
Embora o desenho quase que surreal e futurista da P-90 possa não agradar algumas pessoas, o fato é que sua ergonomia foi bastante racionalizada e o seu operador se adapta bem a P-90 em muito pouco tempo de uso. Outro ponto interessante é que mesmo com uma munição que não é tão fácil de encontrar no mercado, e ainda por cima com custo bem elevado, a P-90 agradou ao mercado de forças militares e de segurança e a arma se tornou particularmente popular nesse meio. Hoje, nada mais, nada menos, que 47 nações usam essa moderna submetralhadora, incluindo o Brasil, através do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), da Policia Militar do Rio de Janeiro. A FN Herstal acabou produzindo uma pistola no mesmo calibre da P-90, posteriormente, a FN Five Seven, da qual será foco de um artigo nesse blog no futuro.
Acima: A P-90 se tornou uma arma bastante popular entre forças de segurança e militares no mundo todo. Mais de 40 nações adotam a P-90 em alguma tropa.
Acima: Nesta foto podemos ver a P-90 e uma pistola Five Seven, que usa a mesma munição 5,7x28 mm.
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