quinta-feira, 10 de maio de 2018

Sistemas Operacionais







Baseado no MC EB 100-5

No campo de batalha os diversos elementos de combate e apoio ali presentes interagem de forma coordenada e sincronizada, integrando sistemas operacionais, que permitem aos comandantes coordenar o emprego oportuno de seus diversos meios no tempo, no espaço e na finalidade. Cada força implementa seus sistemas operacionais de forma a atender suas necessidades específicas, porém uma campanha é levada a cabo pela operação integrada e harmônica de todas as forças singulares com suas unidades de diferentes especialidades, e seus sistemas devem ser integrados de forma a atuar como tal, minimizando esforços e maximizando resultados. Os sistemas operacionais são:

  • Comando e Controle (C2)
  • Inteligência Militar (I)
  • Manobra
  • Apoio ao Combate
  • Segurança e Proteção
  • Apoio Logístico.

Esses sistemas aplicam-se tanto ao nível tático quanto ao nível estratégico-operacional do combate e facilitam a integração, coordenação, preparação e execução de operações de armas combinadas e das forças singulares de forma harmônica e bem sucedidas.

SISTEMAS OPERACIONAIS

  • Comando e controle:

Esse sistema permite aos comandantes de todos os escalões e diferente unidades visualizar o campo de batalha, apreender a situação e dirigir as ações militares necessárias à vitória. Também estabelece as ligações necessárias ao exercício do comando, às comunicações entre os postos de comando e entre os comandantes e seus estados-maiores, quando aqueles deixam a área do posto de comando. As comunicações são o elemento vital para o exercício do comando e controle em combate. Integram este elemento todas a tropas envolvidas diretamente nesta função específica, as unidades de comunicações e os comandantes das diversas unidades e sub-unidades.


  • Inteligência:

É fundamental para o planejamento eficaz e para a segurança das tropas. As operações de inteligência são esforços organizados para coleta, análise e difusão de informações precisas e oportunas sobre a área de operações e o inimigo. Para fornecer uma visão precisa do campo de batalha, exige direção centralizada, ação simultânea em todos os níveis de comando e difusão oportuna das informações pela cadeia de comando. O comandante, em todos os escalões e unidades, dirige as atividades de inteligência. Esse sistema acha-se intimamente ligado ao de comando e controle e na prática é exercido pela seções de inteligência da diversas unidades com participação efetiva da totalidade das forças amigas, pois qualquer integrante destas pode fornecer, a qualquer momento subsídios importantes ao exercício desta atividade.


  • Manobra: 

A manobra é uma ação estratégica militar, um princípio de guerra e um elemento fundamental do poder de combate. Resumidamente, consiste na combinação de fogo e movimento para posicionar-se, no campo de batalha, de maneira vantajosa em relação ao inimigo. Ela cria as condições para a conquista dos objetivos táticos, estratégico-operacionais ou estratégicos. Todos os sistemas trabalham para facilitar, orientar e apoiar a manobra, mas sua relação mais imediata é com os sistemas de apoio de fogo, de comando e controle, de mobilidade, contramobilidade, proteção e logístico. Este sistema é exercido na sua essência pelas armas-base.


  • Apoio ao combate:

O Apoio ao combate consiste em todas as ações que agem como facilitadoras das ações de manobra. envolver as ações de mobilidade e contra-mobilidade proporcionadas pelas tropas de engenharia. as ações de apoio de fogo e guerra eletrônica. 

As operações de mobilidade preservam a liberdade de manobra das forças amigas. Incluem a abertura de trilhas e brechas nos obstáculos inimigos, a melhoria da circulação no campo de batalha, a construção de meios para a transposição de cursos de água obstáculos, e as medidas para controle de tráfego e circulação e a utilização da Aviação do Exército. As medidas de contra-mobilidade visam a impedir ou dificultar a mobilidade do inimigo. Incluem nossa manobra e fogos, a construção de obstáculos e o emprego de fumígenos.

A sincronização dos fogos com a manobra é crucial para o sucesso das operações. O sistema de apoio de fogo realiza a sincronização do fogo orgânico, do aéreo e do naval com a manobra idealizada. O sistema de apoio de fogo está ligado diretamente aos de manobra, inteligência, logística e comando e controle e proporciona ao comandante a capacidade de tirar o máximo proveito da aplicação de fogos em toda a profundidade do campo de batalha. Envolve a artilharia orgânica das armas-base (morteiros), a artilharia de campanha, aviação do exército,a aviação de ataque a apoio aproximado e a artilharia naval. Os fogos de profundidade e bombardeios estratégicos, que visem a debilitar a capacidade de combate do inimigo e visem a desorganição de seus sistemas logísticos e infraestrutura, como a destruição de usinas, estações, sistemas de comunicações, fábricas e outros, também fazem parte deste sistema.

A ações de guerra eletrônica, normalmente operadas pelas tropas de comunicações das diversas forças, apóia o combate degradando a utilização, pelo inimigo, de seus meios eletrônicos, reduzindo a eficácia de seus sistemas de aquisição de detecção de alvos, comunicações e informações eletrônicas (MAGE). 


  • Segurança e Proteção:

O sistema de segurança e proteção visa proporcionar as forças em combate um "guarda-chuvas" protetor às ações do inimigo, evitando que este logre êxito em suas escaramuças e frustração do nosso planejamento. Participam do sistemas de proteção e segurança todas as tropas presentes no Teatro de operações e no além teatro que trabalhem para esta finalidade. Destacam-se neste sistema as unidades de artilharia antiaérea terrestres e navais, a aviação de caça e inteceptação e defesa aérea, as tropas de engenharia nas ações de forticações de combate, simulação e dissimulação, dispersão e prevenção de fenômenos naturais. Ações de artilharia de campanha a bombardeio aéreo preventivos também apoiam o sistema de segurança e proteção.

O sistema de defesa antiaérea coordena todos os elementos envolvidos no combate a ameaça aérea inimiga, embora a parte mais significativa fique a cargo das unidades de artilharia antiaérea e aviação de defesa aérea. Também estabelece a coordenação com a Força Aérea e a Aviação do Exército, estabelecendo medidas de controle do espaço aéreo e coletando, analisando e difundindo informações sobre o inimigo aéreo. Sua atuação também ajuda a prevenir a ocorrência de baixas e danos provocados pelo fogo amigo terrestre ou aéreo.



  • Apoio Logístico:

Este sistema incorpora técnicas especializadas e se estrutura para cumprir as funções logísticas. Organiza-se em torno das atividades funcionais, respeitando a interpenetrabilidade entre elas e a melhor funcionalidade e especialização em cada escalão.  Apóia-se no máximo aproveitamento da infra-estrutura local e dos meios civis existentes e mobilizáveis. Orienta-se, fundamentalmente, para o apoio ao pessoal e ao material dos elementos de combate e de apoio ao combate.  Deve integrar-se perfeitamente ao sistema de manobra. Aplica-se em todo o espectro das operações militares e em todos os escalões. É essencial para o funcionamento das organizações militares em situações de paz ou de combate e precisa operar ininterruptamente. A frustração dos sistemas logísticos pelo inimigo tem sido, ao longo da história, o principal fator que determina a vitória ou derrota em uma campanha.

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