Sempre que uma tropa ocupa determinada posição no terreno, seja tomada ao inimigo ou por pura e simples ocupação, se faz necessário consolidar esta posição para garantir-lhe um nível satisfatório de segurança, pois o assédio do inimigo é inerente a qualquer operação militar.
A construção de obstáculos muitas vezes não impede a ação do inimigo, mas retarda sua ação, dificultando sua manobra e expondo-o ao fogo de nossas armas. Trabalhos de fortificação devem sempre ser implementados quando existir contato com a inimigo ou este contato for iminente, ou na consolidação de uma posição recém ocupada. Seu nível de sofisticação dependerá do nível da ameaça, do tempo em que se pretende fiar estacionado ali, do tempo disponível para sua preparação e dos recursos de material e engenharia disponíveis.
Estas fortificações, dependendo do nível que se quer atingir, são constituídas de abrigos e espaldões cavados no terreno ou especialmente confeccionados em concreto ou outros materiais, a fim de abrigarem tropas e suas armas leves ou pesadas, e lhes permitam usá-las e aos mesmo tempo lhes proporcionem proteção ao fogo inimigo.
Estas posições devem ser escolhidas em locais especialmente favoráveis, onde os esforços de construção possam ser minimizados como a encosta de elevações e locais de passagem mais provável, como corredores e gargantas. A proximidade de pontos altos deve ser buscada, pois ali devem ser posicionados os observadores que darão o alerta antecipado e desdobrados antenas da rede de comunicações, além do que obrigar o inimigo a combate de baixo para cima favorece ao defensor.
A frente dos abrigos podem ser desdobrados obstáculos diversos como campos minados, fossos e obstáculos anticarro, redes de arame farpado, podem ainda ser utilizados canais e cursos d'agua, pântanos e áreas alagadiças e outras particularidades que o terreno nos ofereça. Todos estes obstáculos devem ser adequadamente batidos pelo fogo das armas dos defensores, sejam fuzis ou metralhadoras, sejam armas anticarro ou artilharia. Campos de tiro, dessa forma, devem ser convenientemente limpos e previstos. A combinação de todos estes fatores é feita pelo comandante de acordo com cada situação, e sua configuração devem seguir ao plano de operações.
As posições devem ainda serem convenientemente camufladas e dispersas, proporcionarem apoio de fogo mútuo, escalonadas em profundidade a fim de que a pressão do inimigo possa ser absorvida de forma gradual e seu poder de combate debilitado aos poucos, permitirem ligações de comando e suprimento, além da fácil desocupação se assim for necessário. A camuflagem deve prevenir a observação aérea e a proteção deve contar com sumidouros para granadas e outros dispositivos, além, se for o caso, proteção NBC.
O processo de consolidação da posição ocupada deve seguir a uma ordem de prioridades. A primeira delas deve permitir o uso imediato do recurso que prontamente se tem a disposição. A limpeza dos campos de tiro deve ser a primeira providência, pois o uso das nossas armas de fogo deve estar viabilizados de pronto, bem como permite as vitais ações de observação e vigilância. O desdobramento dos dispositivos de observação e da rede de comunicações vem a seguir, viabilizando o alerta antecipado e as ligações de comando. A partir deste momento, com as condições de combate mínimas estabelecidas, parte-se para o melhoramento da posição, destruindo-se estruturas não desejadas, desdobrando-se campos minados e outros obstáculos, minando-se pontes e encostas, cavando-se abrigos individuais e espaldões para armas coletivas. Por fim, se houver tempos e recursos, constroem-se outros obstáculos e estruturas secundárias. O processo de camuflagem devem ser contínuo e simultâneo aos processo de consolidação.
Cabe a tropa em ocupação desdobrar as estruturas defensivas inerentes a sua posição, utilizando-se dos meios de que dispõem, através de ações simples e práticas. Dispositivos mais sofisticados devem contar com tropas do escalão superior como as unidades de engenharia e seus recursos em maquinário e técnicas especializadas, realizando destruições e construções em grande escala, criando zonas de obstáculos mais extensas e executando outros serviços que demandem conhecimento e suprimentos específicos.
Os materiais utilizados são os mais diversos e muitas ações são possíveis através do uso de granadas e outros explosivos disponíveis. Materiais naturais podem ser amplamente utilizados. Arame farpado, estacas e madeira podem vir através do suprimento logístico, e material capturado ao inimigo deve ser amplamente empregado. As ferramentas são os explosivos disponíveis, as pás de trincheira transportadas individualmente, outras ferramentas de sapa fornecidas pela unidade e o maquinário pesado das unidades de engenharia.
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