sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Duwk & CAMANF na Marinha Brasileira



História e Desenvolvimento. 


No início da década de 1940 após o desenrolar das primeiras campanhas no teatro de operações europeu, ficou nítida a necessidade de as forças armadas americanas aumentarem sua mobilidade anfíbia, tendo em vista que muitas das operações de invasão seriam efetuadas neste modal. Entre as soluções apresentadas, uma em especifico se baseava na aplicabilidade operacional dos recém incorporados Jeeps GPA anfíbios, propondo a o desenvolvimento de caminhões trucks anfíbios para o transporte de cargas e tropas.

A primeira empresa a investir neste conceito foi a Yellow Truck and Coach Corporation de Michigan com o envolvimento dos projetistas Rod Stephens, Jr. of Sparkman & Stephens , que empregaram como base o chassi do caminhão GCM AFKWX, modelo COE 2,5 tn 6x6, o primeiro protótipo receberia de designação de DUWK, em alusão a classificação padrão de veículos militares, sendo a letra D referente ao ano de 1942, U de utilitário, K de veículo sobre rodas e a letra W referente a seus dois eixos de hélice. Sua produção, no entanto, em escala industrial seria destinada a General Motors Corporation.

Sua concepção especial em forma de barco lhe permitia ampla mobilidade no ambiente aquático (inclusive marinho) e sua tração 6X6 lhe garantia a operação em terra como um caminhão convencional, foi o primeiro veículo militar a permitir que o controle de pressão dos pneus fosse controlado remotamente pelo motorista, sendo este recurso necessário para adaptação dos pneus em ambientes de areia (praias) e estradas de terra e pavimentadas, tornando o modelo amplamente adaptável aos mais variados tipos de terreno.

Os primeiros contratos foram destinados as unidades do Exército e Corpo de Fuzileiros Navais Americanos, nos termos do Leand Lease Act foram fornecidas 2.000 unidades para as forças britânicas, 535 para a Gra Bretanha e 585 para a União Soviética (que viria posteriormente a construir sua versão local denominada BAV 485). Seu batismo de fogo ocorreu no teatro de operações no Pacifico durante a ofensiva em Guadalcanal em meados de 1942, sendo empregados também pelas forças de invasão aliadas na Sicília – Itália, na operação Husky em julho de 1943, onde tiveram destacada atuação suprindo as forças em praia com provisões, munição e transporte de feridos. 

Estiveram presentes em todas as operações anfíbias na segunda metade da Segunda Guerra Mundial, até o ano de 1945 foram produzidas 21.247 unidades, após o termino do conflito muitas unidades foram cedidas a França, Australia e outras nações. No entanto o Duwk ainda participaria de diversos outros conflitos como a Guerra da Coréia, Guerra Francesa na Indochina e a confrontação entre Malásia e Indonésia na entre os anos de 1962 á 1966 Na França, pais considerado o maior operador do modelo no pós-guerra algumas unidades modernizadas na década de 1970, foram retiradas do serviço ativo somente no ano 1982.

Emprego no Brasil. 

Na década de 1970 o Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil, buscava desenvolver sua estrutura operacional anfíbia e para isto estudava no mercado internacional opções de veículos que pudessem preencher esta lacuna, porém restrições orçamentárias impediam a aquisição de modelos mais recentes como os M-113 ou M-59, após analise optou-se pela aquisição de 34 unidades usadas do modelo DUWK excedentes do estoque das forças francesas, após a seleção os veículos foram recuperados nas instalações portuárias de Antuérpia por técnicos da empresa  brasileira Novatração Artefatos de Borracha Ltda.

Após este processo os veículos foram remetidos ao Brasil no final do ano de 1974, sendo imediatamente incorporados Batalhão de Blindados do Corpo de Fuzileiros Navais, sediado no Rio de Janeiro. A adoção deste modelo com sua capacidade de transporte de até 59 soldados totalmente equipados ou seu equivalente em carga, foram de extrema importância desenvolvimento da doutrina de operações de transporte e desembarque de tropas das forças anfíbias brasileiras.

O sucesso operacional do DUWK junto ao Corpo de Fuzileiros Navais, motivou a empresa Biselli Viaturas e Equipamentos Ltda, a desenvolver um substituto nacional para o modelo, visando assim a substituição das unidades mais desgastadas em função do tempo de serviço. Os estudos tiveram início em maio de 1978, sendo o projeto batizado de CAMANF (Caminhão Anfíbio), os parâmetros operacionais contemplavam capacidade transporte de até 5 toneladas de carga útil em terra ou aguas calmas, sendo que em mar agitado este limite seria reduzindo para 2,5 toneladas em função de segurança. Foi concebido com base no chassi do caminhão civil  Ford F-7000, sendo aplicada algumas modificações entre elas a adoção do potente motor diesel Detroit 4-53N com 145 cv aliado a uma nova caixa de câmbio produzida pela Clark equipamentos. Este novo conjunto representou grandes avanços em relação ao modelo original mais notadamente na capacidade do gancho traseiro de duplo emprego capaz de tracionar cargas atrás e a frente graças a uma abertura por onde passava o cabo do reboque.

Sua carroceria era composta totalmente em aço laminado a frio, com estrutura de proa reforçada, tração nas seis rodas e pneus PPB a prova de balas 900X20 de rodagem simples, com sistema de inflamento e desinflamento para qualquer terreno, desenvolvendo velocidade máxima em terra de 72 km/h na agua de 14 km/h com autonomia para 480 km em terra ou 18 horas em agua, com um peso na ordem de 13.500 kg.

As tratativas iniciais entre a Bisseli e a Marinha do Brasil sinalizam a aquisição de 25 unidades e reforma de 4 modelos DUWK originais que serviriam de laboratório para a construção dos novos veículos. No entanto somente foram adquiridos 5 CAMANFs, pois neste período o Corpo de Fuzileiros Navais já vislumbrava a adoção de veículos blindados de transporte de tropa anfíbios como os M-113 e e EE-11 Urutu, que eram de concepção mais moderna, inviabilizando assim a aquisição de mais unidades do CAMANF em virtude da obsolescência da concepção do veiculo.

GMC CCKW 353 C2-D1 Tanque



História e Desenvolvimento. 


Perto do final da década de 1930 o comando do Exército Norte Americano estava imbuído em grande processo de modernização de suas forças motomecanizadas, um dos pilares deste plano contemplava a aquisição em larga escala de uma nova família de caminhões 6X6 que viesse a substituir ou complementar os modelos 4X4 como os Chevrolet G-506, G-621 Dodge e G-540 Ford. Os parâmetros da concorrência apresentada as montadoras de caminhões estabeleciam um veículo com capacidades off road, tração integral 6X6, com 3,7 metros de área útil de carga, com capacidade de 2.268 kg de transporte. Diversas empresas americanas entre elas Ford, Studebaker, Corbitt, REO, Federal Motor, Biederman Motors  e Kenworth Motor apresentaram suas propostas em no início de 1940, entre estava a General Motors Co. que já detinha grande experiência no fornecimento de caminhões comerciais modicados as forças armadas americanas, como no caso do Chevrolet G-506 e Chevrolet G-085.

Avaliações detalhadas de todas as propostas foram realizadas no início de 1940 pelas equipes do US Army Ordnance Corps , deferindo pelo projeto da General Motors Co, esta proposta foi desenvolvida com base no  caminhão GMC ACKWX 353 6X6 que fora desenvolvido em 1939 sob encomenda para o Exército Frances, no entanto diferia visualmente deste por contar com a cabine do Chevrolet G-506, além disto extensas modificações foram implementadas neste modelo original, visando assim se adequar aos parâmetros exigidos na concorrência. Após ser oficialmente declarado como projeto vencedor da concorrência, o mesmo recebeu a de CCKW (com o C referente ao ano de 1941, C de Cabine Simples, K de tração em todas as rodas e W de eixos traseiros duplos). Após a celebração dos contratos com o governo americano foi definida que a produção inicial seria baseada na planta fabril da MGT Yellow Truck and Coach Division's Pontiac, Michigan, sendo depois estendidas as fabricas da General Motors e Pontiac, em St Louis e Missouri. As versões iniciais de produção dispunham da cabine padrão comercial (modelo A1) , porém em 1944 um novo modelo com cabine em lona e sem as portas seria desenvolvido ( B2 ), esta concepção apresentava entre outras vantagens um menor tempo de produção, redução da altura do veículo para transporte naval e também a possibilidade de se portar uma metralhadora .50 em um suporte giratório sobre a cabine.
Um dos grandes segredos do sucesso deste projeto, foi o emprego de componentes já desenvolvidos, testados e provados no meio civil, que além concederam ampla confiabilidade resistência e desempenho, proporcionaram uma produção em série em uma escala jamais vista, atingindo no período de 1940 a 1945 a casa de 562.750 unidades construídas. Estava equipado com o tradicional motor GMC 270 com 16 válvulas, desenvolvendo 91 Hp a 2750 rpm, em conjunto com uma transmissão Warner T-93 de 45 velocidades, sua suspensão off road permitia perfeito deslocamento em terrenos desfavoráveis e inicialmente empregando em todos os três eixos o sistema de suspensão Timken que posteriormente foi alterado para o sistema GM "banjo"; havia duas distâncias entre eixos, o modelo curto 352 com 3,68 mts e o longo designado  como modelo 353 com  4,17 mts. Seus pneus tinham a configuração 7.50-20 com freios eram hidráulicos com assistência a vácuo. Vale salientar que o racionamento de metais durante o curso da guerra levou a substituição da carroceria em aço por madeira, porém devido a resultados negativos durante o uso o aço retornaria a composição posteriormente, algumas versões seriam ainda equipadas com guinchos montados na frente do veículo com capacidade para 4.500 kg.
A família de caminhões General Motors CCKW 352-353, representou o esteio da força de transporte das forças armadas americanas e aliadas na Segunda Guerra Mundial, sua flexível plataforma permitiu o desenvolvimento de inúmeras variantes especializadas entre elas surgiram os modelos dedicados ao transporte e abastecimento de combustível seja ele para o consumo aeronáutico ou para veicular, as primeiras versões foram montadas sobre a plataforma básica do CCKW 352 e distribuídos as unidades operacionais da Força Aérea, Exercito e Marinha americanas, duas variantes foram empregadas sendo uma delas equipadas com duas cisternas com capacidade individual para 1.420 litros e a outra dotada de somente uma cisterna para 2.840 litros, sendo ainda os dois modelos dotados de equipamento e ferramental de apoio dispostos em compartimentos distribuídos ao longo dos tanques. O advento da produção do modelo CCKW 353, também foi contemplado com a versão tanque, recebendo as designações D1, D2 , E1 e E2, foram produzidos inicialmente pela Yellow Truck and Coach Manufacturing Co initially e posteriormente GMC Truck and Coach Division, sua produção total atingiu a cifra de 4.133 unidades, se mantendo em operação no pós guerra até meados da década de 1950 quando começaria a ser substituído pelas versões inicias especiais da nova família REO M-34/M-35.

Emprego no Brasil. 

A adesão do Brasil em 1941 ao esforço aliado na Segunda Guerra Mundial proporcionou sua inclusão no  programa Leand &Lease Act (Lei de Empréstimos e Arrendamentos), gerando o recebimento de armas, equipamentos e  milhares de veículos motorizados modernos, sendo grande parte composta por caminhões de diversos modelos que viriam a preencher uma das maiores necessidades do Exército Brasileiro que tinha em suas fileiras antigos caminhões civis adaptados a operação militar com tração 4X2,  sendo complementados por poucos veículos de transporte  alemães 6X6 Henschel & Son e americanos Thornycroft Tartar 6X4.

As primeiras unidades dos modelos CCKW-352 e CCKW-353 começaram a ser recebidas no Brasil a partir de 1941, porém as primeiras unidades das versões de transporte de combustível e cisterna dos modelos CCKW 353C2 D1  “cabine aberta” e  CCKW 353C2 D1  “cabine fechada” seriam recebidas somente na Itália a partir da chegada das tropas da Força Expedicionária Brasileira (FEB) onde seriam empregados no abastecimento em transito dos caminhões , jeeps e blindados leves M-8, e também pelos contingentes da Força Aérea Brasileira que dotariam o 1º Grupo de Aviação de Caça e a 1º Esquadrilha de Ligação e Observação. Os modelos recebido em termos de capacidade de transporte de líquidos estavam divididos em duas configurações, sendo uma com tanque individual para 1.420 litros e a outra dotada de somente um tanque para 2.840 litros.
Os CCKW 353C2 D1 e CCKW 353C2 D2 da FEB acompanharam todo o deslocamento das tropas brasileiras na campanha da Itália, o mesmo ocorrendo com os veículos da FAB que foram transferidos juntamente com a equipe de terra com a mudança, do 1º Grupo de Aviação de Caça e a 1º Esquadrilha de Ligação e Observação de aeródromos se aproximando cada vez mais da linha de frente. Após o termino do conflito os GMC CCKW-352 A1 e B2 remanescentes seriam remetidos via naval ao Brasil juntamente com todo o equipamento pertencente a FEB, novos lotes de caminhões novos lotes de caminhões seriam recebidos no pós-guerra nos termos dos programas de ajuda militar celebrados entre o Brasil e Estados Unidos, além das versões básicas de transporte o Exército Brasileiro e a Força Aérea Brasileira receberiam mais unidades das versões de transporte de combustível, sendo os mesmos distribuídos entre bases áreas e unidades mecanizadas espalhadas ao longo do território nacional.
No final da década de 1960, advento da terceirização do serviço de abastecimento de querosene de aviação para as aeronaves da Força Aérea Brasileira, viria a abreviar a carreira deste modelo na aeronáutica, porém no Exército o mesmo iria se manter na ativa até meados da década de 1970, quando passaram a ser substituídos por novos modelos oriundos da família REO. Algumas unidades foram preservadas para exposição estática, porém em 2015 o 19º RC Mec em conjunto com entusiastas e empresários promoveu a recuperação de um CCKW-353 6x6 matricula EB22-6396 que com o minucioso trabalho de restauração dos componentes da viatura por mecânicos especialistas do Pelotão de Manutenção do Regimento, ficou pronto para a participação do desfile  comemorativo do 70º aniversário do início das operações da Força Expedicionária Brasileira (FEB) em  7 de setembro deste ano na guarnição de Santa Rosa, RS.

GMC CCKW 352 B2 "Cabine Aberta"


História e Desenvolvimento. 


Perto do final da década de 1930 o comando do Exército Norte Americano estava imbuído em grande processo de modernização de suas forças motomecanizadas, um dos pilares deste plano contemplava a aquisição em larga escala de uma nova família de caminhões 6X6 que viesse a substituir ou complementar os modelos 4X4 como os Chevrolet G-506, G-621 Dodge e G-540 Ford. Os parâmetros da concorrência apresentada as montadoras de caminhões estabeleciam um veículo com capacidades off road, tração integral 6X6, com 3,7 metros de área útil de carga, com capacidade de 2.268 kg de transporte. Diversas empresas americanas entre elas Ford, Studebaker, Corbitt, REO, Federal Motor, Biederman Motors  e Kenworth Motor apresentaram suas propostas em no início de 1940, entre estava a General Motors Co. que já detinha grande experiência no fornecimento de caminhões comerciais modicados as forças armadas americanas, como no caso do Chevrolet G-506 e Chevrolet G-085.

Avaliações detalhadas de todas as propostas foram realizadas no início de 1940 pelas equipes do US Army Ordnance Corps , deferindo pelo projeto da General Motors Co, esta proposta foi desenvolvida com base no  caminhão GMC ACKWX 353 6X6 que fora desenvolvido em 1939 sob encomenda para o Exército Frances, no entanto diferia visualmente deste por contar com a cabine do Chevrolet G-506, além disto extensas modificações foram implementadas neste modelo original, visando assim se adequar aos parâmetros exigidos na concorrência. Após ser oficialmente declarado como projeto vencedor da concorrência, o mesmo recebeu a de CCKW (com o C referente ao ano de 1941, C de Cabine Simples, K de tração em todas as rodas e W de eixos traseiros duplos). Após a celebração dos contratos com o governo americano foi definida que a produção inicial seria baseada na planta fabril da MGT Yellow Truck and Coach Division's Pontiac, Michigan, sendo depois estendidas as fabricas da General Motors e Pontiac, em St Louis e Missouri. As versões iniciais de produção dispunham da cabine padrão comercial (modelo A1) , porém em 1944 um novo modelo com cabine em lona e sem as portas seria desenvolvido ( B2 ), esta concepção apresentava entre outras vantagens um menor tempo de produção, redução da altura do veículo para transporte naval e também a possibilidade de se portar uma metralhadora .50 em um suporte giratório sobre a cabine.
Um dos grandes segredos do sucesso deste projeto, foi o emprego de componentes já desenvolvidos, testados e provados no meio civil, que além concederam ampla confiabilidade resistência e desempenho, proporcionaram uma produção em série em uma escala jamais vista, atingindo no período de 1940 a 1945 a casa de 562.750 unidades construídas. Estava equipado com o tradicional motor GMC 270 com 16 válvulas, desenvolvendo 91 Hp a 2750 rpm, em conjunto com uma transmissão Warner T-93 de 45 velocidades, sua suspensão off road permitia perfeito deslocamento em terrenos desfavoráveis e inicialmente empregando em todos os três eixos o sistema de suspensão Timken que posteriormente foi alterado para o sistema GM "banjo"; havia duas distâncias entre eixos, o modelo curto 352 com 3,68 mts e o longo designado  como modelo 353 com  4,17 mts. Seus pneus tinham a configuração 7.50-20 com freios eram hidráulicos com assistência a vácuo. Vale salientar que o racionamento de metais durante o curso da guerra levou a substituição da carroceria em aço por madeira, porém devido a resultados negativos durante o uso o aço retornaria a composição posteriormente, algumas versões seriam ainda equipadas com guinchos montados na frente do veículo com capacidade para 4.500 kg.

 A família de caminhões General Motors CCKW 352-353, representou o esteio da força de transporte das forças armadas americanas e aliadas na Segunda Guerra Mundial, sua flexível plataforma permitiu o desenvolvimento de inúmeras variantes especializadas entre elas, transporte de tropas e carga, basculante, cisterna (2.800 lts), oficina de armas, comando, ambulância, centro cirúrgico, oficina de reparos gerais, posto de rádio, descontaminação química, odontológica, transporte de combustível (2.600 lts), antiaéreo, semirreboque, purificador de agua, compressor de ar, central de reprodução de mapas, transporte de gás, plataforma elevatória, posto telefônico, transporte de balsas, bomb service e manipulação química. Sua plataforma e mecânica seria ainda a partir de 1942 empregada para a produção do caminhão anfíbio DUWK.
Após o termino da Segunda Guerra Mundial, os GM CCKW 352-353 representariam um destacado papel na Guerra da Coreia, além dos milhares de caminhões fornecidos as forças aliadas nos termos do Leand  Lease Act, o pós guerra encontraria um grande excedente de veículos que passaram a ser fornecidas a mais de cem nações nos termos dos programas FMS e MAP  a nações aliadas, sendo este movimento intensificado a partir de 1950 com a adoção dos novos caminhões REO M-35 6X6, porém o Exército Americano manteria milhares de unidade em serviço até meados da década de 1960, comprovando a versatilidade e resistência do modelo e atualmente ainda é possível encontra-los em operação nas mais distantes localidades .
Emprego no Brasil. 

A adesão do Brasil em 1941 ao esforço aliado na Segunda Guerra Mundial proporcionou sua inclusão no  programa Leand & Lease Act (Lei de Empréstimos e Arrendamentos), gerando o recebimento de armas, equipamentos e  milhares de veículos motorizados modernos, sendo grande parte composta por caminhões de diversos modelos que viriam a preencher uma das maiores necessidades do Exército Brasileiro que tinha em suas fileiras antigos caminhões civis adaptados a operação militar com tração 4X2,  sendo complementados por poucos veículos de transporte  alemães 6X6 Henschel & Son e americanos Thornycroft Tartar 6X4.

As primeiras unidades começaram a ser recebidas no Brasil a partir de 1941, com sucessivos lotes chegando em 1942 e 1943, totalizando 490 unidades dos modelos de transporte de cargas e pessoal GMC CCKW-352 A1 e B2 (cabine aberta e fechada), que passaram a ser distribuídas as unidades operacionais do Exército brasileiro em todo território nacional. Com a definição do envio de tropas brasileiras ao teatro de operações Europeu em 1944, ficou definido que a Força Expedicionária Brasileira (FEB) seria equipada com os mesmos veículos em uso pelos exércitos aliados, sendo quase que a sua totalidade de origem norte americana, assim em julho deste mesmo ano seriam já em solo italiano, aproximadamente 955 unidades dos modelos GMC CCKW-352 A1 e B2, que passaram a representar durante toda a campanha, o sustentáculo da capacidade de transporte do exército brasileiro no front italiano.
Após o termino do conflito os GMC CCKW-352 A1 e B2 remanescentes seriam remetidos via naval ao Brasil juntamente com todo o equipamento pertencente a FEB, novos lotes de caminhões seriam recebidos no pós-guerra nos termos dos programas de ajuda militar celebrados entre o Brasil e Estados Unidos, além das versões básicas de transporte o Exército Brasileiro e a Força Aérea Brasileira receberiam inúmeras variantes sendo.

 69 unidades do GMC CCKW-352 G-138 M6 -   versão Oficina
 12 unidades do GMC CCKW-352 G-139 M7 -   versão Reparo de Armas
 10 unidades do GMC CCKW-352 G-139 M8 -   versão Reparo Automotivo
 05 unidades do GMC CCKW-352 G-140 M9 -   versão Reparo de Artilharia
 07 unidades do GMC CCKW-352 G-140 M10 - versão Reparo de Instrumentos
 04 unidades do GMC CCKW-352 G-140 M12 - versão Reparo de Solda
 14 unidades do GMC CCKW-352 G-140 M16 - versão Oficina de Maquinas
 07 unidades do GMC CCKW-352 G-140 M18 - versão Reparo Elétrico
 10 unidades do GMC CCKW-352 G-140 M18 - versão Reparo Corpo de Sinal

Apesar de seguirem prestando excelentes serviços ao Exército Brasileiro, incluindo o desenvolvimento de uma versão nacional para defesa antiaérea com a adoção de uma torre Quad.50 com 4 metralhadoras, a frota dos GM CCKW-352 e CCKW-353 começaram a apresentar altos índices de indisponibilidade devido principalmente à problema de peças de reposição dos motores a gasolina GMC 270. Uma solução paliativa seria a troca deste por um motor nacional a diesel Mercedes Benz OM 321, a exemplo do processo aplicado pelo Parque Regional de Motomecanização da 2º Região Militar (PqRMM/2), nos caminhões Studebaker, gerando assim uma sobrevida ao modelo até que começassem a ser substituídos gradualmente pelos novos REO M-34 e M-35 e também por modelos nacionais civis militarizados, apesar de constituírem mais o esteio da força de transporte militar do Exército Brasileiro, pelo menos uma centena destes veículos permaneceram em uso em algumas unidades até o início da segunda metade da década de 1980 .

URAL


História e Desenvolvimento.


A origem da Ural tem início no outono e 1941, com a ordem de se transferir todo o parque fabril soviético para as áreas mais afastadas ficando assim fora do alcance dos bombardeiros alemães, desta maneira a primeira planta industrial da ZIS foi estabelecida na cidade de Oblast de Chelyabinsk, nos Urais .Durante os primeiros anos de ativação a fábrica focou a produção de motores e caixas de engrenagens, tendo em vista que neste estágio a demanda principal por caminhões de transporte estava sendo suprida pelos fornecimentos nos termos do acordo Leand & Lease Act.
Em 8 de julho de 1944 saia das linhas de produção o primeiro caminhão ZIS-5 V 6X6, levando a marca UralZIS, a aceitação do modelo junto aos militares soviéticos nos períodos finais do conflito foi positiva e o modelo se manteve em uso por décadas seguidas. A partir de 1946 um novo modelo de 2,5 ton seria lançado o UralZIS-352, nesta mesma década variantes aperfeiçoadas foram lançadas.

A partir da década de 1960 a Ural expandia rapidamente sua produção com os novos modelos Ural-375, 375H e 377H, que contavam com um novo e eficiente motor a diesel V8 diesel KamAZ, encomendas destinadas ao exército vermelho e aos demais países do Pacto de Varsóvia levaria a Ural a celebrar 530 mil caminhões e 1,3 milhão de motores produzidos, com sua produção se mantendo até o ano e 1983.

No ano e 1977 surgiria um novo caminhão de 5 toneladas o Ural-4320 com motorização a gasolina que que viria a substituir a família Ural-375-740, em 1981 efetuava se o lançamento do Ural-5920 com motor a diesel Caterpillar, sendo posteriormente substituído pelo novo motor a diesel KAMAZ-740 V8 volume de capacidade de 10,85 litros de 210cv. Diversas versões com base nesta plataforma foram lançadas entre elas a 6X6, 4X4 com as aplicações de carro comando, transporte de tropas, basculante, oficina, comunicações, reboque entre outros. Rapidamente o modelo tornou-se o caminhão fora de estrada padrão das forças militares integrantes do pacto de Varsóvia, sendo amplamente exportado para países na África e na Ásia e América do Sul.
Em 1987, a UralAZ celebrou seu milionésimo caminhão. A reorganização da indústria governamental e as reformas econômicas obrigaram a UralAZ a tornar-se uma sociedade de responsabilidade limitada lhe permitindo também ingressar no mercado civil com novos modelos como o 43204 e 55571,  a abertura econômica proporcionada pela dissolução da União Soviética possibilitou a Ural o estabelecimento de parcerias mais solidas como a firmada com a IVECO no ano de 1992, tendo como fruto da parceria o modelo Iveco UralAZ 330-30ANW (6x6), ampliando ainda mais sua participação internacional.

Emprego no Brasil.

A história do emprego de caminhões russos (Ural 375/4320 4X4 e 6X6) no Brasil tem origem em um processo de apreensão realizado entre os anos de 1999 e 2001 pela Receita Federal, sendo fruto de uma importação irregular por uma empresa particular, sendo posteriormente repassados ao Exército Brasileiro e Aeronáutica, estima-se que pelo 12 unidades foram disponibilizadas , sendo três na versão basculante com caçamba que foram destinadas ao 22° Batalhão Logístico de Barueri, SP, sendo foram leiloados como material inservível para a força terrestre no ano de 2004.

Os remanescentes destes foram concentrados na cidade de Pirassununga no estado de São Paulo, sendo distribuídos entre o Fazenda da Aeronáutica e no 13° Regimento de Cavalaria Mecanizada. Pelo levantamento efetuado foi possível saber que pelo menos dois eram da versão 6x6 transporte de tropas e dois basculantes (na nomenclatura da fábrica este modelo é o URAL 4320-31) e os demais 4x4 transporte de tropas, com pelo menos dois tipos de pneus (nomenclatura da fábrica URAL 43206). As versões apreendidas já possuem motor diesel YaMZ-238M2 em V de oito e seis cilindros respectivamente, 

Seu emprego trouxe impressões positivas junto aos oficiais 13°RecMec devido a sua rusticidade, tamanho e desempenho em terrenos acidentados, sendo todos mecânicos e com algumas facilidades para a tropa que o opera no dia a dia, superando em muito as versões militarizadas em uso atualmente, fornecidas por empresas brasileiras, o que vale uma comparação.
Como características, possuem grande capacidade de carga e de operação em terrenos de difícil locomoção, com faixas de temperatura de -50 até + 50º Celsius. Essas características somadas aos preços competitivos, explicam o fato de que cada vez mais o militar latino-americano tem dado atenção aos veículos russos, visto que só o Uruguai opera 400 deles, além do México que em 2003 adquiriu 50, é possível ver ainda versões mais antigas operando no Peru e em outros países da região.

Três foram repassados à Força Aérea que os está utilizando em sua Fazenda na cidade de Pirassununga, SP, onde existe dois na versão 4x4 e um na 6x6, sendo que este sofreu algumas alterações efetuadas por um mecânico naquela cidade que após retirar sua carroceria de metal para transporte de tropas, acrescentou ao mesmo um dispositivo que o permite tracionar uma carreta graneleira na ordem de 40 toneladas, tendo inclusive já rebocado até 60 toneladas de soja e milho, todo pintado no azul padrão dos veículos da FAB. Da versão 4x4, um foi transformado em transporte de suínos e bovinos para o abate, recebendo uma grande gaiola sobre a carroceria, com uma porta traseira por onde entram e saem os animais e foi mantido na cor verde claro original, estando o outro na forma original recebida, pintura areia claro.

Os destinados ao Exército receberam a tradicional pintura camuflada em dois tons, verde e marrom, e pelo menos um ostenta o emblema do EB na porta com a designação da unidade, apesar dos pontos positivos, deficiências na cadeia de suprimentos de peças de reposição levaram o Exército a optar pela canibalização para se manter algumas unidades operacionais, tendo em vista que seus componentes mecânicos básicos não são compatíveis com nada que existe no mercado, desta maneira o modelo já foi baixado, permanecendo em serviço apenas na Força Aérea.

Vale citar que A Polícia do Estado do Maranhão operou pelo menos quatro caminhões russos modelo URAL 4320 (375 nas publicações ocidentais) 6×6, apreendidos no início dos anos 90, pela Receita Federal como importação ilegal no porto de Itaqui. Pelo levantamento efetuado foi possível saber que todos eram da versão 6×6, ano 1989, versão posto de comando, possuindo um grande baú com uma mesa central com várias gavetas e nos laterais assentos. O curioso é que eles vieram com reboques de estação de tratamento de água e alguns com um gerador diesel, responsável pelo fornecimento de energia elétrica.
Estes veículos chegaram ao país na cor verde claro e ficaram abandonados por muitos anos, sendo que quatro deles receberam a pintura padrão preto e amarelo e emblemas da Polícia Militar do Maranhão e parece que ficaram operacionais por um breve período. Posteriormente foram encostados com os demais em um depósito, junto com seus reboques e lá ficaram deteriorando, até que através de um leilão autorizado pela Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão – SEPLAN, pela Comissão Central de Licitação – CCL, foi então autorizado ao Leiloeiro Público Oficial do Estado em edital publicado em 19 de maio de 2005 a venda destes caminhões e reboques, bem como outros veículos e equipamentos, conforme consta do edital 001/2005-CCL

Em Escala :

Para representarmos o Ural 4320 6X6 “EB-34 34234451”, fizemos uso do excelente kit da Trupeter na escala 1/35 que nos brinda com muito detalhamentos em photo etched, para se representar a versão empregada no 13° Regimento de Cavalaria Mecanizada, deve se proceder como alteração apenas o sistema de respiro do filtro de ar , configurando esta peça básica  em scratch. Empregamos decais confeccionados Eletric Products pertencentes ao set  "Exército Brasileiro  1983/2003".
O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o padrão de pintura tático aplicado em todos os veículos do Exército Brasileiro a partir de meados da década de 1980, mantendo o mesmo até sua retirada do serviço ativo. Os três veículos em uso pela Força Aérea Brasileira foram pintados no azul tradicional de veículos desta força e na cor areia.




Bibliografia :

- Ural Automotive Plant ,Wikipedia -  https://en.wikipedia.org/wiki/Ural_Automotive_Plant
- Caminhões Russos no EB e FAB - Expedito Carlos Stephani Bastos
- Ural 4320, Wikipedia.wikipedia.org/wiki/%D0%A3%D1%80%D0%B0%D0%BB-4320

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Sd. Kfz. 165 Hummel


(reprodução/Internet)
Para garantir mobilidade sem perder a capacidade ofensiva, os alemães precisavam não apenas de tanques e soldados transportados por blindados, mas também de artilharia autopropulsada. O canhão de 150 mm sFH 18, capaz de disparos com mais de 13 km de alcance, foi montado sobre um veículo de esteiras baseado no chassi do Panzer IV, e batizado de Hummel.
O conceito deu mais flexibilidade e poder de fogo às divisões blindadas, e teve como equivalentes do lado aliado o M7 Priest americano e o Sexton britânico.

Panzer VI Sd.Kfz. 181 Tiger

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Em duas oportunidades, no front oriental e no ocidental, um único Tiger destruiu mais de 20 tanques aliados e impediu sozinho a passagem de uma divisão inteira antes de ser subjugado. Quase indestrutível e armado com um canhão de 88 mm, criou fama aterrorizante entre quem o enfrentou – principalmente os americanos, incapazes de fazer cócegas com seus M4 Sherman.
Mas suas 60 toneladas eram um empecilho para o transporte por pontes e vias não pavimentadas. Pior que isso, exigiam demais do conjunto mecânico – um Maybach V12 de 24 litros e 700 cavalos. Mesmo assim, os alemães investiram em uma variante ainda maior, o Tiger II, com blindagem angulada e incríveis 76 toneladas de peso.

Panzer V Sd. Kfz. 171 Panther

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Quando as orgulhosas divisões Panzer se depararam com os primeiros tanques soviéticos T-34 no verão de 1941, durante a operação Barbarossa, foi um choque. Para manter o equilíbrio, a Wehrmacht estudou T-34 capturados e determinou requisitos semelhantes, como as superfícies em ângulo para defletir balisticamente os impactos dos canhões inimigos.
Apesar de alguns problemas sérios de quebras na transmissão, foi o melhor tanque produzido pelos alemães, com grande poder de fogo, alta mobilidade e boa blindagem frontal.