sábado, 3 de dezembro de 2016

AMX


A-1 AMX
Caça-Bombardeiro


FICHA TÉCNICA
Velocidade máxima: 1160 Km/h
Velocidade de cruzeiro: 950 Km/h
Razão de subida: 3124 m/min
Potência: 0.69
Fator de carga: 8, -3 Gs
Taxa de giro: 15º/seg
Teto de serviço: 13000 m
Alcance: 889 Km(Hi lo Hi)/ 3336 km (Translado)
Motor: Um motor Rolls-Royce Spey Mark 807 com 4900 kg de empuxo
DIMENSÕES
Comprimento: 13,55m
Envergadura: 9.97m
Altura: 4,55m
Peso: (vazio): 6700 Kg
ARMAMENTO (Após a modernização):
Ar Ar: Míssil MAA-1 piranha, Míssil A-Darter.
Ar Terra: Mísseis AGM-65 maverick, Bombas Mk82/83/84, e lançadores de foguetes, Bombas guiadas IR Opher, GBU-12/16/24 guiadas a laser, Mísseis antinavio Harpoon, AM-39 Exocet, e RBS-15.
Interno: (Italiano) 1 canhão M61 de seis canos calibre 20 mm; (brasileiro) 2 canhões DEFA-554 de 30 mm.
Carga externa máxima: 3800 Kg


Em 1999 o caça AMX teve seu batismo de fogo sob os céus da Europa sob a operação força aliada empreendida pela OTAN para acabar com a opressão da Servia sobre Kosovo. O AMX apresentou uma disponibilidade, dirante aquela operação, de 99,5%, um fato extremamente positivo, dado, esse, superior aos vistos em outras aéronaves mais "populares" como o F-16, por exemplo. Além disso, o pequeno avião, conseguiu destruir alvos num território relativamente bem defendido, sem ser importunado, e sem nenhuma baixa, e com um nivel de precisão que fez com que o nome deste avião, fosse comemorado pelos Italianos, que até aceleraram a programa de modernização dele, graças ao bom desempenho, fazendo com que o AMX fique em operação naquela força, mais tempo, do que se previa. O AMX foi desenvolvido em 1982 como um avião de ataque e bombardeiro que substituísse na força aérea italiana os velhos Fiat G-91 nas funções de ataque e de reconhecimento. O Brasil já estava precisando de um avião de ataque para ocupar o lugar dos inceficientes Xavantes e acabou por aproveitar a oportunidade de participar do desenvolvimento do AMX com as empresas italianas Alenia e Aermacchi, para adquirir um avião com mais eficiência e que permitiria ao Brasil absorver a tecnologia e o know how na construção de aviões de combate modernos. Obviamente que a empresa brasileira que entrou no programa foi a Embraer, que aproveitou os conhecimentos vindos desse programa de desenvolvimento para melhorar sua capacidade de gerir projetos e de produção de sistemas de vôo e que foram usados no avião comercial EMB 145, o maior sucesso comercial da empresa e o mais vendido avião de transporte regional, na categoria de 50 passageiros.
Existe um mal entendido sobre o AMX que acaba por levar a um preconceito. Esse mal entendido é chamá-lo de “caça”. Podem acreditar... o AMX não é um caça. Ele é um avião de ataque especializado. Ele poderia até participar de um combate aéreo, sim, mas em legítima defesa. O AMX não vai atrás de outros aviões de combate para abatê-los. E uma coisa interessante sobre isso, me veio a lembrança de que o coronel da USAF Neil R Anderson, o primeiro homem a pilotar um F-16, fez um vôo de teste no AMX, e teceu um comentário que considero relevante. Ele disse que o AMX acelera bem e que a baixa altitude, o AMX é mais manobrável que um F-5E. E junte-se a isso, o fato de que em treinamentos ocorridos no Brasil entre a FAB (força aérea brasileira) e a USAF (força aérea dos Estados Unidos), caças F-16 foram abatidos por AMX nessas condições de baixa altitude. Existe um estudo, para se substituir o motor Rolls Royce Spey MK 807 pelo mais potente motor EJ-200 que equipa o Typhoon. Se ocorrer essa mudança, os AMX italianos, serão mais rápidos, potentes, e mais eficazes em situações de combate aéreo, podendo aí, serem chamados de “caças”.
Para a FAB, a incorporação do AMX a seu inventário permitiu uma revolução na sua capacidade de combate. Alguns aviônicos modernos, estavam sendo usados pela primeira vez na FAB, como o HUD (visor acima da cabeça). Esse equipamento foi instalado nos F-5M, na sua modernização. Um sistema CCIP/ CCRP calcula continuamente o ponto inicial e o ponto de lançamento de armas, fazendo com que o AMX atinja as melhores marcas de precisão entre os caças da FAB. Este sistema, também, estava sendo usado na FAB pela primeira vez. Embora os AMX italianos usem um radar, de telemetria EL/M 20001 B, os modelos destinados ao Brasil não contavam com este equipamento. Na verdade, alguns itens que foram montados nos AMX italianos, tornaram a versão deles mais capaz. O Brasil, sentiu a defasagem dos sistemas do AMX, ou A-1, como é designado pela FAB, e preparou um programa de modernização bem amplo que usará muitos dos sistemas empregados na modernização já em andamento, do F-5M.

Entre os itens mais importantes, porém diferente do usado no novo F-5M, será o radar Mectron SCP-1 Scipio, (abaixo e a direita) que é o primeiro radar multímodo embarcado, fabricado no Brasil, e que dará ao AMX, uma maior capacidade de ataque e de combate aéreo, no caso de ele ter que se defender. O alcance do radar Scipio contra um alvo aéreo de 5 m2, é de 32 Km, contra um alvo de superfície, com 100 m2, é de 80 Km. Esse radar opera em 6 modos, sendo eles: mapeamento do terreno; indicador de alvos terrestres; Evitamento de terreno; Telemetria ar-solo e ar ar; Busca marítima; e modo look down/ look up. O HUD já em uso no AMX será substituído por um mais moderno. Outro item importante que será incorporado ao AMX é a uso do capacete com HMD israelense DASH 4, que trará o AMX para a atual geração em termos de táticas de combate modernas. Pelo capacete, o piloto controlará os sensores dos mísseis e terá dados de navegação, similares ao que se tem normalmente pelo HUD, porém com a flexibilidade de se poder tirar a visão do quadrante frontal sem perder essas informações. Também, deve, se instalar o mesmo radio Rohde & Schwarz M3AR (Serie 6000), adquiridos para o F-5M e para o AT-29, dando ao A-1M, capacidade de transmissão e recepção de dados via data link.
No que se refere ao armamento, voltamos a mencionar aqui, a superioridade do AMX italiano, que, além de homologado para uso de armas inteligentes como bombas GBU-16 guiadas a laser e bombas guiadas a IR Opher israelenses, é também equipado com mísseis ar ar na ponta das asas. Mais recentemente, um programa de atualização do AMX italiano, está integrando as bombas JDAM guiadas por GPS, aos aviões deles. Muitos de vocês podem pensar: “Mas o A-1 da FAB também usa mísseis ar ar.” Por incrível que pareça, isso é um engano. Os trilhos estão lá, mas não são preparados para o lançamento de mísseis. As vezes, podemos ver, mísseis montados nas asas de um AMX A-1 da FAB, mas não são armas reais. Por tanto, conclui-se que os A-1 da FAB, são equipados, apenas, com bombas burras e lançadores de foguetes. Na FAB, os A-1, são equipados, também, com 2 canhões DEFA 554 de 30 mm, que podem ser usados para destruir blindados leves e e combates aéreos. Já o Italiano foi equipado com um canhão GE M-61 A1 de 20 mm com 6 canos giratórios. Na época da montagem do AMX esse equipamento foi vetado pelo governo americano para ser fornecido ao Brasil. Na modernização, já aprovada do A-1 da FAB para o padrão A-1M, serão instalados os lançadores de mísseis nas pontas das asas, assim como serão instalados os sistemas necessários para se operar bombas e mísseis inteligentes no modelo A-1M. Não se tem decidido, qual serão essas armas inteligentes, mas pode-se deduzir que, pelo menos, a bomba Opher guiada a IR, seja uma forte candidata para nossos A-1M. O novo míssil anti-radar MAR-1 em desenvolvimento, será também integrado ao A-1M.
Uma outra melhoria, conseqüente da instalação do radar multímodo Scipio, é a possibilidade de se lançar mísseis antinavio do A-1M. Essa melhoria será, sem dúvidas, muito significativa para a capacidade da FAB. Hoje a única capacidade de ataque aéreo antinavio disponível nas forças brasileiras são representadas pela combinação do míssil AM-39 Exocet e o seu vetor de lançamento, os helicópteros SH-3 Sea King e pelos mísseis Sea Skua, lançados pelos super Lynks da marinha brasileira. O desempenho do AMX é típico de aeronaves de ataque leve, sendo sua velocidade 1160 km/h, e sua velocidade de cruzeiro, 950 km/h. Essas velocidades são conseguidas com o uso do motor Rolls Royce RB 168-MK-807, que rende 4907 Kg de empuxo seco, já que esse motor não usa a pós-combustão, para evitar um alto consumo de combustível. Existem estudos sobre a viabilidade de se substituir o motor do AMX, e além do EJ-200 mencionado no início desta matéria, o GE F-404, já foi estudado também. Eu, pessoalmente, acho interessante o EJ-200, por ser um motor europeu, e portanto, fora da influência americana de vetar o fornecimento de componentes, e, também, porque este motor, com a pós-combustão poderia elevar o nível do desempenho do AMX, de forma notável, aumentando sua flexibilidade. A manobrabilidade do AMX é boa, principalmente em baixa altitude, e ele é capaz de puxar até 8 Gs, em manobra. As asas possuem muitos dispositivos de sustentação, que permitem um melhor desempenho acrobático. Para um país como o Brasil, o desenvolvimento do AMX, embora caro, permitiu muitas vantagens em termos de qualificação das empresas nacionais envolvidas, direta e indiretamente, na qualificação de mão de obra para esse segmento de produção de aviões de combate a jato, além de uma importante melhoria na capacidade de ataque estratégico no teatro de operações da América Do Sul. A substituição definitiva do AMX está atualmente prevista para 2020, em que se poderá optar pela construção de um caça multifuncional supersônico para além de ocupar o lugar do AMX A-1M, substituir o F-5M. Seria uma boa oportunidade para o Brasil desenvolver o seu primeiro avião de combate supersônico. Tecnologia, esta, ainda não disponivel nas industrias brasieliras.

 Foto: Rodrigo bendoraytes www.alide.com.br




A-1 Modernizado

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