quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Armamentos Antitanque

Assim como seu nome sugere, o armamento antitanque é designado para combater e destruir veículos blindados – principalmente tanques –, podendo se desdobrar em diversas subcategorias, tais quais minas, misseis, fuzis e canhões antitanque.
A necessidade de pelotões antitanque surgiu com a emergência do uso de veículos blindados. Desde que tanques eram “pontos alvo”, a maneira mais eficaz de combatê-los era com fogo direto. Ou seja, implantar armamento antitanque em locais propícios a visão e cercamento dos tanques.
Deste modo, tanto os Aliados quanto o Eixo trataram de fortificar suas tropas com armamento antitanque, visto que este se tornava quase imprescindível nas operações de guerra. Aqui, daremos ênfase ao armamento utilizado pelas tropas de infantaria, principalmente projetores antitanque.
Aliados
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PIAT
Sigla de Projetor de Infantaria AntiTanque, o Mk I é uma arma britânica que tinha grandes vantagens sobre as outras armas antitanque do período, incluindo a falta de fumaça ao disparar o que revelava a posição do usuário, e um barril de baixo custo. Entretanto, essas vantagens eram combatidas pela dificuldade em armar o projetor, a fragilidade do barril e contusões no usuário ao disparar. A arma é tipicamente carregada por duas pessoas, mas tem o mesmo grau de eficacia sob a direção de uma, se necessário. É eficaz contra qualquer veículo leve alemão, e pode parar um Panzer IV e um Panther, sendo também capaz de inabilitar o tanque pesado Tiger I.
M9 bazooka
M9 Bazooka
Bazooka é o nome comum para um projetor antitanque sem recuo e portátil, amplamente em campo pelo exército americano. A Bazooka foi desenvolvida primariamente para ataque a tanques e fortificar posições em curto alcance. É altamente eficiente, visto que o exército alemão capturou alguns exemplares e utilizou da engenharia reversa para criar a própria versão. Entretanto, a bazooka tinha um uso difícil, visto que requeria um posicionamento direto sobre o tanque, o que deriva suas variantes posteriores. A principal desvantagem da arma é a grande “explosão” e a trilha de fumaça deixada, o que dá a posição do atirador.
Boys
Boys Anti-Tank Rifle
Boys é como chama-se o rifle antitanque britânico utilizado na Guerra, usualmente apelidado “arma de elefante” pelos seus usuários devido ao seu tamanho e grande diâmetro. O rifle Boys é essencialmente uma versão dimensionalmente maior de um rifle de serviço padrão, destinando-se a ser tão portátil no campo, quando o padrão. Embora adequado contra tanques leves no início da guerra, o Boys é ineficiente contra blindagem pesada, foi suprimido pelo PIAT no meio da guerra. Assim o rifle teve seu uso limitado contra bunkers, ninhos de metralhadora e veículos de blindagem leve.
Eixo
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Panzerschreck
Panzerschreck, ou literalmente “o terror dos tanques” é o nome popular para o lança rojão alemão, que derivou-se largamente da Bazooka americana, entre as principais diferenças entre eles, estão uma ogiva de 88mm que fornece uma capacidade de perfuração maior que a versão de 60mm americana e seu disparo era feito eletricamente por impulso magneto. Essas vantagens sutis, poderiam ultrapassar relativamente os 180m de alcance efetivo do Panzerschreck, sendo assim não surpreendentemente seu uso é mais eficaz em áreas urbanas, onde o combate se dá por curto alcance.
Panzerfaust
Panzerfaust
Panzerfaust, ou ainda “punho blindado” é o nome do armamento antitanque que precedeu o Panzerschreck, mas continuou efetivo devido as suas vantagens. O Panzerfaust era econômico, e uma arma de tiro único que espantava pela sua simplicidade. Consiste em um pequeno tubo de lançamento pré-carregado que dispara uma ogiva altamente explosiva contra os tanques, destinando-se a ser operada por apenas um soldado. Capaz de perfurar até 200mm de blindagem a 90 graus, o Panzerfaust pode causar estragos para qualquer tanque na guerra – alemão ou aliado. Por não haver grande recuo, e pela ausência de gatilho como os outros projetores, o Panzerfaust pode ser manuseado por qualquer soldado, contudo após o lançamento da carga explosiva o soldado descartava a arma pois o lançamento danifica a base de disparo.
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Panzerbüchse 39
O Panzerbüchse 39, ou ainda “rifle caça tanques modelo 39” é um rifle antitanque que apresentava-se como um aperfeiçoamento do seu antecessor Panzerbüchse 38 (PzB 38) criado nos anos 30. Assim como o 38, o rifle 39 é uma arma de tiro único carregada manualmente com barril recuado, quando disparado o barril recua cerca de 9cm, o que abria a culatra e ejetava o cartucho gasto. Seu comprimento era de 162cm, levemente maior que o 38, e também apresentava calibre padrão de 7.9mm. Apesar do começo promissor do PzB 39, a evolução de melhores proteções blindadas em tanques aliados levou a obsolescência do rifle alemão contra todos menos os veículos de blindagem leve.

Artilharia Antiaérea

O ataque aéreo é uma das formas mais efetivas de se comprometer fortificações, linhas de abastecimento e pontos de controle estratégicos durante um conflito. Durante a Segunda Guerra Mundial, devido ao grande impacto que a Luftwaffe alemã e que a Royal Air Force (RAF) britânica causavam nas batalhas a pesquisa e desenvolvimento de armamentos antiaéreos foi uma prioridade tanto para os Aliados quanto para o Eixo. As armas antiaéreas funcionam de maneira diferente que as armas antiblindados terrestres. As armas terrestres normalmente operam com artefatos explosivos ou projéteis únicos de alta penetração. Porém graças a maior dificuldade de se acertar alvos aéreos, as armas antiaéreas utilizam a munição flak, que explode durante o trajeto e cobre a área com uma chuva de estilhaços de metal, aumentando a chance de causar dano aos aviões inimigos.
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Bofors 40mm
Os Aliados contavam principalmente com Bofors 40mm sueca e a M45 Quadmount americana. A Bofors foi desenvolvida após os suecos necessitavam substituir as QF 2 Pounders Vickers compradas da Inglaterra em 1922. Os primeiros protótipos da arma foram projetados para serem utilizados nos submarinos da marinha sueca. Em 1934 os holandeses introduziram uma variante com 2 canhões por arma, e no ano seguinte o fabricante Bofors apresentou a versão mais utilizada da arma, que era montada em um suporte móvel próprio. Essa versão da Bofors era operada por 4 pessoas e possuía um alcance máximo de 10KM. Com taxa de disparo de 120 projéteis/min utilizando munição 40×311 mmR, ele foi essencial para a defesa dos Aliados durante a guerra.
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M45 Quadmount
A M45 Quadmount foi pensada graças a necessidade das forças aliadas de se defenderem contra patrulhas e ataques baixos da aviação alemã enquanto avançavam em direção a Berlim. O nome Quadmount já nos diz sobre a configuração dessa arma: era constituída por 4 metralhadoras Browning .50 M2HB. Ela se mostrou uma opção de defesa com múltiplos usos, pois além de ser efetiva contra aeronaves inimigas em voo baixo, ela se mostrou igualmente efetiva contra a infantaria inimiga, ganhando assim a alcunha de  “Meatchopper”. Com cada .50 atirando 550 projéteis por minuto, a taxa de disparo total da M45 era de 2200 projéteis por minutos, podendo devastar ataques inimigos. Isso combinado com o fato de que ela podia ser facilmente acoplada em carros blindados ou transportes a tornava uma arma de alto valor para os Aliados.
38
Flak 38 20mm
No lado do Eixo, temos também armamentos antiaéreos de alta efetividade desenvolvidos pelos engenheiros do Reich. Um dos modelos mais comuns era o Flak 30 (também conhecido como Flak 20mm graças ao seu calibre). O Flak 30 foi desenvolvido pela Rheinmetal na Alemanha no começo dos anos 30. Seu desenvolvimento coincidiu com o processo de rearmamento da Alemanha, que tinha suas forças armadas diminuídas após a perda da Primeira Guerra Mundial. Ele era operado por 5 pessoas e era montado num suporte móvel que permitia sua locomoção. A munição 20×138 mmB utilizada era efetiva contra aeronaves em voo raso porém uma preocupação do Wehrmarcht era a baixa taxa de disparo do Flak 30. Isso foi resolvido com a introdução do Flak 38, uma versão melhorada do Flak 30, com taxa de disparo de 220 disparos por minuto, um aumento significativo dos 120 disparos por minuto do Flak 30. Além disso foi desenvolvida uma versão do Flak 38 onde 4 canhões eram combinados em uma única unidade de artilharia, formando assim o Flakvierling 38, que se provou altamente efetivo contra alvos aéreos e terrestres.
88
Flak 18 88mm
Outra parte fundamental da defesa alemã era o Flak 88mm, modelo que se refere na verdade à um conjunto de variações do primeiro modelo. O Flak 18 foi o modelo inicial dessa série de armamentos. Possuía um sistema de recarga similar ao dos rifles semiautomáticos, onde o recuo de um disparo já colocava m novo projétil na câmara. Sua taxa de disparo era relativamente baixa, de 15 a 20 disparos por minuto. Porém isso era compensado pela munição explosiva usada contra aeronaves, que cobria uma área maior e munição de penetração de armadura contra blindados. O modelo Flak 36 contava com algumas melhorias, entre elas a adição de um segundo canhão no mesmo suporte de artilharia e a possibilidade de, numa emergência, ser disparado ainda no reboque de transporte. Foi colocado ainda um escudo blindado, providenciando uma certa proteção aos operadores. O Flak 41 foi um pedido da Luftwaffe por armamentos que pudessem atingir alvos em maiores altitudes. Apesar de cumprir as expectativas, essa nova versão era era propensa a problemas de funcionamento, o que a tornou pouco confiável em combate.
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Flak 40 128mm
Por fim havia também o 12.8cm Flak 40. A peculiaridade desta arma é que ela era muito mais pesada que as outras armas antiaéreas da época, chegando a pesar 17 toneladas. A falta de mobilidade se deve ao estágio da guerra em que foi produzida, já que no ano em que foi produzida (1942), a Alemanha estava se defendendo das incursões aliadas, tornando o 12.8 um armamento estático. Apesar de ter uma taxa de disparo baixa, o 12.8 compensava em poder de fogo, alcance e velocidade. Este modelo conseguia disparar um projétil de 27.9 quilos a uma velocidade de 880 m/s, chegando a altitudes de quase 15 mil metros.

Junker Ju


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Junkers Ju 188
Junker Ju 188 A1/E1: O Ju 188 foi um bombardeiro médio de alto desempenho da Luftwaffe alemã. Surgiu para substituir o seu antecessor, o famoso e polivalente Ju 88, com melhor funcionamento e capacidade de carga. Foi uma decisão tomada com alguma urgência numa época em que a força aérea alemã se debatia com o cerco progressivo dos seus inimigos. As suas qualidades foram exploradas ao máximo e teria sido possível tirar dele um rendimento ainda maior se tivessem aplicado à estrutura original as modificações necessárias. Foi produzido apenas em quantidades limitadas, devido tanto à presença de versões melhoradas do Ju 88, bem como a campanha aliada de bombardeiros estratégicos cada vez mais eficaz, tornando o foco alemão voltado para a produção de caças. Carregava um canhão de 20mm, três metralhadoras MG 131 de 13mm e bombas de 3000kg.
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Junkers Ju 87 “Stuka”
Junker Ju 87: apelidado de Stuka e criado pela Junkers, o Ju 87 foi um torpedeiro, avião de ataque a solo e acima de tudo um excelente bombardeiro de mergulho. Ele era leve, possuía uma aerodinâmica avançada e “asas de gaivota” iguais a do F4U Corsair, por essa série de fatores foram fabricados 6.500 Ju 87 que tiveram um ótimo rendimento durante a Segunda Guerra Mundial. Conseguia carregar grande carga de bombas para seu tamanho pequeno, porém mantendo formas agressivas que eram muito temidas pelos aliados. Em algumas versões, o Stuka era ainda acrescido de uma sirene de mergulho instalada na parte superior do trem de pouso, cujo único propósito era aterrorizar quem quer que estivesse no caminho de suas bombas. Portanto, não foi só uma simples arma de guerra, cujo propósito era destruir seu alvo, mas também uma ferramenta bélica com o objetivo psicológico de aterrorizar um adversário desacostumado ao novo conceito de guerra relâmpago. Possuía duas metralhadoras de 7.92mm MG 17 atrás da cabine, uma de 7.92mm MG 15 na frente para pequenos ataques, uma bomba de 250 kg sob a fuselagem e duas bombas de 50 kg sob as asas.

Heinkel He 177


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Heinkel He 177 “Grief”
Heinkel He 177: mais conhecido como Grief, ou Grifo, o Heinkel He 177 foi um dos únicos bombardeiros pesados operacionais a voar em combate com a Luftwaffe durante a Segunda Guerra. Inicialmente, a exigência do projeto buscava um perfil de ataque igual ao do Stuka, como bombardeiro de mergulho raso, mas por problemas no design, foi projetado para operar como bombardeiro estratégico. O avião não agradou suas tripulações, tendo elas o apelidado de Flaming Coffin (Caixão Flamejante), devido aos graves problemas nos motores das versões iniciais. Um ponto positivo do He 177 era sua velocidade de cerca de 595 a 690 km/h após o ataque. A maior velocidade e a mudança de altitude dificultavam as interceptações, aumentando a capacidade de sobrevivência da aeronave. Possuía dois canhões MG 151 20 mm, quatro metralhadoras MG 131 13mm, uma MG 81 7,92mm e bombas de 6000 e 7200 kg.

Avro Lancaster


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Avro Lancaster
Avro Lancaster: foi o melhor e o mais famoso bombardeiro quadrimotor britânico da II Guerra Mundial. Nasceu em 1941 como evolução do fracassado bombardeiro bimotor Avro Manchester. Entrou ao serviço ativo no comando dos bombardeiros da RAF em 1942 e, quando a ofensiva de bombardeamentos estratégicos sobre a Europa ocupada ganhou força, tornou-se o principal bombardeiro pesado usado pelo RAF, RCAF, e outros esquadrões europeus e da Commonwealth a operar sob o comando da RAF. Os 7.366 exemplares produzidos realizaram 156.000 missões, lançando 608.612 toneladas de bombas. Carregavam oito metralhadoras Browning .303 Mark II. Duas no nariz da aeronave, duas na torre de cima e quatro na torre da cauda. Sua carga normal de bombas era de 6350 kg.

Consolidated B-24 Liberator


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Consolidated B24 Liberator
Consolidated B-24 Liberator: foi o bombardeiro americano de maior produção que qualquer outro avião americano durante a Segunda Guerra Mundial, e foi usado pela maioria dos Aliados durante a guerra. Mais de dezoito mil e quatrocentos exemplares foram produzidos. Desenhado como um bombardeiro pesado, serviu não só nesse papel mas também como bombardeiro de patrulha marítima e como transportador pesado. Ele seguiu os passos do Boeing B-17 Flying Fortress. Apesar de suas características de vôo não serem tão refinadas como as do B-17, possuía melhorias como maior alcance, maior velocidade máxima e carregamento de bombas mais pesado. Possuía 10 metralhadoras .50 M2 Browning, bombas de 3600kg para curto alcance, 2300kg para médio alcance e 1200kg para longo alcance.

B17 Flying Fortress

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B17 Flying Fortress
B17 Flying Fortress: era um bombardeiro quadrimotor muito utilizado na Segunda Guerra Mundial, criado pela Boeing, foi uma aeronave potente, de grande raio de ação, capaz de provocar grande destruição em alvos inimigos e com grande capacidade de autodefesa. Embora houvesse outros aviões mais rápidos ou com maiores capacidades de carga ofensiva, nenhum deles se igualou a confiabilidade destes aviões em combate. Sua capacidade de retornar de missões mesmo com sérios danos e sua durabilidade mesmo quando obrigado a pousos de barriga, tornaram o avião mítico durante a guerra. Apesar de ter alcance e capacidade de carregamento de bombas menor que os B-24 Liberator, usados pela Royal Air Force britânica, provocava grande satisfação e confiança nos aviadores das Forças Aéreas norte-americanas responsáveis pelas missões de bombardeio da Alemanha. Carregava em torno de 13 metralhadoras M2 Browning .50 em oito posições e bombas de 7800kg.