Em meados da década de 1970 a indústria bélica nacional passava por um período de efervescência, com repotencialização de viaturas blindadas de origem americana e os primeiros projetos dos veículos militares projetados e construídos no Brasil, entre eles os Engesa EE-9 Cascavel e EE-11 Urutu que rapidamente alcançariam destaque no mercado internacional, embalado por estes êxitos a equipe de projeto da Engenheiros Especializados S/A começou a dar forma a uma antiga ideia de se produzir um veículo leve blindado 4x4 para o Exército Brasileiro, remontando a um antigo projeto do início de 1970 do Parque Regional de Motomecanização da Segunda Região Militar de São Paulo – PqRMM/2, que seria denominado de VBB (Viatura Blindada Brasileira), que deveria ser o substituto dos velhos M-8 Greyhound, oriundos da Segunda Guerra Mundial.
Inicialmente o projeto previa um novo veículo leve de reconhecimento (4 X 4) com grande mobilidade sendo, equipado com metralhadora externa 7,62mm, ou 12,7mm (.50) numa torreta giratória blindada, na sua configuração padrão, equipada com quatro lançadores de granadas fumígenas. Outras versões podiam empregar mísseis anticarro do tipo Milan. Deveria contar com uma tripulação composta por um motorista, um comandante e um atirador. Sua direção era hidráulica integral, permitindo acionamento mecânico em caso de emergência. Sistema elétrico de 24 volts com circuitos de iluminação civil e militar. Rodas de aço estampado, pneus à “prova de balas” com sistema automático de enchimento, dispunha ainda de um conjunto ótico de periscópios para observação além de um sistema passivo de visão noturna.
Por ser extremamente compacto, seu peso máximo era da ordem de 5.800kg, com autonomia de 700km, com 140 litros de diesel, velocidade máxima de 100km/h, podendo subir rampas de 60% e inclinação máxima lateral de 30%, superar obstáculos vertical de 400mm, podendo passar em vaus de 800mm. Seus componentes mecânicos eram todos eram todos oriundos da indústria automotiva nacional, facilitando assim a logística no processo de manutenção e reparo. Era dotado com um motor turbo Mercedes Benz OM-314A de 04 cilindros em linha, caixa de transmissão Clark 240V, caixa de descida Engesa portando engrenagens helicoidais, embreagem monodisco seco e caixa de transmissão múltipla Engesa , sistema de direção ZF do Brasil e freios Bendix a tambor com acionamento a ar sobre hidráulico e freio de estacionamento mecânico.
Concebido para substituir as viaturas ¼ toneladas, sua silhueta baixa e sua facilidade de manobras em terrenos variados o tornam um veículo extremamente operacional, inclusive para patrulhar áreas urbanas como força policial nas operações que exijam alto poder ofensivo, proporcionado uma boa proteção a seus tripulantes. Dadas assuas pequenas dimensões, pode locomover-se com facilidade, evitando, desta forma, empregar veículos 6x6, pesados, grandes como os usados recentemente no Rio de Janeiro. Seria o veículo ideal para as unidades de ataque rápido, pois pode muito bem ser lançado de paraquedas.
Apesar de representar um interessante conceito de veículo blindado, podemos afirmar que o projeto em si não representou o melhor veículo concebido pela Engesa, recebendo muitas críticas de seus próprios engenheiros, tanto que toda a sua produção foi exportada para países como Uruguai com dezesseis unidades, Guiné dez unidades, Gabão doze unidades, Equador dez unidades, e Chipre quinze unidades, os quais ainda o operam o modelo, sendo que o Exército do Uruguai possui cinco deles em uso no Haiti, onde integram a Minustah, sob o comando do Brasil. Ao todo foram produzidos somente 63 EE-3 Jararaca.
Emprego no Brasil.
Originalmente o conceito para o desenvolvimento de um veículo leve de reconhecimento (4X4) leve teve início nos esforços do Parque Regional de Motomecanização da 2a Região Militar de São Paulo – PqRMM/2, como dito anteriormente a Engesa buscando um novo nicho de mercado apresentou ao comando do Exército Brasileiro o projeto original do EE-3 Jararaca em maio de 1970, o objetivo inicial era enquadrar o modelo na concorrência para a aquisição de mais de mil e duzentas viaturas blindadas leves sobre rodas, em várias variantes: reconhecimento, anti-carro, radar, posto de comando, observador avançado e porta-morteiro, programa este onde a empresa já havia logrado êxito com a aprovação dos projetos do carro de combate leve e reconhecimento EE-9 Cascavel e o veículo blindado de transporte de tropas EE-11 Urutu , que começavam a ser entregues aos regimentos de cavalaria mecanizados.
Neste mesmo período o processo de implantação dos carros blindados sobre rodas 6X6 Engesa EE-9 Cascavel estava a pleno vapor com alto índice de sucesso, o que desmontou todo o interesse do Exército Brasileiro em um veículo blindado leve com tração 4X4, negativando assim qualquer possibilidade atual ou futura de aquisição deste carro. Apesar desta negativa a empresa decidiu seguir com o desenvolvimento do modelo com recursos próprios, infelizmente havia também no mercado internacional um consenso para a operação de carros blindados 6X6 o que limitaria em muito as exportações do modelo.
Em meados da década de 1980 a Engesa passou a sofrer com sérios problemas de ordem financeira, sendo provocada em face de altos investimentos com recursos próprios para o desenvolvimento do MBT EE-T1 Osório que infelizmente não logrou êxito em vendas e também por serio processo de inadimplência na ordem de US$ 200 milhões de dólares junto ao governo iraquiano, estes pontos levaria a falência da empresa no início da década de 1990, gerando um dívida de $ 1,5 bilhão, em valores atualizados, junto ao Banco do Brasil e ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em empréstimos não pagos. Como o governo era um dos principais credores da massa falida da empresa, ficou decidido que os ativos, peças de reposição e veículos deveriam ser incorporados ao Exército Brasileiro por autorização judicial, entres estes estavam os dois protótipos originais do EE-3 Jararaca.
Assim em 1993 os dois protótipos do EE-3 Jararaca após sua incorporação foram alocados junto ao 13º Regimento de Cavalaria Mecanizado (RecMec) baseado na cidade de Pirassununga no interior de São Paulo, onde após breve revisão foram colocados em serviço ativo em missões de reconhecimento de campo de batalha em conjunto com os EE-9 Cascavel. Um dos dois veículos recebidos representava uma configuração única destinada a guerra química, que tinha por missão identificar e marcar com sistema de bandeirolas coloridas na parte traseira do veículo os tipos de substâncias toxicas existentes no campo de batalha, este estava dotado de um elaborado sistema de proteção NBC com filtros de ar condicionado e mascaras de proteção química.
A existência de apenas duas unidades limitava em muito a operação do EE-3 Jararaca, sendo definida em 2012 a transferência de um carro para o acervo do Museu Blindado do Centro de Instrução de Blindados General Walter Pires (CIBld), e a outra unidade ainda permanece em serviço restrito junto ao 13º Regimento de Cavalaria Mecanizado (RecMec).
Originalmente o conceito para o desenvolvimento de um veículo leve de reconhecimento (4X4) leve teve início nos esforços do Parque Regional de Motomecanização da 2a Região Militar de São Paulo – PqRMM/2, como dito anteriormente a Engesa buscando um novo nicho de mercado apresentou ao comando do Exército Brasileiro o projeto original do EE-3 Jararaca em maio de 1970, o objetivo inicial era enquadrar o modelo na concorrência para a aquisição de mais de mil e duzentas viaturas blindadas leves sobre rodas, em várias variantes: reconhecimento, anti-carro, radar, posto de comando, observador avançado e porta-morteiro, programa este onde a empresa já havia logrado êxito com a aprovação dos projetos do carro de combate leve e reconhecimento EE-9 Cascavel e o veículo blindado de transporte de tropas EE-11 Urutu , que começavam a ser entregues aos regimentos de cavalaria mecanizados.
Neste mesmo período o processo de implantação dos carros blindados sobre rodas 6X6 Engesa EE-9 Cascavel estava a pleno vapor com alto índice de sucesso, o que desmontou todo o interesse do Exército Brasileiro em um veículo blindado leve com tração 4X4, negativando assim qualquer possibilidade atual ou futura de aquisição deste carro. Apesar desta negativa a empresa decidiu seguir com o desenvolvimento do modelo com recursos próprios, infelizmente havia também no mercado internacional um consenso para a operação de carros blindados 6X6 o que limitaria em muito as exportações do modelo.
Em meados da década de 1980 a Engesa passou a sofrer com sérios problemas de ordem financeira, sendo provocada em face de altos investimentos com recursos próprios para o desenvolvimento do MBT EE-T1 Osório que infelizmente não logrou êxito em vendas e também por serio processo de inadimplência na ordem de US$ 200 milhões de dólares junto ao governo iraquiano, estes pontos levaria a falência da empresa no início da década de 1990, gerando um dívida de $ 1,5 bilhão, em valores atualizados, junto ao Banco do Brasil e ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em empréstimos não pagos. Como o governo era um dos principais credores da massa falida da empresa, ficou decidido que os ativos, peças de reposição e veículos deveriam ser incorporados ao Exército Brasileiro por autorização judicial, entres estes estavam os dois protótipos originais do EE-3 Jararaca.
Assim em 1993 os dois protótipos do EE-3 Jararaca após sua incorporação foram alocados junto ao 13º Regimento de Cavalaria Mecanizado (RecMec) baseado na cidade de Pirassununga no interior de São Paulo, onde após breve revisão foram colocados em serviço ativo em missões de reconhecimento de campo de batalha em conjunto com os EE-9 Cascavel. Um dos dois veículos recebidos representava uma configuração única destinada a guerra química, que tinha por missão identificar e marcar com sistema de bandeirolas coloridas na parte traseira do veículo os tipos de substâncias toxicas existentes no campo de batalha, este estava dotado de um elaborado sistema de proteção NBC com filtros de ar condicionado e mascaras de proteção química.
A existência de apenas duas unidades limitava em muito a operação do EE-3 Jararaca, sendo definida em 2012 a transferência de um carro para o acervo do Museu Blindado do Centro de Instrução de Blindados General Walter Pires (CIBld), e a outra unidade ainda permanece em serviço restrito junto ao 13º Regimento de Cavalaria Mecanizado (RecMec).
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