sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

CLASSE VIRGINIA


FICHA TÉCNICA
Tipo: Submarino nuclear de ataque
Data de comissionamento: Outubro de 2004
Comprimento: 114,9 m.
Largura: 10,36 m.
Calado: 9,3 m.
Deslocamento: 7800 toneladas.
Velocidade máxima: 25 nos (46 Km/h) submerso
Profundidade: maior que 240 metros
Armamento: 4 Tubos para torpedos 533 mm (13 torpedos MK-48), 12 tubos verticais para lançamento de mísseis BGM-105 Tomahawk.
Tripulação: 134 homens.
Propulsão: Um reator nuclear General Electric S9G e duas turbinas a vapor que produzem 40000 hp de potencia.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S.Junior
Um dos pontos mais importantes de uma marinha séria é sua capacidade de combate fornecida por seus submarinos. Dentro da estratégia de defesa que um país tenha, a quantidade, qualidade e capacidade de seus submarinos vão ditar o sucesso ou o fracasso dessa estratégia de defesa. Os Estados Unidos possuem uma politica internacional altamente intervencionista e por isso, mantem uma força militar, nas suas 4 forças armadas, bastante numerosa. No caso da Marinha (US Navy), em especial, sua força é incontestavelmente a mais poderosa do mundo numericamente e em sofisticação. Só de submarinos nucleares de ataque (sem misseis balísticos), são 54 embarcações! Muitos países não tem esses numero somando todos seus tipos de navios! O submarino nuclear mais numeroso na US Navy é o da classe Los Angeles, com 39 embarcações operacionais na data de hoje. Esta classe, no entanto, já sente o peso de sua idade, afinal de contas, trata-se de um projeto da década de 70 do século passado. Os Estados Unidos pretendiam substituir essa classe ainda no final da guerra fria com seu poderoso submarino classe Sea Wolf que em breve estará sendo descrito neste site também. Porém a soma de fatores como o fima da guerra que levou a uma mudança na ordem mundial, a crise que a assolou a Rússia neste mesmo período, e os elevadíssimos custos envolvidos no programa Sea Wolf, foi decidido que o investimento nessa classe não seria necessário de forma que apenas 3 unidades do Sea Wolf foram concluídas e colocadas em serviço. A US Navy precisava de um submarino mais econômico e que fosse mais versátil que o Sea Wolf e que pudesse ser usado em missões de águas rasas, onde a guerra assimétrica, novo tipo de conflito, passara a ser mais relevante.
Acima: O Virginia em sua fase final de construção antes de ir ao mar. Esta classe manterá a capacidade de combate da marinha dos Estados Unidos entre as três mais poderosas do planeta.
Dentro das necessidades expostas no primeiro paragrafo, a General Dynamics Electric Boat foi contratada em 1991 para desenvolver um submarino nuclear de ataque que preenchesse os requisitos de flexibilidade de emprego e menores custos de aquisição e manutenção que os poderosos submarinos Sea Wolf, para poder assumir o lugar dos numerosos submarinos da classe Los Angeles.
O primeiro submarino da classe,  USS Virginia foi comissionado em outubro de 2004 e desde então, 11 novos submarinos desta classe seguiram, sendo que o planejamento é de incorporar 48 unidades deste moderno submarino.
O sistema de propulsão do nuclear do Virginia usa um reator General Electric S9G que move um subsistema de hidro jato (pump jet) onde uma hélice com várias pás gira dentro de um duto produzindo um sistema muito eficiente de impulsão e mais silencioso que o tradicionais sistema de hélices usadas em submarinos mais antigos. O sistema todo produz  40000 Hp de força e 30000 KW de energia. O reator tem combustível nuclear para operar ininterruptamente por 33 anos (sim, você leu certo. São trinta e três anos sem reabastecimento). na verdade o submarino só vai parar para reabastecer os insumos de sobrevivência da população como alimentos, medicações, etc.
este sistema permite ao Virginia atingir uma velocidade de 25 nós (6 km;h) quando submerso, e seu casco suporta profundidades superiores a 240 metros (o dado exato é classificado).
Acima: O sistema de propulsão nuclear Genreal Electric S9G fornece 40000 Hp e precisam ser reabastecido a cada 33 anos.

Acima: O Virginia usa um sistema de impulsão conhecido como hidro jato (Pump Jet) mostrado neste desenho. este sistema permite maior eficiência além de um funcionamento mais silencioso.
Os submarinos desta classe possui um sistema sofisticado de comunicação via satélite (SATCOM) que é fornecido pela Raytheon. Através deste sistema, que fica montado no mastro do submarino é é operado a profundidade de periscópio, onde apenas a antena do sistema fica exposta fora da água, o Virgina recebe dados de voz, imagens, vídeo conferência através do serviço de transmissão global fornecido pela constelação de satélites Milstar e satélites de comunicação militar. O submarino também tem acesso a internet através de um sistema chamado FORCEnet o que permite o intercambio de dados militares entre os navios da frota norte americana e ainda dá a possibilidade da tripulação poder se conectar com seus familiares amenizado o natural estresse da atividade militar preso dentro de um submarino.
O Virginia possui uma suite de sonares composta pelo sonar AN/BQQ-10(V4) , que é um sensor de nova geração que também foi instalado nos submarinos da classe Sea Wolf e nas modernizações dos velhos submarinos da classe Los Angeles. Além desse sonar, foi instalado um sonar rebocado no estado da arte, TB-29 que fornece detecção, dados da localização e classificação da ameaça. Por ultimo, o sonar TB-34 rebocado, também mas otimizado para ser usado em águas rasas próximo ao litoral, onde existe uma exposição maior a congestionamento de sinais desordenados naturais.
Também foi instalado um radar AN/BPS-16 que é usado para fornecer maior segurança de navegação, além de um aumento da consciência situacional através da detecção de aeronaves voando baixo.
Acima: Internamente, o marinheiro que trabalha nas operações desta moderna maquina de combate, pode se sentir como em uma nave de filmes de ficção cientifica. Sensores no estado da arte, e diversos displays centralizam a maioria das informações criticas para a missão facilitando a tomada de decisões.
A capacidade ofensiva do Virginia vem de seus 4 tubos de torpedos pesados de 533 mm equipados com torpedos MK-48 ADCAP Mod 6 cujop alcance varia de 38 a 50 km dependendo da velocidade configurada. este torpedo possui uma potente ogiva de 292,5 kg de alto explosivo. Seu sistema de guiagem usa um sonar próprio que opera passiva e ativamente. também, pelos mesmos tubos, o Virginia pode empregar os mísseis anti navio UGM-84D Sub Harpoon, com alcance de 140 km e guiado por radar ativo. este míssil transporta uma ogiva de 221 kg de alto explosivo e pode por a pique navios do tamanho de um destróier com um só impacto. Os tubos de torpedos podem, também, lançar minas navais MK-60 Captor.
Porém o armamento que mais chama a atenção no Virginia são os 12 lançadores verticais a frente da vela, onde são lançados mísseis BGM-109 Tomahawk, que são usados para atacar alvos de superfície, principalmente em terra graças a seu alcance que varia de 1700 a 2200 km dependendo da versão do míssil.; O Tomahawk usa um sistema de guiagem complexo composto por INS, GPS, TERCOM (Mapas do terreno previamente gravados na memoria de navegação do míssil) DSMAC (Digital Scene-Mapping Area Correlator) que integra o Tercom com um sistema de guiagem terminal e um radar ativo. A margem de erro do Tomahawk é de apenas 5 metros (o comprimento de um carro de luxo). Ou seja, o alvo será destruído, mesmo que ele o erre, uma vez que sua ogiva pode ser de 450 kg de alto explosivo, Fragmentação, sub munições ou mesmo uma W-80 nuclear com rendimento de até 150 Kt. (A que explodiu Hiroshima tinha 15 Kt apenas).
Acima: O armamento disponível nos submarinos da classe Virginia é composto por 4 tubos de torpedos pesados de 533 mm para torpedos MK-48 ADCAP Mod 6; Mísseis anti-navio Sub Harpoon; Minas navais MK-60 Captor, e 12 tubos verticais para lançamento de mísseis Tomahawk.
O moderno submarino da classe Virginia vai permitir aos Estados Unidos uma grande capacidade de se contrapor aos poderosos submarinos de ataque russos graças a seus sistemas no estado da arte e a grande capacidade de operar de forma silenciosa. Além disso, esta flexível plataforma de ataque, será muito útil em reforçar os grupos de batalha em termos de poder de fogo contra alvos de superfície com seus mísseis Tomahawks. Está previsto que esta classe de submarinos opere até o final dos anos 60, o que dará um tempo de vida operacional de mais de 55 anos quando o ultimo submarino desta classe der baixa do serviço ativo.
Acima: Aqui podemos ver um infográfico com os principais sistemas do submarino da classe Virginia.

KAMOV KA-52 ALLIGATOR


FICHA TÉCNICA 
Peso: 8000 kg (vazio)
Altura: 4,95 m.
Comprimento: 13,53 m.
Propulsão: Duas turbonas Klimov VK-2500 com 2400 hp cada.
Velocidade máxima: 300 Km/h.
Velocidade de cruzeiro: 260 Km/h.
Alcance: 460 Km (combustível interno); 1150 km (combustível externo)
Razão de subida vertical: 720 m/min.
Fator de carga: +3 Gs
Altitude máxima: 5500 m.
Armamento: Um canhão 2A42 de 30 mm, 12 mísseis AT-16 Vikhr antitanque, 12 mísseis Ataka, 2 casulos B-8V20A com 20 foguetes S-8 de 80 mm, 2 mísseis ar ar R-73 Archer, 4 mísseis Igla V, 2 casulos com um canhão duplo UPK-23 de 23 mm,e  bombas de 500 kg. Um total de 2000 kg de armas e tanques podem ser transportados.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S.Junior
A história deste excelente helicóptero de combate começa perto do final do período conhecido como guerra fria, entre os anos 80 e início dos anos 90, quando os soviéticos estavam testando dois modelos de helicópteros de combate para assumirem o papel de helicóptero de ataque da força aérea soviética. Os concorrentes eram o Mil Mi-28 Havoc e o Kamov Ka-50 Hokun, sendo que este ultimo, um modelo com características incomum como o rotor coaxial onde se tem duas hélices montadas uma sobre a outra girando em sentidos opostos para anular o torque da outra. Embora não seja comum vermos essa tecnologia nos helicópteros do mundo, ela é empregada normalmente nos modelos desenvolvidos pela empresa russa Kamov.
Nessa concorrência vencida pelo modelo Ka-50, houve um interessante fato de que o modelo derrotado, o Mi-28 Havoc, foi desenvolvido e adquirido posteriormente pelas forças armadas russas com a versão Mil- Mi-28N Night Hunter já descrito neste site de forma que os dois modelos acabaram sendo adotados.
Acima: O Kamov Ka-50 Hokun venceu uma concorrência para fornecer um helicóptero de ataque dedicado para a força aérea soviética. A Rússia, necessitava de uma aeronave mais flexível e deram a responsabilidade para a Kamov desenvolver um projeto baseado no Ka-50.
Os russos precisavam de um modelo de helicóptero multifunção para também executar missões de reconhecimento e a partir de 1994 a Kamov foi contratada para desenvolver uma variante do seu Hokum para essa tarefa. Como o helicóptero teria mais sensores e uma maior complexidade de operação, ele deveria ser biplace para dividir as tarefas de pilotar e gerenciar estes sistemas, entre dois tripulantes e a Kamov teve a ideia de colocar este segundo tripulante em uma posição lado a lado com o piloto, pois isso melhoraria a comunicação entre eles e consequentemente facilitaria a execução da missão. O novo modelo biplace passou a se chamar Ka-52 e foi apelidado de Alligator. O modelo possui uma fuselagem blindada capaz de "segurar" impactos de canhões de até 23 mm na área do cockpit. Já no resto da fuselagem, a aeronave suporta impactos de até 12,7 mm, ou seja, a aeronave é bastante sólida, e totalmente imune a armas de assalto como fuzis em calibre 5,56 ou 7,62 mm usados pelo ocidente. Outro ponto importantíssimo é uma característica impar deste modelo de helicóptero de ataque: Ele permite a seus tripulantes ejetarem. Sim, é exatamente isso que você leu, caro leitor. A forma como isso ocorre é o seguinte: Primeiro as hélices são ejetadas com explosivos, e depois os assentos da tripulação podem ser ejetados da aeronave. A família Ka-50 Hokun, do qual o Ka-52 deriva, são os únicos helicópteros do mundo com essa capacidade.
Acima: O Ka-52 é uma versão multifunção do Ka-50 Hokun e que coloca a tripulação em posição lado a lado para melhorar a eficiência da execução da missão. Afinal duas cabeças pensam melhor que uma segundo o velho ditado popular.
O Ka-52 tem um sistema de hélices sobre postas que giram em sentido contrario, chamado rotor coaxial, conforme comentado no início deste artigo.  Isso permite que a aeronave tenha um desenho menor que a de um helicóptero comum, uma vez que não é necessário um rotor de cauda.
Para movimentar essas hélices são usados dois motores Klimov VK-2500 que fornecem 2400 Hp cada um dando uma velocidade máxima de 300 km/h ao Ka-52. Sua razão de subida é de 720 metros por minuto, pouco menos que a de um AH-64D Apache norte americano, mas ainda muito bom para essa categoria de aeronave. O Ka-52 tem um alcance de 460 km com combustível interno, podendo ser ampliado com o uso de tanques externos para 1150 km. O modelo apresenta, também, alta manobrabilidade e agilidade, sendo capaz de manobras de 3 Gs, o colocando em pé de igualdade com os melhores helicópteros de ataque do mundo. Outras particularidades sobre sua capacidade de voo é sua capacidade de voar para trás a 90 km/h e lateralmente a 80 km/h, além de poder mergulhar a velocidade de até 350 km/h.
Acima: O Ka-52 usa duas turbinas Klimov VK-2500 que lhe fornecem 4800 hp de potencia total.
O Ka-52 tem uma suíte eletrônica mais completa que seu seu irmão mais velho Ka-50. No radome do Ka-52 foi instalado um sistema de radar Phazotron-NIIR Arbalet FH-01-52 que opera com ondas milimétricas e possui capacidade de produzir mapas do solo a uma distancia de até 32 km, podendo detectar uma ponte a 25 km e um MBT a 12 km de distancia. Além deste radar, um outro sistema de radar montado no mastro do rotor, como no modelo norte americano AH-64D Longbow Apache, e chamado de L-Arbelet, pode ser instalado no Ka-52. O L- Arbelet tem dimensões bem menores que o radar Longbow norte americano, e opera com ondas decimétricas, sendo que seu alcance é de 15 km contra um alvo do tamanho de um caça convencional (5m2). A função deste sistema é proteger o Ka-52 de forma que ele opera integrado aos sistemas de defesa e contra-medidas da aeronave.
O Ka-52 está equipado com um sistema multi sensor de detecção passiva Samshit 50T que possui um sistema de TV, um FLIR (Forward Looking Infra-Red ou sistema de visão infravermelha), um designador laser que ilumina os alvos para os mísseis anti tanque que ele transporta, e um telêmetro a laser cujo alcance pode chegar a 10 km. Alternativamente o Ka-52 pode ser equipado com o sistema  FLIR GOES-521, que fica abaixo do radome do radar.
O sistema de proteção ativa do Ka-52 está equipado com o lançador UV-26 de iscas infravermelhas flare e iscas eletromagnéticas chaff que ficam montados nas pontas das semi asas do helicóptero. O sistema de interferência eletrônica ativa (jammer) IR L370-5 Vitebsk produz ruido nos sistemas de radares inimigos dificultando a localização exata da aeronave. Além disso, o Ka-52 também possui um sistema de alerta de lançamento de mísseis MAK-UFM que alerta a tripulação quando um míssil estiver a caminho de destruir o helicóptero permitindo ao piloto tentar alguma medida evasiva.
O piloto do Ka-52 usa um capacete equipado com display integrado aos sistemas e armas da aeronave chamado HMD Zh-3YM-1 Schchel-3U que permite engajar alcos sem necessidade e manobrar o helicóptero. esse tipo de equipamento se tornou básico entre as novas aeronaves de asas rotativas e fixas.
Acima: O cockpit do Ka-52 lembra a de uma aeronave de transporte com sua tripulação disposta lado a lado. Isso facilita a comunicação e a agilidade na tomada de decisão em missões de combate.
Vamos falar de garras e dentes agora. A capacidade ofensiva do Ka-52 Alligator é de fazer inveja a muito helicóptero do mercado. O mercado de helicópteros de ataque podem ser divididos por helicópteros de transporte adaptados para combate, helicópteros de ataque leve e helicópteros de ataque pesado. O Ka -52 sem a menor sombra de duvida se posiciona nessa ultima classificação. Seu armamento orgânico é um potente canhão de Shipunov 2A42 em calibre 30 mm carregado com 460 granadas que podem ser do tipo HE Frag (alto explosivo de fragmentação ou a AP (armor piercing ou perfurante de blindagem). Este canhão é o mesmo empregado no Mi-28 Night Hunter e é considerado o mais potente canhão instalado em um helicóptero atualmente. Vale observar que este canhão tem uma pequena mobilidade transversal e em elevação de forma que ele não é fixo como muitos pensam. mesmo assim, o piloto precisa manobrar o helicóptero para poder fazer a visada. Como todos os helicópteros de ataque existente, o Ka-52 também pode ser empregado com lançadores de foguetes não guiados. No caso aqui, o tipo usado é o clássico pod B para 20 foguetes  S-8 calibre 80 mm cujo alcance pode chegar a 4 km dependendo da versão do foguete. Também, ainda nesse tipo de armamento, pode ser transportado o pod BL-13L para 5 foguetes pesados S-13 de 122 mm cujo alcance é de cerca de 3 km. Agora vamos tratar da estrela do armamento do Ka-52: O míssil guiado anti tanque 9K121 Vikhr guiado a laser é transportado em lançadores com 6 tubos totalizando 12 mísseis. Observe que essa configuração não sacrifica os pods de foguetes que são transportados juntos. O 9K121 Vikhr tem alcance de 8 km e é capaz de ser empregado com sucesso mesmo contra alvos usando blindagem extra reativa, graças a sua ogiva dupla em tandem (uma atras da outra) de 12 kg que consiste de uma ogiva de alto explosivo seguida por uma penetradora de blindagem.
Outras armas disponíveis para o Ka-52 são o dispensador de sub-munições KMGU-2 que lança minas anti tanque e anti pessoal, sobre uma grande área; mísseis ar ar Igla V, derivados do míssil anti aéreo lançado do ombro, guiado por infravermelho e com alcance de 5 km, assim como o poderoso míssil ar ar R-73 Archer, com capacidade de engajamento fora da linha de visada (ele pode ser mirado pelo capacete do piloto com meros movimentos da cabeça). Este míssil, comum em aeronaves de combate como o Su-27/30/35 Flanker e o MIG-29 Fulcrum, tem alcance de 30 km aproximativamente.
O Ka-52 possui 6 cabides na sua semi asa para transporte de armamentos cujo peso pode chegar a 2000 kg.
Acima: Manobrável e muito bem armado, o Ka-52 está entre os 3 mais poderosos helicópteros de combate do mundo atualmente.
O Ka-52 Alligator é um dos mais bem equipados e capazes helicópteros de combate do mundo. Ele reúne proteção blindada, sistemas avançados de detecção e guerra eletrônica, armamento pesado e ótimo desempenho. Sem duvidas é uma aeronave do qual o inimigo não vai querer por perto. Os russos vendem esse poderoso helicóptero a um custo de aproximadamente U$ 20 milhões de dólares a unidade já foi exportado para o Egito que adquiriu 46 unidades do modelo para sua força aérea enquanto que a Rússia encomendou 74 unidades do Ka-52 que deve operar ao lado de 81 unidades do Mi-28 Night Hunter.
Acima: Com sua aparência ameaçadora, o Ka-52 é inconfundível com seu sistema de helices coaxiais.

BAE SYSTEMS L-118 LIGHT GUN


FICHA TÉCNICA
Operadores: 6 homens.
Peso: 1,85 toneladas.
Comprimento: 8,80 m
Largura: 1,78 m.
Altura: 2,13 m.
Calibre: 105 mm.
Peso da granada: 16,1 kg (HE)
Cadência de tiro: Até 8 tiros por minuto.
Alcance: 17,2 km
Velocidade na boca do cano: 708 m/seg

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S. Junior
Existem alguns sistemas de armas que se tornam tão bem sucedidos que passam a fazer parte da história de várias nações por onde operaram. O obus britânico L-118 Light Gun  se enquadra nessa categoria de arma que se tornou parte da construção da história militar de muitos países. Projetado a mais de 40 anos pela Royal Ordnance para substituir o obus OTO Melara Mod 56, o Light Gun, como é melhor conhecido, continua em operação e não deverá sair de cena tão cedo.
Acima: O compacto obus Oto Melata Mod -56 apresenta uma deficiência séria de alcance, que colocava em risco sua guarnição. O L-118 foi projetado para manter sua facilidade de mobilidade, porém com quase o dobro do alcance.
O L-118 foi projetado para solucionar a limitação de desempenho em alcance que o velho Obus Oto Melara Mod 56 apresentava. O alcance máximo de 10 km que o modelo italiano conseguia com a granada de 105 mm não era suficiente para garantir a segurança do pessoal da artilharia, que era obrigado a se posicionar perigosamente próximo do alvo, dando margem para fogo de contra artilharia. Além disso, o novo Obus teria que ser tão leve quanto o modelo que seria substituído para garantir a mesma facilidade de mobilidade que o Oto Melara tem. Assim o L-118 Light Gun (canhão leve) foi produzido com metais leves e em uma configuração mais simples que o seu antecessor italiano que possuía, inclusive, uma placa de blindagem para proteger seus operadores mas que aumentava o peso total da arma.
Acima: O Obus L-118 faz uso da munição calibre 105 mm, amplamente produzida e usada no mundo todo.
A munição usada pelo L-118 também é em calibre 105 mm, porém, o cano do canhão é mais longo, o que reflete em um melhor aproveitamento da queima do propelente da granada levando a um maior alcance balístico. Assim, o L-118, podem atingir um alvo a 17,2 km, que representa um tremendo incremento em relação ao seu antecessor. O canhão possui um sistema de recuo hidropneumático com a culatra deslizante vertical. Embora  uma equipe normal de operação do L-118 tenha 6 homens, uma equipem minima de 4 homens pode operar a função de tiro e conseguir uma cadência de até 8 tiros por minuto. Os tipos de granadas que podem ser usadas são HE (alto explosivo) L31 e L50, HESH (Contra alvos blindados e reforçados) L42, PRAC (munição inerte para treinamento) L41 e  marcadora de alvo L37 e L38.
Acima: O L-118 opera, normalmente com uma guarnição de 6 homens, porém com 4 deles, já é possível operar o sistema e conseguir uma cadência de até 8 tiros por minuto.
Seu baixo peso permite  que sele seja rebocado por um veículo leve, como um jeep Hummer ou transportado por um helicóptero médio UH-60 Black Hawk com facilidade. Essa mobilidade é a chave da proposta conceitual do L-118 e que o tornou um sucesso de exportação com 20 países na lista de clientes do modelo, entre eles, o Brasil, Estados Unidos (M-119 fabricado sob licença), Espanha e Austrália. As qualidades de alta mobilidade através de seu baixo peso, simplicidade de operação, e bom alcance farão com que o L-118 continue em serviço por muitos anos ainda sem a necessidade de ser substituído.
Acima: Uma das vantagens chave do L-118 é sua mobilidade. Aqui um AW-101 da Força Aérea Britânica  (RAF) transporta um L-118. Helicópteros menos potentes como o UH-60 Black Hawk transportam esse Obus com a mesma facilidade.

Acima: Um L-118 do Exército Brasileiro durante uma exposição. O Exército Brasileiro opera cerca de 54 unidades desse armamento. O Corpo de Fuzileiros navais do Brasil, operam 18 unidades do L-118 também.

CLASSE HMS QUEEN ELIZABETH


FICHA TÉCNICA
Comprimento: 284 m.
Calado: 11 m.
Boca: 73 m.
Deslocamento: 65600 toneladas.
Propulsão: 2 turbina a gás Rolls Royce Marine Trent MT-30 que produz 48000 Hp mais 4 motores a diesel Wartsila que juntos produzem 54600 Hp.
Velocidade máxima: 25 nós (46 km/h).
Autonomia: 19000 km.
Sensores: Radar de busca aérea: S-1850M com 400 km de alcance; Radar Type 997 Artisan tridimensional (3D) com 200 km de alcance;  Sistema eletro óptico Series 2500.
Armamento: 3 sistemas CIWS DSM-30 MK-2 calibre 30 mm
Aviação: 40 aeronaves a serem configuradas entre  caças Lockheed Martin F-35B e helicópteros multifunção Westland/ Agusta EH-101 Merlin.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S.Junior
A Real Marinha Britânica, ou simplesmente Royal Navy (RN), tem uma forte tradição em ser uma das mais poderosas marinhas do mundo. Porém, ao fim da guerra fria, a necessidade de manter uma frota numerosa e cara começou a incomodar o parlamento britânico, que começou a uma significativa redução do número de navios. Com o passar do tempo, a necessidade de aposentar os cansados porta aviões leve da classe de Invencible, começava a surgir no horizonte, e a indecisão sobre como deveria ser o substituto dos velhos porta aviões inglês atrasou bastante o processo de substituição. Com o ultimo navio da classe, o HMS Illustrious, tendo dado baixa no serviço em agosto de 2014, e o novo porta aviões britânico ainda em fase de construção depois de uma demorada tomada de decisão sobre sua configuração, a Royal Navy acabou ficando por algum tempo sem um navio desse tipo, diminuindo substancialmente sua capacidade de projeção de poder. Para tornar a situação mais séria, o adversário dos ingleses, no contexto da OTAN, organização do qual este país é um dos principais protagonistas, a Rússia, passou a ter uma postura perigosamente agressiva e continua no cenário internacional com intervenção na Ucrânia e Síria, assim como um aumento significativo no numero de patrulhas em espaço aéreo e mares internacionais com seus bombardeiros, caças de escolta e navios de guerra. Hoje, o movimento de declínio nos investimentos de defesa do ocidente passou a mudar de direção e vem subindo para pode fazer frente a ameaça que a Rússia tem apresentado para os interesses ocidentais.
Acima: O antigo porta aviões Invencible, navio que dá nome a classe com 3 navios, foi aposentado sem que seu sucessor estivesse pronto deixando uma lacuna importante na capacidade de combate da Royal Navy.
O navio que tratarei de apresentar a partir de agora é o novo porta aviões britânico, cujo nome da classe faz uma homenagem a rainha que mais tempo reinou sobre aquela monarquia, a rainha Elizabeth II. Assim o HMS Queen Elizabeth, navio que se encontra em estágio avançado de conclusão de sua construção no estaleiro da BAe Systems Surface Ships, será o primeiro de dois navios a assumirem a importante missão de projeção da força militar inglesa a partir de 2020, ano em que está planejado a entrada em serviço do navio que deverá passar por testes de mar a partir de 2017.
De cara, a classe Queen Elizabeth é o maior navio de guerra já construído para a Royal Navy. São 284 metros de comprimento e um deslocamento de 65600 toneladas. Para você, caro leitor, entender o quanto o Queen Elizabeth é grande, basta observar que o porta aviões da classe Invencible, que os ingleses usaram até 2014, tem 209 metros de comprimento e apenas 22000 toneladas.
Assim, para mover esse monstro dos mares, foi instalado uma configuração de duas turbinas a gás Rolls Royce Marine Trent MT-30 que produzem, juntas 48000 hp mais 4 motores a diesel Wartsila que juntos produzem 54600 Hp, permitindo ao navio atingir a velocidade máxima de 25 nós, o que equivale a 47 km/ h. A opção por uma propulsão convencional ajudou a manter o custo do navio em um patamar aceitável, além de diminuir a complexidade do projeto. Porém, a autonomia acaba sendo limitada a disponibilidade de combustível transportado, que no caso do Queen Elizabeth permite uma autonomia de 19000 km. Nada mal para um navio com propulsão convencional!
Acima: A Royal Navy optou por uma configuração de propulsão convencional com turbinas a gás ao invés de usar uma propulsão nuclear, muito mais cara e complexa de projetar. Mesmo assim, a autonomia de 19000 km do Queen Elizabeth  pode ser considerada excelente.
Os sistemas eletrônicos do Queen Elizabeth  são compostos por um radar de escaneamento eletrônico passivo de longo alcance  AMS UK S-1850M que fornece uma capacidade de rastreamento de 1000 alvos simultaneamente a um alcance de até 400 km. Além desse radar, foi instalado um radar tridimensional de médio alcance  Type 997 Artisan que presta apoio a indicação de alvos e para navegação também. O alcance é de 200 km sendo que pode ser monitorados até 900 alvos simultaneamente. Também foi instalado um sistema eletro-óptico S-2500 desenvolvido pela Ultra Eletronics. Este sensor multifunção fornece uma sofisticada capacidade de detecção passiva de alvos e controle de armamentos. E falando em armamentos, o Queen Elizabeth tem instalado sistemas CIWS DSM-30 MK-2 que faz uso de um canhão MK-44 da Bushmaster, norte americana em calibre 30 mm que dispara a 250 tiros por minuto. Eta arma é efetiva contra alvos a 3 km de distancia e seu objetivo é proteger o navio contra ameaças impostas por pequenas embarcações de forças irregulares ou mesmo, helicópteros ou drones.
Acima: O principal sensor do Queen Elizabeth é o radar de escaneamento passivo S-1850M. Este sensor é usado em outros modernos navios europeus como os destróieres da classe Type 45 e as fragatas da classe Horizon.
Houve várias mudanças de configuração do Queen Elizabeth, durante a faze de projeto. Chegou a ser decidido que ele seria um porta aviões que faria uso do sistema CATOBAR (Decolagem Assistida por Catapulta e Recuperação por Arresto), como nos super porta aviões norte americanos. Com isso, o caça a ser operado seria o F-35C, que foi projetado para ser lançado por catapultas e é a versão que será usada pela marinha dos Estados Unidos. Porém, ao se constatar o acréscimo dos custos (quase 2 bilhões de libras) de se mudar os dois navios, inicialmente projetados para a configuração STOBAR (Decolagem Curta e Recuperação por Arresto), ou seja, um navio que iria operar exclusivamente aeronaves de decolagem curta e pouso vertical e helicópteros, como seus antecessores, acabou ficando mantida a configuração original mesmo que fará uso de caças F-35B, versão VSTOL que substitui o consagrado caça "jump jet" Harrier. As aeronaves de asas fixas decolarão com auxilio de uma rampa, ou "sky jump" como é chamada.
Acima: Deste angulo, pode-se ver com clareza a rampa "sky jump" do Queen Elizabeth. O caça F-35B fara uso desse recurso para decolar do convés do navio
O Navio operará um grupo aéreo com até 40 aeronaves que podem ser 36 caças F-35B mais 4 helicópteros ou uma composição de menos caças e mais helicópteros dependendo do perfil da missão. O F-35B é um caça furtivo de decolagem curta e pouso vertical, e consegue voar em regime supersônico o que lhe garante alguma capacidade de interceptação e uma ótima capacidade de penetração em alta velocidade em ataques contra alvos em terra. A família F-35 já foi foco de um artigo dedicado no Warfare e se você tiver curiosidade de saber mais sobre ele, clique nesse LINK para ser direcionado para o artigo sobre ele. Os helicópteros que podem fazer parte do grupo aéreo do Queen Elizabeth são os Apaches, também já descritos nesse site (clique nesse LINK), um poderoso helicópteros de ataque com forte foco na missão anti-tanque; CH-47 de transporte pesado; o AW159 Wildcat, versão avançada do LYNX que pode ser usado para SAR e ataque a alvos de superfície e o moderno helicóptero AW-101 Merlin  para transporte e guerra anti-submarino. O navio faz uso de dois elevadores para levar as aeronaves do hangar para o convés.

Acima: O moderno caça F-35B será o principal vetor aéreo dos navios da classe Queen Elizabeth. Nesta foto podemos ver um F-35B do corpo de fuzileiros navais dos Estados Unidos se preparando para decolar de um navio de desembarque anfíbio.
Com uma incomum configuração onde foram instalados duas ilhas, sendo a da frente, onde é comandada as operações de navegação, e a de trás, onde se coordena as operações aéreas, o porta aviões Queen Elizabeth, e seu irmão, batizado de Prince of Wales devolverão à tradicional marinha britânica a capacidade de projeção de poder, que será, inclusive, maior que a que ela tinha quando operava os navios da classe Invencible.
Esses navios vem em boa hora uma vez que os adversários da OTAN, (e consequentemente da Grã-Bretanha) tem demonstrado um crescimento nas suas capacidades militares com a incorporação de novos e modernos meios de combate, e apresentado uma maior agressividade em suas ações internacionais, causando desconforto e uma certa insegurança nos países europeus.
Acima: A característica que mais chama a atenção quando vemos o Queen Elizabeth são suas duas ilhas no convés, onde normalmente só haveria uma.

Acima: O Queen Elizabeth tem quase o comprimento de um super porta aviões da classe Nimitz da marinha dos Estados Unidos.

Acima: O primeiro navio da classe, o próprio Queen Elizabeth está praticamente pronto devendo começar seus testes de mar em 2017.