terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

IZHMASH SVD DRAGUNOV



FICHA TÉCNICA
Calibre: 7.62x54 mmR.
Operação: Aproveitamento de gás e trancamento com ferrolho rotativo.
Comprimento: 1,13 m.
Comprimento do cano: 68,5 (26,97 pol)
Capacidade: 10 tiros.
Mira: Telescópica PSO-1 com 4 X de aumento.
Peso: 4,3 Kg.
Velocidade do projétil: 810 m/seg (boca do cano)
Alcance efetivo: 800 metros.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S. Junior
Uma das armas de origem soviética mais destacada da história, o Dragunov, também conhecido como SVD (Snayperskaya Vintovka Dragunova) ou Dragunov Sniper Rifle surgiu em 1959, fruto da mente de Yevgeny Fyodorovich Dragunov, chamado para desenvolver um fuzil de precisão semiautomático de apoio que entraria em uma concorrência para fornecer uma arma para disparos rápidos a media distancias. O fuzil de Dragunov, o SVD foi o escolhido em 1963 para equipar as tropas russas.
Como se pode ver, originalmente, o Dragunov não foi concebido para ser um fuzil de sniper e sim como uma arma de apoio ou fuzil para um atirador designado (Designated Marksman), cobrindo a lacuna de precisão deixada pela incapacidade do velho AK-47 em conseguir engajar alvos a distancias de 600 metros com precisão. Dada a suas características, acabou sendo adotada por algumas tropas como arma de precisão (sniper). No Iraque, por exemplo, é um armamento muito comum nas mãos dos “rebeldes” que o usam para derrubar soldados americanos e seus aliados a longas distancias. O alcance efetivo declarado é de 800 metros, porém, testes mostraram que a arma, associado a um atirador excepcional. consegue boa precisão até 1000 metros.
Acima: O fuzil SVD Dragunov foi projetado para ser usado como um fuzil para atirador designado, porém, seu ótimo desempenho para uma arma tão rustica, tem permitido seu uso até para tiros mais complexos.
Quando comparado a um fuzil sniper ocidental, o Dragunov se mostra muito mais leve. Um bom exemplo é observar que um fuzil HK PSG-1,  pesa vazio, 7,2 kg, enquanto que o Dragunov pesa somente 4,3 kg, praticamente o mesmo peso de alguns fuzis de assalto, tipo de arma, tipicamente mais leve que um sniper padrão. Seu cano, mais leve que a de um fuzil sniper ocidental, permite uma boa precisão, mas nada excepcional quando comparado a estas armas. O interior do cano é tratado com cromo dando maior durabilidade a peça. O freio de boca possui um supressor de flash que além de dificultar que o atirador seja visto pelo inimigo no momento do disparo, ainda tem um efeito de diminuir o recuo do disparo. Outra característica interessante que leva a uma diminuição do peso total da arma é sua coronha esqueletizada, algo incomum na época de seu projeto.
Acima: Uma característica positiva que chama a atenção no Dragunov é seu baixo peso quando comparado com fuzis do mesmo tipo. Seu peso se equivale a de um fuzil de assalto mais pesado.
O sistema de funcionamento do Dragunov é feito pela captação dos gases do disparo que entram por um orifício dentro do cano e que levam ao movimento de uma haste que é empurrada para trás, movimentando um ferrolho rotativo com 3 ressaltos. Existe uma tecla giratória junto ao pistão que regula a captação de gases para configurar a velocidade da movimentação do ferrolho, como no FAL usado pelo exército brasileiro, de forma que na posição 1, a arma deverá estar perfeitamente limpa, enquanto que, quando a arma estiver suja, depois de muitos disparos, se posiciona o botão na posição 2 para garantir um melhor funcionamento do sistema de alimentação da arma.
Após o ultimo disparo o ferrolho trava aberto e pode ser liberado puxando ele, manualmente, para traz e o soltando. O Dragunov tem um carregador de 10 tiros, no potente calibre 7,62X54 mm R, munição, esta que consegue uma velocidade na boca do cano de 810 m/seg na boca do cano, gerando 2660 ft-lbf de potência.
Acima: A munição 7,62X54 mm R possui uma energia equivalente as munições mais "quentes" em 7,62X51 mm. O projétil da munição calibre 7,62X54 mmR usada no Dragunov é relativamente pesada e sua elevada potência resulta em um grande poder de parada.
O Dragunov tem um sistema de mira convencional regulável até 1200 metros, porém, esse sistema pouco é usado uma vez em que o normal é o uso de uma luneta PSO-1, com aumento de 4X e que bem caracteriza o armamento aqui apresentado, por ser um acessório onipresente nesse fuzil. Um fato interessante é que na época em que foi apresentada a luneta PSO-1, em 1964, ela era a mais avançada mira óptica disponível para uso em um fuzil desenvolvido como sniper. Mesmo sendo a mira mais comum no Dragunov, nada impede de serem usadas outras lunetas de procedência diferente, sendo necessário, porém, a mão de obra técnica de um armeiro para adapta-la ao Dragunov, pois este não apresenta a modularidade característica das armas projetadas depois dos anos 90, uma vez que se trata de um fuzil da época da guerra fria, mais especificamente dos anos 60.
Acima: O retículo da luneta PSO-1, usada no Dragunov, traz escalas que facilitam ao atirador calcular a distancia do alvo para poder fazer a compensação do tiro.
Atualmente existe uma versão modificada para ser usada por tropas paraquedistas conhecida como SVDS, caracterizada por possuir um cano mais curto (52 cm, contra 68,5 cm da versão SVD original) e com um supressor de flash novo, além de uma coronha rebatível para uso em ambientes apertados de uma aeronave. Outra variante do fuzil SVD Dragunov, porém mais radical, é sua versão bullpup (com carregador e mecanismo de funcionamento montado na coronha da arma) chamado de Dragunov SVU. Essa versão possui um comprimento total bastante reduzido, característica essa tipica de armas bullpup, tendo 87 cm. O cano, por sua vez, é do mesmo comprimento do SVDS, chegando a 52 cm. esta versão é usada por forças especiais e foi usada na primeira guerra da Chechenia.
Acima:O fuzil do alto é a versão SVDS do Dragunov, que possui um cano mais curto, freio de boca modificado e uma coronha rebatível. O exemplar de baixo é o Dragunov SVU com sua configuração bullpup. nesses modelos, o guarda mão, coronha e punho são em polímero, o que traz uma redução de peso também.
Hoje, diferentemente da época de seu lançamento, o Dragunov é produzido com polímeros em substituição a suas peças de madeira (coronha e telha), o que dá um ar mais atual ao velho projeto, além de contribuir para seu, já, baixo peso. A produção do SVD continua, depois de 50 anos de sua apresentação e não há sinais de que seja suspensa nos próximos anos. Sua confiabilidade, letalidade e preço, o fazem uma arma muito atraente ainda, principalmente por tropas de nações com menos poder aquisitivo e por isso podemos ter certeza que veremos estes bons fuzis nas mãos de militares de muitas nações ao redor do mundo por muitos anos ainda.
Acima: A carabina Dragunov Tiger é fornecida no mercado norte americano com acabamento em polímero das partes que no Dragunov original são de madeira.


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