sábado, 3 de dezembro de 2016

CORVETA BARROSO V-34



FICHA TÉCNICA
Tipo: Corveta
Tripulação: 160 tripulantes
Data do comissionamento: Novembro de 2008 ?
Deslocamento: 2350 toneladas
Comprimento: 103,4 mts.
Boca: 11,4 mts.
Propulsão: 2 motores a Diesel MTU Friedrichshafen (20V 1163 TB83) com 7400 hp cada e 1 Turbina a Gás General Electric (LM2500) com 27000 hp
Alcance: 7200 Km e 15 dias de mantimentos
Sensores: radar de busca aérea de médio alcance Selex Sistemi RAN-20S bidimensional com 120 km de alcance. Radar de controle de tiro Selex Sistemi RTN-30X com alcance de 39 km; Radar de navegação Racal-Decca TM-1226 com 27 km de alcance
Armamento: Um canhão de duplo emprego Vickers L-55 MK8 de 114,3 mm; Um canhão Bofors Trinity MK-3 de 40 mm; Dois lançadores duplos de mísseis MBDA MM-40 Block II Exocet; 2 lançadores triplos MK-32 de torpedos MK-46 Mod-5
Aéronaves: Um helicóptero Agusta Westland Super Linx anti-submarino.

Falar a respeito do descaso das autoridades, que governaram este país por décadas, a respeito da falta de investimentos nas forças armadas, chega a ser repetitivo além de cansativo, porém é fato de conhecimento publico esse drama vivido pelos profissionais que, pela constituição, devem defender a integridade deste país e que, de certa forma, fazem muito mais atos patrióticos que os integrantes do congresso nacional, que lesam dia após dia esse país. Uma das muitas conseqüências nefastas dessa realidade é o tempo, exageradamente demorado, para se fabricar um navio de porte de uma corveta, como foi o caso da corveta Barroso que demorou 14 anos para ser terminada e só agora entrou em testes no mar. No dia 17 de abril de 2008 a nova corveta Barroso fez suas primeiras evoluções no mar ao navegar pela Bahia de Guanabara, testando seus sistema de propulsão.
 
A corveta Barroso é derivada, diretamente, da corveta Inhaúma, desenvolvida no inicio dos anos 80 e que com 4 unidades em serviço, mostraram algumas deficiências de navegação que impediam o desempenho planejado do navio, principalmente em mar revolto. A Corveta Barroso tem 4,2 metros a mais de comprimento de casco e algumas outras mudanças no desenho do navio para melhorarem a sua capacidade marinheira.
Inicialmente se pensava em se construir mais unidades da Inhaúma original, porém os problemas relacionados a navegação que levaram a o desenvolvimento de uma versão melhorada, acabou dando origem a uma classe nova de navio, a corveta Barroso.
Acima: A Barroso ancorada no Arsenal da Marinha do Rio de Janeiro, alguns dias antes de sua estréia no mar. O desenho do navio mostra claramente a idade do projeto, com a ausência de traços de furtividade no casco. FotoFelipe Salles/http://www.alide.com.br/

A propulsão da Barroso é do tipo CODOG (combinação com motor diesel ou turbina a gás) consideravelmente mais potente que as da Inhaúma. Embora a turbina a gás seja a mesma, uma General Eléctric LM-2500 com 27500 hp de potência, porém os 2 motores a diesel modelo MTU-20 V1163 da barroso são bem mais potentes, proporcionando uma força de 7400 hp cada contra os 5800 hp que os motores MTU 16V 596 TB91 das Inhaúma conseguem. A barroso consegue uma velocidade de 29 nós (56 km/h), pouco mais veloz que as Inhaumas que chegam a 27 nós.

FotoFelipe Salles  http://www.alide.com.br/ 

Os sensores da Barroso são compostos por um radar de busca aérea de médio alcance Selex Sistemi RAN-20S bidimensional, capaz de detectar alvos aéreos a 120 km; um radar de controle de tiro Selex Sistemi RTN-30X com alcance de 39 km. Esse radar faz a direção de tiro para o canhão principal. O radar de navegação é um pequeno Racal-Decca TM-1226 com 27 km de alcance maximo.
Esses sensores têm desempenho inferior à de qualquer fragata moderna, mas uma corveta não necessita de sistemas tão complexos dado a natureza de sua missão ser de menor alcance.
  FotoFelipe Salles  http://www.alide.com.br/

  FotoFelipe Salles  http://www.alide.com.br/

FotoFelipe Salles  http://www.alide.com.br/ 

O armamento, porém, é bem servido. O canhão principal é um Vickers L-55 MK8, de origem britânica e usada pelas fragatas Niterói e as corvetas Inhaúma. Trata-se de um canhão semi-automático de 114,3 mm (4,5 polegadas) com cadência de tiro na ordem de 25 tiros por minuto e um alcance efetivo de 22 km. O uso deste canhão se dá contra alvos de superfície e aéreos. Além deste canhão, outro armamento de tubo se faz presente na Barroso. O canhão anti-aéreo Bofors Trinity MK-3 de 40 mm, controlado por uma mira Optrônica EOS 400, é capaz de atingir alvos até 10 km de distancia. A cadencia de tiro deste canhão é de 330 tiros por minuto, sendo que o carregador, acomoda 101 tiros.
Para guerra antinavio são usados 2 lançadores duplos de mísseis MBDA MM-40 Block II Exocet, guiados por radar ativo e com alcance de 70 km. Este míssil já foi amplamente utilizado em diversos conflitos pelo globo, sendo considerado uma arma confiável e eficaz.
Para guerra anti-submarino, foram montados 2 lançadores triplos MK-32 para torpedos leves Alliant Techsystems MK-46 mod.5 com alcance de cerca de 7,3 km e capaz de atacar alvos a uma profundidade de até 365 m. Ainda para guerra anti-submarino é usado um helicóptero especializado Agusta Wetland Super Linx, capaz de transportar torpedos MK-46, e mísseis Sea Skua, antinavio
Torpedos leves Alliant Techsystems MK-46 mod.5  FotoFelipe Salles  http://www.alide.com.br/

Mísseis MBDA MM-40 Block II Exocet  FotoFelipe Salles  http://www.alide.com.br/

Canhão  Vickers L-55 MK8 de 114,3 mm     FotoFelipe Salles  http://www.alide.com.br/

Acima o canhão  Bofors Trinity MK-3 de 40 mm    FotoFelipe Salles  http://www.alide.com.br/

A corveta Barroso, quando começou a ser construída, a 14 anos atrás, era um navio bastante moderno, porém, embora seja uma embarcação nova, ela não possui as ultimas tecnologias em construção naval e de sistemas de armas e sensores. A demora em terminar sua construção, provavelmente obrigará a marinha a desistir de novas encomendas dessa classe, devendo estudar novos projetos de navios.



CORVETA INHAÚMA





























FICHA TÉCNICA
Tipo: Corveta
Tripulação: 133 tripulantes.
Data do comissionamento: Novembro de 1976
Deslocamento: 1.970 toneladas (carregado).
Comprimento: 95.77 mts.
Boca: 11.4 mts.
Propulsão: 1 turbina a gás GE LM 2500 de 27.490 shp; 2 motores diesel MTU 16V956 TB91 de 3.940 bhp.
Velocidade: 27 nós (50 km/h)
Alcance: 7408 Km
Sensores: Radar de busca aérea e de superfície Alenia 2D RAN 20S com alcance de 240 km, Radar de navegação Furuno FR 8252l, radar de direção de tiro Orion RTN-10X, Sonar Atlas Elektronik DSQS-21C.
Armamento: AAW:; 2 canhões Bofors Trinity MK-3 de 40 mm antiaéreos; AsuW: 1 Canhão Vickers MK-8 de 114,5 mm, 2 lançadores duplos de mísseis MBDA MM-40 MK II Exocet; ASW: 2 lançadores triplos MK-32 para torpedos leves MK-46.
Aéronaves: Um helicóptero anti-submarino Westland Super Linx


As origens do projeto que resultou nas corvetas da classe "Inhaúma" remontam a 1977, quando a Marinha do Brasil iniciou estudos visando substituir as dez corvetas classe "Imperial Marinheiro" então em serviço nas Forças Distritais, por uma nova classe de navios-patrulha oceânicos (NaPaOc), com um deslocamento carregado de 700 t. Alem da necessidade urgente de substituir os antigos contratorpedeiros de origem americana, a Marinha do Brasil precisava de um navio maior como resposta á construção pela Argentina das novas corvetas classe Espora (projeto derivado da classe MEKO-140 produzidos pelos estaleiros alemães Blohm+Voss que estavam sendo construídas na Argentina pelos estaleiros AFNE, Rio Santiago).
As especificações da marinha do Brasil foram alteradas e o "Projeto NaPaOc" deu origem ao "Projeto Corveta". Em sua versão final os navios ficaram com um deslocamento superior a 1.900 toneladas, portanto, bem maior do que o previsto originalmente. As corvetas podem ser consideradas, na realidade, como fragatas leves, com um armamento ligeiramente inferior ao das fragatas classe "Niterói”. O "Projeto Corveta" foi desenvolvido pela Diretoria de Engenharia Naval (DEN) com consultoria técnica da empresa alemã Marine Technik, através de contrato firmado em 1 de outubro de 1981.

DESENVOLVIMENTO DO PROJETO.
O primeiro lote de dois navios teve sua construção autorizada em fevereiro de 1982 e o segundo lote de dois navios em janeiro de 1986. A Marinha planejava, inicialmente, construir um total de 16 corvetas, em quatro lotes de quatro navios, mas a crônica falta de verbas só permitiu a obtenção de apenas quatro unidades e, mesmo assim, com atrasos consideráveis na construção.
A construção da Inhaúma previa um prazo de dois anos para sua finalização. Em Setembro de 1983, começou a construção, sendo, porém, que sua finalização acabou atrasando um ano e a Inhaúma acabou sendo lançada ao mar em 1986 e apenas em 1989, 6 anos depois, ela foi integrada a frota da marinha brasileira.
O segundo navio da classe, a Jaceguai sofreu o mesmo atraso e só foi lançada ao mar depois de 3 anos do inicio de sua construção, que ocorreu em 1984, sendo incorporada a esquadra somente em 1991.
As corvetas classe "Inhaúma" foram concebidas para prover escolta a comboios de cabotagem e transoceânicos, com capacidade para guerra anti-submarino, guerra de superfície, guerra antiaérea e apoio de fogo naval em operações anfíbias. As corvetas classe "Inhaúma" são capazes de operar em ambientes saturados de emissões e bloqueios eletrônicos, sob ameaça aérea e de mísseis e podem desenvolver altas velocidades a baixo custo por longos períodos. Podem detectar, coletar, avaliar, informar e reagir em tempo suficiente, frente às ameaças rápidas e precisas, graças aos seus sensores modernos, integrados a um ágil sistema de processamento de dados táticos. A guarnição reduzida, adequada à automação, permite o controle de todos os seus sistemas, seja na propulsão, geração, distribuição de energia e controle de avarias, como também na detecção, coleta de informações e resposta tática. Velocidade, manobrabilidade e baixo consumo foram aliados de forma harmônica nessa classe de navios.
A vida útil projetada de cada navio é de pelo menos 25 anos, a um custo de aquisição de US$150 milhões por unidade, com um índice de nacionalização da ordem de 40%. A Marinha já nacionalizou o sistema de guerra eletrônica e os foguetes de chaff.









MODERNIZAÇÃO
Em 2008 teve inicio o processo de modernização de corvetas (Programa MOD/CORV) que é realizado junto com o Período de Manutenção Geral (PMG) e teve o objetivo de revitalizar principalmente as máquinas e substituir alguns sistemas e sensores. Os sistemas táticos de comando, controle e combate foram substituídos, bem como alguns sensores. Não há previsão de substituição de armamentos. A modernização compreendeu nas seguintes instalações: Sistema SICONTA Mk.4; radar de busca combinada Selex Sistemi RAN-20S bidimensional Radar de DT Selex Sistemi RTN-30X; Radar de navegação Furuno FR 8252; MAGE Defensor; Sistema de Navegação Inercial SIGMA 40 INS; Sistema de Controle e Monitoração SCM; Manutenção geral das máquinas; Revisão dos sistemas hidráulicos e elétricos; Revitalização e melhoria das áreas habitáveis.

SISTEMAS DE COMBATE E ARMAMENTOS
O sistema de armas representa 50% do custo da corveta, foi em sua maior parte importada, pois para serem fabricados no Brasil, necessitariam que a Marinha comprasse navios em números bem superiores. O armamento das corvetas é constituído por um canhão Vickers Mk.8 de 4,5 polegadas (114,3mm) com cadência de tiro na ordem de 25 tiros por minuto e um alcance efetivo de 22 km na proa, do mesmo modelo usado nas fragatas da classe Niterói, com capacidade antiaérea e anti-superfície; dois lançadores Plessey Shield de chaff sobre o passadiço; dois lançadores duplos de mísseis superfície-superfície MBDA MM-40 MK 2 Exocet, cujo alcance é de 70 km e com guiagem por radar ativo; dois reparos triplos Mk.32 para torpedos anti-submarino MK-46 de 324 mm à meia-nau capazes de atingir um submarino inimigo a 7,3 km e a uma profundidade máxima de 365 m e dois canhões Bofors de 40mm /L70 Mod.1958. Era previsto a instalação do sistema CIWS americano Phalanx, de 20mm, na popa o Brasil chegou a solicitar a compra de 8 Phalanx aos EUA, mas que acabou barrada pelo Congresso americano pois na época, a Marinha do Brasil também desenvolvia um canhão anti-míssil de tiro rápido de 20mm no IPqM e os americanos provavelmente temiam que o Phalanx fosse “copiado”.
 Foto: Carlos Padilha www.alide.com.br
   Foto: Carlos Padilha www.alide.com.br
   Foto: Carlos Padilha www.alide.com.br


Um hangar e convés de vôo (famoso por ser o menor no planeta em que um helicóptero naval pode pousar num navio militar) servem para um helicóptero anti-submarino Westland Super Lynx (AH-11A Super Lynx), desempenhando missões de esclarecimento, ataque anti-submarino com torpedos MK-46 , ataque a navios com mísseis Sea Skua guiado por radar semi-ativo e com alcance de 20 km.
Os sensores são controlados por um sistema de gerenciamento de dados táticos Sinconta Mk-4, desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas da Marinha (IPqM).O principal sensor das corvetas é o radar Alenia 2D RAN 20S que opera na banda E possui um alcance Maximo de 240 km. (com capacidade IFF), operando na banda E/F. Este radar é dotado de MTI (moving target indicator), que remove o clutter (retorno do mar e de terra) e só apresenta alvos móveis, tornando possível o acompanhamento de alvos em vôo rasante sobre o mar (sea-skimmer).
Existe também um Radar de navegação Furuno FR 8252 e um sonar de casco passivo/ativo Atlas Elektronik DSQS-21C de média freqüência. Os canhões são direcionados por um radar de direção de tiro Orion RTN-10X avante, por uma alça eletro-ótica Saab EOS-400 (que proporciona imagem de TV e térmica para apoiar a direção de tiro dos canhões do navio.) O sensor termal detecta o calor de um alvo a uma distancia máxima de 20 km e por duas alças óticas OFDLSE.
Para a guerra eletrônica cada navio dispõe de um Sistema de Medidas de Apoio a Guerra Eletrônica “Defensor” e que classifica as ameaças eletromagnéticas como ondas de radares inimigas que estejam iluminando o navio para que estas possam ser interferidas. O sistema de combate do navio da série Ferranti WSA-420 é dividido em dois subsistemas: Comando e Controle CAAIS-450 e Direção de Tiro WSA-421, utilizando computadores de 5ª geração e uso dedicado Ferranti FM-1600E. Os subsistemas possuem apenas um programa operacional, o que faz com que troquem informações em tempo real, possibilitando, em caso de avaria ou paralisação de um deles, que o outro assuma as suas funções, sem que haja perdas de processamento. A apresentação dos dados é feita de forma clara e organizada, através de displays, onde podem ser traçadas linhas, círculos, áreas, além de outros recursos gráficos que dão ao comandante a possibilidade de avaliar com clareza e em tempo real a situação tática, permitindo a tomada de decisões precisas e correta. Para fins de treinamento, pode-se também gerar alvos fictícios como retornos do mar, bloqueios eletrônicos, alvos aéreos, alvos de superfície, mísseis e outros contatos que tornam o ambiente bem próximo do real para os operadores. O sistema tem capacidade para abrir e gerenciar contatos radar automaticamente, todos inicialmente designados com categoria aérea (mais alto grau de ameaça), inclusive contatos sobre terra. 


PROPULSÃO
O sistema de propulsão das corvetas é do tipo CODOG (Combined Diesel or Gas Turbine combinação com motor diesel ou turbina a gás), com uma turbina a gás General Electric LM-2500 (nacionalizado em 15%, base, invólucro, grupo de descarga de gases e outras peças) de 27.000 HP e dois motores diesel MTU 16V 596 TB91 (nacionalizados em 42%.) de 3.900 HP cada, movimentando dois eixos com hélices de passo controlável KaMeWa e dois lemes, sendo os navios equipados com sistema Vosper de estabilização ativa por aletas. A velocidade máxima sustentada é de 27 nós (50 km/h) com turbinas a gás e de 18 nós com os motores diesel. A autonomia é de cerca de 4.000 milhas náuticas (7.408 km) a 15 nós (28 km/h). As corvetas também são equipadas com o Sistema de Controle e Monitoração (SCM) desenvolvidos integralmente pelo Instituto de Pesquisa da Marinha (IPqM) e foi instalado nas fragatas classe "Niterói" no programa ModFrag. O SCM é composto, por três subsistemas independentes, o SCMPA, que controla e monitora toda a operação dos motores, turbina e máquinas auxiliares, o SCAv – Subsistema de Controle de Avaria e do Subsistema Manual Remoto que permite à tripulação operar a propulsão do passadiço ou desde qualquer um dos consoles remotos do SCM. Entre o Centro de Controle de máquinas e os sistemas monitorados o SCM usar uma rede dedicada de fibra ótica para trafegar seu sinal. O SCAv recebe continuamente informações de centenas de sensores variados espalhados por todo o navio. São medidos fumaça, fogo, inundação, abertura e fechamento de portas, etc. Os fios que saem dos sensores são consolidados em 38 caixas coletoras de dados espalhadas por todo o navio, conectando-se em seguida o processador do sistema no Centro de Controle de Máquinas (CC M) via fios de fibra ótica.



PROBLEMAS IDENTIFICADOS NA INHAÚMA.
A Classe Inhaúma deveria ser um navio de combate bem mais barato de se adquirir do que as fragatas da Classe Niterói, porém, contanto com quase o mesmo poder de fogo destas (Exocet e torpedos Mk 46) montados num casco menor. Elas seriam, essencialmente, “fragatas em um casco de Navio Patrulha Oceânico”, o que conseqüentemente obrigava usar uma tripulação menor do que a Niterói. A parte as Corvetas demandava um grande número de horas de manutenção pela tripulação o que era incompatível com o número de horas-homem disponíveis para sua realização. Em 1992 foi implementada uma solução de contorno, ao exemplo do que se tem na força de submarinos foi criado um Grupo de Manutenção de Apoio (GruMApo) que seria comporto por praças e que se dedicariam a completar a tripulação da Corveta durante seus períodos em terra. O GruMApo, infelizmente durou pouco, tendo sido debandado poucos anos depois de criado. A pequena tripulação das corvetas gerou um programa de manutenção novo onde a cada três meses de período operativo, se previa um de período de manutenção em terra. Isso era um sistema muito peculiar e único e logo surgiram as mais diversas pressões para que as corvetas adotassem um sistema de manutenção mais próximo do resto da frota de escoltas, mas isso não tinha como ser feito e acabou solapando todo o esforço de manutenção da nova classe. O primeiro PMG, Período de Manutenção Geral que deveria ter ocorrido poucos anos após a entrada de serviço da Inhaúma só se deu aos 17 anos. Não é nenhum segredo que a estabilidade no mar sempre foi a grande dor de cabeça do projeto das Inhaúma.


O nosso bem conhecido canhão Vickers de 4,5 polegadas acabou sendo muito pesado para as corvetas e seu posicionamento na proa multiplicava a tendência do navio de “caturrar”, oscilar no eixo longitudinal, o que combinado com a proa baixa em mares um pouco mais fortes, acabava por produzir muita entrada de água do mar no convés dianteiro. Isso gerava um desgaste maior das engrenagens do próprio canhão devido ao contato freqüente com a água salgada, além de tornar muito perigosa a presença de militares na proa. Esta restrição atrapalhava em uma série de operações no convés da proa, especialmente a, importantíssima, de transferência de óleo no mar. Como as Niterói e as Greenhalgh, quanto mais longa a pernada, e mais combustível dos tanques era gasto, mais leve ficava a Corveta, elevando seu centro de gravidade e tornando-a ainda mais instável e suscetível os efeitos nocivos do vento de través por sua grande área vélica. Os cascos maiores das demais classes de escolta, pelo menos, lhes permitiam ter tanques dedicados de lastro que iam desde á saída do porto cheios de água, mantendo o deslocamento do navio mesmo com o efeito negativo da queima do combustível.

Bombas Guiada SMKB - Acauã A lança da FAB




A Mectron e a Britanite IBQ Defence Systems estão desenvolvendo kits de bombas guiadas por satélite com a designação Acauã (falcão) ou SMKB (Smart Kit Bomb). O CTA-IAE também está apoiando o projeto. Os kits foram mostrados em 2009 e inicialmente foram designadas BFL (BLF-1000, 500 e 250, com cabeça de guerra de 1000 Kg, 500 Kg e 250 Kg respectivamente).

A Britanite é responsável pela cabeça de guerra, kit de cauda e sistema de planejamento de missão. O kit virá em versões para ser instalado nas bombas Mk82 e na Mk83. As empresas não estudam um kit para a bomba Mk84 por ser considerada potente para "ataques cirúrgicos" (apesar de vários alvos importantes precisarem de armas até mais potentes). Também não citam se será usada em bombas penetradoras BPEN. As bombas com os kits são denominadas SMKB-82 e SMKB-83 equipadas, respectivamente, com as bombas Mk82 de 230kg e Mk83 de 450kg. Na FAB são denominadas BFA-230 e BFA-460 respectivamente. As Bombas de Fins Gerais são fabricadas pela Britanite.

O receptor de satélite é compatível com o GPS americano, Glonass russo e o Galileo europeu. A energia da bomba é gerada por uma pequena hélice no nariz da bomba não precisando de energia da aeronave. A precisão é tida como 6 metros. A SMKB/Acauan pode ser disparada a uma altitude de até 10 mil metros com alcance de 16 km a 24km. Um kit de asas está em desenvolvimento pela empresa Friuli para aumentar o alcance para 35-40 km. 

Uma vantagem do novo kit é a facilidade de integração, particularmente em aeronaves pouco sofisticadas, pois não precisa conexão de databus para controle ou designação de alvos. As empresas desenvolveram um sistema sem fio portátil com criptografia que pode programar as coordenadas do alvo em terra ou no ar ou modos de operação. Assim o kit pode ser integrado em qualquer aeronave sem apoio do fabricante da aeronave. Armas como a SMKB e JDAM são tão simples que podem ser usadas em aeronaves de caça de Primeira e Segunda Geração com um sistema de navegação primitivo. As coordenadas do alvo podem ser passadas diretamente para a arma antes de decolar. 

A primeira entrega era esperada para 2010, e as empresas citam que já foi vendida para outro país da América do Sul e pelo menos quatro oriente médio. A integração em aeronaves iniciou em 2011 nos A-4 Skyhawk, AMX, F-5EM, Sukoi Su-27, F-16 e Kfir. As primeiras entregas para a FAB devem iniciar em 2012.

A imagem acima mostra os cabos metálicos usados para acionar a bomba durante o disparo. A SMKB é disparada como uma bomba comum e após o disparo os cabos presos na aeronave são esticados e acionam a bomba indicando que foi disparada. Depois segue até o alvo com os dados passados antes ou durante o voo por sistema Wireless com tecnologia comercial. O conceito simplifica o desenvolvimento e integração na aeronave.





Testes de disparo da SMKB a partir de um A-29 Super Tucano.




Uma SMKB antes de um disparo de teste.


Análise

A entrada em operação das SMKB irá trazer novas capacidades para a FAB, mas também muitos problemas. Um dos problemas será a disponibilidade de código de GPS de precisão em caso de conflito. Caso os EUA não apóie o Brasil em um conflito será bem provavel a FAB não tenha acesso aos códigos para uso do GPS no modo de precisão ficando limitado ao modo INS. Outra opção é ter acesso também ao sistema GLONASS russo e futuramente ao Galileu Europeu.

Sem a disponibilidade da atualização do GPS, a capacidade das SMKB está relacionado com a precisão do INS. Se a capacidade for similar ao CEP conseguido pelas JDAM com o INS, ou cerca de 14 metros, o GPS nem fará muita falta. Se for igual ao requerimento original das JDAM, ou um CEP de 30 metros, as SMKB ainda poderão ser úteis contra boa parte dos alvos fixos.

Se a capacidade for pior, ou um CEP de cerca de 50-60 metros, a precisão será similar ao uso de bombas burras disparadas a média altitude com modos CCIP e que já está disponível para a FAB nos AMX e agora nos F-5EM. A vantagem será poder disparar as armas em qualquer tempo com apoio de radar com modo SAR, atacar alvos múltiplos, atacar alvos de área com pontos de impacto não linear, poder escolher o ângulo de impacto, fazer disparo fora do eixo e aumentar o alcance do disparo aumentando a capacidade de sobrevivência da aeronave.

As empresas não informam se estudam a adição de outros kits de guiamento como laser, TV ou infravermelho. Um seeker de guiamento terminal poderá ser necessário para garantir a precisão final. Os sensores possíveis são o laser, imagem infravermelha e TV. O laser é bem provável como os já em uso nas JDAM. O sensores de TV CCD são baratos e os de imagem infravermelha podem operar em qualquer tempo. Os sensores de imagem precisam de algoritmo de aquisição automática de alvo ou de um datalink. O datalink irá encarecer o custo da arma assim como o casulo designador a laser. Os sensores infravermelhos dos mísseis MAA-1B poderá ser uma opção para instalar na SMKB e ser usada contra alvos quentes como navios e blindados.

Como acontece com as JDAM, a aquisição dos alvos é o gargalo do processo de operação das bombas guiadas por GPS. Os meios de aquisição de alvos disponíveis para a FAB são satélites de sensoreamento remoto, aeronaves de reconhecimento como o R-99B com radar SAR e casulos Litening III e Star Safire com telemetros a laser. O radar Grifo-F do F-5EM talvez possua modos SAR para apoiar o disparo em qualquer tempo enquanto o radar Scipio do A-1M não tem esta capacidade. Modos de radar SAR deve ser um requerimento obrigatório para os concorrentes do FX-2. A atualização das coordenadas do alvo em vôo com modos de radar SAR ou casulo de designação de alvos como o Litening III provavelmente será obrigatório.

Em 1943, a Oitava Força Aérea atacou menos de 50 alvos em um ano. Na Operação Desert Storm em 1991, foram atacados 150 alvos nas primeiras 24 horas. A USAF planeja formar uma pequena força de 12 aeronaves B-2A e 48 caças F-22A para atacar 426 alvos em um dia com o uso das JDAM ou equivalentes. Com as SMKB a FAB passa a ter uma capacidade próxima da operação Desert Storm, mas com uma frota bem menor e com um prazo maior, talvez uma semana, para atacar o mesmo número de alvos. Com aeronaves mais capazes como os concorrentes do FX-2, como o Rafale, Super Hornet e Gripen NG, capazes de levar até quatro bombas de grande potência como a SMKB, a capacidade será melhorada.

As SMKB deverá ser uma arma cara para os padrões da FAB. Os A-1M ainda terão uma boa capacidade de ataque de precisão a baixa altitude, com CEP de 15 metros com armas de alto arrasto. Com o NVG e NAVFLIR poderão realizar ataques a noite a baixa altitude a noite e em tempo bom contra alvos relativamente protegidos.

Além das novas capacidades de atacar alvos fixos as SMKB também podem ser usadas em outras missões:

- Supressão de defesas. Com o apoio de um casulo Litening III, um caça pode olhar para a área onde recebe emissões de radar. Detectando o emissor o Litening III pode determinar as coordenadas do alvo que será atacado pelas SMKB.

- Interdição aérea. Se a precisão da SMKB for adequada é possível usá-la para atacar pontes e locais de suprimento. Modos de radar GMTI como o do Griffo-F do F-5EM será útil para detectar alvos móveis.

- Ataque a bases aéreas. As bases aéreas são alvos bem defendidos e que devem ser colocados fora de ação rapidamente. As SMKB são a arma ideal contra este tipo de alvo tendo que ser disparada em grande quantidade contra vários pontos de impacto no alvo. Uma pista de pouso e pistas de taxiamento precisam de vários cortes para serem inutilizados. Outros alvos importantes são abrigos reforçados de aeronaves que precisam ser atacados com armas de precisão. Por ser um alvo bem defendido as SMKB serão úteis ao serem lançadas fora do alcance das defesas locais.

- Apoio aéreo aproximado. As JDAM mostraram ser úteis para as missões de apoio aéreo aproximado, mas para a FAB será necessário o acesso ao código do GPS para ter a precisão necessária.

As SMKB têm um bom potencial de exportação, mas primeiro a FAB precisa ser o primeiro usuário para conseguir a confiança de compradores em potencial. Os candidatos são paises que não tem acesso as JDAM ou armas equivalentes de outros países.

Também deve ser considerado o uso de armas equivalente por possíveis adversário em caso de conflito e estarmos preparados para interferir no código de satélite do GPS, GLONASS e futuramente o Galileu. Os interferidores são simples e baratos e as SMKB podem ser usadas para testar as táticas e técnicas de emprego.




V-3E A-Darter (Agile Darter)


A-Darter

No fim da década de 80, a experiência de combate da Força Aérea Sul-Africana contra caças Soviéticos e seus mísseis expôs as fraquezas dos mísseis V3B, V3C e Magic. Na década de 90 já era esperado a ameaça do R-73 que armava os Mig-29. 
Logo a Força Aérea Sul-Africana lançou um programa para desenvolver um míssil de longo alcance e um de curto alcance de nova geração. O míssil de combate aéreo de curto alcance seria chamado de A-Darter (Agile Dart) e de longo alcance de R-Darter.
O desenvolvimento do A-Darter foi iniciado em 1995 e está sendo conduzido pela Kentron, uma divisão da Denel, com fundos da empresa e do governo. A designação local é de V-3E.

O A-Darter é um míssil ar-ar de combate aéreo com superagilidade e otimizado para combate aproximado mas sem sacrificar o desempenho em longo alcance. Usa controle aerodinâmico traseiro e não tem barbatanas frontais. O míssil tem uma fuselagem limpa, com pequenos strakes ao longo da fuselagem que servem como superfície aerodinâmica aumentando a sustentação e como condutor de ligações de controle.
O escape do motor está equipado com vetoramento de empuxo (TVC). O TVC permite que o míssil realize curvas de 100 "g" podendo mudar de direção em 180 graus em menos de 2 segundos. Isto reduz a zona de ação interna consideravelmente, podendo engajar alvos cruzando frontalmente com grande rapidez. Um piloto automático digital por FBW é necessário para controlar a superagilidade principalmente em grandes ângulos de ataque. A propulsão é por motor foguete de estágio único com pouca fumaça para aceleração e sustentação.
A Kentron caracteriza o U-Darter como sendo de 3ª geração como oAIM-9L/M, Magic 2 e Python 3 e classifica o A-Darter como sendo de 5ª geração. A Kentron relata que o A-Darter é mais ágil que o Python-4 que é classificado como sendo de 4ª geração.
A Kentron está desenvolvendo e testando o algoritmo do sensor de busca de imagem infravermelha (IIR) de duas cores que tem projeto novo e não é baseada no míssil antiaéreo SAHV-IR. O sensor permite engajamentos de 90º de ângulo de visada. A cabeça de busca tem alta resolução com contramedidas eletrônicas multimodo e rejeição de ruído de fundo. O algoritmo de aquisição de alvo inclui técnicas avançadas de filtragem regional que "vê" a diferença de tamanho e forma entre uma aeronave e um flare e técnicas de perfil de velocidade para perceber diferença de velocidade entre a aeronave e o flare, tornando o míssil altamente preciso e com grande resistência a contramedidas.
O míssil pode ser apontado pelo radar, mira no capacete (HMD) ou realizar autovarredura com grande ângulo de visada. Foi projetado desde o inicio para ser compatível com mira no capacete (HMS e HMD) como a já usado pelo caça Cheetah C. Também pode usar trancamento após lançamento (LOAL) com memória de seguimento dada pelo sistema inercial (IMU) no caso de perda temporária de trancamento após disparos de grande ângulo de visada.
O A-Darter é compatível com os lançadores LAU-7 do Sidewinder e tem o mesmo desempenho do BGT IRIS-T e AIM-9X. O míssil é compatível com barramento de dados MIL-STD-1553B e sistema de gerenciamento de cargas MIL-STD-1760. 
O A-Darter foi desenvolvido em módulos (piloto automático, servos, sensor IR e sistemas TVC) que foram projetados e testados separadamente. 
Testes de vôo já foram iniciados com disparos no solo e aéreo em 1997. O primeiro disparo foi com um motor do Magic e em 2001 foi usado o motor do U-Darer. Os testes de vôo cativo foram em 1999. No ano 2000 e 2001 foram realizados os testes da cabeça de busca com um míssil cativo no Cheetah D. 
As contra-contramedidas do sensor são otimizadas para as necessidades locais (pode perceber uma seqüência de lançamento de flares como sendo padrão amigo). Outra vantagem do A-Darter é que a Kentron é um fornecedor "independente" sem restrições políticas como os mísseis americanos.
O A-Darter era originalmente um demonstrador de tecnologias para serem incorporadas nos novos mísseis do JAS-39 Gripen da SAAF. Os cortes no orçamento levaram a procura de parceiro no estrangeiro para participar e dividir custos.
O fim do embargo econômico e o mercado interno pequeno tornam seu futuro questionável. A Força Aérea Sul-Africana preferia o IRIS-T como solução de baixo risco pois será integrado no JAS-39 pela Suécia com entrada em produção em 2007. Mesmo assim o governo escolheu o A-Darter em 2005 para equipar seus JAS-39 Gripen e Hawk 100. O nicho do A-Darter é de países que querem ter uma capacidade estratégica com credibilidade e manter independência de suprimentos estratégicos.
A África do Sul precisa gastar US$ 100 milhões antes do míssil ficar pronto e está procurando parceiros para desenvolver o míssil.
Já em 2005 a FAB anunciou que estava estudando uma cooperação com a África do Sul para cooperar no desenvolvimento do míssil ar-ar A-Darter com contatos tendo sido iniciados em 2002. O investimento inicial seria de U$ 40 milhões no desenvolvimento do míssil podendo alcançar US$ 100 milhões.

A indústria brasileira seria envolvida no desenvolvimento final do míssil e em sua manufatura; transferência de tecnologia da Denel seria parte de todo o negócio. O resultado final para os brasileiros seria a obtenção da total independência nacional, no ciclo do desenvolvimento e da produção de mísseis ar-ar.
Em abril de 2006 foi anunciado que a FAB ajudaria no desenvolvimento do míssil investindo US$ 52 milhões. O orçamento total seria o triplo se a FAB fosse iniciar um projeto próprio semelhante. A África do Sul investirá também US$ 52 milhões. O CTA (Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial), vai coordenar o desenvolvimento em parceria a Denel. Os gastos serão para cinco anos de desenvolvimento com o primeiro protótipo pronto. O A-Darter irá substituir os MAA-1 Piranha e deve entrar em operação em 2015. A indústria local já foi contatada como a Mectron, Avibras e Atech.Em maio de 2007 a Índia estudou entrar no projeto A-Darter e também estava interessada no projeto LRAAM da Denel. O Paquistão mostrou interesse em comprar 500-1000 A-Darter por US$ 450 mil cada, mas pode criar problemas com a aproximação com a Índia.

A-Darter

Mock-up do A-Darter mostrado em 1999. A proposta é similar ao MICASRAAM francês de 1990.
A-Darter


Componentes internos do A-Darter. O A-Darter é considerado do mesmo nível do Python 4 segundo a Kentron.A-Darter 
Fotos dos testes do A-Darter. A foto da esquerda mostra que o A-Darter usa motor de pouca fumaça. A imagem do sensor demonstra ser um sensor de imagem de alta definição. O sensor IRIS pesa 10,5kg e foi pensado desde o inicio para ser apontar por uma mira no capacete Guardian que irá equipar o JAS-39 Gripen sul-africano.

A-Darter TVC 
Detalhes do TVC do A-Darter.




Dados técnicos:
Peso: 89kg
Comprimento: 2,98m
Diâmetro: 166mm
Largura: 488mm
Alcance: >15km