sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

CLASSE UDALOY/ PROJECT 1155 FREGAT



FICHA TÉCNICA
Tipo: Destróier anti-submarino/ anti-superfície.
Tripulação:  Udaloy I: 249 homens; Udaloy II: 290 homens
Data de comissionamento: Dezembro de 1980
Deslocamento: 6700 Toneladas (carregado).
Comprimento: 163 mts.
Calado: 6,2 mts.
Boca: 19,03 mts.
Propulsão: 2 turbinas a gás M-62 que produzem 15000 hp cada, usada para manter a velocidade de cruzeiro, mas 2 turbinas M-8KF com 45000 hp cada, usada para acelerações.
Velocidade máxima: 35 nós (64 km/h).
Alcance: 19400 Km  em velocidade de cruzeiro baixa (14 nós, 26 km/h).
Sensores: UDALOY I:  Radar de busca aérea MR-700 Fregat MA Top Plate 3D com alcance máximo de 300 km; Radar de busca de superfície e aérea: MR-320M Topaz V Strut Pair com alcance de 50 km contra alvos de superfície e 267 km contra alvos aéreos; radar de controle de fogo MR-360 Podkat; Sonares: Sonar de baixa frequência Horse Jaw Bow, Sonar Horse tail VDS.
UDALOY II: Radar de busca aérea: MR-700 Fregat A Top Plate 3D com alcance máximo de 300 km; Radar de busca de superfície e aérea: MR-320M Topaz V Strut Pair com alcance de 50 km contra alvos de superfície e 267 km contra alvos aéreos; radar de controle de fogo MR-360 Podkat; radar de controle de fogo 3P37/Hot Flash; Sonares: suíte de sonar Zvezda-2 com sonar de casco MGK-345 Yake Bow, Sonar de baixa frequência Ox Tail LF
Armamento: UDALOY I:  2 canhões calibre 100 mm/ 70DP; 4 canhões AK-630 calibre 30 mm; 8 lançadores verticais para mísseis antiaéreos SA-N-9 Gauntlet (64 mísseis), 2 lançadores quádruplos de mísseis SS-N-14 Silex anti-submarino, 2 lançadores de foguetes RBU-6000 anti-submarinos, 2 lançadores quádruplos para torpedos de 533 mm SET-65 ME. UDALOY II: 2 lançadores quádruplos para mísseis anti-navio SS-N-22 Sunburn; 8 lançadores verticais para mísseis antiaéreos SA-N-9 Gauntlet (64 mísseis); 2 sistemas anti aéreos de ponto Kashtan; 1 Canhão duplo AK-130 em calibre 130 mm; 4 lançadores quadruplos de torpedos de 533 mm que podem ser armados com mísseis anti-submarinos 2  RPK-2 Viyuga/SS-N-15; 2 lançadores de foguetes RBU-6000 anti-submarinos, 2 lançadores de foguetes UDAV-1 anti-submarino.
Aeronaves: 2 helicópteros anti-submarino Kamov Ka-27PL Helix.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S. Junior
A marinha russa possui muitos navios que são herança do período da guerra fria. Isso é mais perceptível quanto tratamos dos navios de maior porte como cruzadores e destróieres. Logo após a dissolução da União Soviética, a economia russa estava em frangalhos e a manutenção de todas as suas forças armadas foi muito dificultada com a queda do orçamento de defesa naquele momento. Assim, o desenvolvimento de novos sistemas de armas acabou sendo deixado para um momento posterior a recuperação econômica do país. O foco deste artigo trata de um dos navios que marcam uma época da marinha soviética e que hoje, depois de atualizações, continua em serviço na marinha russa. O projeto 1155 Fregat, mais conhecido no ocidente como Classe Udaloy,  teve seu desenvolvimento iniciado em 1972 e tinha objetivo de construir uma classe de destróier especializado na guerra anti-submarino. Estes poderosos navios de guerra, projetados pelo estaleiro Severnoye Design Bureau, começaram a ser construídos em 1978 pelo estaleiro Zavod 820 Yantar com o objetivo de prover proteção anti-submarino contra as forças navais da Otan que estavam em franca expansão e cuja esquadra de submarinos já preocupavam o comando da marinha russa. O primeiro navio desta classe foi batizado de Udaloy e foi comissionado em 1980 sendo seguido por mais 12 embarcações da mesma classe.
Acima: Um navio da classe Udaloy aparece ao lado de um dos novos submarinos nucleares da classe Yasen
A marca registrada dessa classe é seu forte armamento para guerra anti-submarino composto por dois lançadores quádruplos de mísseis anti-submarino SS-N-14 Silex. Este enorme míssil montado dos dois lados do passadiço do navio tem um alcance de 90 km e podem transportar uma variedade de três cargas de combate como o torpedo AT-2UM, cargas de profundidade nucleares de 5 kilotons (kt), capazes de destruir um submarino a grande distancia, ou uma ogiva moldada de alto explosivo convencional que pode ser usada contra um navio. O Udaloy está equipado com dois lançadores de foguetes não guiados RBU-6000 Smerch 2 anti-submarino. Estes foguetes tem alcance de 6000 metros e transportam cargas de profundidade de 25 kg. Há, ainda, dois lançadores com quatro tubos para torpedos pesados de 533 mm SET-65ME cujo alcance é de 15 km. Mesmo sendo um navio projetado com forte ênfase na capacidade anti-submarino, o Udaloy tem 8 lançadores verticais para mísseis de defesa antiaérea de ponto SA-N-9 Gaultlet guiados por comando de radio e com alcance de 12 km. Estes excelentes mísseis possuem uma probabilidade de acerto (KP) de 95% contra aeronaves de asas fixas e uma eficiência similar contra mísseis de cruzeiro ou bombas planadoras que ataquem o navio.
O principal armamento de tubo instalado nos destróieres da classe Udaloy é composto por dois reparos com 2 canhões calibre 100 mm/ 70DP em calibre 100 mm capaz de disparar até 50 tiros por minuto e atingir um alvo a 20 km de distancia. O Udaloy possui dois hangares para operação de dois helicópteros anti-submarino Kamov Ka-27PL Helix que prestam um grande apoio na luta anti-submarino, com seus sistemas embarcados.
Acima: Nesta foto podemos ver com clareza os lançadores quádruplos de mísseis SS-N-14 Silex usados para destruir submarinos inimigos. Na versão Udaloy II, estes misseis foram substituídos pelo potente SS-N-22 Sunburn (Moskit).
No que diz respeito aos sensores, o Udaloy está equipado com um radar tridimensional de busca aérea MR-700 Fregat MA Top Plate com alcance máximo de 300 km contra alvos aéreos de grandes dimensões (um bombardeiro B-52, por exemplo) e em alta altitude. A busca de superfície fica a cargo de um radar MR-320M Topaz V Strut Pair cujo alcance é de 50 km. Este radar tem capacidade de busca aérea também, porém com alcance de 180 km, contra alvos grandes e em alta altitude. O radar de controle de fogo para os mísseis Gauntlet é o MR-360 Podkat/ Cross Sword.
A sistema de detecção anti-submarina é feita pela suíte de sonar Polinom composto pelos sonares Horse Jaw e o Horse tail que operam em baixa frequência.
Acima: O radar tridimensional MR-700 Fregat MA Top Plate, embora seja um sensor antigo e menos capaz que os equipamentos atuais, ainda é bem comum nos navios de guerra de origem soviética.
Com um deslocamento de 6700 toneladas quando tolamente carregado, o Udaloy consegue uma velocidade máxima de 35 nós (64 km/h) conseguida pela combinação de duas turbinas a gás M-62 mais duas turbinas, também a gás M-8KF, que movem dois eixos e suas respectivas hélices produzindo 120000 Hp de potencia total. Sua autonomia chega 19400 km o que somado ao excelente desempenho marinheiro do navio o coloca como um perigoso inimigo em uma batalha naval. Seu desempenho é superior ao do navio da classe Arleigh Burke, da marinha norte americana.
Acima: O desempenho de navegação dos navios desta classe é excepcional. Além de uma velocidade maior, ele também tem muito maior alcance que seus similares ocidentais.

UDALOY II
O Udaloy possui uma versão mais avançada, modificada para otimizar sua capacidade anti-navio. Esta versão, batizada de Project 1155.1 Fregat II e é conhecido na OTAN por Classe Udaloy II
As modificações nesta versão em relação ao Udaloy I são visíveis nos sistemas de armas e de sensores, sendo que a propulsão se manteve inalterada.  Assim, no que se refere ao armamento, o Udaloy II teve os mísseis SS-N-14 Silex, substituídos pelo potentíssimo míssil anti-navio SS-N-22 Sunburn (Moskit) lançados pelos mesmos lançadores quádruplos. Este míssil tem como característica sua elevadíssima velocidade de cruzeiro que atinge 2300 km/h em perfil de voo sea skimming (rasante ao mar) e possui um alcance de 250 km. Com uma ogiva de 320 kg de alto explosivo ou uma ogiva nuclear de 120 kt, este míssil é quase impossível de ser abatido pelas defesas antimíssil do inimigo. Outro míssil anti-submarino transportado pelo navio Udaloy II é o SS-N-15 Starfish (RPK-2 Viyuga) lançado de dois lançadores quádruplos de torpedos de 533 mm. Este míssil tem alcance de 45 km e usa um torpedo Type 40 próximo a área onde o alvo for detectado para que ele possa iniciar a busca pelo seu próprio sonar. 
O míssil SA-N-9, também usado na versão Udaloy II,  está apoiado por dois sistemas antiaéreo Kashtan que é composto por dois lançadores de míssil SA-N-11 Grisom com alcance de 8 km e 2 canhões GSH- 30K de 6 canos rotativos de 30 mm que são usados contra mísseis e outros projéteis de precisão que sejam lançados contra o navio. O alcance dos canhões do sistema Kashtan é de 3,5 km. O navio Udaloy II teve os dois canhões  calibre 100 mm/ 70DP substituídos por um único reparo com 2 canhões AK-130 DP cujo alcance aumentou para 23 km, porém com o sacrifício da cadencia de tiro que caiu para 40 tiros por minuto. Outro novo armamento anti-submarino  incorporado ao Udaloy II foram  dois lançadores de foguetes UDAV-1 anti-submarino que pode ser usado contra submarinos, torpedos que se aproximem e mergulhadores inimigos.
Acima: O Udaloy II teve apenas um exemplar construído. Externamente a maior diferença está na ausência de um dos canhões de 100 mm e nos lançadores quádruplos para mísseis antinavio SS-N-22 Sunburn.
Como mencionado antes, além do armamento, os sistemas eletrônicos também tem algumas diferenças entre a versão Udaloy I e Udaloy II. O Udaloy II usa um radar de busca aérea MR-700 Fregat A Top Plate 3D, cujo alcance máximo é o mesmo do modelo MA usado no navio mais antigo.
O radar de busca de superfície continuou sendo o MR-320M Topaz V Strut Pair, assim como os radares de controle de fogo MR-360 Podkat/ Cross Sword. Porém, com o sistema Kashtan, um outro tipo de radar de controle de fogo precisou ser instalado; o 3P37 Hot Flash  com duas antenas, foi adicionado para gerenciar o controle de tiro deste sistema de armas.
A sistema de detecção anti-submarina é feita pela suíte de sonar Zvezda-2 capaz de detectar um submarino inimigo a 100 km de distancia com os sonares com sonar de casco MGK-345 Yake Bow, Sonar de baixa frequência Ox Tail LF
Acima: Os navios da classe Udaloy possem um heliporto e dois hangares para operar dois helicópteros anti-submarino KA-27PL Helix
Embora seja um navio com desenho antiquado frente aos modernos navios com características furtivas em uso atualmente, o Udaloy, tem em seu forte armamento e seu excelente desempenho uma letalidade válida que deve impor respeito nas marinhas inimigas da Rússia.
Devido a incerta situação da industria naval russa, é provável que estes grandes navios de guerra permaneçam em serviço por muitos anos ainda. O Udaloy II teve apenas um exemplar construído e o sucessor destes velhos navios de guerra ainda não está em um horizonte visível. Novos navios de guerra como fragatas e cruzadores estão nos planos da marinha russa para recuperar sua capacidade e diminuir o gap tecnológico frente as marinhas ocidentais, porém, não está claro se algum deles assumirá a posição dos destróieres da classe Udaloy na marinha russa.

TEXTRON AIRLAND SCORPION


FICHA TÉCNICA
Velocidade máxima: Mach 0,67 (830 km/h).
Velocidade de cruzeiro: Mach 0,60 (735 km/h).
Razão de subida: 1500 m/min. (estimado)
Potência: 0,44 (só com combustível interno e desarmado).
Carga de asa: 61,18 lb/ft².
Fator de carga: 6,0 G. (estimado)
Taxa de giro instantânea: 13º/s. (estimado)
Razão de rolamento: 190º/s. (estimado)
Teto de serviço: 14000 m.
Raio de ação/ alcance:  1600 km/ 4443 km
Empuxo: 2 motores turbofans sem pos combustão Honeywell TFE731 1830 kgf de empuxo cada.
DIMENSÕES
Comprimento: 13,41 m.
Envergadura: 14,33 m.
Altura: 4,27 m.
Peso: 5352,39 kg.
Combustível Interno: 2721,55 lb.
ARMAMENTO
2800Kg de cargas externas divididas em 6 pontos fixos nas asas. Misseis ar superfície AGM-114 Hellfire, Bombas guiadas a laser GBU-12 Paveway II, Bombas guiadas por GPS GBU-39 SDB, Casulos de foguetes não guiados de 70 mm, casulos com metralhadoras de 7,62 mm e de 12,7 mm (.50) e bombas MK-82 de queda livre.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E. S. Junior
O pequeno e "estranho" jato de ataque leve e treinamento  Scorpion desenvolvido pela AirLand em conjunto com a poderosa empresa Textron, como uma iniciativa privada, tem como objetivo, oferecer uma aeronave de ataque de baixíssimo custo de aquisição e operação para forças aéreas com orçamento muito restrito e para a Guarda Aérea Nacional dos Estados Unidos além de uma solução para treinamento para futuros pilotos de aeronaves de combate de primeira linha.
A AirLand se juntou com a Textron em 2011 para desenvolver e construir o pequeno jato atacante de modo que o primeiro protótipo foi apresentado ao público em setembro de 2013. Um desenho particularmente "exótico, com uma asa alta extremamente estreita, e configurado com deriva dupla e inclinada para fora. O primeiro voo foi feito pouco tempo depois de sua apresentação tendo ocorrido em dezembro de 2013.
Acima: Com um desenho exótico, o pequeno jato Scorpion se assemelha a uma aeronave experimental.
Para ser economicamente competitivo, o Scorpion possui uma grande simplicidade. A aeronave está equipada com dois motores turbofans Honeywell TFE731 que operam exclusivamente com empuxo seco (sem pós combustão) e que produzem 1830 kgf de força cada, permitindo a aeronave atingir uma velocidade máxima de 830 km/h. É um desempenho modesto quando comparamos com os modernos caças de 4º geração, mas temos que ter em mente que o objetivo do Scorpion é fornecer uma plataforma de vigilância e ataque leve a um custo baixo de aquisição (a aeronave custa menos de U$ 20 milhões cada) e com um custo de hora voo muito mais baixo que a de um caça de alto desempenho (U$ 3000,00 a hora de voo contra U$ 6000,00 que custa a hora de voo de um F-16C).
O desempenho de manobra é bastante modesto, tanto que os dados oficiais simplesmente não omitidos na ficha técnica publicada pelo fabricante. Porém, assistindo a uma demonstração de voo e alguns vídeos de testes, eu estimo que a celula da aeronave seja capaz de suportar 6 Gs e  atingir uma taxa de giro instantâneo na ordem de 13º/seg ou pouco menos. Para poder ter uma maior simplicidade possível, a Textron AirLand abriu mão de instalar um sistema FBW (Fly By Wire) de controle de voo o que explica em parte as limitações deste projeto frente a jatos de maior desempenho.
Acima: O Scorpion não faz uso de um sistema de controle de voo computadorizado. Essa opção teve objetivo de simplificar o projeto e baratear o processo de desenvolvimento.
O Scorpion foi projetado com um compartimento interno de carga que pode ser usado para transportar armas ou mesmo, sistemas e sensores. Neste ponto, um protótipo do Scorpion tem sido apresentado em exposições com uma torreta FLIR retrátil posicionada abaixo do cockpít da aeronave, capaz de fornecer imagens infravermelho do alvo. Outro sistema integrado é o radar de abertura sintética I-Master fornecido pela Thales que permite rastrear movimento de infantaria ou veículos em terra a distancias de 20 km em absolutamente qualquer condição de tempo ou de luminosidade. O Scorpion tem um equipamento de GPS integrado a um mapa móvel e o cockpit é compatível com o uso de óculos de visão noturna.
Acima: O sistema de radar I-Mast fornece uma capacidade especial de detecção de alvos em terra que dá ao Scorpion uma capacidade de consciência situacional bastante favorável no campo de batalha.
Acima: O cockpit do Scorpion foi projetado para garantir uma otimização da interface homem/ maquina de forma a reduzir a carga de trabalho do piloto.
O Scorpion tem capacidade de transportar 2800 kg de cargas em suas asas divididas em 6 pontos fixos (3 em cada asa). Como se poder presumir, por se tratar de um jato leve, as armas que podem ser empregadas também são leves. Fazem parte do arsenal que pode ser empregado no Scorpion, mísseis  ar superfície AGM-114 Hellfire, uma arma guiada a laser cujo alcance é de 7 km, por tanto fora do alcance dos canhões antiaéreos e ele é capaz de destruir, simplesmente, todos os tanques de guerra existentes. Outra arma muito eficiente que pode ser empregada pelo Scorpion é a bomba GBU-12 Paveway II de 230 kg guiada a laser. Esta arma tem sido pesadamente empregada em todas as guerras recentes contra pequenas edificações, viaturas inimigas, com muito sucesso. Casulos de foguetes de 70 mm e casulos com metralhadoras também podem ser empregados pelo Scorpion. Não foi mencionado em nenhuma fonte pesquisada a possibilidade de emprego de armas ar ar, deixando a capacidade de abater aeronaves inimigas a cargo de armas de tubo como metralhadoras em casulos. Porém, acredito que seja relativamente fácil integrar um míssil derivado de um MAMPAD (míssil anti aéreo lançado do ombro, como o Stinger ou o Mistral em um lançador sob a asa,. o que melhoraria a letalidade da aeronave para interceptação de aeronaves de baixa performance.
Acima: O Scorpion possui 3 pontos fixos em cada asa que, embora não tenha uma grande capacidade de carga, ainda sim pode operar armas muito eficazes como o potente míssil AGM-114 Hellfire e a bomba laser guiada GBU-12 paveway II.
O Scorpion é uma alternativa para um avião de baixo custo que poderia executar missões, que hoje são desempenhadas por aeronaves turboélices, com desempenho levemente melhor. Quando comparamos o Scorpion com o avião AT-29 Super Tucano, temos que o Scorpion apresenta um desempenho pouco melhor em missões de ataque, mas que, se usado para interceptar aeronaves de baixa performance, tem um desempenho bem melhor que do Super Tucano por conta de sua maior velocidade de cruzeiro e mesmo final. Eu tenho a opinião que seria mais interessante usar um moderno jato de treinamento avançado como o YAK-130 ou o M-346 para a mesma missão do Scorpion,  e o mais interessante é que o YAK-130, em especial, tem um custo de U$ 15 milhões cada (preço de prateleira) e é, efetivamente, uma aeronave superior. Do meu ponto de vista, o potencial de mercado para o Scorpion foi superestimado pela Textron AirLand e minha previsão é que esta aeronave não tenha sucesso comercial justamente por causa da disponibilidade de aeronaves superiores a um preço similar.
Acima: Ainda houve um comprador para o Scorpion, e embora exista um otimismo do fabricante sobre seu potencial de mercado, eu não compartilho do mesmo sentimento. Há aeronaves superiores a um custo equivalente no mercado.

KRAUSS-MAFFEI WEGMANN DINGO 2



FICHA TÉCNICA
Velocidade máxima: 90 Km/h.
Alcance Máximo: 1000 Km.
Motor:  Um motor Mercedez - Benz OM 924 de 4 cilindros com 218 Hp de potência.;
Peso: 11,9 toneladas.
Altura: 2,50 m.
Comprimento: 5,40 m.
Largura: 2,30 m.
Tripulação: 1+5 ou 7 soldados equipados dependendo da versão.
Armamento: 1 metralhadora MG-3 cal 7,62X51 mm ou uma metralhadora M-2HB cal .50 (12,7 mm), Um lançador de granadas HK GMG de 40 mm. As metralhadoras podem ser empregadas em uma torre remotamente controlada FLW-100 ou FLW-200
Trincheira: 0,50 m
Inclinação frontal: 60º
Inclinação lateral: 30º
Obstáculo vertical: 0,50 m
Passagem de vau: 1,20

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
Os famosos veículos tipo jipes usados a partir da 2º guerra até mesmo nos dias de hoje estão passando por mudanças radicais para poder permitir que seus ocupantes possam sobreviver nos campos de batalha atuais onde a letalidade dos armamentos empregados tem se mostrado mortais contra veículos leves. Mesmo os Humvee, usados pelas forças armadas dos Estados Unidos e seus aliados têm se mostrado excessivamente vulnerável nesses ambientes. Por isso o leve jipe acabou sendo substituído no campo de batalha por veículos maiores, mais pesados e blindados para poder permitir uma sobrevivência maior no campo de batalha.
Neste artigo vou apresentar um desses novos veículos blindados leves 4X4; O Dingo 2, desenvolvido pela empresa alemã Krauss-Maffei Wegmann, uma das mais competentes fabricantes de blindados que existe, tendo em seu currículo o desenvolvimento do carro de combate pesado Leopard II, um dos melhores MBTs do mundo e já descrito no WARFARE.
Acima: O Dingo 2 é uma versão aprimorada do modelo Dingo 1 capaz de transportar mais carga e com melhor proteção balística.
O Dingo 2 é uma variante mais moderna do blindado Dingo, um veículo desenvolvido sob o chassi do Mercedez-benz UNIMOG 1550L, com o objetivo de reduzir custos de produção e facilitar a manutenção. Já o modelo Dingo 2, foco deste artigo usa um chassi maior, o do UNIMOG U-5000. A carroceria de ambas as versões tem formato de “V” para permitir uma proteção extra contra detonações de minas terrestres, um dos maiores problemas observados pelos alemães e aliados na guerra do Afeganistão e no Iraque. Alias, como dito antes, a característica mais importante que distingue esses veículos dos jipes tradicionais é justamente a capacidade de proteção da tripulação. Além da medida anti-minas, há ainda uma blindagem no Dingo 2 capaz de parar projéteis em calibre 7,62X51 mm. O Dingo 2 foi projetado como um veículo modular dividido em chassis, célula de sobrevivência, compartimento de motor e assoalho anti-mina. Essa modularidade agiliza, em muito, sua manutenção em caso de impactos e explosões.
Acima: O Dingo 2 não é um veículo anfíbio, mas sua boa altura do solo lhe permite transpor um rio com profundidade de até 1,20 metro.
O Dingo 2 usa um motor Mercedez - Benz OM 924 de 4 cilindros e que proporciona uma potência máxima de 218 hp. Esse motor leva o Dingo 2, um veículo com 11900 kg , a uma velocidade máxima de 90 km/h em estradas. Sua autonomia chega nos 1000 km, graças ao seu tanque de combustível com capacidade de 220 litros de diesel. Esse desempenho é considerado muito bom para essa categoria de veículo. A capacidade de operar em terrenos irregulares é elevada, podendo passar por obstáculos verticais de 50 cm de altura e encarar inclinação frontal de 60º. Embora não seja um veículo anfíbio, ele pode transpor um rio (passagem de vau) com profundidade de até 1,20 metro.
Acima: A suspensão do Dingo 2 permite uma excelente performance em terreno acidentado.
O Dingo 2 pode ser armado com uma torre  FLW-100  equipado com uma metralhadora MG-3 em calibre 7,62 mm controlada remotamente de dentro de veículo ou ainda uma torre FLW-200 com uma metralhadora pesada em calibre 12,7 mm (.50). Além de metralhadoras, o Dingo pode ser armado com um lança granadas automático Heckler & Koch GMG de 40 mm capaz de atingir alvos até a 1500 metros e com uma cadência de tiro de 340 tiros por minuto. Embora não haja informações sobre outros armamentos que podem ser instalados no Dingo, certamente que não haveria nenhuma dificuldade de se armar este blindado com um lança mísseis antitanque como o míssil TOW, por exemplo.
Acima: A torre FLW 100, remotamente controlada, está armada com uma metralhadora MG-3 em calibre 7,62X51 mm. Uma versão mais pesada desta torre, chamada FLW-200 pode ser equipada com uma metralhadora pesada M-3M calibre 12X7 mm (50 BMG)
Atualmente o Dingo 2 é usado pela Alemanha, Áustria, Bélgica, Republica Tcheca, Noruega, Curdistão e Luxemburgo. Porém existe um mercado potencial para esse tipo de blindado no mundo e outros fabricantes já possuem pronto ou em estágio de desenvolvimento veículos similares ao Dingo 2 prontos para explorar este mercado. O que pode dificultar um pouco as coisas para o Dingo é seu elevado custo unitário que hoje está girando em torno de U$ 1.000.000,00 de dolares cada um.

Acima: O Dingo pode ser transportado por uma aeronave C-130 Hercules, extremamente comum em muitas forças armadas do mundo.


CLASSE DE ZEVEN PROVINCIEN


FICHA TÉCNICA
Tipo: Fragata de escolta antiaérea e comando.
Tripulação: 202 tripulantes.
Data do comissionamento: Abril de 2002.
Deslocamento: 6050 toneladas (totalmente carregado).
Comprimento: 144,24 mts.
Boca: 18,8 mts.
Propulsão: 2 motores a diesel Storc-Wartsila 16 V26 ST e 2 turbinas a gás Roll Royce Spey SM-1C que geram, juntos, 65900 hp.
Velocidade máxima: 30 nós (56 kmh).
Alcance: 9260 Km
Sensores: Radar de busca: Thales Nederland SMART-L de varredura eletrônica 3D com 400 km de alcance. Radar APAR 3D multifunção com 150 km de alcance, radar de navegação Scout LPI, Sonar Atlas Electronik DSQS-24C
Armamento: AAW: 1 lançador vertical MK41 de 40 células para mísseis ESSM e SM2-MR Block IIIA, SSM: 2 lançadores quádruplos para mísseis RGM-84 Harpoon, 1 canhão OTO Breda de 127 mm; 2 canhões Oerlikon de 20 mm, 6 metralhadoras de uso geral FN MAG em calibre 7,62X51 mm, 4 metralhadoras pesadas M-2HB em calibre .50 (12,7X99 mm) ASW: 2 lançadores duplos MK-32 para torpedos de 323 mm, 2 canhões CIWS Goalkeeper de 30 mm.
Aeronaves: 1 Helicóptero NH90.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S.Junior
A Holanda, Espanha e a Alemanha, assinaram um acordo para o desenvolvimento de modernas fragatas com ênfase na missão anti-aérea. Esse acordo trata da plataforma, mas não dos sistemas de combate integrados aos navios. Esses navios foram apresentados no WARFARE em matérias anteriores. São a fragata espanhola F-100 Alvaro de Bazan e a fragata alemã da classe Sachsen. Agora descreverei a terceira fragata resultante desse acordo, a fragata LCF ou classe De Zeven Provincien, como foi batizada, e que permitiu um significativo aumento do poder de fogo da marinha holandesa e da OTAN, organização da qual a Holanda é signatária.
Acima: A marinha holandesa recebeu 4 navios da classe De Zeven Provincien o que melhorou substancialmente a capacidade de apoio daquela força naval ao esforço de defesa da OTAN.
A fragata De Zeven Provincien tem o seu desenho focado na diminuição de sua assinatura de radar, infravermelha, magnética e acústica, assim como os outros dois navios relacionados ao acordo trilateral para o desenvolvimento de fragatas. Alias, é interessante notar que todos os modernos projetos de navios de guerra tem seu desenho orientado para se conseguir esse efeito, pois isso otimiza a capacidade de sobrevivência dos navios em um cenário de alta ou média intensidade, onde mísseis anti navio, normalmente guiados por radar, tem uma eficácia cada vez maior graças a significava melhoria dos sensores e sistemas eletrônicos.
Acima: Com linhas "limpas" e angulosas, com o objetivo de desviar o eco radar para longe da antena emissora, a fragata De Zeven Provincien não é um navio fácil de ser detectado a longas distancias.
Na  De Zecen Provincien foi instalado um sistema de dados de combate e SEWACO XI desenvolvido pela Thales Naval Nederland. O navio usa uma suíte de comunicação da Rohde & Schwarz que inclui comunicação segura de voz e dados via satélite, data link como o link 11 e link 16, que são o padrão da OTAN. Os principais sensores de busca são os radares Thales APAR tridimensional que opera na banda I, multifunção do mesmo tipo usado na fragata alemão da classe Sachsen, e que possui um alcance de 150 km e com capacidade de rastrear mais de 250 alvos simultaneamente. Esse radar é usado para iluminar os alvos para os mísseis Standard SM-2. Para complementar o radar APAR, foi instalado um moderno radar Smart-L que opera na banda D, também tridimensional igualmente usado na classe Sachsen, e que é usado para a busca aérea e de superfície de longa distancia, tendo alcance de 400 km; Para apoio a navegação é usado os radares Scout LPI de baixa probabilidade de ser interceptado.
Acima: O sistema de gerenciamento de dados de combate SEWACO XI faz o papel do cérebro das ações de batalha do navio. 

Acima: O moderno radar tridimensional de varredura eletrônica ativa APAR garante os dados de precisão sobre posicionamento de alvos para controle de fogo dos misseis antiaéreos.
Além dos radares, um sensor Sirius LR-IRST de busca passiva infravermelha é usado para identificar tanto mísseis de perfil sea skimming no horizonte a um alcance de até 12 km quanto que uma aeronave pode ser detectada a 15 km. Outro sistema de detecção passiva é o multisensor eletro-óptico, porém bem mais completo chamado Thales Mirador usado para busca de alvos. O principal sensor deste sistema é a câmera infravermelha Albatros. Este sistema opera totalmente integrado ao sistema de dados de combate SEWACO XI.
Para detecção submarina é usado o sonar Atlas Electronik DSQS-24C, que está montado no casco. Esse radar permite busca e ataque. No campo das defesas eletrônicas, as fragatas De Zeven Provincien, são bem equipadas, e contam com um sistema de guerra eletrônica integrado Sabre, da Thales Defense, além de lançadores MK-36 Sippican de iscas anti mísseis que são usados para desviar mísseis anti-navio lançados contra o navio. Outro sistema de isca usado na De Zevem Provincien, porém com objetivo a desviar torpedos inimigos é o AN/SLQ-25 Nixie, do tipo isca rebocada. Este sistema chama a atenção do sonar do torpedo para a isca que está sendo rebocada a uma distancia segura do navio.
Acima: O sistema de busca passiva multi-sensor Thales Mirador, faz designação de alvos sem emitir sinais. Este sistema fica montado no mastro do radar APAR.
O armamento desta fragata é otimizado para a guerra anti-aérea, e mais pesado que a média desse tipo de navio. Um lançador vertical de mísseis MK-41 norte americano de 40 células está montado a frente do navio e está armado com mísseis RIM-162 ESSM (Envolved Sea  Sparrow) que são usados contra mísseis anti navio e aeronaves inimigas. Estes modernos mísseis possuem um alcance de 50 km e são guiados por atualização de meio curso via data link e radar semi ativo na fase final do engajamento. Outro míssil que pode ser lançado deste lançador vertical é o SM2-MR Block IIIA com alcance de até 74 km e guiado por comando de radio e radar semi ativo na fase final. Ainda no campo do armamento anti aéreo, há 2 sistemas CIWS de 30 mm Goalkeeper que faz uso de um canhão de 7 canos rotativos GAU-8 (o mesmo usado no jato de ataque A-10 Thunderbolt II cuja capacidade de estrago é bastante famosa) capaz de disparar 4200 tiros por minuto contra um alvo distante até 2000 metros Há, também, dois canhões Oerlikon de 20 mm e um canhão principal, a frente do navio, OTO-Breda de 127 mm, que é usado tanto contra alvos aéreos como contra alvos de superfície. Esse canhão dispara 40 tiros por minuto e o alcance de suas granadas podem chegar a 30 km. Se for usado a granada Vulcano guiada por satélite (GPS) e por laser ou infravermelho, na fase terminal, esse alcance aumenta para 100 km com precisão equivalente a de um míssil de cruzeiro.
Acima: O lançador vertical MK-41 instalado no De Zeven Provincien está integrado a os misseis SM-2MR Block IIIA (foto) e ao moderno míssil ESSM que é capaz de destruir aeronaves e mísseis inimigos.
Para guerra anti-navio, estão instalados 2 lançadores quádruplos para mísseis RGM-84 Harpoon da Boeing, e que podem afundar a maioria dos navios de guerra modernos com dimensões de um destróier a 130 km com apenas um impacto. O Harpoon é guiado por radar ativo e segue um perfil de voo sea skimming (segue rente a água, a altura de 5 metros ou pouco mais, evitando os radares inimigos). Foi feito um estudo para se equipar os navios da classe De Zeven Provincien com mísseis de cruzeiro  BGM-109 Tomahawk, porém, esse projeto não gerou resultado sendo cancelado bem antes de sequer iniciarem os trabalhos de integração nos navios.
Contra submarinos estão instalados 2 lançadores duplos MK-32 Mod-9 de torpedos leves MK-26 Mod 5 de 323 mm, sendo que estão montados um de cada lado do navio. O torpedo MK-46 tem alcance de 11 km e é guiado por um sistema de sonar ativo/ passivo interno. Um helicóptero médio NH-90 é operado no hangar traseiro para missões de busca e salvamento, assim como missões de combate anti-submarino.
Acima: A fragata De Zeven Provinvien foi projetada para operar um helicóptero médio e para tanto há um hangar que d[á abrigo à aeronave. Normalmente é empregado um helicóptero NH-90, porém o Lynx também pode ser operado.
A propulsão da fragata De Zeven Provincien é do tipo combinação diesel e gás (CODAG). Há duas turbinas Roll Royce Spey SM-1C que geram, juntas, 37 MW e 52300 shp de força. Além disso, mais dois motores a diesel Storc-Wartsila 16V6ST, geram mais 8.4 MW e 13600 shp, totalizando uma força de 65900 shp total que movem dois eixos com hélices de 5 pás de passo variável. A velocidade máxima alcançada pelo navio é de 30 nós (56 km/h) e sua autonomia  chega a 9260 km quando em velocidade econômica de cruzeiro, que representa algo em torno de 19 nós (35 km/h).
Acima: O grupo propulsor operado nas fragatas De Zeven Provincien garantem um bom desempenho marinheiro ao navio deixando ele perfeitamente adequado para acompanhar missões de longa distancia escoltando grupos de batalha.
A Holanda é um dos mais antigos membros da OTAN e suas forças armadas são pensadas para fazerem parte de uma força multinacional e não apenas como uma força de auto defesa como a maioria dos países. A Fragata da classe De Zeven Provincien e suas três irmãs representam um interessante exemplo dessa doutrina, pois se trata de um navio de escolta anti aérea altamente capaz e com bom nível de sofisticação cuja maior finalidade é proteger grupos de batalha multinacionais como as esquadras da OTAN. Seu bom alcance o torna um navio muito adequado para deslocamentos intercontinentais podendo operar em qualquer ponto do planeta.

ARZAMAS MACHINE BUILDING PLANT BTR-80/82.


FICHA TÉCNICA
Velocidade máxima: 90 Km/h.
Alcance Máximo: 600 Km.
Motor:  Um motor turbodiesel KAMAZ 7403 com 260 hp;
Peso: 13,6 toneladas.
Altura: 2,41 m.
Comprimento: 7,6 m.
Largura: 2,41 m
Tripulação: 3 +7 soldados equipados.
Armamento: 1 Metralhadora KPVT de calibre 14,5 mm ou um canhão automático 2A72 em calibre 30 mm; 1 metralhadora coaxial PKT em calibre 7,62 X 54 mm
Trincheira: 2 m
Inclinação frontal: 60º
Inclinação lateral: 30º
Obstáculo vertical: 0,50 m
Passagem de vau: Anfíbio.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
O veículo de transporte de infantaria BTR-80 e seus derivados são viaturas aperfeiçoadas baseadas em deficiências observadas no modelo BTR-70, sucessor dos velhos BTR-60 da extinta União Soviética.  Na verdade o próprio BTR-80 foi projetado ainda no fim da Guerra Fria, na União Soviética no começo dos anos 80, sendo que entrou em serviço em 1986 e segue até os dias atuais, embora outros veículos mais modernos ainda estejam entrando em serviço.
O BTR-80 trouxe mudanças na acessibilidade do veículo em relação ao BTR-70 que tinha duas portas laterais muito pequenas (uma em cada lado), que se abriam para o lado e que atrapalhava muito na agilidade para entrar ou sair. No BTR-80 as portas são duplas se abrem em duas partes, sendo a porção de cima abre para  o lado e a de baixo abre para baixo fornecendo um pequeno degrau que até auxilia na saída do veículo.
Acima: Uma das mudanças visíveis externamente na família BTR-80/82 em relação ao BTR-70 é a maior porta lateral, que facilita a acessibilidade da tropa durante uma ação de assalto.
Outra mudança importante no BTR-80 foi a adoção de apenas um motor no lugar de dois usados no BTR-70 e BTR-60. O motor instalado no BTR-80 é um motor turbodiesel KAMAZ 7403 com 260 hp (19 hp/ton de torque) que permite acelerar o BTR-80 a velocidade máxima de 90 km/ h em estrada, sendo que sua autonomia chega a 600 km, também considerando apenas rodando em estrada. O tanque de combustível tem capacidade para 300 litros de diesel.
Um ponto interessante sobre a mobilidade do BTR-80 é que ele é totalmente anfíbio fazendo uso de dois sistemas de hidro-jatos para sua propulsão na água podendo navegar a 10 km/h.
Acima: Uma das qualidades da família BTR-80 é sua total capacidade anfíbia. O BTR-80 tem desempenho de 10 km/h na agua, impulsionado por dois hidro-jatos.
O BTR-80, diferentemente dos veículos similares ocidentais, não tem sistemas sofisticados de mira ou sensores de designação de alvos, sendo que o uso de suas armas se faz de forma manual. O armamento mais comum nessa versão é a metralhadora pesada KPVT, versão usada em viaturas da metralhadora KPV no potente calibre  14.5x115 mm, capaz de uma cadência de 600 tiros por minuto e com alcance efetivo contra pessoas de 3000 metros ou 500 metros contra veículos blindados leves. também é usada uma metralhadora coaxial PKT em calibre 7,62 X 54 mm que dispara a uma cadência de 800 tiros por minuto.
Acima: O BTR-80 tem uma torre simples com uma metralhadora KPVT em calibre 14,5 mm operada manualmente. Nessa torre tem uma metralhadora de uso geral PKY em calibre 7,62 mm também.
Porém a evolução do projeto BTR não parou no 80. O próximo passou foi aperfeiçoar o projeto com a versão BTR-80A, já com alguns refinamentos, como uma nova torre com um canhão automático 2A72 em calibre 30 mm e uma metralhadora PKTM em calibre 7,62 mm. Nessa torreta foram instalados a mira diurna 1PZ-9 e as miras noturnas TPN-3 e TPN-3-32 Kristall. Esta versão teve instalado apenas um hidro-jato ao invés de dois como na versão original BTR-80, o que fez com que seu desempenho navegando seja um pouco pior que seu irmão mais velho. Essa versão passou a ser fornecida a partir de 1994. A versão mais sofisticada do BTR-80 é a BTR-82A e de certa forma a ultima do modelo, uma vez que a próxima geração da séria, o BTR-90 tem chassi de dimensões diferentes dos modelos BTR-80 e 82.
Sua blindagem é capaz de suportar impactos de projéteis  em calibre 12,7 mm no arco frontal, e de munição 7,62 mm em todo o resto do veículo. Além disso, o veículo tem total proteção para operar em ambientes de guerra nuclear, bacteriológica e química. Isso traz uma boa proteção para sua tripulação de 3 homens e os 7 soldados transportados pelo BTR-80 e seus derivados
Acima: O canhão 2A72 de 30 mm fornece um esplendido poder de fogo para os veículos da família BTR. Nesta foto temos um BTR-82A durante uma demonstração de fogo.
A versão BTR-82 recebeu muitos novos sistemas que o tornaram mais capaz dentro do campo de batalha. sua proteção blindada, na verdade, é a mesma do BTR-80, porém, o BTR-82 tem melhor capacidade para suportar detonações de explosivos improvisados IEDs, e minas terrestres. No BTR-82 foi instalado um sistema de visão noturna TKN-4GA usado para visada da metralhadora KPVT e de canhão de 30 mm 2A72. Um sistema de navegação baseado na constelação de satélites GLONASS também foi adicionado. A propulsão deste modelo foi substituída pelo mais potente motor KAMAZ 740.14 que fornece 300 hp de força resultando em uma melhora do desempenho de velocidade para 100 km/h. Esta versão também é anfíbia com um sistema de hidro-jato. A versão BTR-82A recebeu uma torre com um canhão 2A72 estabilizado, e com uma metralhadora PKTM em calibre 7,62 mm coaxial. Também há 3 granadas fumígenas de cada lado da torre para lançar uma cortina de fumaça e ocultar o veiculo se ele estiver sendo alvos de disparos inimigos.
Acima: O BTR-82A é a versão mais avançada desta bem sucedida família de veículos de transporte de tropa. 
A família BTR-80/ 82 representa uma das mais bem sucedidas viaturas de transporte de tropas do mercado atualmente com nada menos que 36 países tendo adquirido veículos desse projeto. Só a Rússia possui em seu arsenal mais de 1200 unidades em serviço.Um novo veículo batizado de Boomerang, já em fase de testes, deverá substituir toda a família BTR num futuro de médio prazo. Até lá, deveremos continuar a ver exemplares do BTR 80/82 no campo de batalha por mais duas décadas pelo menos.
Acima: Hoje existem 36 países que fazem uso BTR-80. Sem duvidas um sucesso de exportação da poderosa industria russa.