Após o desmoronamento da União Soviética, a estratégia americana foi totalmente reformulada, os gastos com a defesa voltaram a crescer, foi dada prioridade às operações conjuntas e combinadas e a expressão do dia no Departamento de Defesa passou a ser “uma revolução nas questões militares.” Quando a União Soviética desmoronou, foram ouvidas profecias de que haveria uma grande explosão de paz, muito embora o desmembramento de um grande Estado raramente tenha sido o caminho para levar à estabilidade em outros. O que ocorreu em seguida era previsível: após a dissolução dos vínculos da bipolaridade Soviético-Americana, outras nações fragmentaram-se à medida em que ressentimentos há muito tempo reprimidos vieram à tona.
Nos círculos políticos americanos a opinião mais comum é que em decorrência disto as operações navais mudaram radicalmente. Indubitavelmente isto é verdadeiro no que refere-se às missões e às orientações. Mas seria mais correto dizer que a tônica das operações navais americanas simplesmente voltou às suas origens, na medida em que passou a ser dada mais atenção às regiões costeiras do mundo.
Nos círculos políticos americanos a opinião mais comum é que em decorrência disto as operações navais mudaram radicalmente. Indubitavelmente isto é verdadeiro no que refere-se às missões e às orientações. Mas seria mais correto dizer que a tônica das operações navais americanas simplesmente voltou às suas origens, na medida em que passou a ser dada mais atenção às regiões costeiras do mundo.
As operações atuais, tão diversas como as recentes guerras em torno do Kuwait, a interdição do tráfego marítimo no Adriático, o esforço no sentido de estabilizar países como o Panamá e o Haiti e as atividades para interromper o tráfico de drogas e a entrada de imigrantes ilegais no Caribe, todas ocorreram em águas costeiras. A importância política para os Estados Unidos está expressa num conceito denominado guerra costeira conjunta, que prevê operações meticulosamente planejadas por comandantes conjuntos que realizam operações delongo alcance nos “mares estreitos” de todo o mundo.
Num sentido mais profundo, a Marinha americana nunca deixou as costas. A Marinha de águas azuis que mantínhamos em tese para enfrentar a União Soviética foi na realidade empregada incessantemente, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, em situações semelhantes às mencionadas acima. As ações realizadas entre a Marinha americana e as forças da República Popular da China em 1966 foram apenas a última de uma série de demonstrações que remonta a quarenta anos atrás, ou mais, e lembram-nos o mar picado percorrido pelas lanchas-patrulha de Taiwan de outrora. Podemos verificar em qualquer compêndio sobre batalhas navais, digamos na História da Guerra no Mar, de Helmut Pemsel, que as batalhas navais, grandes e pequenas, foram travadas, quase que sem nenhuma exceção, nas proximidades de terra.
Neste excelente livro, Como Lutam as Marinhas, Frank Uhlig demonstra que a mesma coisa aplica-se a toda a história da Marinha americana. Até que ponto as Marinhas influenciaram diretamente e foram influenciadas pelos acontecimentos ocorridos em águas costeiras foi competentemente demonstrado por um Oficial do Exército britânico, Charles E. Callwell, no auge da Pax Britannica. O seu livro, Operações Militares e a Supremacia Marítima, publicado pela primeira vez em 1905, foi recentemente republicado pela gráfica do Naval Institute devido à sua pertinência para as atuais operações navais americanas. Um escritor poderia pegar as questões contidas nos capítulos de Callwell, exatamente como surgiram há quase um século, e descrever de maneira abrangente a atual guerra costeira, simplesmente utilizando os exemplos do envolvimento da Marinha e do Corpo de Fuzileiros Navais americanos em todo o mundo, desde 1950.
Neste excelente livro, Como Lutam as Marinhas, Frank Uhlig demonstra que a mesma coisa aplica-se a toda a história da Marinha americana. Até que ponto as Marinhas influenciaram diretamente e foram influenciadas pelos acontecimentos ocorridos em águas costeiras foi competentemente demonstrado por um Oficial do Exército britânico, Charles E. Callwell, no auge da Pax Britannica. O seu livro, Operações Militares e a Supremacia Marítima, publicado pela primeira vez em 1905, foi recentemente republicado pela gráfica do Naval Institute devido à sua pertinência para as atuais operações navais americanas. Um escritor poderia pegar as questões contidas nos capítulos de Callwell, exatamente como surgiram há quase um século, e descrever de maneira abrangente a atual guerra costeira, simplesmente utilizando os exemplos do envolvimento da Marinha e do Corpo de Fuzileiros Navais americanos em todo o mundo, desde 1950.
A expressão “A base do propósito está em terra” não pode ser expressa de maneira mais vigorosa. As táticas utilizadas nos combates noturnos nas Ilhas Salomão, foram desenvolvidas pelos táticos navais americanos numa campanha de um ano de duração, que mostra de maneira perfeita o fenômeno supostamente novo, a guerra costeira conjunta. Uma força naval moderna lutando contra forças em terra, é mais adequado para as atuais circunstâncias do que era antes para exemplificar um ataque contra fortificações costeiras russas, chinesas ou iranianas.
A atual era da moderna guerra de mísseis poderia ter sido prevista e surgiu independentemente do cenário político. Por outro lado, a importância fundamental dos mísseis na guerra costeira não recebeu a atenção que agora merece. Com uma única exceção, O ataque argentino com Exocet contra o Atlantic Conveyor, em Março de 1982, todos os ataques com mísseis a navios mercantes ou de guerra ocorridos na história naval foram realizados em águas costeiras. Alvos terrestres cada vez maiores também têm sido atacados por navios de guerra. Em Fevereiro de 1991, os ataques com mísseis de cruzeiro Tomahawk lançados de navios desempenharam um papel fundamental na vitória na Operação Tempestade no Deserto. Até mesmo antes, os navios começaram a enfrentar ataques com mísseis lançados de terra. Um marco ocorreu durante a Guerra do Atlântico Sul em Junho de 1982, quando um Exocet pôs fora de ação por 36 horas o contratorpedeiro Glamorgan, da Royal Navy, e causou 30 baixas.
O surgimento da guerra de mísseis em águas restritas é uma realidade. Os ataques com mísseis terra-mar somaram-se aos já usuais ataques realizados por aeronaves indo para o mar, ou vindo dele, para diminuir a diferença existente entre o combate no mar e em terra. Os engajamentos navais modernos mais instrutivos, travados para obter o controle de regiões costeiras, tem sido realizados entre forças terrestres, navais e aéreas atuando de maneira conjunta, com mísseis constituindo as principais armas. Talvez as Marinhas de todo o mundo não devam mais falar de táticas “navais”. É mais razoável pensar em termos de táticas costeiras que incluam navios de guerra.
Cerca de 450 navios foram atingidos por mísseis de cruzeiro ar-superfície, ou por mísseis de cruzeiro anti-navio, desde a primeira salva lançada pelo contratorpedeiro israelense Eilat em 1967. Estas estatísticas são instrutivas. Nos últimos anos as minas têm sido prejudiciais, os submarinos têm sido influentes e ambos têm reprimido as operações de uma maneira desproporcional às quantidades envolvidas e aos danos que causaram.
Vimos até mesmo bombas antiquadas serem lançadas sobre navios. Apesar disto, os indícios incontestáveis revelam que os mísseis de todos os tipos, lançados de terra, do mar, do ar e de debaixo d’água (e, de certo modo, do espaço) dominam a guerra moderna no mar. Mesmo sem considerar as ogivas nucleares, químicas ou biológicas, estamos na era dos mísseis.
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