FICHA TECNICA
Tipo: Fuzil de assalto.
Calibre: 5,56 X 45 mm.
Calibre: 5,56 X 45 mm.
Miras: Uma mira reflex e uma luneta com aumento de 3X
Capacidade: carregador de 30 e 100 cartuchos (beta).
Taxa de tiro: 750 tiros/ min.
Peso vazio: G-36:3.6 Kg/ G-36K: 3.3 Kg/ G-36C: 2.8 Kg
Comprimento: G36: 100 cm/ G36K: 86cm/ G36C: 72 cm
Comprimento do cano: G-36: 19,89 pol; G-36K 12,52 pol e G-36C: 8,97 pol.
Sistema de operação: Ferrolho rotativo de 7 ressaltos com tomada de gases
DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
A famosa empresa Heckler & Koch da Alemanha, ou simplesmente HK, foi contratada pelo governo alemão para desenvolver um fuzil que pudesse substituir o clássico fuzil G-3 da mesma fabricante em uso pelo exército do país. Nessa empreitada complicada, dado o sucesso e qualidade do G-3, fazia essa missão algo particularmente desafiador.
Assim a HK apresentou um novo e moderníssimo fuzil chamado G-11, que tinha um aspecto diferente do que estamos acostumados a ver em uma arma desse tipo e que fazia uso de um novo tipo de munição sem estojo (cartucho, como preferem alguns) também chamada de "caseless" em um calibre 4,7 mm, ou seja, era uma arma nova, com um novo conceito usando um novo calibre, diferente do que é usado pela OTAN, da qual a Alemanha faz parte. A questão da munição fora do padrão OTAN, assim como o fator custo, fizeram com que os alemães rejeitassem o G-11, e a HK acabou tentando fornecer o fuzil G-41, que representava uma tentativa de fornecer um substituto para o G-3, no calibre padrão da OTAN (5,56X45 mm) em uma arma moderna. Porém, por usar um sistema de operação com recuo simples retardado ou "blowback" com retardo idêntico ao usado no próprio G-3, acabou sendo rejeitado pelo exército que queria algo efetivamente novo.
Acima: O inovador (e estranho) fuzil HK G-11 com sua munição sem cartucho foi rejeitado devido a usar uma munição fora do padrão OTAN e por ser mais caro.
Uma vez que estava claro o que o exército alemão queria, a HK arregaçou as mangas e desenvolveu uma nova família de fuzis para satisfazer as necessidades do exército de seu país, porém, pensando também, no mercado de exportação. A nova arma deveria disparar o calibre padrão da OTAN e ser uma arma que tivesse elementos modernos e ser confiável para poder justificar sua aquisição pelos exércitos que já operassem um fuzil no referido calibre, amplamente disseminado no ocidente.
O novo Fuzil da HK foi batizado de HK-50, dentro da empresa, e foi o resultado deste estudo. Seu sistema de funcionamento é o de tomada de gases com trancamento de ferrolho rotativo, o que melhora a confiabilidade do fuzil. Segundo a HK, o G-36 pode operar sem limpeza até os 15000 tiros, ou seja, no limite da vida util de seu cano. O ferrolho, por sua vez, tem funcionamento ambidestro, facilitando seu uso por pessoas canhotas.
Esse sistema de funcionamento é uma novidade nos produtos HK, que sempre usou o trancamento por roletes como observado no começo desse texto. Depois que o exército alemão decidiu adotar o HK-50, ele passou a se chamar G-36, e este é o nome comercial que foi assumido por este moderno fuzil no mercado internacional.
Acima: Este foi a primeira geração do G-36. Atualmente a arma recebeu muitos refinamentos que a tornaram mais pratica para o ambiente tático.
O G-36 é construído, quase na sua totalidade, de polímero de alto impacto, sendo que as partes metálicas são as poucas que ainda não seriam seguras para serem construída com polímero, como o cano, cabeça do trancamento do ferrolho e molas. O cano, em especial, é produzido com tratamento com cromo duro, forjado por um processo conhecido como martelamento a frio que torna o cano mais resistente e capaz de disparos mais precisos. A coronha de todas as versões deste fuzil é rebatível, permitindo maior facilidade de transporte em lugares apertados, e as versões mais recente possui, também, um novo modelo de coronha que também é retrátil, como é o seu mais próximo concorrente, o fuzil belga FN SCAR. O carregador também é de polímero porém, com acabamento semitransparente ou "translucido", o que torna a visualização da quantidade de munição disponível muito fácil e rápido, além de serem mais resistente e leves que os carregadores tradicionais de aço como os do AR-15/ M-16. Ainda nos carregadores, existem dois encaixes nas laterais deles, que permite acoplar outros carregadores, um nos outros, agilizando a troca de carregador, também muito rápida.
Acima: O carregador translucido do G-36 é fabricado em polímero e é bastante resistente, além de facilitar a verificação da quantidade de munição.
A versão básica do fuzil G-36 tem um metro de comprimento e um cano de 18,89 polegadas. A mira, dessa versão, é um modulo que contém uma luneta com aumento de 3X com um ponto vermelho que permite executar o tiro com precisão até 800 m, e um visor óptico, com um ponto vermelho também, mas sem aumento, para acoplamento de alvos até 200 metros em rápida visada. Miras compostas como essa estão cada vez mais comuns nos projetos modernos.
A versão curta do deste fuzil é chamada de G-36K (de Kurtz), pensada para operações especiais e para pára-quedistas. Essa versão tem 86 cm de comprimento total e seu cano possui 12,52 polegadas Essa versão, em minha opinião, é a mais interessante como arma padrão da tropa, sendo que a versão básica (maior), eu usaria para tiros de precisão, e para ser usada como metralhadora leve (versão MG-36), que mostrarei a frente. Esta é a versão mais usada pelos órgãos de segurança publica junto com seu irmão menor o G-36C que é a versão mais compacta da série, e desenhada para ser usada com arma de “invasão” ou CQB (closed quarter battle ou combate em ambientes fechados), por suas dimensões serem as mesmas de uma submetralhadora HK MP5. Esta arma mede 72 cm com a coronha estendida e seu pequeno cano tem 8,97 polegadas, não sendo indicada para tiros em distancias maiores de 50 metros.
Acima: O G-36K possui predileção por forças policiais e de tropas de operações especiais devido ao equilíbrio do conjunto.
Abaixo: A ultima versão G-36K é o G-36KA4 disponibilizado pela HK em 2014.
Existe uma versão com cano reforçado chamado MG-36, equipado com carregador BETA de 100 tiros para uso como metralhadora de apoio de fogo. Possui o tamanho da versão básica do G-36 e é equipada com um bipé no fim da telha (ou guarda mão, como preferem algumas pessoas) para apoio em tiros de rajada. Esta versão é muito útil para se conseguir uma padronização do equipamento. Normalmente a arma que faz o papel de metralhadora de apoio de fogo é uma arma totalmente diferente do fuzil e muitas vezes mais pesada também.
O G-36 pode ser usado com um lançador de granada de 40 mm modelo AG-36 fabricado pela própria HK e que tem capacidade de atingir alvos de área (sem ponto específico) a 400 m ou um ponto específico a 150 m
Acima: O MG-36 é uma versão do G-36 para apoio de fogo que e para isso usa uma carregador Beta Mag de 100 tiros e um bipé de apoio montado ao fim do guarda mão.
Para o mercado civil de países que são, verdadeiramente democráticos, a HK criou uma versão focada para esses consumidores. O G-36 "civilizado" se chama SL-8 que usa o mesmo calibre, o 5,56 X 45 mm, mas com uma ergonomia completamente redesenhada para o conforto do atirador. Nesta versão um trilho picatinny, bastante longo está montado acima do rifle facilitando a instalação de boas lunetas de precisão. Infelizmente, por se tratar de um equipamento de altíssima qualidade, o seu preço é elevado também, chegando aos U$ 3500,00 dólares no mercado norte americano. Atualmente este modelo está fora de linha, sendo que o modelo civil do G-36 que está sendo comercializado é o HK-243 SAR que tem maior semelhança com a versão militar. Este modelo divide espaço no mercado com um outro produto: O MR-556 e MR-762 que são modelos que usam o desenho do conhecido AR-15, mas com sistema de funcionamento similar ao usado no G-36.
Acima: O caro HK SL-8 é a versão civil do fuzil G-36. Embora seja uma arma superior em termos de confiabilidade, seu aoto custo e a preferência do mercado civil por derivados do AR-15, fizeram a HK fechar a linha de produção desta versão. Atualmente o modelo civil é o HK-243 que pode ser visto na foto abaixo:
Recentemente o exercito dos Estados Unidos e o departamento de defesa americano avaliaram uma proposta da Heckler and Koch para um substituto do famoso M-16 / AR-15 como armamento padrão do infante do exercito norte americano. O fuzil HK XM-8, um derivado do G-36, foi amplamente testado pelos soldados dos Estados Unidos, sendo que alguns foram mandados até para o Afeganistão. Porém o alto custo da mudança de armamento, sem que houvesse uma vantagem significativa do novo armamento sobre o M-16, acabou por terminar o programa do XM-8. O exercito busca uma arma com possibilidade de mudar de calibre e assim impor uma maior vantagem tática no campo de batalha, algo que com o XM-8, original, não era possível.
Acima: A pequena versão para combate CQB )combate em ambientes fechados) é o G-36C. Este modelo, assim como a G-36K são muito apreciadas por forças policiais do mundo todo.
Abaixo: O XM-8 foi um projeto para substituir o M-16 e M4 no exército dos Esyados Unidos. Porém devido aos altos custos e a poucas vantagens, o projeto acabou cancelado.
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