quarta-feira, 7 de junho de 2017

Classe "Vasco da Gama"



Presentemente as fragatas da classe "Vasco da Gama" são os navios mais modernos e capazes da Armada Portuguesa. As três fragatas foram encomendadas na década de 1980, tendo sido entregues ao longo de 1991. Cabe a estes navios a missão principal de luta ASW, embora possuam capacidade para realizar outras missões. 
A sua aquisição significou um grande avanço tecnológico com a  introdução de sofisticados armamentos e sensores, como mísseis, e permitiu a operação de helicópteros a partir dos navios da Armada Portuguesa, já que até aí as plataformas existentes não possuíam hangar. 
Os navios estão capacitados para conduzir modernas operações militar (inclusive de manutenção de paz), para as quais estão equipados com modernos sensores e equipamentos electrónicos, como o MCCIS (Mariteme Comand and Control Information System) e um sistema de comunicações de concepção portuguesa, o SICC (Sistema Integrado de Controlo de Comunicações).
As fragatas embarcam no seu hangar dois helicópteros Westland Super Lynx Mk 95, que são usados principalmente para missões de lutas ASW para as quais podem ser armados com os torpedos Mk 46.
Cabe também a estes navios a patrulha da costa portuguesa, garantindo quando necessário a busca e salvamento na ZEE, assim como a fiscalização das pescas nesta. 
Após ter participado nas operações de embargo naval à Jugoslávia, a fragata N.R.P. "Vasco da Gama" esteve em missões na Guiné em 1998 aquando do resgate de portugueses durante a guerra civil, e em 2000 deslocou-se a Timor para apoiar as populações durante o período de transição. Mais recentemente coube a Portugal o comando da Stanavforlant e durante este período foram as fragatas da classe "Vasco da Gama" que serviram como navio de comando da restante esquadra. Convém referir que Portugal mantém permanentemente nesta esquadra da NATO uma fragata desta classe.

Tipo
Fragatas de Luta ASW (Meko 200)
Comprimento
115m
Tonelagem
3.300 toneladas
Velocidade Máx.
32 nós
Autonomia
4.100 milhas 
Armamento
1 peça de 100mm Mod68 CADAM
2 lançadores quadrúplos de mísseis Harpoon
1 lançador óctuplo de mísseis Sea Sparrow
1 sistema de defesa de ponto Vulcan Phalanx 20mm
2 lançadores triplos de torpedos Mk 32
Torpedos Mk 44 e Mk 46
Helicópteros
2 Westland Super Lynx Mk 95
Guarnição
180 (inclui grupo aéreo)
Número de Unidades
3

Caça-bombardeiro Dassault/Dornier Alpha-Jet



    É um caça-bombardeiro subsónico destinado a treino avançado e apoio aéreo próximo. Portugal recebeu a sua frota – que totaliza quase cinquenta aeronaves – em 1993. A frota nacional foi usada anteriormente pela Alemanha que a cedeu a Portugal em troca da utilização da base aérea de Beja pela Luftwaffe. Por isso, as aeronaves nacionais são destinadas essencialmente a missões de ataque, ao contrário da versão ao serviço do Armée de l'Air - usada para treino e instrução.
   O número de aeronaves operacionais não é constante, já que nenhuma aeronave foi definitivamente abatida ao serviço. Os aparelhos estão atribuídos às Esquadras 301 e 103, baseadas em Beja. A Esquadra 301 tem como missões o apoio aéreo próximo e ataque ao solo. A Esquadra 103 utiliza as suas aeronaves na conversão operacional de pilotos e treino avançado. Paralelamente, foi formada a Parelha da Cruz de Cristo - cuja primeira exibição se deu em 2002, durante o 50º aniversário da FAP, então, como o nome de Flying Display Team - que tem actuado em algumas cerimónias do ramo e que é constituída por dois instrutores da Esquadra 103.
    O primeiro acidente com estas aeronaves ocorreu em Outubro de 2003, fruto da colisão no ar entre dois aviões Alpha-Jet. Como consequência deste ocorreu a perda de um deles, tendo o outro ficado seriamente danificado - mas conseguindo aterrar em segurança. Do acidente não, porém, resultaram vítimas mortais.

Motor2 SNECMA-Turbomeca Larzac 04-C20
Autonomian.d.
Velocidade Máxima1018 km/h
Altitude Operacional1.4021 m
Peso Máximo7.500 kg
ArmamentoPara ataque ar-solo: o canhão Mauser de 27mm (num pod amovível), bombas para fins gerais (Mk-82 HD/LD, Mk-20 e Cluster BL 755) e foguetes (LAU-51A e LAU-3 B/A)
Para guerra electrónica: pods de guerra electrónica EL-70-72, que podem ser instalados no banco traseiro dos Alpha-Jet (seis pods no total).
Para reconhecimento fotográfico: pod de reconhecimento fotográfico equipado com 3 câmaras VINTEN de 70 mm
Número de Aeronaves19

Caça-bombardeiro Lockheed Martin F-16


    Com o abate dos F-86 Sabre, em Junho de 1980, a FAP ficou sem um caça destinado à defesa do espaço aéreo nacional. Para colmatar tal lacuna, o ramo esperava receber caças F-5E Tiger II. No entanto, tal aquisição não foi efectuada, tendo sido adquiridos caça-bombardeiros A-7P Coisair II - óptimas aeronaves para missões de ataquee e apoio aéreo, mas bastante limitadas no combate ar-ar. Assim, somente com a chegada dos caças F-16 OCU Block 15 - em Julho de 1994 - Portugal voltaria a dispôr de uma frota apta a realizar missões de defesa aérea.
    Foram, assim, recebidos um total de vinte caças ao abrigo do programa Peace Atlantis I, de 1990. Para operar estas aeronaves, a Esquadra 201 foi reactivada. Presentemente, esta mantém permanentemente duas aeronaves armadas e prontas a descolar - em QRA (Quick Reaction Alert).  A Esquadra 201 possui como missões principais: defesa aérea, luta aérea defensiva e intercepção, realizando, também, as missões secundárias de interdição aérea, apoio aéreo ofensivo e missões TASMO.
    Até ao momento, o único conflito bélico em que o F-16 participou, sob as insígnias da FAP, foi em 1999, nos Balcãs. Para o mesmo foram destacados três caças e respectivos pilotos e pessoal de apoio.
    A primeira e única perda de um F-16 ocorreu a 8 de Março de 2002, num trágico acidente que provocou a morte do piloto e a destruição do aparelho.
    Paralelamente às operações da Esquadra 201, a FAP pretende vir a constituir-se uma segunda esquadra, passando, então, a FAP a contar com duas esquadras de caças modernizados. Por agora, os F-16 modernizados serão operados pela Esquadra 201. Para isso, a partir de Outubro de 1999, foram recebidas - ao abrigo do programa Peace Atlantis II - 25 células de F-16 OCU provenientes da USAF. Uma aeronave adicional (monolugar) irá ser modernizada para compensar o F-16 acidentado.
    A entrega oficial do primeiro F-16 modernizado (um monolugar) deu-se, a 26 de Junho de 2003, nas instalações das OGMA.

Motor1 Pratt & Whitney F100-PW-220E
Autonomia3.891 km
Velocidade MáximaMach 2.05
Altitude Operacional16.750m
Peso Máximo10.594 kg
RadarAN/APG-66
Armamento
Para ataque ar-solo: mísseis Maverick (de guiagem por infra-vermelhos e câmara), bombas para fins gerais e rockets. Em fase de integração/aquisição encontram-se as JDAM (Joint Direct Attack Munition) e a JSOW (Joint Standoff Weapon).
Para defesa aérea: o canhão M-61 A1 de 20mm e mísseis AIM-9 Sidewinder e AIM-120 AMRAAM. Refere-se o interesse do ramo pelo AIM-9X.
Para guerra electrónica: pods AN/ALQ-131 para guerra electrónica e interferência.
Número de Aeronaves20

Avião de Patrulha e Fiscalização Marítima CASA C-212-100 Aviocar





    Aquando da sua aquisição, Portugal planeava utilizar a frota de aviões Aviocar de fabrico espanhol, essencialmente, em missões de transporte e ligação no Ultramar e de curto alcance. Porém, o fim do conflito nas ex-colónias ditou a utilização, já em território português, da frota noutras missões, como a patrulha e vigilâncias marítima.
    A Esquadra 401 possui, hoje, sete aeronaves C-212 série 100 e outras duas da série 300. Utiliza-as em missões de buscava e salvamento e apoio à vigilância marítima. Paralelamente, as mesmas são empregues em missões de reconhecimento fotográfico.


Motorn.d.
Autonomia5h de voo/7h de voo com depósitos auxiliares
Velocidade Máxima370 km/h
Altitude Operacional6.600 m
Peso Máximo6.500 kg
Número de Aeronavesn.d.

Avião de Patrulha e Fiscalização Marítima CASA C-212-300 Aviocar



    Os Aviocar portugueses da série 300 foram recebidos em 1994 e estão integrados na Esquadra 401. Até então a componente aérea do Sistema de Fiscalização e Controle das Actividades de Pesca (SIFICAP) era assegurada por três C-212-100. Em relação aos anteriores, os novos Aviocar são aeronaves mais modernas, com maior autonomia e um radar mais potente, destinadas a patrulha marítima, fiscalização de pescas e combate à poluição. A sua operação está atribuída à Esquadra 401, tendo como missões: a patrulha da costa portuguesa, vigilância marítima, fiscalização das pescas, busca e salvamento, fotografia aérea, guerra electrónica e reconhecimento.
    Como curiosidade: em 1995, um Aviocar da FAP (C-212-300 – matrícula 17201) esteve presente no stand da CASA do Salão de Le Bourget. Foi aliás, o primeiro avião com a Cruz de Cristo a estar presente no mesmo.
    Apesar da substituição da frota principal, os Aviocar série 300 permanecerão em serviço.

Motor 2 motores turbo hélice Garret (modelo - ?)
Autonomia7h de voo
Velocidade Máxima370 km/h
Altitude Operacional7.620 m (para velocidade de cruzeiro)
Peso Máximo8.100 kg
Número de Aeronaves2

Avião de Patrulha/Luta Anti-Submarina Lockheed P-3P Orion



    Os actuais cinco avião da frota nacional estão integrados na Esquadra 601. Como missões cabe-lhes a patrulha marítima, luta anti-submarina, operações de busca e salvamento, luta anti-navio e de minagem da costa. Paralelamente, levaram já a cabo missões de vigilância e combate à poluição, tráfico de droga e participaram em operações nos PALOP.
    As células nacionais pertenceram à Austrália, tendo sido dotadas de novos sensores e modernizadas - originando a versão P.
    A sua operação inicia-se no ano de 1988. Desde então, um Orion esteve destacados entre 1992 e 1996  unas operações de embargo à Federação Jugolávia e um outro apoiou as operações de resgate  na Guiné-Bissau (1998).
    Em Setembro de 2004, o Ministro da Defesa anunciou que numa parceria com a Alemanha, Portugal adquiriu a frota de aviões P-3C Orion da Holanda, cabendo-lhe um lote de cinco aviões de um total de treze. O negócio no valor de 70 milhões de euros vem, assim, cancelar os planos da FAP para modernizar a actual frota - modernização para a qual tinham sido feitos contactos com a Lockheed Martin. As aeronaves adquiridas serão recebidas a partir de 2005, estando prevista a sua modernização nas OGMA, recorrendo-se, para tal, a verbas inscritas na LPM (Lei de Programação Militar). Por sue turno, as actuais células serão, segundo a mesma fonte, ou vendidas a outros países ou usadas para fornecimento de sobresselentes.

Motor4 Allison T56-A-14
Autonomia16h de voo
Velocidade Máxima760 km/h
Altitude Operacional8.900 m
Peso Máximo64.410 kg
Armamento
Para luta anti-navio: mísseis AGM-84D Harpoon
Para luta anti-submarina: torpedos Mk 46, apto a lançar minas
Número de Aeronaves(uma aeronave - 14801 - desactivada)

Westland Super Navy Lynx Mk95



Presentemente, os helicópteros Lynx constituem um importante sistema de armas na Armada portuguesa. Equipando as fragatas Meko 200 estas aeronaves fornecem às forças navais capacidade para realizar missões de luta ASW para lá do alcance dos sistemas de armamento dos navios dos quais são orgânicos, e graças à sua reconhecida polivalência são igualmente usados pelo ramo na execução de outras missões e no apoio a outras unidades operacionais.
O Lynx teve origem num acordo entre a França e Inglaterra em 1968, com o qual ambos os países produziram conjuntamente três modelos de helicópteros. As primeiras entregas deram-se em 1974.
A Guerra das Malvinas em 1982, foi o primeiro conflito bélico deste helicóptero, onde obteve enorme sucesso na destruição dos navios argentinos. Na Guerra do Golfo, repetiu-se o sucesso, os Lynx destruíram várias lanchas iraquianas usando mais uma vez os mísseis Sea Skua. 
Na marinha portuguesa, a sua aquisição deu-se com a chegada das três fragatas da classe "Vasco da Gama", tais navios possuem capacidade para transportar e operar até dois helicópteros, para equipar os navios foi escolhido o modelo britânico Westland Super Lynx. O contracto para aquisição de cinco aparelhos foi assinado em 1990, tendo as cinco unidades (três novas e duas modernizadas) foram recebidas entre Agosto e Novembro de 1993, sendo incorporadas à Esquadrilha de Helicópteros da Armada. Assim, as Meko 200 apenas passaram a dispor das aeronaves embarcadas operacionais a partir de Janeiro de 1995.
Operacionalmente os Lynx são também usados pelo Corpo de Fuzileiro da Armada, permitindo o treino dos militares em operações de transporte táctico e heli-assalto. Os mergulhadores e o Destacamento de Acções Especiais (DAE) são outras forças que podem recorrer aos helicópteros Lynx, como já o faz em exercícios, para realizar incursões em território inimigo e transporte de tropas.
Uma das mais importantes participações destas aeronaves num cenário bélico foi em 1998, na Guiné-Bissau. Tendo sido usadas no resgate dos civis. Em Timor, embarcados nas fragatas Meko 200 realizaram missões de apoio às populações locais.
Para luta ASW, os os Lynx recorrem aos seus modernos sensores, como o sonar acústico Bendix AQS-18, ou sendo guiados pelo sonar das fragatas. Como armamento estão armados com os modernos torpedos Mk 46, dando a estes helicópteros capacidade quer contra submarinos, quer contra navios de superfície.
No futuro existe a intenção de adquirir mais 3 unidades de modo a garantir um total emprego destes meios nas fragatas (dois em cada fragata) e manter uma capacidade treino em terra. Certo é que os Lynx continuaram a ser um dos mais importantes meios da Armada garantido uma rápida e eficaz resposta a qualquer missão para a qual sejam chamados.

Peso Máx.
5.126 kg
Armamento
Torpedos Mk 46
Velocidade Máx.
400 km/h
Autonomia
593 km
Tripulação
3
Número de Unidades
5