sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

CLASSE HMS QUEEN ELIZABETH


FICHA TÉCNICA
Comprimento: 284 m.
Calado: 11 m.
Boca: 73 m.
Deslocamento: 65600 toneladas.
Propulsão: 2 turbina a gás Rolls Royce Marine Trent MT-30 que produz 48000 Hp mais 4 motores a diesel Wartsila que juntos produzem 54600 Hp.
Velocidade máxima: 25 nós (46 km/h).
Autonomia: 19000 km.
Sensores: Radar de busca aérea: S-1850M com 400 km de alcance; Radar Type 997 Artisan tridimensional (3D) com 200 km de alcance;  Sistema eletro óptico Series 2500.
Armamento: 3 sistemas CIWS DSM-30 MK-2 calibre 30 mm
Aviação: 40 aeronaves a serem configuradas entre  caças Lockheed Martin F-35B e helicópteros multifunção Westland/ Agusta EH-101 Merlin.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S.Junior
A Real Marinha Britânica, ou simplesmente Royal Navy (RN), tem uma forte tradição em ser uma das mais poderosas marinhas do mundo. Porém, ao fim da guerra fria, a necessidade de manter uma frota numerosa e cara começou a incomodar o parlamento britânico, que começou a uma significativa redução do número de navios. Com o passar do tempo, a necessidade de aposentar os cansados porta aviões leve da classe de Invencible, começava a surgir no horizonte, e a indecisão sobre como deveria ser o substituto dos velhos porta aviões inglês atrasou bastante o processo de substituição. Com o ultimo navio da classe, o HMS Illustrious, tendo dado baixa no serviço em agosto de 2014, e o novo porta aviões britânico ainda em fase de construção depois de uma demorada tomada de decisão sobre sua configuração, a Royal Navy acabou ficando por algum tempo sem um navio desse tipo, diminuindo substancialmente sua capacidade de projeção de poder. Para tornar a situação mais séria, o adversário dos ingleses, no contexto da OTAN, organização do qual este país é um dos principais protagonistas, a Rússia, passou a ter uma postura perigosamente agressiva e continua no cenário internacional com intervenção na Ucrânia e Síria, assim como um aumento significativo no numero de patrulhas em espaço aéreo e mares internacionais com seus bombardeiros, caças de escolta e navios de guerra. Hoje, o movimento de declínio nos investimentos de defesa do ocidente passou a mudar de direção e vem subindo para pode fazer frente a ameaça que a Rússia tem apresentado para os interesses ocidentais.
Acima: O antigo porta aviões Invencible, navio que dá nome a classe com 3 navios, foi aposentado sem que seu sucessor estivesse pronto deixando uma lacuna importante na capacidade de combate da Royal Navy.
O navio que tratarei de apresentar a partir de agora é o novo porta aviões britânico, cujo nome da classe faz uma homenagem a rainha que mais tempo reinou sobre aquela monarquia, a rainha Elizabeth II. Assim o HMS Queen Elizabeth, navio que se encontra em estágio avançado de conclusão de sua construção no estaleiro da BAe Systems Surface Ships, será o primeiro de dois navios a assumirem a importante missão de projeção da força militar inglesa a partir de 2020, ano em que está planejado a entrada em serviço do navio que deverá passar por testes de mar a partir de 2017.
De cara, a classe Queen Elizabeth é o maior navio de guerra já construído para a Royal Navy. São 284 metros de comprimento e um deslocamento de 65600 toneladas. Para você, caro leitor, entender o quanto o Queen Elizabeth é grande, basta observar que o porta aviões da classe Invencible, que os ingleses usaram até 2014, tem 209 metros de comprimento e apenas 22000 toneladas.
Assim, para mover esse monstro dos mares, foi instalado uma configuração de duas turbinas a gás Rolls Royce Marine Trent MT-30 que produzem, juntas 48000 hp mais 4 motores a diesel Wartsila que juntos produzem 54600 Hp, permitindo ao navio atingir a velocidade máxima de 25 nós, o que equivale a 47 km/ h. A opção por uma propulsão convencional ajudou a manter o custo do navio em um patamar aceitável, além de diminuir a complexidade do projeto. Porém, a autonomia acaba sendo limitada a disponibilidade de combustível transportado, que no caso do Queen Elizabeth permite uma autonomia de 19000 km. Nada mal para um navio com propulsão convencional!
Acima: A Royal Navy optou por uma configuração de propulsão convencional com turbinas a gás ao invés de usar uma propulsão nuclear, muito mais cara e complexa de projetar. Mesmo assim, a autonomia de 19000 km do Queen Elizabeth  pode ser considerada excelente.
Os sistemas eletrônicos do Queen Elizabeth  são compostos por um radar de escaneamento eletrônico passivo de longo alcance  AMS UK S-1850M que fornece uma capacidade de rastreamento de 1000 alvos simultaneamente a um alcance de até 400 km. Além desse radar, foi instalado um radar tridimensional de médio alcance  Type 997 Artisan que presta apoio a indicação de alvos e para navegação também. O alcance é de 200 km sendo que pode ser monitorados até 900 alvos simultaneamente. Também foi instalado um sistema eletro-óptico S-2500 desenvolvido pela Ultra Eletronics. Este sensor multifunção fornece uma sofisticada capacidade de detecção passiva de alvos e controle de armamentos. E falando em armamentos, o Queen Elizabeth tem instalado sistemas CIWS DSM-30 MK-2 que faz uso de um canhão MK-44 da Bushmaster, norte americana em calibre 30 mm que dispara a 250 tiros por minuto. Eta arma é efetiva contra alvos a 3 km de distancia e seu objetivo é proteger o navio contra ameaças impostas por pequenas embarcações de forças irregulares ou mesmo, helicópteros ou drones.
Acima: O principal sensor do Queen Elizabeth é o radar de escaneamento passivo S-1850M. Este sensor é usado em outros modernos navios europeus como os destróieres da classe Type 45 e as fragatas da classe Horizon.
Houve várias mudanças de configuração do Queen Elizabeth, durante a faze de projeto. Chegou a ser decidido que ele seria um porta aviões que faria uso do sistema CATOBAR (Decolagem Assistida por Catapulta e Recuperação por Arresto), como nos super porta aviões norte americanos. Com isso, o caça a ser operado seria o F-35C, que foi projetado para ser lançado por catapultas e é a versão que será usada pela marinha dos Estados Unidos. Porém, ao se constatar o acréscimo dos custos (quase 2 bilhões de libras) de se mudar os dois navios, inicialmente projetados para a configuração STOBAR (Decolagem Curta e Recuperação por Arresto), ou seja, um navio que iria operar exclusivamente aeronaves de decolagem curta e pouso vertical e helicópteros, como seus antecessores, acabou ficando mantida a configuração original mesmo que fará uso de caças F-35B, versão VSTOL que substitui o consagrado caça "jump jet" Harrier. As aeronaves de asas fixas decolarão com auxilio de uma rampa, ou "sky jump" como é chamada.
Acima: Deste angulo, pode-se ver com clareza a rampa "sky jump" do Queen Elizabeth. O caça F-35B fara uso desse recurso para decolar do convés do navio
O Navio operará um grupo aéreo com até 40 aeronaves que podem ser 36 caças F-35B mais 4 helicópteros ou uma composição de menos caças e mais helicópteros dependendo do perfil da missão. O F-35B é um caça furtivo de decolagem curta e pouso vertical, e consegue voar em regime supersônico o que lhe garante alguma capacidade de interceptação e uma ótima capacidade de penetração em alta velocidade em ataques contra alvos em terra. A família F-35 já foi foco de um artigo dedicado no Warfare e se você tiver curiosidade de saber mais sobre ele, clique nesse LINK para ser direcionado para o artigo sobre ele. Os helicópteros que podem fazer parte do grupo aéreo do Queen Elizabeth são os Apaches, também já descritos nesse site (clique nesse LINK), um poderoso helicópteros de ataque com forte foco na missão anti-tanque; CH-47 de transporte pesado; o AW159 Wildcat, versão avançada do LYNX que pode ser usado para SAR e ataque a alvos de superfície e o moderno helicóptero AW-101 Merlin  para transporte e guerra anti-submarino. O navio faz uso de dois elevadores para levar as aeronaves do hangar para o convés.

Acima: O moderno caça F-35B será o principal vetor aéreo dos navios da classe Queen Elizabeth. Nesta foto podemos ver um F-35B do corpo de fuzileiros navais dos Estados Unidos se preparando para decolar de um navio de desembarque anfíbio.
Com uma incomum configuração onde foram instalados duas ilhas, sendo a da frente, onde é comandada as operações de navegação, e a de trás, onde se coordena as operações aéreas, o porta aviões Queen Elizabeth, e seu irmão, batizado de Prince of Wales devolverão à tradicional marinha britânica a capacidade de projeção de poder, que será, inclusive, maior que a que ela tinha quando operava os navios da classe Invencible.
Esses navios vem em boa hora uma vez que os adversários da OTAN, (e consequentemente da Grã-Bretanha) tem demonstrado um crescimento nas suas capacidades militares com a incorporação de novos e modernos meios de combate, e apresentado uma maior agressividade em suas ações internacionais, causando desconforto e uma certa insegurança nos países europeus.
Acima: A característica que mais chama a atenção quando vemos o Queen Elizabeth são suas duas ilhas no convés, onde normalmente só haveria uma.

Acima: O Queen Elizabeth tem quase o comprimento de um super porta aviões da classe Nimitz da marinha dos Estados Unidos.

Acima: O primeiro navio da classe, o próprio Queen Elizabeth está praticamente pronto devendo começar seus testes de mar em 2017.

MAPO MIG-31BM


FICHA TÉCNICA
Velocidade de cruzeiro: Mach 2,02 (2500 km/h).
Velocidade máxima: Mach 2,83 (3494,484 km/h).
Razão de subida: 9233 m/min.
Potência: 0,86.
Carga de asa: 97,2 lb/ft².
Fator de carga: 5 Gs.
Taxa de giro instantâneo: 5,6º/s.
Razão de rolamento: 200º/s.
Teto de Serviço: 20600 m
Raio de ação/alcance:1450 km/ 3000 km (em velocidade subsônica).
Alcance do radar: NIIP Tikhomirov 8BM Zaslon AM com alcance de 240 km contra um alvo de  5m2 de RCS.
Empuxo: 2 motores Soloviev D30F-6S com 15510 kg de empuxo máximo (pós combustor).
DIMENSÕES
Comprimento: 21,62 m.
Envergadura: 13,45 m.
Altura: 6,45 m.
Peso vazio: 21825 kg.
Combustível Interno: 16350 lb.
ARMAMENTO
Mísseis R-77, R-73, R-33 e R-37 e um canhão Gryazev-Shipunov GSh-6-23  em calibre 23 mm.

DESCRIÇÃO
Por Sergio Santana
Para entender adequadamente a história do MiG-31BM, versão modernizada do interceptador Mikoyan-Gurevich MiG-31 “Foxhound”, que tem sido frequente protagonista de missões de interceptação e escolta da renovada KVS russa contra aeronaves e nações ocidentais, é necessário retornar até à década de 1980. Em 1981 o “Foxhound” foi oficialmente introduzido na IA-PVO, a Aviação de Caça da Força de Defesa Aérea, uma das divisões da então VVS, a Força Aérea Soviética, como “Sistema de Interceptação MiG-31-33” (o último número sendo uma referência aos seus misseis R-33, codificados AA-9 “Amos” pela OTAN), alcançando capacidade operacional inicial dois anos depois, equipando o 786º Regimento de Aviação de Caça baseado em Pravdinsk.
A nova aeronave, cuja existência foi denunciada pelo Tenente Viktor Belenko ao fugir para o Japão em 1976 com um MiG-25 “Foxbat” e mencionar que “um Super Foxbat” estava sendo desenvolvido” (o que prontamente originou um livro, “O Roubo do MiG-31”, escrito por Craig Thomas no ano seguinte e adaptado para o cinema em 1982 como “Foxfire- A Raposa de Fogo”, estrelado por Clint Eastwood), trazia avanços até então inéditos para as forças soviéticas (como a capacidade de operar em ambientes sem cobertura radar) e mesmo para a aviação militar como um todo (tendo sido o primeiro avião de combate com um radar de varredura eletrônica passiva), foi produto de muitas mentes brilhantes, incluindo a do engenheiro eletrônico Adolf Georgievich Tolkachev, um dos projetistas-chefe do Instituto de Pesquisa de Engenharia de Radio, mais tarde conhecido como “Phazotron”.

Acima: O MiG-31, mostra seu avantajado tamanho. Esta é uma maquina impar no mundo. Sua grande velocidade, sua característica mais marcante, dão a Rússia uma capacidade de interceptação extremamente elevada.
Desiludido com a repressão soviética aos seus familiares, em janeiro de 1977 Tolkachev aproxima-se de altos funcionários do governo norte-americano em um posto de combustível em Moscou, reservado à diplomacia estrangeira, e depois de perguntar ao um dos motoristas em espera se ele era americano, discretamente lança um bilhete para dentro do carro.
Tem início então o que é considerada uma das mais abrangentes, benéficas ou danosas (para os soviéticos) operações de repasse de documentos secretos de todos os tempos, já que Tolkachev, sob o codinome “CKSPHERE”, entregou absolutamente todos os detalhes técnicos dos sistemas de armas e aviônicos de missão de todas as aeronaves projetados pela empresa em que trabalhava, incluindo, obviamente, os do MiG-31. Entretanto, isso foi descoberto apenas após a sua prisão em maio de 1985, provocando a sua execução no ano seguinte, apesar dos pedidos por clemência.
Como resultado direto da espionagem de “CKSPHERE” para a CIA, em 1987 o governo soviético determinou o desenvolvimento do MIG-31B, equipado com uma versão melhorada do radar Zaslon (“Escudo”), a Zaslon-A, caracterizada por nova antena e software aperfeiçoado, lançador de flares UV-3A, e o mais importante, uma variante com ogiva nuclear do míssil Vympel R-33 (AA-9 “Amos”), denominada R-33S (de “Spetsyalnaya”, especial), tornando o MiG-31B o único interceptador armado com misseis nucleares do planeta desde então.
A “nova” aeronave, denominada “Sistema de Interceptação MiG-31-33B”, começou a ser produzida em 1990 (mesmo ano do início da produção do R-33S, que durou até 1997) e foi oficialmente introduzida em serviço na ainda VVS em outubro de 1999.
Acima: Espionagem e traições obrigaram Moscou e modificar e modernizar seu interceptador de alta velocidade quando detalhes do MiG-31 caiu nas mãos do Pentágono, o departamento de defesa dos estados Unidos.

SURGE O MIG-31BM
Em janeiro daquele ano, contudo, um exemplar do MiG-31B, registrado “58”, foi apresentado como um demonstrador de uma proposta de modernização para o tipo, designada “MiG-31BM”, iniciais em russo para “Grande Modernização”. Mudanças na direção do projeto determinaram que o mesmo ressurgisse em 2001, com o MiG-31BM “58” voando pela primeira  vez em setembro de 2005, seguido por mais dois exemplares (“59” e “60”), que estabeleceram o padrão das mudanças a serem aplicadas nos MiG-31B.
Em 2007 o novo modelo foi aprovado nos testes estatais de aceitação e obteve autorização para a produção seriada, através de um contrato que cobriu as 12 primeiras aeronaves a serem modificadas até 2011; contratos adicionais assinados neste mesmo ano e em 2014 asseguraram a modernização de mais 60 e 53 MiG-31B, respectivamente, fazendo com que todos os exemplares operacionais sejam modificados para o novo padrão até 2018.
Os dois primeiros MiG-31BM concluídos foram entregues em março de 2008 para a conversão inicial de tripulantes. Em termos técnicos, o MiG-31BM abrange novo sistema de controle de fogo, sistemas de autodefesa e armamento.
Acima: Operando em grupo de 4 aeronaves interligadas por um sistema de intercambio de dados APD-518 (data link), uma linha de defesa formada por MiG-31BM seria um desafio e tanto para sair vivo. 
O sistema de controle de fogo, projetado pela instituição NIIP “Tikhomirov” e denominado “Zaslon-AM”, é composto pelo radar aperfeiçoado 8BM, computador Baget 55-06-08 e rastreador de infravermelho 8TK, a única peça “herdada” dos primeiros “Foxhound”.
O radar 8BM, do tipo Doppler e alta frequência de repetição de pulso, com ângulo de varredura em azimute de ± 60 graus e elevação de ± 35 graus, possui alcance máximo de 240 km e capacidade de rastrear, detectar, identificar e acompanhar exclusivamente alvos aéreos (no total de 24 e a seguir atacar oito deles ao mesmo tempo) nos seguintes modos: hemisférios dianteiro, traseiro, acima (look up) e abaixo (look down) da altitude de voo da aeronave, Iluminação e transmissão de rádio-correção da trajetória dos alvos aéreos com comandos para controlar mísseis semi-ativos, identificação amigo/inimigo, operação sob contra-contramedidas eletrônicas e ataque por medição das coordenadas de um interferidor (jammer). O dispositivo detecta, pelo hemisfério dianteiro, um bombardeiro com área de reflexão radar de 19m2 a distância máxima de 200 km, enquanto que um caça com área de 3m2 pode ser rastreado, a partir do hemisfério traseiro, a no máximo 35 km. O rastreador de radiação infravermelha 8TK tem alcance máximo de 56 km.
A capacidade de atuar em combate utilizando enlace de dados (data link) em coordenação com outras aeronaves foi outra das inovações do “Foxhound”. No MiG-31BM tal função é executada pelo dispositivo APD-518, capaz de conectar autonomamente quatro dessas aeronaves em uma barreira de 800 km de extensão (ou distante 2000 km de um posto terrestre de controle, ou, ainda, de uma aeronave AEW&C como o Beriev A-50 “Mainstay”). Alternativamente, três caças MiG-23 “Flogger”, MiG-29 “Fulcrum” ou Sukhoi Su-27 “Flanker” podem ser  guiados por um MiG-31BM, também atuando contra alvos situado entre 50 e 28.000 m de altitude. Um exemplo de ação de combate com o APD-518 seria a detecção de alvos por um MiG-31BM líder de uma formação e a transmissão da localização dos mesmos para os demais integrantes da esquadrilha, que a seguir disparariam para alvos diferentes, sem a necessidade de ativar os seus radares.
Acima: Uma das chaves da eficiência do MiG-31 como um sistema de armas é seu sistema de radar  de varredura eletrônica passiva capaz de acompanhar 24 alvos e atacar simultaneamente 8 deles.
De acordo com as últimas informações disponíveis a suíte de guerra eletrônica definitiva do MiG-31BM ainda não foi divulgada, embora seja de conhecimento público que há duas opções: a L370K1 “Vitebsk”, do fabricante Kret, e a “Kedr-29-31”, projetada pelo TsNIRTI.
A primeira será uma versão adaptada para o MiG-31BM de um equipamento já instalado ou em previsão de equipar uma variada gama de aeronaves como os helicópteros Mil Mi-8 “Hip”, Mi-26 “Halo”, Mi-28 “Havoc”, Kamov Ka-52 “Hokum-B” e os transportes Antonov An-72 “Coaler”, An-124 “Condor”, Ilyushin Il-76/476 “Candid”, Il-78 “Midas” e Il-112V. A “Vitebsk” permite o rastreio, a identificação e acompanhamento de ameaças que resultem em misseis disparados dentro de um raio de centenas de quilômetros, sejam guiados por calor ou laser, o que em seguida vai determinar a contramedida ativa a ser acionada. O principal componente do “Vitebsk” é o L-370-3S, um interferidor digital projetado para neutralizar misseis guiados a laser e por infravermelho.
Já a KEDR-29-31 é mais abrangente, pois foi projetada para atuar contra misseis ar-ar e superfície-ar guiados por radar e infravermelho. É composta por um receptor de alerta radar, uma estação compacta de interferência e um dispositivo de neutralização de misseis guiados por radar. Atua nas frequências D a J, apresentando as seguintes características: prover avisos de radiação; criar um ruído de mascaramento e simulação, bem como a interferência múltipla simulando chamarizes a diferentes velocidades, variedades e coordenadas angulares; troca de informações com o equipamento de bordo para otimizar a compatibilidade eletromagnética e a implementação de um sistema unificado de alerta e de monitoração; emissão de localização falsa contra  mísseis teleguiados; gerenciamento de armadilhas rebocadas e lançamento de chaffs e flares.
Acima: A cabine do piloto e do operador do sistema de armas (WSO) mantiveram poucos instrumentos analógicos depois da modernização para o padrão BM. 
O MIG-31BM (e as versões anteriores) é o avião de combate mais rápido do mundo hoje, com uma velocidade máxima de 3000 km/h (mach 2,85) e velocidade de super cruzeiro de 2500 km/h, o que faz dele um interceptador nato. Sua agilidade não é tão grande quanto a de um Flanker ou MIG-29, mas ele consegue puxar 5 Gs em manobras executadas em velocidade supersônica, o que representa um excelente desempenho nesse regime.
A estrutura é componente essencial para suportar as grandes variações térmicas resultantes da operação sob elevadas velocidades e altitudes, metade da qual é composta por aço inoxidável (das versões VNS-2, VNS-5, EI-703, EI-878, SN-3, VNL-3 e VL-1), enquanto 33% são formados por ligas de alumínio D-19 e VAL-10 e 16% integrados por titânio OT4-1, VT-20, VT-21L e VT-22. O 1% restante é a soma de outros materiais, a exemplo do Plexiglass tipos SO-200 e AO-120, que formam os painéis envidraçados.
Acima: Os dois motores Soloviev D30F-6S entregam, juntos, mais de 30000 kgf de empuxo dando ao MiG-31BM um desempenho de voo inigualável.
Por fim, no que diz respeito a armamento, o MiG-31BM conservou o canhão de seis canos rotativos e 260 munições em calibre 23 mm Gryazev-Shipunov GSh-6-23 que sempre armou o “Foxhound”, cuja cadência de 8.000 disparos/minuto é superior a uma arma similar, o General Electric M61 Vulcan de 20mm, que equipa a maioria dos caças ocidentais.
Mas os seus mísseis foram modernizados. Em adição aos R-33/R-33S, o MiG-31BM pode ser armado com os seguintes mísseis:
- Quatro Vympel K-37M/RVV-BD (AA-X-13 “Arrow”), que possui sistema de guiagem por comandos de rádio/inercial e depois por radar ativo, alcance de até 398 km contra alvos voando entre 15 e 25.000 metros de altitude e manobrando a 8G’s, a serem destruídos por sua ogiva de 60kg detonada por proximidade ou por contato direto.
- Quatro (ou dois) Vympel K-77-1/R-77-1 (AA-12 “Adder”), com o mesmo sistema de guiagem do K-37M, mas alcance entre 300 metros e 110 km, contra alvos voando em todas as direções, entre 20 e 25.000 metros de altitude e manobrando a até 12G’s, a serem destruídos por sua ogiva de 22.5kg detonada também por proximidade a laser e contato direto. Esta arma substituiu os Bisnovat R-40R/T (AA-6 “Acrid”), das primeiras versões do “Foxhound”.
- Quatro (ou dois) Vympel R-73 (AA-11 “Archer”), guiados por radiação infravermelha emitida pelo alvo, com alcance entre 300 metros (contra alvos no hemisfério traseiro) e 30.000 metros (alvos no hemisfério dianteiro), contra alvos voando entre 20 metros e 20.000 metros de altitude, manobrando a até 12G’s, a serem neutralizados por sua ogiva de 8 kg, detonada por proximidade a laser ou radar. Os “Archer” substituíram os Molniya R-60 (AA-8 “Aphid”) em serviço com os MiG-31 iniciais.
Embora o MiG-31BM possa ser facilmente reconhecido por um periscópio retrátil colocado sobre o cockpit do piloto, outras modificações incorporadas na aeronave são internas, como os rádios R800L, o sistema de navegação por satélite A737 e telas multifuncionais de cristal liquido (LCD) para o piloto e o operador de sistemas de armas/navegador. O conjunto de alterações aumentou o peso máximo de decolagem, elevando-o para 46.835kg, possivelmente influindo no alcance, em uma configuração desconhecida, de 1.242km e teto de serviço de 20.000m.
Acima: Na foto acima podemos ver o armamento composto por dois mísseis R-73 Archer de curto alcance, mais dois mísseis R-33S sob a fuselagem.cujo alcance chega a 304 km. Estes mísseis estão sendo complementados pelo mais moderno R-37M.
Com a vida útil do MiG-31BM estendida para 2024, o espaço aéreo russo, principalmente na região da Sibéria estarão a cargo deste poderoso interceptador por mais alguns anos. Muitos desdenham do grande jato de combate russo devido a ele ter um RCS grande, o que o torna um potencial alvo para sistemas de armas baseados nesse tipo de sensor a longas distancias, principalmente se seu adversário for um caça stealth, como o avançado F-22A Raptor, porém, as variáveis que precisam ser consideradas quando se faz esse tipo de avaliação, quando feitas de forma correta, mostram que mesmo o F-22 precisaria ser empregado com inteligencia, com uma estratégia de engajamento, pois poderia, sim, sofrer baixas frente as capacidades apresentadas pelo MiG-31BM.

CHINA NORTHERN INDUSTRIES GROUP CORPORATION TYPE 99


FICHA TÉCNICA
Velocidade máxima: 80 Km/h em estrada e 60 km/h em terreno irregular.
Alcance máximo: 450 Km (em estrada).
Motor: Um motor turbo diesel refrigerado a água com 1500 Hp de potência.
Peso: 54 Toneladas.
Comprimento: 11 m (contando o canhão)
Largura: 3,4 m.
Altura: 2,2 m.
Tripulação: 3 tripulantes.
Inclinação frontal: 60º.
Inclinação lateral: 40º.
Passagem de vau: 1,4 m
Obstáculo vertical: 0,8 m.
Armamento: Um canhão ZPT-98 estabilizado de 125 mm, uma metralhadora coaxial em calibre 7,62X51 mm, uma metralhadora Type 85 em calibre 12,7 X 108 mm, mísseis antitanque 9M119 Refleks lançados do canhão de 125 mm, 10 granadas lançadoras de fumaça.


DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S.Junior
Para as pessoas que são mais interessadas em assuntos militares ou mesmo estratégia e política, o fortalecimento das forças armadas da China, nos últimos 20 anos não representa nenhuma novidade. Os chineses estão construindo uma força militar extremamente poderosa com aquisições de sistemas de armas estrangeiros, notadamente de origem russa, além de desencolver seus próprios projetos, sendo alguns com evidente qualidade e boa capacidade de combate. Um exemplo bom de produto de defesa chinês é o caça J-10. Porém a força terrestre chinesa foi presenteada com um moderno carro de combate pesado, que nasceu como sendo a terceira geração de MBTs fabricados na China. Este MBT é chamado ZTZ-99, ou, simplesmente, Type 99. O objetivo da empresa China Northern Industries Group Corporation (GNGC), fabricante do Type 99, foi o de produzir um carro de combate que fosse tão capaz quanto os carros de combate ocidentais como o M-1 A1 do exercito dos Estados Unidos ou o Leopard 2, alemão.

Acima: O Type 99 é mais uma das modernas maquinas de combate chinesas que tem sido incorporadas em serviço de uma das mais poderosas forças armadas do mundo.
O Type 99 se destaca dos carros de combate anteriores por apresentar uma melhora no poder de fogo, proteção blindada e mobilidade. De fato, nesse ultimo quesito, o Type 99 apresenta uma velocidade máxima, em estrada, de 80 km/h, provavelmente a mais rápida dentre os MBTs atuais. Esse desempenho é proporcionado pelos 1500 Hp de potencia do motor turbo diesel cujo projeto deriva de tecnologia alemã do motor MB-871 KA501. O Type 99 atinge velocidade de 60 km/h em terrenos irregulares, o que também o coloca em um patamar a frente dos outros blindados. Além da vantagem obvia de se ter um blindado que chega mais rápido nos lugares estabelecidos, a verdade é que a maior vantagem desse desempenho é permitir ao Type 99 ser um alvo extremamente difícil de se acertar no campo de batalha. Sua autonomia de 450 km permite o Type 99 operar distante de bases aliadas e por mais tempo. A carroceria deste MBT é bastante parecida com a do T-72, porém sua torre é angulosa e cheia de facetas, similar ao dos carros de combate ocidentais como o Challenger ou M-1Abrams.
Acima: Com uma torre com desenho facetado, neste angulo, o Type 99 tem uma certa lembrança com o antigo MBT  brasileiro Osorio.
O Type-99, como não poderia deixar de ser, foi projetado para permitir a proteção nuclear, bacteriológica e química (NBQ) a seus três tripulantes. Já a blindagem do Type 99 é secreta, mas sabe-se que provavelmente será a nova blindagem desenvolvida na China composta de cerâmica e alumínio. A torre, no entanto, é de aço fundido. A blindagem da carroceria do Type 99 é modular, para facilitar a substituição das partes danificadas. Em testes, essa blindagem demonstrou ser capaz de sobreviver a 7 impactos de granadas de 125 mm disparado por um T-72C e 9 impactos de 105 mm, o mesmo calibre usado pelos nossos MBTs Leopard 1 A5 adquiridos de segunda mão junto ao exercito alemão. Além dessa proteção, o Type 99 poderá ser equipado com blindagem reativa ERA, aumentando sua capacidade de sobrevivência frente as granadas de carga moldada e projéteis perfurantes de blindagem. É interessante notar que o próprio desenho do Type 99 contribui para sua proteção uma vez que ele tem baixa altura, se tornando um alvo mais difícil em terrenos irregulares e a distancias médias. O Type 99 tem um sistema de defesa ativo contra mísseis guiados a Laser que emite múltiplos feixes em todas as direções, desorientando o sensor do míssil e assim evitando que o míssil possa atingir o Type 99. Embora a China tenha uma forte influencia russa em seus projetos militares, o Type 99 foge um pouco dessa influencia.
Acima: Embora a composição da blindagem passiva do Type 99 seja uma informação bem guardada, acredita-se que ela seja bem superior a blindagem dos carros de combate russos.  Nesta foto ainda podemos ver placas da blindagem ERA na lateral traseira da torre.
Esse MBT chinês está equipado com um dispositivo de comunicação a laser capaz de enviar dados, voz e mensagens de texto. Este dispositivo fica montado atrás da escotilha do comandante e seu alcance é de 3600 metros. Outra capacidade desse sistema é a identificação amigo/ inimigo, evitando assim o incidente de fogo amigo no complexo ambiente de uma batalha de tanques. O Type 99 está equipado com um telêmetro a laser que opera integrado a um computador de controle de tiro ISFCS-212. Esse sistema permite, em conjunto com o sistema de estabilização do canhão, um alto índice de probabilidade de acerto no primeiro disparo, mesmo com o Type 99 em movimento. Existem 6 periscópios e uma mira panorâmica com visão térmica capaz de operar em qualquer condição climática e de dia ou noite. Um sistema de imagens térmica com um sensor refrigerado permite imagens a longas distancias, com foco concentrado ou de grande angular para o comandante.
Acima: A suíte eletrônica embarcada do Type 99 também é um destaque importante dos avanços incorporados a esse moderno carro de combate.
O armamento do Type 99 é influenciado pela engenharia russa, sendo tipicamente pesado. O canhão principal é ZPT-98, estabilizado, em calibre 125 mm de alma lisa com carregamento automático, o que explica a redução da tripulação de quatro para três ocupantes. Este canhão consegue manter uma taxa de 8 tiros por minuto. São transportados 41 granadas, o que permite uma boa persistência de combate para este moderno carro de combate. Destas 41 granadas, 22 ficam no carregador tipo carrossel prontas para o uso. As granadas podem ser de alto explosivo (HEAT), perfurante de blindagem (APFSDS) ou de fragmentação. Como no canhão russo de 125 mm, pode-se lançar mísseis antitanque do canhão do Type 99 também. Nesse caso, o míssil é o 9M119 Refleks (AT-11 Sniper, pela nomenclatura da OTAN) Este míssil é fabricado na China sob licença da Rússia. Seu alcance é de 6000 metros e seu guiamento é feito por iluminação a laser.
Há, além do canhão, uma metralhadora pesada Type 85 em calibre 12,7 X 108 mm com 60 cartuchos em um cinto de balas. A cadencia é de 700 tiros por minuto e há 300 cartuchos estocados na torre. Há, também, uma metralhadora coaxial em calibre 7,62 mm, com capacidade de 2000 tiros.
Acima: O canhão ZPT-98 de 125 mm do Type 99 tem um sistema de carregamento automático que permite um desempenho de 8 tiros por minuto.
O Type 99 representa uma surpresa positiva em termos de capacidade de combate e tecnologia de uma nação que até a pouco tempo se limitava a produzir copias, com ou sem licença, de sistemas bélicos já desenvolvidos. Atualmente a China usa cerca de 600 unidades do Type 99, numero, este, considerado modesto quando comparado com o tamanho do exercito chinês que usa mais de 4000 carros de combate MBTs. Esse numero pequeno de Type 99 é devido ao elevado custo unitário que chega a U$ 2,6 milhões de dólares.

PROJECT 20381 STEREGUSHCHY


FICHA TÉCNICA
Tipo: Corveta
Tripulação: 85 tripulantes
Data do comissionamento: Novembro de 2007
Deslocamento: 1900 toneladas.
Comprimento: 104,5 mts.
Boca: 11,6 mts.
Propulsão: CODAD 4 motores a diesel Kolomna 16D49 com 23,664 HP de potencia
Velocidade máxima: 30 nós (56 km/h).
Alcance: 7408 Km e 30 dias de mantimentos.
Sensores: Radar de busca aérea Salyut Positiv MR-352M ME1 com 110 km de alcance; Radar de busca de superfície Granit Central Scientific Institute Garpun-B/3Ts-25E/PLANK SHAVE com 150 km de alcance; Radar de controle de fogo Ratep 5P-10E; Sonar ativo/ passivo MGK-335EM-03.
Armamento: AAW: 1 lançador vertical Redut VLS com 12 mísseis 9M96E; duas metralhadoras MTPU de 14,5 mm. ASuW: 2 lançadores quádruplos KT-184 para mísseis anti-navio KH-35 Uran, mísseis P-800 Yakhont; 1 Canhão automático Arsenal A-190 de 100 mm; ASW: 2 lançador quádruplos para torpedos anti submarino e anti-torpedos de 330 mm Paket NK.
Aeronaves: Um helicóptero Kamov KA-27 Helix

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S. Junior
Após a grave crise econômica que assolou a Rússia após o fim da União Soviética no inicio dos anos 90, uma das maiores vitimas da situação foi a industria bélica russa que amargou uma queda radical nos investimentos por parte do governo. Desde então, a Rússia tem retomado seu crescimento militar com um dinamismo cada vez maior, deixando, inclusive, o ocidente inquieto. Um dos primeiros sistemas de armas novo que foi incorporado nas forças armadas russas, foi a corveta Steregushchy, conhecida, também, pelo nome “Project 20380”. Ela é uma das novidades de uma nova fase na história militar russa que, hoje, se encontra em uma nova etapa em que a recuperação daquelas dificuldades começa a se mostrar. A corveta Steregushchy é o primeiro navio de guerra a entrar em serviço após o colapso da antiga União Soviética, e os traços de modernidade se fazem evidentes no desenho com tecnologia de invisibilidade aplicado nessa nova classe de navio.
Acima: O navio Gremyaschy E, é o segundo navio da classe Steregushchy e já conta com aperfeiçoamento do armamento que substituiu o sistema Kashtan M a frente da ponte, por um moderno sistema VLS para mísseis antiaéreo 9M96E. 
A corveta Steregushchy foi projetada dentro de uma nova estratégia da marinha russa que tem por objetivo a defesa de áreas litorâneas. Tanto que para a marinha russa, essa corveta é classificada como navio de patrulha litorâneo. As embarcações usadas para essa tarefa, antes da Steregushchy, eram em sua maioria velhas lanchas lança mísseis e pequenas corvetas projetadas na década de 50 que tinham muitas limitações de operação e já não eram adequadas as necessidades do atual campo de batalha naval. As novas Steregushchy são muito mais capazes, graças a um armamento moderno, uma autonomia superior e sua capacidade de se manter furtiva frente a radares inimigos, o que lhe garante um elevado índice de sobrevivência.
O casco e a super estrutura da Steregushchy foram construídos com novas técnicas de construção e materiais inovadores, como por exemplo materiais compostos como fibra de vidro, com o objetivo de se atingir o requisito de furtividade que era imposto pela marinha, assim como resistência a incêndios. Uma arquitetura modular permitirá a substituição de sistemas se armas e sensores com extrema facilidade quando houver necessidade de modernizações ou para satisfazer os requisitos de potenciais clientes estrangeiros.
Acima: Deste angulo podemos ver o heliporto e o hangar do Steregushchy que é capaz de operar um helicóptero Ka-27 Helix de guerra anti-submarina.
A propulsão é do tipo CODAD (combinação Diesel/ Diesel) composta por 4 motores a diesel Kolomna 16D49 com 23,664 HP de potencia. Esse sistema impulsiona a Steregushchy a uma velocidade de 30 nós (56 km/h). A autonomia é admirável para uma embarcação pequena como a Steregushchy, chegando a 4000 mn (7400 km) o que garante capacidade de prestar apoio em missões em outros continentes.  O deslocamento deste navio é de 1900 toneladas, se mostrando uma embarcação leve, com boa margem de potência para executar manobras no mar.
A suíte eletrônica embarcada na Steregushchy é composta de um radar de busca aérea Salyut Positiv MR-352M ME1 com 110 km de alcance contra um alvo de 5m² de RCS (um caça MIG-29, por exemplo). Já o radar de busca de superfície é um Granit Central Scientific Institute Garpun-B/3Ts-25E/PLANK SHAVE com 150 km de alcance. Além da busca de superfície, este radar é usado, também, para fornecer parâmetros para lançamento de mísseis anti navio. O radar de controle de fogo é o Ametist 5P-10E usado para direcionar o canhão A-190 de 100 mm contra seus alvos.
Acima: O desenho com características stealth da Steregushchy fica bem claro nos angulos mostrados nessa foto.
O armamento usado pela Steregushchy é composto pelo canhão automático Arsenal A-190 de 100 mm capaz de atingir alvos a 20 km de distancia a uma cadencia de 80 tiros por minuto. O armamento principal da Steregushchy é, sem sombra de duvidas, seus dois lançadores quádruplos KT-184 de mísseis anti-navio, que podem ser do tipo KH-35E Uran, que tem um perfil de voo subsônico, rasante ao mar (sea-skiming) cujo alcance chega a 130 km. Sua guiagem se dá por sistema inercial, e radar ativo na fase terminal do ataque. Sua ogiva tem 145 kg de explosivos. Alternativamente ao KH-35E, pode se equipar a Steregushchy com 8 mísseis anti-navio P-800 Yakhont, que possui desempenho supersônico, sendo capaz de voar a 2650 km/h contra alvos situados a 300 km de distancia, transportando uma potente ogiva de 250 kg de alto explosivo. O míssil Yakhont é guiado por radar ativo e foi base para o míssil BrahMos desenvolvido em conjunto com a Índia.
Para defesa antiaérea, esta classe foi armado no primeiro navio, o Steregushchy, com um sistema Kashtan M, composto por um arranjo formado por dois canhões tipo gatling GSh-30K de 6 canos rotativos de 30 mm mais dois tubos lançadores de mísseis SA-N-11 (SA-19 Grison) guiados por radar semi-ativo e com um alcance de 8 km, porém, este sistema foi substituido nos navios seguintes por um lançador vertical Redut VLS com 12 mísseis 9M96E (versão de médio alcance do sistema S-400). Este míssil pode abater uma aeronave a 40 km de distancia com um índice de precisão de 90%. Ainda para defesa antiaérea, estão instalados dois canhões CIWS AK-630M de 30 mm que disparam a uma cadencia de 10000 tiros por minuto, e tem um alcance de 4000 metros contra alvos aéreos. Há duas metralhadoras MTPU calibre 14,5 mm montadas em um suporte e operada manualmente. Essa metralhadora tem alcance de 2000 metros e cadencia de 600 tiros por minuto. Para guerra anti-submarino, foi instalado 2 lançadores quádruplos para torpedos anti submarino e anti-torpedos de 330 mm Paket NK, guiado por sonar ativo/ passivo, e com alcance de 19 km aproximadamente. Sua ogiva tem 70 kg de alto explosivo.
Um helicóptero Kamov KA-27 Helix anti-submarino é operado pelo Steregushchy havendo um hangar para transporta-lo e executar manutenção.
Acima: O clássico canhão A-190 de 100  e logo atras dele o lançador vertical Redut para mísseis 9M96E do sistema S-400 (versão de médio alcance), dão a corveta Steregushchy um poder de fogo bem acima do que costumamos ver nesse tipo de navio.
Quando vemos essas características descritas na corveta Stereguschy, como seu sistema de armas relativamente pesado associado a sensores modernos, porém de baixo custo, podemos prever que a corveta Steregushchy  terá um forte potencial sucesso comercial no mercado de navios de guerra de pequeno porte. A Rússia pretende operar um total de 12 unidades desta classe e a primeira entrou em serviço em novembro de 2007. Existem 3 versões desta classe que embora sejam classificadas com classes diferentes, são na verdade variações da original Steregushchy. Essas variantes são a Project 20385 Gremyaschy E a Project 20382 Tiger. As diferenças são basicamente alguns itens de armamento e de sensores, porém, basicamente são navios da mesma classe.
É interessante notar que a modularidade que este projeto traz, permite configurar tanto os sensores, como armamentos, de acordo com especificações diferentes de clientes internacionais e que, poderiam deixar esta corveta ainda mais poderosa no que tange a poder de fogo a colocando em um patamar de fragatas leves. Atualmente, além da Rússia, a Argélia é a única cliente do modelo.