sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

LOCKHEED MARTIN THAAD



FICHA TÉCNICA
Motor: Propelente sólido de estágio único Thiokol TX-486-1
Velocidade: 10800 km/h
Alcance: 200 km.
Altitude: 150 km
Comprimento: 6,17 m.
Peso: 900 kg.
Ogiva: (não tem)
Lançadores: Caminhão M-1074.
Guiagem: IR ativo a base de Antimoneto de Índio com atualização por datalink.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S. Junior
O sistema THAAD (Theatre High Altitude Area Defense) é uma solução para defesa antibalística (anti míssil de curto e médio alcance, com alguma capacidade para defesa contra mísseis de longo alcance também),  projetado para ser usado pelo exército dos Estados Unidos na proteção de área. Assim sendo, o THAAD pode ser movimentado para localizações estratégicas com facilidade, permitindo, assim, defender os interesses dos Estados Unidos, em qualquer lugar do mundo. É interessante notar, que o THAAD trata-se de um sistema com objetivo de destruir mísseis e faz parte do programa NMD  (National Missile Defense) de defesa antimíssil do departamento de defesa dos Estados Unidos. Muitas pessoas tem duvidas se o THAAD será usado, também contra aviões. Podem tirar essa duvida agora. O THAAD não é usada contra aeronaves. Para essa tarefa, os Estados Unidos contam com outro sistema: O Patriot PAC-3, da família de mísseis Patriot, já apresentado neste site. O exército dos Estados Unidos (US Army) encomendou em 2013 110 mísseis do sistema. Ao todo,foram adquiridos 4 baterias do sistema e o exército dos estados Unidos considera adquirir mais duas baterias..
Acima: Mísseis balísticos de curto alcance e de médio alcance, como este Taepodong da Coreia do Norte, são as presas do sistema THAAD. Esse tipo de armamento tem potencial de transporte de ogivas nucleares e sua mobilidade causa um sério problema para a estratégia de defesa norte americana e aliada.
Em 1992, a Lockheed Martin Missiles  and Space, ganhou um contrato do departamento de defesa americano para desenvolver e construir o sistema THAAD. A Empresa Raytheon (conhecida de nós brasileiros por fornecer os radares do SIVAM), foi selecionada como a subcontratante para desenvolver o radar AN/TPY-2 GBR para este sistema. Esse equipamento é o maior radar de varredura eletrônica em banda X já instalado em um veículo.  Sua antena tem 9,2 m² de área e possui 25344 módulos de transmissão e recepção TRM, que funcionam transmitindo feixes e recebendo os reflexos deles. Seu alcance é estimado em cerca de 1000 km. Esse radar foi testado contra um míssil balístico de treinamento, que durante os testes, direcionou um míssil Patriot PAC 3, com sucesso. Outro ponto bastante favoravel deste radar é sua facilidade de transporte que pode ser feita por um avião cargueiro Lockheed C-130 Hercules, disponível em grande quantidade no acervo da USAF (Força Aérea dos Estados Unidos).
No ano 2000, o programa, entrou em sua fase de construção e desenvolvimento, sendo que 16 mísseis de testes foram entregues em 2004, produzidos pela nova fabrica da Lockheed em Pike County, Alabama. Os testes de voo do sistema foram iniciados em 2005, no polígono de tiro de White Sands, New México, e no polígono de tiro do Pacífico, em Kauai, Hawai.
Acima: O veículo lançador do sistema THAAD é baseado no caminhão Oshkosh M-1120 e seu lançador comporta 8 mísseis.
Era previsto que uma bateria, típica, do sistema THAAD deveria ter 9 veículos lançadores, sendo que cada veículo transportará 8 mísseis; dois centros móveis de operações (TOCs) e um radar terrestre (GBR).Porém, o exército norte americano tem operado suas baterias com 6 veículos lançadores o que dá uma persistência de combate de 48 mísseis por bateria. O veículo usado no sistema THAAD é baseado no Oshkosh M-1120 HEMTT  (Heavy Expanded Mobility Tactical Truck), bastante usado no exército dos Estados Unidos.
Os dados do alvo e o ponto previsto para o impacto, são carregados no míssil antes do lançamento, e as atualizações do posicionamento do alvo são feitas com o míssil, já na fase de voo através de datalink. O sistema de guiagem terminal do míssil é feita por um sistema IR a base de Antimoneto de Índio, extremamente sensível, desenvolvido pela BAe Systems, e que opera na banda entre 3 e 5 microns. O míssil tem 6,17 metros de comprimento e é propulsado por um motor que possui vetoração de empuxo, sendo que ele usa combustível sólido de único estágio produzido pela Pratt & Whitney Rocketdyne. O míssil tem um peso de lançamento de 900 kg, o que pode ser considerado um valor bem alto para esta categoria de armamento. O motor acelera o míssil até bem próximo do alvo, quando ocorrer a separação do veículo do tipo "hit to kill" para impacto direto contra o alvo. É importante salientar aqui que o THAAD não tem ogiva e a destruição do alvo se dá exclusivamente por impacto direto através de energia cinética. O negócio funciona exatamente desse jeito. Um  míssil destrói outro míssil com impacto direto sendo desnecessário uma ogiva explosiva. Deu para perceber que se trata de um equipamento de extrema precisão e complexidade né?  Seu alcance chega a 200 km segundo estimativas, uma vez que esse dado oficial é classificado.
Acima: O centro de controle de fogo do THAAD é bastante simplificado para tornar mais eficiente a resposta em caso de necessidade de responder a um ataque. Abaixo, o centro de controle de fogo visto de fora.
O THAAD foi projetado para poder operar interligado em rede com os sistemas de informação aliados, através do gerenciador de batalha e comando BMC3I desenvolvido pela Northrop Grumman, e o sistema de comunicação é o JTIDS (Joint Tactical Information Distribution System), que permite a comunicação de dados de forma segura e é padronizadas nas forças armadas americanas e aliadas (OTAN). O nível de sofisticação atingida pelo sistema THAADS é um marco na história da tecnologia bélica. Os Estados Unidos conseguiram uma façanha de conseguir desenvolver e construir um sistema antimissil que embora caro (cerca de U$ 970 milhões de dólares cada bateria) tem um elevado nível de eficácia em uma missão muito complexa que é abater mísseisl balísticos de curto e médio alcance. Mesmo sendo um sistema caro, dois países, além dos Estados Unidos, adquiriram o sistema THAAD. O Emirados Árabes Unidos e Omã encomendaram o sistema. Os Estados Unidos estudam implantar o sistema na Coreia do Sul para defender seus interesses contra os "nervosinhos" norte coreanos.
Acima: O desenvolvimento do sistema THAAD foi bastante demorado por conta de falhas que ocorreram em testes de fogo entre 1995 e 1999. Mas o sistema se mostrou bastante eficiente nos testes posteriores que duraram de 2005 a 2012.

CLASSE TAKANAMI



FICHA TÉCNICA
Tipo:  Destróier antiaéreo.
Tripulação:  175
Data do comissionamento:  Março de 2003.
Deslocamento:  4650 toneladas (totalmente carregado).
Comprimento:  151 mts.
Calado:  5,3 mts.
Boca:  17,4 mts.
Propulsão:  2 turbinas a gás Kawasaky Rolls Royce Spey SM-1C e 2 turbinas General Electric/ Ishikawajima Harima LM-2500 que juntas produzem 60000 hp que movem dois eixos.
Velocidade máxima: 30 nós (56 km/h)
Alcance:  8350 Km
Sensores:  Radar de busca aérea:  OPS-24 com 450 km de alcance; radar de busca de superfície OPS-28D; radar de navegação OPS-20; Radar de controle de fogo:  FCS-3; Sonar:  OQS-5 montado no casco, OQR-2 rebocado.
Armamento:  1 canhão Otobreda de127 mm, 2 canhões canhões CIWS Vulcan Phalanx MK-15 de 20 mm, 1 lançador vertical MK-41 para 32 mísseis antiaéreos ESSM ou anti submarino RUM-139 VL ASROC, 2 lançadores quádruplos de mísseis Type 90 anti-navio, 2 lançadores triplos Type 68 para torpedos leves de 324 mm.
Aeronaves:  Heliporto para operar um helicóptero médio SH-60J Seahawk.

DESCRIÇÃO
Por Carlos.E.S.Junior
A marinha do Japão, assim como todas as suas forças armadas são extremamente poderosas graças a seu intenso treinamento e a expressiva quantidade de armas que esta nação possui. Alguns desses armamentos são, realmente, o estado da arte em sua categoria como o moderno destróier classe Kongo e Atago. Porém, embora nem todos os seus sistemas de armas sejam tão modernos, ainda tem tem uma representatividade significativa na estratégia de defesa da nação do sol nascente.
O destróier classe Takanami é um desses sistemas de armas, cuja tecnologia, algo ultrapassada frente aos projetos ocidentais contemporâneos, ainda tem sua validade no campo de batalha naval. O destróier classe Takanami é derivada da classe Murasame, especializada em guerra anti-submarino. Porém o Takanami foi projetado para dar ênfase na capacidade de combate antiaéreo e assim poder participar da escolta do grupo de batalha japonês ou de seu principal aliado, os Estados Unidos.
Acima: O destróier classe Takanami representa um melhoramento em capacidade de combate antiaéreo da classe Murasame, do qual o navio herda casco e outras estruturas.
Para cumprir a missão de combate antiaéreo foi instalado um lançador de mísseis vertical MK-41 de com 32 células e que podem ser equipadas com mísseis ESSM (Envolved Sea Sparrow) ou o míssil anti submarino RUM-139 VL ASROC. O ESSM é um míssil antiaéreo cuja capacidade de interceptar até mesmo, mísseis anti-navio supersônicos é bastante importante, considerando os prováveis adversários do Japão, como China, Rússia ou Coreia do Norte. O alcance do ESSM é de 50 km e seu guiamento se dá por radar semi-ativo. Já, para atacar submarinos, é usado o míssil RUM-139 VL ASROC que tem alcance de 22 km e ele transporta um torpedo leve MK-46 que é lançado na água, próximo do submarino inimigo detectado. Esse torpedo, por sua vez, tem alcance de 11 km e faz a busca pelo alvo através de um sonar que funciona ativo e passivamente. A ogiva do MK-46 pesa 44 kg e é composta por alto explosivo PBXN-103, extremamente destrutivo. Para guerra anti-navio está instalado dois lançadores quádruplos de mísseis Type 90 SSM-1B que começaram a substituir os mísseis norte americanos RGM-84 Harpoon. O novo míssil Type 90 é mais veloz (1150 km/h) e tem maior alcance que o míssil Harpoon que ele substitui (200 km), porém seu sistema de guiamento é o mesmo, ou seja, inercial, durante o início do voo e acionando um radar ativo quando estiver próximo do alvo. O Takanami está armado com um canhão italiano Otobreda de 127 mm que consegue uma cadência de 40 tiros por minuto e cujo alcance com granadas convencionais é de 30 km. Uma nova munição assistida por foguete, chamada Volcano, tem alcance ampliado para 100 km. Para defesa antiaérea de ponto são usados dois sistemas CIWS MK-15 Phalanx. Cada sistema Phalanx é composto por um canhão de 6 canos giratórios M61 Vulcan em calibre 20 mm capaz de impor uma cadência de  4500 tiros por minuto e com um alcance efetivo de 2000 a 3000 metros.
Para guerra anti-submarino, ainda há dois lançadores triplos Type 68 para torpedos leves de 324 mm, além de poder operar um helicóptero anti-submarino Sikorsky SH-60J Seahawk.
Acima: Os navios da classe Takanami possuem, além de seu armamento orgânico, um helicóptero SH-60J Seahawk  que é usado para missões anti-submarino, busca e resgate.
O Takanami possui um deslocamento de 4650 toneladas quando totalmente carregado. Sua propulsão, do tipo COGAG (Combinação gás gás) é fornecida por duas turbinas a gás LM-2500 desenvolvida pela General Eléctric e fabricadas sob licença pela empresa japonesa Ishikawajima Harima. Estas turbonas são apoiadas por mais duas turbinas a gás Kawasaki/ Rolls Royce Spey SM-1C que juntas produzem 60000 Hp de força movendo dois eixos e suas hélices. Essa propulsão é a mesma usada no destróier Murasame, Essa composição leva a Takanami a uma velocidade máxima de 30 nós (56 km/h), perfeitamente adequado a operação em grupos de batalha centrado em porta aviões. Em velocidade de cruzeiro de 18 nós (34 km/h) o Takanami tem uma autonomia de 8350 km.
Acima: A propulsão dos destróieres da classe Takanami tem uma configuração incomum, baseada em dois sistemas a gás. 
O  radar de busca aérea usada no Takanami é o radar bidimensional OPS-24 capaz de detectar um alvo de grande tamanho (100 m2) a 450 km de distancia. Esse radar também é derivado de modelos desenvolvidos nos Estados Unidos durante o período da guerra fria. Um radar da busca de superfície OPS-28D proporciona um alcance de 74 km contra navios.O radar de navegação é um OPS-20. 
Dois radares de controle de fogo FCS-3 fazem a iluminação do alvo para os mísseis antiaéreo ESSM. Para guerra anti-submarina é usado o sonar OQS-5 que fica montado no casco do Takanami além de um radar rebocado OQR-2.
Além desses sensores, há ainda uma suíte de guerra eletrônica composta por interferidores (Jammer) NOLQ-3, iscas MK-137 anti radar (Chaffs) e um sistema de iscas anti-torpedo rebocado SLQ-25 Nixie que emite sinais que atraem o torpedo inimigo para longe do casco do navio.
Acima: A composição da suite de sensores da Takanami, embora não represente o estado da arte nesse segmento, ainda sim tem bom desempenho e é capaz de fornecer proteção para um grupo de batalha.
Embora o Takanami seja uma embarcação nova (foi comissionado em 2003), seu projeto mostra uma concepção obsoleta, porém com um armamento que provê um poder de fogo consistente e uma suíte eletrônica capaz de proporcionar sérios problemas em qualquer navio de guerra. O Takanami é um destróier ainda valido no teatro de operação em que o Japão está participando e os cinco navios dessa classe representam um obstáculo a ser estudado atentamente para uma marinha que tenha como missão atacar um grupo de batalha naval japonês. Ao todo, o Japão possui 5 navios desta classe.
Acima: Com um desing já desatualizado, os navios da classe Takanami são mais novos do que aparentam. Sua capacidade de combate permitirá que esses navios se mantenham como uma opção válida para a marinha japonesa por mais uns 20 anos.

NORTHROP GRUMMAN E-2 HAWKEYE



FICHA TÉCNICA (E-2D)
Velocidade de cruzeiro: 474 km/h
Velocidade máxima: 648 km/h
Autonomia: 6 horas
Teto operacional: 10576 m.
Alcance de travessia: 2708 km
Empuxo: 2 motores turbo propulsores Allison/ Rolls-Royce T-56-A-427 A com 5100 shp de potência
Radar: AN/APY-9 com 555 km de alcance
DIMENSÕES
Comprimento: 17,60
Envergadura: 24,56 m
Altura: 5,58 m
Peso: 18900 kg (vazio).


DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S.Junior
Embora existam diversos modelos de aeronaves usadas em missões de alerta aéreo antecipado, a única projetada especificamente para esta missão foi o Grumman E-2 Hawkeye usado pela marinha dos Estados Unidos (US Navy) desde abril de 1961, quando o primeiro protótipo com capacidade total voou pela primeira vez. O E-2A Hawkeye substituiu o avião E-1 Tracer que era uma adaptação do velho Grumman S-2 Tracker usado para caça antissubmarino, do mesmo tipo que foi usado pela nossa força aérea nos anos 70 e 80. O E-1 apresentava fraco desempenho em suas tarefas de detecção e a US Navy precisava de uma aeronave de melhor desempenho com certa urgência.
Desde a sua entrada em serviço, que ocorreu em janeiro de 1964, o Hawkeye passou por diversas modificações para se manter como uma plataforma atualizada frente a evolução da tecnologia adversária no campo de batalha. As versões produzidas do Hawkeye fora a E-2A, E-2B, E-2C (ainda em uso), e a atual E-2D, que representa a modificação mais extensa do Hawkeye.
Nesse artigo, em especial, vou focar na versão C e na atual D que deverá assumir todos os porta aviões da US Navy em breve.

 
Acima: O primeiro avião de alerta aérea antecipado operado em navios aeródromos foi o E-1 Tracer, uma adaptação do S-2 Tracker de patrulha antisubmarino.



Acima: Aqui temos uma foto do E-2A Hawkeye ao lado de um E-1 Tracer, que foi substituido.


GRUMMAN E-2C HAWKEYE
O primeiro protótipo do E-2C, na verdade um E-2A modificado com novos sensores e novo radar AN/APS-120, fez seu primeiro voo no início de 1971. Além da parte eletrônica, os motores foram substituídos por motores Allison T-56-A-425 que usava hélices de material composto. Esse propulsor permite ao Hawkeye uma velocidade máxima de 648 km/h, porém, em missão, o avião voa a velocidade mais baixa para poder se manter na área de combate por mais tempo. Uma limitação que se pode observar no Hawkeye é sua autonomia reduzida pela menor capacidade de transporte de combustível, imposto pelo menor tamanho da aeronave que foi projetada para operar nos apertados espaços de um navio aeródromo. O alcance de travessia dele chega a 2700 km, e o interessante é que ele não pode ser abastecido em voo.
Mesmo assim, a importância desse avião para a capacidade de combate e sobrevivência do navio é elevadíssima, sendo muito maior do que se pensa entusiastas iniciantes nas pesquisas de sistemas de armas.
Desde que entrou em serviço, o modelo E-2C recebeu muitas melhorias e atualizações, tendo sido substituído seu radar 4 vezes, sendo que o modelo C atual usa o radar AN/APS 145 cujo alcance máximo é de 550 km podendo rastrear 2000 alvos de 20000 contatos e controlar a interceptação de 40 deles. O radar fica no rotodome  acima da fuselagem do Hawkeye e que tem um movimento rotativo variável entre 5 e 6 rotações por minuto, de acordo com a necessidade de acompanhamento do alvo. O E-2C possui um sistema IFF modelo AN/APX-100 (identificação amigo inimigo) aperfeiçoado e tem instalado o sistema de intercambio de dados (Data Link) Link 16 JTIDS (Joint Tactical Information Distribuition  System), padrão usado pela OTAN, usado para enviar e receber informações dos sensores de outros participantes da missão assim como dos seus próprios sensores.

 
Acima: O E-2C Hawkeye é a versão construída em maior numero desta aeronave de alerta aéreo antecipado. Também é a versão mais exportada.
Atualmente o modelo E-2C Hawkeye é usado pela marinha dos Estados Unidos (que está substituindo esta versão pela mais moderna E-2D que trataremos a seguir), França, Taiwan, Japão e México (comprados de Israel) e Egito. Foi oferecido algumas unidades dos E-2C norte americanos para a Índia, mas ainda não foram adquiridos.
O E-2C foi fabricado com algumas modificações que geraram 5 variantes. São elas:
  • E-2C básico, equipado com um radar AN/APS-120 com alcance de 222 km, posteriormente substituído por um radar um pouco mais potente, o AN/APS-125 cujo alcance chega a 249 km. Esse radar é instalado dentro do compartimento rotativo (aquele disco acima do avião), junto com um sistema de identificação amigo inimigo IFF.
  • E-2C Group 0, que é equipado com o mesmo radar da versão anterior, mas tem um sistema de data link AN/ASW-25, um sistema de identificação amigo inimigo IFF AN/APX-72, um sistema de detecção passiva de radio AN/ALR-73, sistema de navegação AN/ARN-84 TACAN.
  • E-2C Group I, que tem tudo da versão anterior, mais um novo radar AN/APS-139.
  • E-2C Group II, esta variante recebeu uma atualização eletrônica mais abrangente, começando pelo radar AN/APS-145, sistema de intercambio de dados atualizado AN/ARC-158 UHF (compatível com Link 4A, 11 and 16, padrão OTAN), um sistema comum de distribuição de informações táticas (JTIDS) AN/ARC-34 HF, sistema de GPS AN/ARN-151(V)2, um sistema ALS (sistema automático de pouso) AN/ASW-25B que é usado para facilitar os pousos em porta aviões.
  • E-2C Group II Plus, versão mais avançada antes do modelo D, mantém o eficiente radar AN/APS-145, mas recebeu um sistema de contramedidas AN/ALQ-217  que identifica e localiza o ponto de emissão de radares hostis, Sistema de comunicação voa satélite AN/ARC-210.
Acima: O E-2 Howkeye é uma aeronave projetada para operar a bordo de navios porta aviões cujo espaço é bastante limitado. Por isso, soluções como a dobragem das asas foram necessárias para acomodar a aeronave dentro do navio.

E-2D ADVANCED HAWKEYE
Em 2003 foi iniciado o desenvolvimento da versão avançada do E-2, conhecida com o E-2D Advanced Hawkeye, com objetivo de equipar a marinha dos Estados Unidos, substituindo os modelos C. Um conceito mais avançado ainda estava sendo estudado, o CSA (Common Support Aircraft) para ocupar o lugar dos E-2C e de outros modelos em uso como o E/A-6B Prowler de guerra eletrônica, E-2C Greyhound  (transporte), S-3 Viking (Guerra anti submarino e reabastecimento aéreo) e o ES-3 Shadow (aeronave de reconhecimento eletrônico ELINT), porém, o elevado custo projetado do programa, assim como a provável demora no projeto, levou a US Navy a contratar o desenvolvimento da versão E-2D.
Acima: As diferenças estéticas entre o E2C e o E-2D, Advancer Hawkeye, mostrado nessa foto, são minimas e requer que o observador seja extremamente detalhista. Pode-se observar um triangulo na frente do cone negro da aeronave (um delta) que informa tratar-se de um E-2D.
O E-2D voou pela primeira vez em agosto de 2007, e deverão ser entregues 75 unidades do modelo, segundo os planos iniciais da US Navy. O modelo incorpora melhorias substanciais, algumas já usadas no modelo Hawkeye 2000, uma versão do C atualizada produzida com foco em clientes estrangeiros potenciais. O motor foi atualizado para lidar com o aumento do peso da aeronave. Assim foram instalados dois turbo propulsores Allison/ Rolls-Royce T-56-A-427 A com 5100 shp de potência e com novas hélices com 8 pás. No E-2D foi integrado um sistema que permitirá a possibilidade de se instalar a capacidade de reabastecimento em voo, embora os aviões estejam sendo entregues sem o sistema.
Acima: O E-2D tem um novo motor T-56-A-427 A que que produz mais força para compeçar o aumento do peso de aeronave.
O radar, novamente, foi substituído por um avançado modelo AESA chamado AN/APY-9, muito mais capaz que o anterior AN/APS-145. Seu alcance é classificado, porém estima-se, que esteja em cerca de 555 km, contra alvos grandes (bombardeiros). Embora o radar tenha varredura eletrônica, ainda sim, existe o movimento mecânico da antena para otimizar o acompanhamento de determinados alvos. Esse radar tem capacidade de observar três vezes mais espaço que o radar anterior além de ser muito mais ágil em lidar com os contatos, classificando-os de acordo com a ameaça específica de cada um.
O sistema de comunicação se manteve com o data link JTIDS que usa o link 11 e 16, essencial para as operações conjuntas centrada em rede com a OTAN.
Outro interessante equipamento que foi instalado no Advanced Hawkeye foi o SIRST (infrared emission detector) ou detector de missões infravermelhas para buscar alvos pela sua emissão de calor. Esse sensor passivo não existe em nenhuma outra versão do E-2 e no E-2D foi instalado na na frente do trem de pouso frontal..

Acima: O E-2D foi projetado desde o começo para poder receber uma lança para reabastecimento aéreo. Uma vantagem significativa frente aos modelos anteriores, israel fez  uma modificação em seus exemplares do E-2C para poderem ser reabastecidos em voo, mas é uma particularidade dos exemplares que israel usou.

O E-2D Advanced Hawkeye entrou em operação em 2014, dando continuidade a uma história operacional longa e muito bem sucedida deste já clássico avião. Muitos pilotos da US Navy fazem grandes elogios ao Hawkeye, devido as excelentes qualidades e capacidades da aeronave. Por isso a Grumman chegou a usar estes pilotos para apresentar o E-2 Hawkeye a nações que mostraram interesse. Nada melhor para o marketing de um produto sendo feito por usuários muito satisfeitos, e foi isso que aconteceu. Embora esse tipo de avião seja relativamente caro, ainda sim, pode-se dizer que o Hawkeye foi bem sucedido até nas exportações.


KB MASHYNOSTROYENIYA SS-26 STONE ISKANDER. O martelo de batalha do exercito russo


FICHA TÉCNICA
Tipo: Míssil balístico de curto alcance (SRBM)
Peso: 3800 kg.
Comprimento: 7,3 m.
Diâmetro: 0,92 m.
Propulsão: Motor de combustível sólido de dois estágios
Velocidade: 7560 km/h.
Alcance mínimo: 50 km.
Alcance máximo: 500 Km (Iskander M); 280 Km (Iskander E).
Guiagem: Sistema inercial com sistema DSMAC para guiagem final (Iskander E); GPS/GLONASS com sistema DSMAC (Iskander M).
CEP: 7 m (Iskander M); 30 m (Iskander E).
Ogiva: 700 kg HE fragmentada,Submunições, Penetradora de concreto, PEM (Pulso eletromagnético, termobarica ou nuclear de 50 kt.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S. Junior
As armas usadas em artilharia mais comuns são os canhões e foguetes, porém alguns países ainda produzem mísseis balísticos de curto alcance (SRBM) que são usados para destruir alvos táticos do inimigo. É verdade que a grande maioria destes mísseis possuem uma precisão sofrível, necessitando de grandes ogivas para melhorar as chances de causar algum dano ao alvo visado, porém, a Rússia, uma tradicional fabricante de mísseis balísticos de curto alcance, manteve seu desenvolvimento através do míssil 9M723 Iskander (SS-26 Stone, pela nomenclatura da OTAN), uma moderna arma de artilharia que entrou em serviço no exercito russo em 2006 para substituir o míssil balístico de curto alcance SS-23 Spider.
Acima: O antigo míssil 9M714 Oka, ou SS-23 Spider, foi o armamento substituído pelo Iskander, um míssil que trouxe maior precisão para a artilharia russa.
O Iskander é o SRBM russo de maior precisão já desenvolvido. Sua guiagem se dá por diversos meios que dependerá da versão. Porém, a versão mais moderna em uso pelo exercito russo conhecida por Iskander M, é guiado por GLONASS (equivalente russo do GPS norte americano), e por um sistema DSMAC para guiagem final  que compara a imagem do alvo com várias imagens capturadas com uso de aeronaves de reconhecimento e outros meios de inteligência e que são previamente carregada na memória do sistema do míssil, antes do lançamento.  Esse sistema permite um CEP (margem de erro) de 7 metros. Esse índice é típico de mísseis de cruzeiro avançados, porém, com a vantagem da enorme velocidade que um míssil balístico possui. O Iskander, especificamente, tem uma velocidade de 7560 km/h, e um alcance de 500 km.
A Rússia exporta uma versão deste míssil, conhecida como Iskander E, que tem seu alcance limitado a 280 km, para estar de acordo com o Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis (MTCR), que limita o alcance máximo dos mísseis exportados em 300 km. Outra limitação que há no Iskander E é sua precisão, bastante degradada, em relação ao modelo em serviço na Rússia. O Iskander E tem um CEP de 30 metros, usando um sistema de guiagem inercial com um sistema DSMAC. Com esse desempenho, as defesas antiaéreas inimigas, teriam muito mais dificuldade de interceptar um Iskander do que um míssil Tomahawk, por exemplo. Porém, os sistemas de defesa antimíssil em desenvolvimento nos Estados Unidos, teriam boas chances de sucesso contra esse tipo de armamento.
Acima: A versão inicial do Iskander, que é, inclusive, exportada, tem desempenho menor que a atual versão usada pela Rússia. O modelo da fotografia é justamente um desses modelos iniciais, cujo alcance é de 280 km e sua margem e erro circular CEP, de 30 metros.
O Iskander pode ser equipado com diversos tipos ogivas, sendo que, a versão M, usado pelo exercito russo pode ser equipado com uma ogiva de fragmentação HE com peso de 700 kg, Sub-munições, uma ogiva penetradora de concreto, a potente ogiva termobarica, extremamente destrutiva ou uma moderna ogiva EMP (pulso eletromagnético) que promove a destruição de sistemas eletrônicos, minimizando a perda de vidas próximas ao alvo. Poucas fontes informam, mas acredita-se que os russos mantenham a possibilidade de instalar uma ogiva nuclear de baixo rendimento (10 a 100 Kt) em seus Iskanders, para poderem ser usadas no campo de batalha, com o objetivo de interdita-lo.
A versão de exportação, Iskander E pode ser equipado com ogivas de fragmentação, HE fragmentada e de penetração.
Acima: O carregamento de um míssil Iskander é feito com ajuda de um veículo de recarga 9T250. Cada veiculo lançador transporta dois mísseis para pronto emprego e o veiculo de recarga mais dois mísseis. Abaixo temos uma foto do 9T250.
O lançamento do Iskander se dá no próprio veiculo transportador TEL (Transporter-Erector-Laucher) do modelo MZKT-7930 com tração 8X8, e que transporta 2 mísseis por vez. Esse caminhão é derivado do MAZ-543, bastante comum no transporte e lançamento de mísseis na Rússia. O MZKT-7930 usa um motor a diesel YaMZ-846 que desenvolve uma potencia de 500 Hp, levando o veículo a uma velocidade máxima de 70 km/h em estrada. A autonomia  está em 1000 km, o que é impressionante sob qualquer ponto de vista.
Acima: A viatura lançadora do Iskander é o caminhão MZKT-7930, muito usado para vários sistemas de armas russos. Trata-se de uma confiável viatura com grande autonomia e alta mobilidade em terrenos acidentados.
O Iskander M foi protagonista da discussão sobre a instalação do sistema antimíssil norte americano na Polônia e na republica Checa, quando o presidente russo ameaçou enviar lançadores de mísseis Iskander M para a fronteira entre a Rússia e a Polônia e a Republica Tcheca com o intuito de neutralizar os lançadores dos Estados Unidos nesses países. Existem afirmações, não confirmadas, sobre a capacidade do Iskander M em superar sistemas de defesa antimíssil, porém não se pode afirmar nada a respeito uma vez que não há nada de oficial sobre essa possível capacidade.
Existe algumas informações pouco detalhadas a respeito de uma nova versão deste míssil chamado Iskander K que faz uso de um míssil de cruzeiro R-500 capaz de atingir um alvo a 2000 km com uma margem de erro (CEP) de 7 metros e que foi idealizado pensando justamente em destruir as instalações do sistema anti missil balistico norte americano no leste europeu. Essas mesmas informações superficiais, dão conta que, a entrada em serviço desta versão se deu em 2012 e que se trata de um armamento considerado "top secret', portanto, não aceito oficialmente sua existência por parte das autoridades russas. Fato é, porém, que a Rússia implantou diversos mísseis Iskanders M próximo a sua fronteira ocidental e que certamente o míssil seria capaz de impactar no equilíbrio militar da região, uma vez que se trata de uma arma sofisticada e bem capaz.
Acima: Neste mapa podemos ver o raio de ação do míssil Iskander M quando posicionado em Kaliningrado.

Acima: O Iskander M é a versão usada pelo exército russo atualmente e tem um alcance aumentado para 500 km e a margem de erro restrita a um circulo de apenas 7 metros.