terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

FUZIL AR-15/ M-16




FICHA TÉCNICA
COLT AR-15A2 
Tipo: Fuzil semi-automático
Miras: Regulagem lateral na alça a 4 posições fixas de massa e alça para regulagem em elevação.
Peso: 3.2 Kg (vazio) 3.6 Kg (carregado) .
Sistema de operação: A gás com ferrolho rotativo.
Calibre: 5,56 X 45 mm (223 Remington).
Capacidade: Carregadores de 5, 20, 30, 60 ou Beta de 100 munições.
Comprimento Total: 1 m.
Comprimento do Cano: 20 polegadas.
Velocidade na Boca do Cano: 908 m/seg.
Cadencia de tiro: 700 a 950 tiros/min.
COLT M-4A-3
Tipo: Fuzil automático.
Miras: Regulagem lateral na alça a 4 posições fixas de massa e alça para regulagem em elevação.
Peso: 3.0 Kg (vazio) 3.52 Kg (carregado).
Sistema de operação: A gás com ferrolho rotativo.
Calibre: 5,56 X 45 mm (223 Remington).
Capacidade: Carregadores de 5, 20, 30, 60 ou Beta de 100 munições.
Comprimento Total: 88.3 cm com a coronha aberta, e 79 cm com a coronha fechada.
Comprimento do Cano: 16 polegadas.
Velocidade na Boca do Cano: 830 m/seg.
Cadencia de tiro: 700 a 950 tiros/min


DESCRIÇÃO
Por Carlos E. S. Junior
Poucas armas foram tão expostas na mídia com a força que se viu com o nome AR-15. Muito se fala, sobre esta arma de “grosso calibre” (A MAIOR ASNEIRA QUE SE FALA), Sobre que ela perfura qualquer blindagem, que ela destrói tudo que ela atinge... e outras imbecilidades. Na verdade todo esse folclore é fruto de uma cultura imposta nesse país de que um cara armado com um 38 ou uma pistola em calibre 380 é considerado uma pessoa bem armada. No mundo, existem países que são democráticos de verdade e onde o cidadão pode comprar o melhor instrumento para se defender e não são impostas limitações ingênuas e sem sentido, como a que limita os calibres em 38 ou 380ACP. Nos Estados Unidos, por exemplo, o calibre 380, que no Brasil é a sensação das lojas de armas, é considerado o menor calibre que alguma pessoa pode usar com alguma eficiência, devido ao seu “anêmico” poder deparada.
Voltando ao assunto desta matéria, nosso enfocado, o clássico fuzil AR-15, que é uma das armas de fogo mais difundidas na história, estando em uso em quase todos os países do ocidente na forma de arma de uso policial, militar ou mesmo, em caças de pequenos animais roedores, ou pragas do campo, também conhecido com arma de “Varmint”, devido ao fato de munição 5,56mm ser um calibre pequeno, porém de altíssima potência, permite poucos danos na frágil estrutura do corpo desses pequenos animais. Havia, também, um conceito, de que, no campo de batalha, se você matasse o soldado inimigo, ele seria deixado para trás. Seria um a menos. Porém, se você ferisse seu inimigo, você inutilizava 3 soldados, pois eles teriam que carregar seus feridos, e ainda usar uma infraestrutura para tratar desses feridos, causando um poderoso desgaste moral no inimigo. Encima desse conceito, que se decidiu pela diminuição do calibre para o 5,56 mm. Porém, não pensem que este cartucho não seja letal. Ele é com certeza, mas consideravelmente menos potente que o 7,62 mm, usado no M-14 americano e, que ainda é usado pelas forças brasileiras na forma do conhecido FAL.

Acima: O primeiro AR-15, sem nenhuma das melhorias que ocorreram depois das falhas em combate, e abaixo, o modelo M-16 A1, com o botão de fechamento do ferrolho, par ser usado em casos de falhas decorrentes de resíduos e sujeiras excessivas. Notem o carregador de 20 cartuchos na versão de cima e no carregador estilo "banana" de 30 tiros na versão de baixo.
O AR-15 foi idealizado pelo gênio projetista Eugene Stoner que trabalhava para a empresa Armalite, e baseado no, não tão conhecido AR-10, também, criado por Eugene, mas em calibre 7,62X51 mm. Em 1957 o exercito dos Estados Unidos encomendaram um novo fuzil que usasse um calibre menor, que o 308 winchester, também conhecido por 7,62X51 mm, e que fosse leve para ser transportado com mais munição pelos soldados. A munição teria que ser algo em calibre 22 e com capacidade de perfurar um capacete de aço padrão a 500 metros. Eugene Stoner usou como base seu rifle AR-10 e construiu o AR-15, em calibre 223 Remington ou 5,56 X 45 mm, que era um calibre derivado do calibre 222 Remington, usado para caça de pequenos animais. Em 1958 a Armalite entregou os primeiros fuzis ao exercito para testes de campo, o que acabou mostrando problemas com relação à precisão e a confiabilidade da arma. Em 1959, a Armalite estava decepcionada com os resultados desfavoráveis do AR-15 e vendeu todo o projeto e direitos a companhia Colt, uma consagrada fabricante de armas mundial e o senhor Eugene Stoner foi parar dentro da fabrica da Colt. E nesse ano a Colt mostrou o AR-15 para o comandante da USAF (Força Aérea Americana) que comprou, aproximadamente 8000 fuzis para substituir as antigas carabinas M-1 e M-2. Em 1962 o DARPA (departamento de projetos avançados dos Estados unidos), comprou 1000 AR-15s e os mandou para testes de campo no Vietnam do sul, e esse fato resultou em uma encomenda de 85000 fuzis para o exercito e mais 19000 para a força aérea. Porém os resultados em campo, começaram e se mostrar preocupantes pois o AR-15 estava apresentando grandes problemas de funcionamento, que estavam sendo ocasionados pelo tipo de pólvora que era usado nos cartuchos. Essa pólvora, a IMR tubular da Du Pont era usada em cartuchos 7,62X51 mm, causava um grande e rápido depósito de carbono nas partes internas da arma que depois de quente, esse depósito, esfriava e endurecia fortemente como se fosse uma cola de secagem rápida travando a arma em definitivo. Para evitar esse tipo de ocorrência seria necessário que se limpasse a arma a todo o momento, o que não era uma prática muito difundida no atoleiro que se tornou os campos de batalha vietnamitas. A substituição da pólvora usada, somado a mudanças na arma como um novo mecanismo de amortecimento para diminuir a cadência de tiro, a cromeação da câmara e canos da arma evitaria a oxidação por causa do ambiente úmido do sudeste asiático fazendo surgir o M-16A1, uma arma que embora fosse confiável, estava com dificuldades de apagar a péssima primeira impressão que havia tido inicialmente.
Acima: Na guerra do Vietnam, o M-16 foi inserido com péssimos resultados decorrentes de munição inadequada, assim como problemas de confiabilidade da arma quando suja.
No fim da década de 70, as forças armadas dos EUA e a própria Colt começaram a estudar melhorias que fossem possíveis de se aplicar ao AR-15, e aí, nasceu o M-16A2, uma arma de cano mais pesado e resistente, troca do passo do raiamento do cano de 1:305 para 1:17, tornando mais adequada a o tipo de munição SS109 usada como padrão pela OTAN. A troca da telha por uma nova em material sintético mais resistente e ainda tinha disponível uma nova posição no seletor de tiro: a de rajada curta de 3 tiros.
Atualmente, esta arma é fabricada por muitas empresas que adquiriram o direito de produção e que através de novas melhorias, teve novas versões, como o M-16A3 que trabalha totalmente em automático ou em semi auto, usando das mesmas qualidades e resistência da versão A2 e ainda tinha a alça de transporte substituída por uma removível; a nova versão M-16A4, que voltou a ter a disponibilidade da posição de rajadas curtas de 3 tiros, e ainda teve montado um trilho tipo picatinny, que permite o uso de miras ópticas, que podem ser instaladas sem necessidade de um armeiro. Esses trilhos picatinny, estão presentes na telha também para permitir o acoplamento de lanternas, miras laser, câmeras e lança granada.

Acima: O modelo Colt M-16A2 foi a mais importante revisão do projeto AR-15 tornando a arma, efetivamente mais confiável e resistente. Esse modelo é usado pelo corpo de fuzileiros navais do Brasil (CFN).
Falando em lança granada, é interessante notar que o modelo M-16A1, equipado com um lançador de granada M-203 e 40 mm se tornou muito popular depois da apresentação do filme “PREDADOR”, Onde o ator Arnold Schwarzenegger usa uma dessas armas. O lança granada M-203, permite uma grande melhoria no potencial de letalidade do infante com um dispositivo mais leve que um lança rojão, ou bazooca como prefere alguns, integrado à sua arma principal flexibilizando o seu uso. Muitos exércitos atuais acabaram por adotar de lança granada os seus fuzis depois que essa modificação foi demonstrada como eficaz pelo uso pioneiro no exército dos Estados Unidos.

Acima: Aqui temos um exemplar do fuzil M-16A1 com lança granadas M-203 em calibre 40 mm.
Abaixo: A versão do M-16A2 com o mesmo lançador de granadas difere pelo cano reforçado, além do seletor de tiros com a opção de rajada curta.

Em 1985 o USMC (US Marine Corp ou corpo de fuzileiros navais dos Estados Unidos) encomendou uma versão do fuzil M-16A2 que fosse menor, e para isso o Colt Commando foi usado como base, embora seu cano devesse ser maior que a do Colt commando, tendo, assim o comprimento de 14 polegadas e meia. Essa nova versão se chama M-4 e é extremante comum nas forças americanas, sendo vista nas mãos dos soldados que combateram no Afeganistão e no Iraque. Embora o M-4 seja chamado de carabina, ele ainda possui a posição de tiro em rajada. Hoje a versão mais moderna em produção é a M-4A3, que possui seletor de tiro com rajadas curtas de 3 tiros, e alça de transporte removível. A evolução do AR-15 nesses 44 anos de existência melhorou muito a confiabilidade e eficiência desta arma, sendo que as novas versões são armas modulares com fácil montagem de acessórios e com boa precisão.
Posteriormente ao início operacional do M-16, o Exército dos Estados Unidos requisitou que fosse desenvolvida uma versão menor do M-16, para o uso nas suas forças de operações especiais , como os Boinas Verdes, e essa versão curta foi chamada de XM-177, e designada no US ARMY como CAR-15 ou “Commando”. Essa versão possuía um cano de 10 polegadas e um grande quebra chamas na ponta pois essa arma apresentava enormes labaredas quando atirava. O Colt Commando foi muito popular por causa de sua leveza e facilidade de transporte. Era uma arma usada por operadores de rádio que necessitavam de um rifle mais leve, e por oficiais.

Acima: A compacta carabina XM-177 foi a primeira versão curta do M-16. Atualmente muitas versões desta variante são encontradas nas mãos de policiais, militares e mesmo entusiastas civis em países democráticos (não é o caso do Brasil). O modelo M-4 é a mais difundida atualmente como essa M-4A1 SOPMOD abaixo.


Acima: O M-4 pode receber o mesmo lançador de granadas M-203 usado nas outras variantes do M-16.
Para o futuro existe uma tendência de se adotar um novo calibre para o fuzil das forças armadas americanas. Depois de 4 décadas, alguns conceitos mudaram no campo de batalha e o calibre 5,56 mm tem levantado críticas pelos soldados americanos que tem tido dificuldades de derrubar os guerrilheiros iraquianos e afegãos com apenas um tiro no tórax, sendo que muitas vezes, quando o inimigo se encontra longe,o soldado americano tem tido que atirar uma segunda vez para “parar” a ação do inimigo. O calibre mais provável a ser incorporado é o 6,8 mm SPC (Special Purpose Cartridge), que tem o mesmo comprimento do 5,56, porém é pouco mais largo. Esse calibre já foi testado em combate no Afeganistão e o resultado foi considerado muito bom pelos soldados. Recentemente foi trocado o projétil SS-109, que era padrão OTAN por um com maior peso chamado de MK-262 com 77 grains, fabricado pela Black Hills, o que mostrou uma melhora na letalidade, porém esse assunto se encontra em aberto, e nenhuma decisão foi tomada ainda.

Acima: A versão mais recente do M-16 é a variante M-16A4 em uso pelo exército dos Estados Unidos. 
Abaixo: Aqui  M-16A4 com lançador de granadas M-203 de 40 mm.



Acima: A Colt fabricou uma versão submetralhadora do AR-15 em calibre 9 mm chamado de Colt Modelo 635 ou Colt SMG (submachine gun).

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