EE-17 SUCURI I.
Um primeiro fruto na tentativa de fornecer um sucessor do Cascavel.
FICHA TÉCNICA
Velocidade máxima: 110 Km/h.
Alcance Maximo: 600 km.
Motor: Detroit Diesel 6V53T, turbo alimentado, refrigerado a água com 300 HP a diesel.
Peso: 18,5 Toneladas.
Comprimento: 7,75 m.
Largura: 2,80 m.
Altura: 2,50 m.
Tripulação: 4..
Inclinação frontal: 60º.
Inclinação transversal: 30º.
Passagem de vau: 1,5 m.
Obstáculo vertical: 0,60 m
Trincheira: 1,2m
Armamento: Um canhão Giat CN-105 D1504 de 105 mm; uma metralhadora coaxial MAG calibre 7,62X51: uma metralhadora anti aérea Browning M27,62X51 mm, quatro lançadores de granadas fumigeneas.
No final dos anos 70 a Engesa – Engenheiros Especializados S/A, começou a realizar uma serie de estudos visando o mercado emergente externo, mas também o mercado interno tendo possibilidade de encomendas por parte do exército brasileiro para um veículo mais poderoso que o Cascavel embora com grande mobilidade.
Usando a experiência que já havia adquirido com os blindados leves EE-9 Cascavel e EE-11 Urutu, desenhou um caça-tanque totalmente nacional muito bem armado, capaz de engajar veículos mais poderosos de surpresa e utilizar a sua alta velocidade para escapar da possibilidade de contra ataque inimigo. Com isso a ENGESA desenvolveu o EE-17 Sucuri que mais tarde teria a designação de alterada para SUCURI I, (posteriormente foi desenvolvido outro veículo, denominado EE-18 SUCURI II). O projeto era simples e fez extenso uso de peças para caminhões comerciais, como forma de ser operado e mantido, com baixo custo, por uma experiente equipe treinada em manutenção daqueles veículos, o que daria uma grande independência logística. Pode-se dizer que o Sucuri era basicamente um sistema de armas construído ao redor da suspensão “boomerang”, semelhante à do Cascavel, maior e capaz de receber uma torreta com canhão de 105 mm. A idéia era ter custos operacionais e consumo de combustível baixo, além de possuir grande mobilidade, dispensando assim o uso de carretas como para os carros de combate. Ao idealizar o EE-17 Sucuri, os projetistas se preocuparam em conciliar as exigências de proteção blindada, poder de fogo e mobilidade.O armamento principal consistia em um canhão de origem francesa Giat CN-105 D1504 de 105 mm, com sistema de descarga automático e disparo elétrico e mecânico podendo disparar munições do tipo HE (carga explosiva), HEAT (carga explosiva antitanque) HESH (carga explosiva esmagante) Possuía um depósito de munição para vinte e três projéteis de 105 mm na torre e mais vinte no interior do veículo. Com sistema de disparo elétrico e manual, alcance de 600 m e razão de disparo na ordem de 12 tiros por minuto, além de quatro lançadores de granadas fumigeneas. Como armamento secundário possui uma metralhadora coaxial FN MAG calibre 7,62X51 mm e metralhadora antiaérea Browning M2 cal .50 (12,7 mm).
A torre era do tipo FL-12 oscilante, importada da França (idêntica à utilizada nos veículos AMX-13, SK-105 ou Panhard EBR), operada eletro-hidráulicamente, com tripulação de dois homens (comandante e artilheiro), giro de 360º, elevação total 17º 30’ (de -5º a +12º 30’), com equipamento ótico de dez periscópios (ampliação 1:1) dispostos em volta das escotilhas, telescópio monocular (ampliação 6:1) para direção do canhão, equipamentos de visão noturna ativa ou passiva, sistemas de rádio e intercomunicação e telêmetros laser.
A carcaça era uma estrutura monobloco em chapa bi-metálica blindada. Essa blindagem é composta de duas camadas de aço: a camada externa é formada de uma liga de aço mais rígida, enquanto a camada interna e formada de uma liga de aço mais maleável e menos rígida, porém mais resistente soldada, similar as usadas nos outros veículos da ENGESA, com isolação térmica e acústica, bem como gancho traseiro para reboque e quatro suportes para iça mento. A blindagem do Sucuri I é capaz de “segurar” projéteis de calibre 14,5 mm e fragmentos de explosivos em toda a sua carroceria. Como equipamento opcional do veículo, poderia ter aquecedor, ar condicionado e sistema automático de controle de pressão dos pneus As rodas com cubos raiados em aço fundido e aros estampados com pneus militares “à prova de balas” 14.00 x 20 – 18 lonas. Além disso, o Sucuri pode operar em ambiente NBC (nuclear, Químico e Biológico) através de Filtros instalados no sistema de ar condicionado do veiculo. A guarnição do EE-17 Sucuri é composta por três homens: motorista, comandante e atirador. Cada um dos tripulantes possuiu uma escotilha própria. Na carcaça havia uma porta lateral localizada na esquerda do veiculo e uma porta na traseira, para facilitar o acesso aos compartimentos do motorista e da torre.
A propulsão do Sucuri I e feita por um motor Detroit Diesel 6V53T, seis cilindros em “V”, 5212 cm3 de cilindrada total, dois tempos, turbo alimentado, refrigerado a água, potência máxima de 300 hp, levando o veiculo a alcançar em estradas 110 km/h (fazendo dele o caça tanque mais veloz do mundo na época), com transmissão automática Allisson MT 640, com quatro velocidades à frente e uma à ré, caixa de transferência mecânica Engesa, duas velocidades com engrenagens helicoidais de engrenamento constantes, árvore de transmissão tubular com juntas universais Hooke, suspensão e eixo dianteiro propulsor, por feixes de molas semi-elípitcas, amortecedores telescópios de dupla ação e barras estabilizadoras, eixo dianteiro propulsor direcional. Sua autonomia era de 600 km. A suspensão traseira era por feixes de molas e barras estabilizadoras, e o eixo propulsor articulado Engesa “Boomerang” (como no Cascavel) com facões laterais e sistema de bloqueio do diferencial. Sistema central de calibragem dos pneus (CTIS) permite mobilidade elevada em qualquer tipo de terreno. O EE-17 Sucuri teve seu motor instalado na parte frontal direita. Os tanques de combustível e de munição situavam-se logo atrás do motor separados por uma parede corta fogo.
O veículo foi levado pela ENGESA para vários países como Marrocos, Kuwait, Iraque, Grecia e Venezuela para realizar testes e demonstrações. Mas a preferência de muitos acabou sendo por modelos de lagartas fabricados na Áustria (SK 105 Kurassier) e produzidos em grande quantidade, tanto que acabou sendo adotado pelo Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha Brasileira e recebidos em 2001, com a mesma torre do Sucuri.
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