quarta-feira, 7 de junho de 2017

Caça-bombardeiro Lockheed Martin F-16


    Com o abate dos F-86 Sabre, em Junho de 1980, a FAP ficou sem um caça destinado à defesa do espaço aéreo nacional. Para colmatar tal lacuna, o ramo esperava receber caças F-5E Tiger II. No entanto, tal aquisição não foi efectuada, tendo sido adquiridos caça-bombardeiros A-7P Coisair II - óptimas aeronaves para missões de ataquee e apoio aéreo, mas bastante limitadas no combate ar-ar. Assim, somente com a chegada dos caças F-16 OCU Block 15 - em Julho de 1994 - Portugal voltaria a dispôr de uma frota apta a realizar missões de defesa aérea.
    Foram, assim, recebidos um total de vinte caças ao abrigo do programa Peace Atlantis I, de 1990. Para operar estas aeronaves, a Esquadra 201 foi reactivada. Presentemente, esta mantém permanentemente duas aeronaves armadas e prontas a descolar - em QRA (Quick Reaction Alert).  A Esquadra 201 possui como missões principais: defesa aérea, luta aérea defensiva e intercepção, realizando, também, as missões secundárias de interdição aérea, apoio aéreo ofensivo e missões TASMO.
    Até ao momento, o único conflito bélico em que o F-16 participou, sob as insígnias da FAP, foi em 1999, nos Balcãs. Para o mesmo foram destacados três caças e respectivos pilotos e pessoal de apoio.
    A primeira e única perda de um F-16 ocorreu a 8 de Março de 2002, num trágico acidente que provocou a morte do piloto e a destruição do aparelho.
    Paralelamente às operações da Esquadra 201, a FAP pretende vir a constituir-se uma segunda esquadra, passando, então, a FAP a contar com duas esquadras de caças modernizados. Por agora, os F-16 modernizados serão operados pela Esquadra 201. Para isso, a partir de Outubro de 1999, foram recebidas - ao abrigo do programa Peace Atlantis II - 25 células de F-16 OCU provenientes da USAF. Uma aeronave adicional (monolugar) irá ser modernizada para compensar o F-16 acidentado.
    A entrega oficial do primeiro F-16 modernizado (um monolugar) deu-se, a 26 de Junho de 2003, nas instalações das OGMA.

Motor1 Pratt & Whitney F100-PW-220E
Autonomia3.891 km
Velocidade MáximaMach 2.05
Altitude Operacional16.750m
Peso Máximo10.594 kg
RadarAN/APG-66
Armamento
Para ataque ar-solo: mísseis Maverick (de guiagem por infra-vermelhos e câmara), bombas para fins gerais e rockets. Em fase de integração/aquisição encontram-se as JDAM (Joint Direct Attack Munition) e a JSOW (Joint Standoff Weapon).
Para defesa aérea: o canhão M-61 A1 de 20mm e mísseis AIM-9 Sidewinder e AIM-120 AMRAAM. Refere-se o interesse do ramo pelo AIM-9X.
Para guerra electrónica: pods AN/ALQ-131 para guerra electrónica e interferência.
Número de Aeronaves20

Avião de Patrulha e Fiscalização Marítima CASA C-212-100 Aviocar





    Aquando da sua aquisição, Portugal planeava utilizar a frota de aviões Aviocar de fabrico espanhol, essencialmente, em missões de transporte e ligação no Ultramar e de curto alcance. Porém, o fim do conflito nas ex-colónias ditou a utilização, já em território português, da frota noutras missões, como a patrulha e vigilâncias marítima.
    A Esquadra 401 possui, hoje, sete aeronaves C-212 série 100 e outras duas da série 300. Utiliza-as em missões de buscava e salvamento e apoio à vigilância marítima. Paralelamente, as mesmas são empregues em missões de reconhecimento fotográfico.


Motorn.d.
Autonomia5h de voo/7h de voo com depósitos auxiliares
Velocidade Máxima370 km/h
Altitude Operacional6.600 m
Peso Máximo6.500 kg
Número de Aeronavesn.d.

Avião de Patrulha e Fiscalização Marítima CASA C-212-300 Aviocar



    Os Aviocar portugueses da série 300 foram recebidos em 1994 e estão integrados na Esquadra 401. Até então a componente aérea do Sistema de Fiscalização e Controle das Actividades de Pesca (SIFICAP) era assegurada por três C-212-100. Em relação aos anteriores, os novos Aviocar são aeronaves mais modernas, com maior autonomia e um radar mais potente, destinadas a patrulha marítima, fiscalização de pescas e combate à poluição. A sua operação está atribuída à Esquadra 401, tendo como missões: a patrulha da costa portuguesa, vigilância marítima, fiscalização das pescas, busca e salvamento, fotografia aérea, guerra electrónica e reconhecimento.
    Como curiosidade: em 1995, um Aviocar da FAP (C-212-300 – matrícula 17201) esteve presente no stand da CASA do Salão de Le Bourget. Foi aliás, o primeiro avião com a Cruz de Cristo a estar presente no mesmo.
    Apesar da substituição da frota principal, os Aviocar série 300 permanecerão em serviço.

Motor 2 motores turbo hélice Garret (modelo - ?)
Autonomia7h de voo
Velocidade Máxima370 km/h
Altitude Operacional7.620 m (para velocidade de cruzeiro)
Peso Máximo8.100 kg
Número de Aeronaves2

Avião de Patrulha/Luta Anti-Submarina Lockheed P-3P Orion



    Os actuais cinco avião da frota nacional estão integrados na Esquadra 601. Como missões cabe-lhes a patrulha marítima, luta anti-submarina, operações de busca e salvamento, luta anti-navio e de minagem da costa. Paralelamente, levaram já a cabo missões de vigilância e combate à poluição, tráfico de droga e participaram em operações nos PALOP.
    As células nacionais pertenceram à Austrália, tendo sido dotadas de novos sensores e modernizadas - originando a versão P.
    A sua operação inicia-se no ano de 1988. Desde então, um Orion esteve destacados entre 1992 e 1996  unas operações de embargo à Federação Jugolávia e um outro apoiou as operações de resgate  na Guiné-Bissau (1998).
    Em Setembro de 2004, o Ministro da Defesa anunciou que numa parceria com a Alemanha, Portugal adquiriu a frota de aviões P-3C Orion da Holanda, cabendo-lhe um lote de cinco aviões de um total de treze. O negócio no valor de 70 milhões de euros vem, assim, cancelar os planos da FAP para modernizar a actual frota - modernização para a qual tinham sido feitos contactos com a Lockheed Martin. As aeronaves adquiridas serão recebidas a partir de 2005, estando prevista a sua modernização nas OGMA, recorrendo-se, para tal, a verbas inscritas na LPM (Lei de Programação Militar). Por sue turno, as actuais células serão, segundo a mesma fonte, ou vendidas a outros países ou usadas para fornecimento de sobresselentes.

Motor4 Allison T56-A-14
Autonomia16h de voo
Velocidade Máxima760 km/h
Altitude Operacional8.900 m
Peso Máximo64.410 kg
Armamento
Para luta anti-navio: mísseis AGM-84D Harpoon
Para luta anti-submarina: torpedos Mk 46, apto a lançar minas
Número de Aeronaves(uma aeronave - 14801 - desactivada)

Westland Super Navy Lynx Mk95



Presentemente, os helicópteros Lynx constituem um importante sistema de armas na Armada portuguesa. Equipando as fragatas Meko 200 estas aeronaves fornecem às forças navais capacidade para realizar missões de luta ASW para lá do alcance dos sistemas de armamento dos navios dos quais são orgânicos, e graças à sua reconhecida polivalência são igualmente usados pelo ramo na execução de outras missões e no apoio a outras unidades operacionais.
O Lynx teve origem num acordo entre a França e Inglaterra em 1968, com o qual ambos os países produziram conjuntamente três modelos de helicópteros. As primeiras entregas deram-se em 1974.
A Guerra das Malvinas em 1982, foi o primeiro conflito bélico deste helicóptero, onde obteve enorme sucesso na destruição dos navios argentinos. Na Guerra do Golfo, repetiu-se o sucesso, os Lynx destruíram várias lanchas iraquianas usando mais uma vez os mísseis Sea Skua. 
Na marinha portuguesa, a sua aquisição deu-se com a chegada das três fragatas da classe "Vasco da Gama", tais navios possuem capacidade para transportar e operar até dois helicópteros, para equipar os navios foi escolhido o modelo britânico Westland Super Lynx. O contracto para aquisição de cinco aparelhos foi assinado em 1990, tendo as cinco unidades (três novas e duas modernizadas) foram recebidas entre Agosto e Novembro de 1993, sendo incorporadas à Esquadrilha de Helicópteros da Armada. Assim, as Meko 200 apenas passaram a dispor das aeronaves embarcadas operacionais a partir de Janeiro de 1995.
Operacionalmente os Lynx são também usados pelo Corpo de Fuzileiro da Armada, permitindo o treino dos militares em operações de transporte táctico e heli-assalto. Os mergulhadores e o Destacamento de Acções Especiais (DAE) são outras forças que podem recorrer aos helicópteros Lynx, como já o faz em exercícios, para realizar incursões em território inimigo e transporte de tropas.
Uma das mais importantes participações destas aeronaves num cenário bélico foi em 1998, na Guiné-Bissau. Tendo sido usadas no resgate dos civis. Em Timor, embarcados nas fragatas Meko 200 realizaram missões de apoio às populações locais.
Para luta ASW, os os Lynx recorrem aos seus modernos sensores, como o sonar acústico Bendix AQS-18, ou sendo guiados pelo sonar das fragatas. Como armamento estão armados com os modernos torpedos Mk 46, dando a estes helicópteros capacidade quer contra submarinos, quer contra navios de superfície.
No futuro existe a intenção de adquirir mais 3 unidades de modo a garantir um total emprego destes meios nas fragatas (dois em cada fragata) e manter uma capacidade treino em terra. Certo é que os Lynx continuaram a ser um dos mais importantes meios da Armada garantido uma rápida e eficaz resposta a qualquer missão para a qual sejam chamados.

Peso Máx.
5.126 kg
Armamento
Torpedos Mk 46
Velocidade Máx.
400 km/h
Autonomia
593 km
Tripulação
3
Número de Unidades
5

Helicóptero Utilitário Ligeiro Sud-Aviation/Aerospatiale SE-3160 Alouette III


    O Alouette III é um helicóptero ligeiro polivalente e com uma sólida experiência bélica. Esta aeronave resulta de uma evolução do Alouette II, desenvolvido pela Sud-Aviation, de modo a atender às exigências dos militares franceses de um helicóptero ligeiro polivalente. O primeiro protótipo fez o seu primeiro vôo em 1959.
    Portugal adquiriu as primeiras unidades em 1963, e desde logo se tornou num dos maiores operadores deste helicóptero com um total de 142 aparelhos encomendados e foi o primeiro país a usá-lo em combate. Durante os vários anos em que actuaram nas colónias ultramarinas realizaram vários tipos de missões, desde transporte ou evacuação médica até apoio de fogo e escolta. No total perderam-se 30 aparelhos. Com o fim da Guerra Colonial a maior parte destas aeronaves foram vendidas ou canibalizadas para fornecerem peças sobresselentes aos Alouette III operacionais. 
    Presentemente servem na Esquadra 552 destacada na Base Aérea nº11- Beja. Das 18 aeronaves existentes, foram destacadas 4 para a missão da ONU em Timor em 2000. Durante esta missão, num trágico acidente que vitimou aos dois ocupantes, tendo a tripulação saído ilesa, foi perdido um Alouette III. Em Abril de 2002 ocorre um novo acidente, desta vez em Portugal, que provoca a perda de um aparelho e dos ocupantes. 
    A Esquadra 552 conta com um total de 16 aeronaves operacionais. Às quais cabem as missões de transporte aéreo táctico, escolta, apoio de fogo e evacuações médicas e actuando conjuntamente com os helicópteros SA-330 Puma e forças militares do Exército. 

Peso Máx.
2.200 kg
Armamento
Variável
Velocidade Máx.
210 km/h
Autonomia
520 km
Tripulação
1+6
Número de Unidades
16

Helicóptero de Transporte Médio Sud-Aviation/Aerospatiale SA-330H Puma



    O Puma teve o início do projecto na década de 60, quando o Exército Francês requeriu um estudo para o desenvolvimento de um helicóptero táctico de transporte. O primeiro protótipo voou em 1965,  e após algumas modificações no projecto original e testes com o novo protótipo o Puma começou a ser entregue em 1969.
    Em Portugal a aquisição do Puma teve origem na necessidade de complementar os Alouette III em serviço. Foram recebidos um total de 13 aeronaves do tipo SA-330C entre 1969 e 1971. Posteriormente foram destacados para missões em Angola e Moçambique, tendo sido inclusive os primeiros Puma a entrar em combate.
Com o fim dos conflitos em África, os helicópteros foram destacados de novo em bases aéreas portuguesas. Em 1979 os Puma recebem uma modernização nas OGMA para os padrões SA-330H com a instalação de modernos equipamentos de navegação (incluindo um radar) e flutuadores insufláveis necessários às missões de busca e salvamento. Posteriormente em 1988 os Puma sofreram uma remotorização, as turbinas Turboméca Turmo IV de 1.400 hp foram substituídas pelas Turboméca Makila A1A de 1.990 hp.
    Presentemente executam missões de busca de salvamento e de combate SAR, estando as 10 aeronaves existentes atribuídas às Esquadra 751 da Base Aérea nº6- Montijo e Esquadra 711 da Base Aérea nº4- Lajes. As actuais aeronaves serão substituídas pelos novos EH-101, um total de 12 aeronaves adquiridas em 2001, estando prevista a chegada destas primeiras aeronaves a partir de 2004.
    O abate dos Pumas ocorrerá, gradualmente, entre 2004 e 2006. Eventualmente, alguns poderão ser adaptados para apoio ao combate a incêndios, mantendo-se a sua operação e manutenção a cargo da FAP.

Peso Máx.
6.400 kg
Velocidade Máx.
310 km/h
Autonomia
560 km
Tripulação
3+16 
Número de Unidades
10