segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

TYPE 23 CLASSE DUKE


FICHA TÉCNICA
Tipo: Fragata anti-submarino.
Tripulação: 185 tripulantes.
Data do comissionamento: Junho de 1990
Deslocamento: 4900 toneladas (totalmente carregado).
Comprimento: 113m.
Boca: 16,1 m.
Propulsão: 2 turbinas a gás Rolls Royce Marine Spey SM1C com 26150 hp, 2 motores elétricos Gec Electric Motors com 4000 hp cada e 4 motores diesel Paxman Valenta com 8100 hp de potencia total.
Velocidade máxima: 28 nós (51,85 km/h).
Alcance: 13890 Km.
Sensores: Radar de busca aérea e de superfície Type 997 Artisan tridimensional (3D) com 200 km de alcance; Radar de navegação: Kelvin Hugues Type 1007; Sistema de busca eletro-optico Sea Archer 30  Sonar de casco (proa) Thales Type 2050, Sonar rebocado Type 2087
Armamento: 1 canhão Vickers Mk-8 de 114 mm , 2 canhões DS30M Mark 2 de 30 mm, 1 lançador vertical de mísseis Sea Ceptor CAMM (32 mísseis),  2 lançadores quádruplos de mísseis RGM-84 Harpoon; 2 metralhadoras gatling M-134 Minigun em calibre 7,62 mm;  tubos duplos para torpedos leves de 324 mm BAE Stingray.
Aeronaves: 1 Helicóptero Super Links ou um helicóptero EH-101

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
A fragata da classe Duke, também conhecida como Type 23, começou a ser projetada em 1980 para substituir as velhas fragatas da classe Leander. Porém em 1981 uma revisão dos programas de defesa da Inglaterra pediu que fosse acelerado o programa de construção da nova fragata Type 23, e acabou sendo redesenhado nos anos seguintes tendo seu tamanho e preço aumentado. Desta forma, lições aprendidas durante o conflito das Malvinas, foram incorporadas ao projeto, assim como um hangar maior para operar o helicóptero Sea King ou o Lynx, e posteriormente o novo EH-101 Merlin. A primeira fragata Type 23 foi comissionada em junho de 1990 e o ultimo navio desta classe foi comissionado em 2002, tendo totalizado 16 embarcações construídas. Recentemente, em 2005, o Chile, dando andamento ao programa de modernização de suas forças armadas, adquiriu da marinha inglesa 3 embarcações da classe Type 23, sendo que em 2006 foi entregue o primeiro navio que foi batizado de Almirante Cochrane.
Acima: Desenvolvida com base na experiência adquirida na guerra das Malvinas, a Type 23 trouxe um navio de custo relativamente baixo, e com uma capacidade multi-missão  elevada.
O sistema de controle e comando da Type-23 foi desenvolvido pela poderosa BAE e usa processadores Intel 80486,  transponders  INMOS T-800 e um sistema de rede com fibra óptica em via dupla. Esse sistema foi atualizado para poder operar integrado ao novo sonar 2087 que substituiu o sonar 2031. O sonar 2087 é um sonar rebocado que trabalha passivo e ativamente e tem profundidade variável. Sua frequência menor que as dos sonares anteriores se propaga melhor no oceano permitindo um maior alcance de varredura.
O novo radar, que 11 dos 13 navios desta classe passou a contar depois de sua modernização em 2017, foi o BAE Type 997 Artisan 3D capaz de rastrear  900 alvos simultaneamente a um alcance máximo de 200 km. Isso representa um acréscimo de 25% sobre o alcance do radar Type 996 original instalado nestes navios. O radar de navegação é o Type 1007 que trabalha na banda I e além disso há dois radares de controle de fogo BAE System Type 911 atuam integrados ao sistema de mísseis Sea Wolf,.
Acima: Recentemente modernizada, as Type 23 receberam o moderno radar Type 997 Artisan 3D, que também compõe a suíte de sensores dos novos porta aviões da classe Queen Elizabeth, já abordados aqui no WARFARE.
De longe, o mais importante armamento da Type-23 é o seu sistema de defesa antiaérea que, durante 26 anos foi composto por um lançador vertical GWS-26 para mísseis antimíssil Sea Wolf  de defesa de ponto. O Sea Wolf é um pequeno míssil com um alcance útil que vai de 1 km até o máximo de 10 km em sua ultima versão, e que possui uma ogiva de fragmentação com 14 kg de massa. Sua guiagem é do tipo comando em linha de visada (CLOS) onde um radar é apoiado por um sensor eletro-óptico que garantia um elevado nível de precisão do sistema. Porém, a qualidade das ameaças navais aumentou e levou a necessidade da marinha inglesa de modernizar o armamento de suas fragatas Type 23 remanescentes para poder fazer face a esta nova realidade. A resposta da Royal Navy para essa nova demanda veio sob a forma do CAMM (Common Anti-Air Modular Missile), mais conhecido pelo seu nome Sea Ceptor. O moderno míssil, baseado no projeto do míssil ar ar AIM-132 Asraam, tem seu sensor de guiagem composto por um radar ativo, no lugar do sensor de calor (IR) do míssil aerotransportado. O lançador é vertical permitindo deixar 32 mísseis prontos para emprego imediato, no lugar dos 32 Sea Wolf originais. Por ultimo, vale observar que o alcance do Sea Ceptor é de 25 km, sendo, assim, mais que o dobro do mísseis Sea Wolf. este moderno armamento foi escolhido pela marinha do Brasil para ser empregado na nova classe de corvetas classe tamandaré a ser construída no país.
Acima: O moderno míssil CAMM Sea Ceptor ampliou significativamente a capacidade de destruir alvos aéreos. Além de ser uma arma mais precisa que o Sea Wolf, seu predecessor, o novo míssil  tem mais que o dobro do alcance.
Para combate de superfície, a Type-23, está equipada com 2 lançadores quádruplos para mísseis anti-navio RGM-84D Harpoon, cujo alcance é de 120 km. O Harpoon é um míssil com perfil de voo “sea skimmig” onde o trajeto final é feito a baixa altitude para dificultar sua localização, voando a uma velocidade de cruzeiro na ordem de 800 km/h. O Harpoon foi um dos mais bem sucedidos mísseis anti-navio já construídos e está equipado com uma potente ogiva com 224 kg de alto explosivo que é capaz de por fora de ação a maioria dos navios de guerra do mundo. A  sua baixa velocidade, no entanto, o coloca em vulnerabilidade frente aos sistemas anti mísseis modernos que podem destruir o míssil quando se aproxima do seu alvo. Em breve a Royal Navy deve aposentar este míssil e até o momento não possui um substituto escolhido ou em desenvolvimento para ocupar a missão anti-navio.
Acima: Nesta foto podemos ver, logo a frente da ponte do navio, os dois lançadores quádruplos para mísseis anti-navio Harpoon. Em breve, estes mísseis serão aposentados devido a chegada do fim da vida útil deles. A Real marinha Inglesa ainda não tem um substituto para esta arma o que deverá abrir uma perigosa lacuna na capacidade de combate de seus navios de guerra.
Logo na proa do navio pode-se ver uma torre do canhão Vickers MK-8 de 114 mm, um canhão clássico nos navios britânico do final do século 20. Esse canhão tem um alcance de 22 km e consegue disparar até 25 tiros por minuto. Atualmente uma nova munição para este canhão desenvolvida pela RO Defense estendeu o alcance do projétil para 27 km. A torre do canhão, também recebeu uma modernização e tem um desenho facetado para diminuir sua reflexão a radares inimigos. Para defesa antiaérea de ponto, existem 2 canhões DS30M Mark 2 de 30 mm cujo projétil atinge um alcance de 10 km contra alvos de superfície ou 3,5 km contra alvos aéreos. Cada um desses canhões podem disparar em uma cadência de 200 tiros por minuto.
Para atacar submarinos estão instalados 4 tubos lança torpedos de 324 mm equipados com torpedos leves BAE Stingray cujo alcance chega a 11 km e pode atacar submarinos a uma profundidade de 750 m. O Stingray usa uma ogiva de 45 kg de torpex, altamente explosivo e sua velocidade chega a 83 km/h. Ainda, para  apoio a guerra anti-submarina, a Type-23 opera um helicóptero médio Agusta/ Westland  AW-101 Merlin  que executa tarefas de busca e ataque contra alvos submarinos e de superfície. O Merlin está substituindo o extremamente bem sucedido helicóptero Agusta/ Westland Lynx.
Acima: O armamento de defesa de curto alcance é representado pelo canhão DS30M Mark 2 de 30 mm instalado um de cada lado da fragata.
O sistema de propulsão da Type-23 é do tipo diesel elétrica (CODLAG), composto por duas turbinas a gás Rolls Royce  Spey  SM1C que desenvolvem 37540 hp de potencia, e  dois motores elétricos GEC electric motors  que produzem 2980 kW e 4000 cavalos de potencia. A velocidade máxima que é atingida por esta classe de fragata é de 28 nós (52 km/h), e o alcance do navio, em velocidade econômica de 15 nós  (30 km/h) chega a 13890 km. Existe, também, 4 motores auxiliares movidos a diesel  Paxman Valenta 12 RPA 200 CZ que podem desenvolver 1,510 kW e 2025 shp de força, cada um.  Essas características de desempenho tornam o fragata Type-23, um navio totalmente capaz de operar em águas azuis e a fazer parte de um grupo de batalha e escolta.
Acima: Com um competente sistema de propulsão baseado em motores a diesel e turbinas a gás, as fragatas Type 23 possuem boa capacidade marinheira podendo participar de grupos de batalhas navais como escoltas.
Em 2006, governo britânico, decidiu que haveria uma substancial diminuição de sua marinha o que acarretaria em muitos navios de guerra sendo disponibilizados para compra de segunda mão por países com orçamentos mais limitados. O Brasil, com uma importante influencia britânica nos navios de guerra em uso pela marinha, poderia ser muito beneficiada por essa disponibilidade de navios como as fragatas Type-23 que certamente estarão entre os navios disponibilizados. Embora a maior deficiência dos navios de guerra da marinha do Brasil seja a falta de um sistema de mísseis antiaéreos de área, ainda sim a Type-23, que não tem esta capacidade, poderia ser útil para substituir as fragatas Type-22 já em uso pela nossa marinha. Mas recentemente, no entanto, a mudança no cenário estratégico internacional que foi iniciado com a anexação da Crimeia pela Rússia e pela, visível maior agressividade do governo russo na defesa de seus interesses, causou maior preocupação em todos os países europeus, de forma a reverter o processo de redução de ativos militares e fazendo com que os orçamentos de defesa dos membros da OTAN e nações alinhadas recebessem um aumento. Hoje é entendido que as 13 fragatas Type 23 remanescentes da Inglaterra só deixarão o serviço ativo depois de começarem a ser entregues as novas fragatas Type 26 em meados de 2023 que as substituirão na Royal Navy.
Acima: Embora os navios não sejam tão antigos, o desenho, certamente, é baseado em conceitos ultrapassados. A popa tem um heliporto e um hangar para operar um helicóptero AW-101 Merlin.

CHENGDU J-10 FIREBIRD


FICHA TÉCNICA
Velocidade máxima: Mach 2.2
Velocidade de cruzeiro: Mach 0,95
Razão de subida: 15240 m/min.
Potência: J-10A/B: 0,89; J-10C: 0,92  (só com combustível interno e desarmado).
Carga de asa: 80,26 lb/ft².
Fator de carga: +9 Gs e 3Gs
Taxa de giro instantânea: 26º/s.
Razão de rolamento: 270º/s.
Teto de serviço: 18000 m.
Raio de ação/ alcance: 550 km sem reabastecimento aéreo/ 1850 km (máximo).
Alcance do radar: J-10A: Type 1473: 120 Km ; J-10B/C: KLJ-10: 160 km.
Empuxo: J-10A e J-10B: Um motor Lyulka- Saturn AL-31FN com 12700 kgf com pós combustor ligado; J-10C: Um motor WS-10A com 13154 kgf com pós combustor ligado.
DIMENSÕES
Comprimento: 15,49 m
Envergadura: 9,75 m
Altura: 5,43 m
Peso: 9750 kg.
Combustível interno: 9921lb,
ARMAMENTO
Capacidade total: 7000 kg de carga externa divididos por 11 pontos fixos entre asas e fuselagem.
Interno: Canhão Gryazev-Shipunov GSh-23 com cano duplo em calibre 23 mm.
Ar Ar: Mísseis de curto alcance PL-8, PL-9 e mísseis de médio alcance PL-11 e PL-12.
Ar Terra: Bombas guiadas a laser LT-2, Bombas de queda livre de 250 kg, Bomba guiada por TV KAB-500KR, Bombas planadoras guiadas por satélite  FT-1, LS-6, GB-3 e GB-2A  Misseis anti radar KH-31P/ YJ-91

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
A China vem demonstrado um incontestável objetivo em se tornar uma das grandes potências militares deste planeta e investe pesado para que essa ambição seja alcançada. A melhora nos processos de qualidade de sua industria tem sido observados, já a alguns anos e o país se tornou a segunda maior economia do planeta. Em meados dos anos 80 do século passado, a Força Aérea do Exército de Libertação Popular da China percebeu que precisava de uma nova aeronave de combate que fizesse frente ao caça russo MIG-29 e o caça norte americano F-16. A característica em comum mais proeminente dos dois modelos de avião de combate a serem enfrentados é a agilidade de voo, sendo assim, uma forma relativamente previsível de se conseguir esse objetivo é usar uma configuração aerodinâmica de asa delta com canards ativos. As autoridades envolvidas na tomada de decisão sobre este novo avião de combate entregaram a missão de transformar em realidade este projeto nas mãos da empresa Chengdu que através de 17 anos de estudos e desenvolvimentos a partir do projeto cancelado J-9 passaram a desenhar os traços do que deveria ser o caça tático leve da força aérea chinesa, o J-10. Assim, desde o começo, já se tinha em mente o modelo configurado com asas em delta e canards. Originalmente o J-10 receberia diversos componentes ocidentais, e parte do projeto foi bastante influenciada pelo programa israelense do IAI Lavi, porém, devido sanções impostas pelos Estados Unidos e pelos países europeus, acabaram por levar a China a procurar na Rússia o suporte para o projeto com diversos componentes de fabricação russa que resultou em mudanças no desenho da aeronave que se tornou mais longo do que era originalmente projetado.
Acima: Em primeiro plano, o modelo J-9 ao lado de um F-7M Airguard. O J-10 teve suas origens enraizadas no J-9, cujo projeto foi cancelado. Abaixo: O protótipo do caça israelense IAI Lavi, também cancelado, influenciou, de forma bastante importante a finalização do projeto do J-10.
O J-10A, primeira variante a entrar em serviço no final de 2003, está equipada com um motor russo  Lyulka- Saturn AL-31FN, uma versão do motor desenvolvido para a caça Sukhoi Su-27 Flanker, porém  com uma potência máxima pouco maior que a versão instalada  no Su-27, fornecendo 12700 kgf  de empuxo com pós combustor. Com esse empuxo, o J-10A possui uma relação empuxo peso de 0,89. Este valor não é nada excepcional, uma vez que caças bastante comuns, como o F-16 superam a unidade em qualquer versão. Por outro lado, com um coeficiente aerodinâmico baixo,  o J-10 consegue apresentar uma boa capacidade de aceleração. A carga de asa, relativamente baixa de 80,26 lb/ft²,  permite a aeronave apresentar uma maior facilidade de manobras. Um controle de voo FBW (Fly By Wire), de quatro canais fornece, artificialmente, a estabilidade da aeronave, o que garante uma taxa de giro instantânea de 26º/ seg, o posicionando como uma aeronave ágil para combate de curta distancia. A velocidade máxima que o J-10A atinge em alta altitude é de mach 2.2, o que representa algo em torno de 2500 km/h, e sua razão de subida é estimada em  15240 m/seg, colocando o como uma boa aeronave para interceptação, embora o modelo seja multi-função, podendo ser empregado em missões ar superfície também. O J-10B, versão modernizada do J-10 que foi desenvolvida na primeira decada do século XXI, teve a entrada de ar do motor modificada para a configuração aerodinâmica DVI (diverterless supersonic inlet) que desacelera o fluxo de ar para o motor, otimizando seu funcionamento quando a aeronave ultrapassa a velocidade do som. A ultima versão do modelo, conhecido como J-10C, usa um motor de projeto chinês WS-10A , ainda mais potente que o modelo russo original, atingindo 13154 kgf com pós combustor ligado permitindo uma sensível melhora nos números de performance.
Acima: O J-10 é uma aeronave instável, que somando-se com a configuração aerodinâmica de asa delta com canards ativos, garantem uma boa agilidade a aeronave. Abaixo: O J-10 usa uma sonda fixa para reabastecimento aéreo. Seu alcance de travessia máximo é 1850 km
O J-10A possui um radar de varredura mecânica Type 1473 que apresenta um alcance de 120 km contra alvos aéreo do tamanho e um caça convencional (cerca de 5m2 de RCS) e pode rastrear 10 alvos simultaneamente e engajar 4 em rápida sequencia com mísseis PL-12 guiados por radar ativo , ou apenas 2 alvos quando usando mísseis PL-11 guiados por radar semi ativo. Esse modelo fornece um desempenho de engajamento BVR (além do alcance visual) equiparável a de um caça norte americano F-16C block 40. O J-10A, transporta externamente diversos tipos de pods para designação de alvos, reconhecimento e de visão infravermelha. Um exemplo é o pod WMD-7 que possui o sistema infravermelho de busca, sistema de TV e um iluminador a laser para guiar bombas guiadas por este tipo de radiação. Outro tipo de pod externo, usado pelo J-10A, é o de guerra eletrônica BM/KG300G que interfere nos sistemas de radar inimigos dificultando a localização exata do J-10 para seus inimigos, o que retarda a possibilidade de o J-10 ser atacado por mísseis guiados a radar de médio ou longo alcance. Para reconhecimento, o J-10 recebeu a integração do pod de inteligência de sinais (SIGINT) KZ900 que intercepta e grava comunicações inimigas.
Acima: O capacete HMS integrado ao J-10B e C representa um avanço em relação ao HMD usado pelos caças Flanker chineses.
Acima: Aqui podemos ver um J-10A equipado com "dummys" de mísseis PL-8 e PL-12 para efeito de treinamento.
O J-10B recebeu, além de modificações aerodinâmicas pontuadas, um novo radar de varredura eletrônica ativa (AESA) modelo KLJ-10 cujo alcance é de 160 km contra um alvo do tamanho de um caça. Embora o alcance máximo de detecção tenha aumentado em 25% em relação ai radar de varredura mecânica Type 1473 da versão A do J-10, a capacidade de engajar alvos múltiplos se manteve inalterado, permanecendo com a capacidade de engajar 4 alvos simultaneamente, quando fazendo uso do míssil PL-12. O J-10B recebeu, também, um sistema de busca e rastreio IRST OEPS-301 que opera integrado ao sistema HMS (Helmet Mounted Sight) ou "mira montada no capacete permitindo ao piloto direcionar o sistema para onde ele virar sua cabeça. Cabe aqui uma observação: O sistema, também se integra a mísseis de busca infravermelha de 4º geração com elevada capacidade de angulo de engajamento (off boresight). O OEPS-301 tem a mesma função dos sistemas IRST OLS-35 usado no caça Sukhoi Su-35, OLS-50 usado no caça Sukhoi Su-57 ou o OEPS-29 usado no MIG-29M2/ MIG-35 e em caças europeus como o Gripen ERafale e Typhoon (para conhecer mais destas aeronaves, clique nos links dos nomes delas), ou seja, fazer a busca passiva por alvos. Isso permite manter o radar desligado, diminuindo a chance de algum inimigo consiga detectar a presença do J-10, uma vez que a operação do radar, por ser um sistema ativo, denuncia sua presença para os sensores adversários.
O J-10B recebeu um sistema de alerta e aproximação de míssil MAW que é montado dos dois lados, próximo a base da empenagem vertical e um sistema, aumentando o nível de consciência situacional para o piloto.
Acima: Fotos de equipamentos de radar chineses são raras. Aqui uma foto do radar AESA KLJ-10 de um J-10B.
O armamento do J-10 é composto por um canhão duplo Gryazev-Shipunov GSh-23 em calibre 23 mm (o mesmo usado nos veteranos caças MIG-21 entre outros caças da época soviética), cuja cadência chega a 3600 tiros por minuto e o alcance efetivo é de 1000 metros aproximadamente.
Para missões ar ar, o J-10 pode operar com mísseis ar ar de curto alcance PL-8, variante chinesa, legalmente licenciada do famoso míssil israelense Python III, usado pela FAB em seus F-5EM. este míssil, embora esteja operacional, já tem suas capacidades bastante inferiores aos mísseis de 4º e 5º geração. Seu sistema de guiagem é por infravermelho com capacidade "all aspect", o que significa que ele pode ser lançado contra um alvo de qualquer angulo, incluindo de frente, tendo um alcance máximo de 15 km e um alcance minimo de 500 metros. O sensor possui capacidade de engajamento de  30º de varredura para cada lado, o que o coloca em desvantagem contra modernos mísseis com alta capacidade off boresight, como o R-73 russo, ou o AIM-9X norte americano. O míssil de curto alcance chinês mais moderno integrado ao J-10 é o PL-9, que já possui capacidade de engajamento off boresight (fora da linha de visada) de cerca de 60º. Para tanto, este míssil precisa ser operado em conjunto a um sistema HMS (mira montada no capacete). O PL-9 tem alcance de 18 km contra alvos se aproximando pelo setor frontal.
Acima: O J-10B desta foto está configurado para superioridade aérea com dois mísseis PL-12 de médio alcance nos cabides internos e dois mísseis PL-9 nos cabides externos, além de três tanques de combustível.
Para combate ar ar além do alcance visual (BVR), o J-10 pode lançar os mísseis PL-11 e o moderno míssil PL-12. O PL-11, mais antigo, é derivado do míssil italiano Aspide, do qual a China tinha licença para fabricar. O modelo, inicialmente operava, apenas, com radar semi ativo, obrigando a aeronave lançadora a manter seu radar apontado para o alvo engajado até o míssil acertar ele. Porém, uma versão aprimorada, chamada PL-11B recebeu um radar ativo que permite o modo de engajamento dispare e esqueça. O PL-11 tem alcance de 50 km aproximadamente. Já o míssil PL-12, se assemelha ao míssil norte americano AIM-120 AMRAAM. Esta arma foi projetada, desde o início como um míssil de médio alcance com radar ativo e com pequenas superfícies de controle de voo, que facilitam seu uso em compartimentos internos de aeronaves stealth. Seu alcance é de cerca de 80 km e a arma também é usada no caça sino-paquistanês JF-17, também já descrito nas paginas do WARFARE blog.
Já, para missões de ataque ao solo, o J-10 pode operar com uma relativa grande variedade de bombas guiadas como o modelo LT-2 de 500 kg, guiado por laser, bombas guiadas por satélites de posicionamento global LS-6, de 500 kg, que possui capacidade de planeio podendo atingir um alvo a 60 km com uma margem de erro menor que  15 metros, bombas GB-2 e GB-3.
O J-10 pode operar missões de supressão de defesa anti-aérea usando o míssil YJ-91 que é uma versão local do míssil russo Kh-31P, sendo que seu sistema de guiagem busca as emissões de antenas de radares inimigos para seguir e destruir. Seu alcance é de 120 km.
Também fazem parte do arsenal do J-10, os casulos lançadores de foguetes não guiados.
Acima: A China desenvolveu uma família de bombas guiadas por satélites, nos moldes das bombas JDAM dos Estados Unidos. Aqui a versão mais leve da bomba guiada por GPS LS-6, com 50 kg, é, ainda, mais leve que a bomba GBU-39 SDB, menor bomba guiada por GPS em uso na Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) 
A China é a única nação que faz uso do J-10. O Paquistão, tradicional aliado da China, quase recebeu um esquadrão de caças J-10B, porém, houve o cancelamento da encomenda do modelo devido a industria chinesa estar desenvolvendo um caça leve/ médio com características de baixa reflexão (stealth), batizado de  FC-31 Gyrfalcon que terá forte foco no mercado de exportação e que, terá algumas vantagens sobre o J-10. Não há, no entanto, como negar que o J-10, principalmente nas versões B e C, entregam um caça com uma boa relação custo benefício e que seria muito bem sucedido no mercado de caças se não houvesse a grande desconfiança deste diante de produtos fabricados na China. O preço de um J-10B é estimado em torno de U$ 40 milhões de dólares cada, o que o posiciona como uma aeronave de menor custo de aquisição que os caças de 4º geração ocidentais, entregando um desempenho bastante convincente na arena de combate aéreo.
Acima: O J-10B em primeiro plano está armado com mísseis anti-radar YJ-91 capazes de destruir uma antena de radar a 120 km de distancia.

Acima: Uma decolagem com pós combustor a plena força deste J-10B, ainda equipado com o motor russo AL-31FN.

Acima: O J-10A em três vistas.

URALTRANSMASH 2S19 MSTA-S



FICHA TÉCNICA
Tripulação: 5 homens.
Motor: Um motor V-84A com 840 hp.
Peso: 42 toneladas.
Comprimento: 11,91 m.
Largura: 3,38 m.
Altura: 2,98 m.
Autonomia: 500 km.
Velocidade: 60 Km/h em estrada.
Passagem de vau: 1,2 m
Obstáculo vertical: 0,50 m
Trincheira: 2,8
Inclinação frontal: 65º
Inclinação lateral: 40º
Armamento: Um canhão modelo 2A64  de 152 mm uma metralhadora NSV em calibre .50 (12,7X108 mm).
Alcance das granadas: Convencional: 45 km, Granada RAP: 62 km.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
A capacidade de artilharia auto propulsada é um dos elementos mais importantes do campo de batalha pois garante poder de fogo contra áreas distantes, não raro a mais de 30 km e mobilidade para não depender de ser rebocado como um obuseiro comum, que acarreta na necessidade de maior tempo para preparo do armamento para ser empregado. A Rússia, desde a época da União Soviética, já dispunha de um arsenal de artilharia que lhe colocava entre os maiores usuários do mundo nessa categoria de armamento. Um dos mais recentes armamentos deste tipo no exército russo é o 2S19 MSTA-S que está em serviço desde 1989 depois de um período relativamente longo de desenvolvimento do projeto que se iniciou em 1980.

Acima: O antigo obuseiro autopropulsado SO-152 (2S3 Akatsiya) foi o sistema de artilharia que deu lugar ao novo 2S19 MSTA-S.
O 2S19 é um veículo particularmente de grandes dimensões e, consequentemente, bem pesado também. São quarenta e duas toneladas que um potente motor V-84A com 840 hp de potência empurram para frente a uma velocidade máxima de 60 km/h quando o veículo estiver em uma estrada. Cabe observar aqui que a potência deste motor representa o dobro de potência que o motor norte americano Detroit Diesel 8V71T, usado no obuseiro auto propulsado M-109A-6 Paladin, é capaz de fornecer. O chassis do veículo é baseado nos carros de combate MBT T-72 e T-80, sendo que a carroceria é mais semelhante ao do T-80. A autonomia em estrada do 2S19 chega a 500 km. Nada mal quando comparamos à autonomia de 335 km do T-80!
Acima: O obuseiro 2S19 representou uma evolução significativa na capacidade da artilharia móvel russa.
As chapas de blindagem do 2S19 são relativamente finas e fornecem proteção contra armas leves (munições até 7,62mm) e estilhaços de granadas. Internamente, porém, o veículo foi projetado com proteção para sua tripulação em ambientes nucleares, biológicos e químicos (NBQ). Além disso, o 2S19 possui um sistema automático de extinto de incêndios caso algum armamento inimigo atingir a viatura. Outro recurso de proteção que está integrado ao 2S19 são três lançadores de fumaça de cada lado da torre que produzem cortinas de fumaça para dificultar o engajamento do veículo pelos sistemas de mira inimigos.
Acima: Aqui podemos ver o lançador de fumaça em operação. este sistema permite dificultar o máximo a visada inimiga contra o veículo criando uma cortina de fumaça.
Embora, inicialmente, o obuseiro autopropulsado 2S19 não estivesse equipado com um sistema de posicionamento global GLONASS (equivalente ao GPS norte americano), as versões modernizadas do veículo, chamada de 2S19M1, receberem computadores de tiro integrados a um sistema deste tipo baseado no GLONASS. O armamento principal é um obus 2A64 em calibre 152 mm que é alimentado por um recarregador automático que permite uma cadência de 8 tiros por minuto e pode operar todos os tipos de granadas do calibre 152 mm que a Rússia produz. O alcance varia conforme a munição usada, de forma que a granada de alto explosivo HE possui alcance de 24,7 km. Com projétil assistido por foguete RAP, o alcance aumenta para 28,9 km. O canhão 2S64 é capaz de disparar o projétil guiado a laser 30F39 Krasnopol , que tem alcance de 20 km, porém, com capacidade de atingir um carro de combate inimigo, mesmo se ele estiver em movimento a velocidade de até 36 km/h
Acima: O canhão 2S64 em calibre 152 mm usado no 2S19M pode empregar todos os tipos de granadas fabricadas na Rússia. O alcance das granadas varia de 24,7 a 28,9 km dependendo do tipo.
O 2S19 tem capacidade de armazenar 50 granadas de 152 mm o que lhe garante uma boa persistência de combate. Para exportação, a Uraltransmash disponibiliza um canhão ocidental L-55 em calibre 155 mm conhecida como 2S19M-155. O armamento secundário é representado por uma metralhadora pesada NSV em calibre .50 (12,7X108 mm) controlada remotamente de dentro do veículo e capaz de uma cadência de 800 tiros por minuto. Esta metralhadora tem alcance de 2000 metros contra alvos de superfície e 1500 metros contra alvos aéreos e a arma está alimentada com 300 munições para pronto emprego.
Acima: O armamento secundário de todas as versões do veículo 2S19M (na foto um 2S19M2) é a metralhadora pesada NSV, controlada remotamente, de dentro do veículo. esta arma dispara munição calbre 12,7X108 mm (.50).
O obuseiro auto propulsado 2S19 substituiu o antigo veículo 2S3 Akatsia  e elevou a capacidade da artilharia russa em alcance, precisão, persistência de combate e cadência de tiro. Embora a Rússia já tenha um veículo mais moderno em desenvolvimento conhecido como 2S35  Koalitsiya-SV, o fato é que o 2S19 continuará a ser um sistema de artilharia com desempenho superior a de muitos sistemas similares. Atualmente, os russos contam com quase 500 unidades desse moderno obuseiro auto-propulsado e a produção ainda continua. Além dos russos, mais sete nações, incluindo a Venezuela, nossa vizinha do norte, opera este veículo.
Acima: Nesta foto podemos ver dois obuseiros 2S19M1 posicionados em uma trincheira, que permite reduzir a exposição em altura do veículo.

CLASSE SEJONG (KDX III)


FICHA TÉCNICA
Tipo: Destróier.
Tripulação: 350 tripulantes.
Data do comissionamento: Dezembro de 2008.
Deslocamento: 11000 toneladas (totalmente carregado).
Comprimento: 165 mts.
Calado: 6.25 mts.
Boca: 21 mts.
Propulsão: 4 turbinas a gás GE LM 2500 de 25000 Hp cada.
Velocidade máxima: 30 nós (56 km/h).
Alcance: 10200 Km.
Sensores: Radar multifuncional SPY-1D  (V) AEGIS, Sistema de controle de fogo AN/SPG-62. Sonar Atlas Elektronik DSQS-21BZ, Sonar rebocado Sagem MTeQ e um sistema de detecção passiva infravermelha Sagem IRST.
Armamento: 2 lançadores verticais MK-41 (um de 48 celulas e outro com 32 celulas) totalizando 80 celulas para mísseis SM-2 Block IIIB/IV Standard,  1 Lançador vertical K-VLS para 16 mísseis K-Asroc Red Shark; 1 Lançador vertical K-VLS para 32 mísseis Hyummoo III C, 4 lançadores quádruplos para 16 mísseis antinavio SSM-700K Hae Sung; 1 lançador para 21 mísseis antiaéreos RIM-116 RAM; 1 canhão MK-45 Mod 4 de 127 mm; 1 canhão Goalkeeper  CIWS de 30 mm; 2 lançadores triplos para torpedos leves K-745 Blue Shark.
Aeronaves: 2 helicópteros Agusta/ Westland Super Linx MK-99.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E. S. Junior
A Coreia do Sul tem sua defesa intimamente ligada a influencia militar e industrial dos Estados Unidos. Todos os meios de combate, das três forças principais de defesa da Coreia do Sul são fabricados sob licença ou tem importante participação da indústria bélica norte americana.
O navio de guerra que é foco deste artigo representa um exemplo claro dessa influência. O destróier KDX III ou, classe Sejong, como é conhecido, é o mais poderoso navio de guerra no mar amarelo e mar do Japão, onde, pode-se dizer que esse status é dividido com o destróier japonês da classe Atago, que também recebeu pesado suporte norte americano em sua concepção e construção.
Acima: O projeto da classe Sejong é baseado no destróier norte americano da classe Arleigh Burke. O navio sul coreano, no entanto, é maior e mais pesadamente armado.
O Sejong começou a ser idealizado no ano 2000 e depois de escolhido o projeto, o navio foi construído durante os anos seguintes vindo a ser lançado em maio de 2007 pela Hyundai Heavy Industries. Seu desenho é baseado no destróier norte-americano classe Arleigh Burke, na sua versão conhecida como Flight II A, cujo principal diferencial é a existência de um hangar para operar dois helicópteros de tamanho médio.  O Sejong, porém, é mais de 11 metros mais comprido, chegando aos 165 metros além e tem uma boca de 21 m. Naturalmente seu deslocamento é maior que o navio norte americano, chegando a  11000 toneladas quando totalmente carregado. Mesmo com essas dimensões maiores, o desempenho do navio no mar é ligeiramente melhor que o seu "pai ocidental".
Sua propulsão é configurada como COGAG (Combinação gás com gás), contando com 4 turbinas General Eléctric LM-2500 que produzem 25000 Hp cada permitindo ao Sejong navega a velocidade máxima de 30 nós (56 km/h), a mesma do Arleigh Burke, porém, sua autonomia é maior, chegando a 10200 km, o que lhe dá capacidade de escoltar grupos de batalha por qualquer lugar do mundo.
Acima: Embora os navios da classe Sejong sejam maiores que os seus primos da classe Arleigh Burke, seu desempenho de velocidade é o mesmo, e o navio sul coreano ainda tem maior alcance.
Sendo um navio com forte ênfase na guerra antiaérea, sua capacidade de detecção e controle do espaço aéreo é dada pelo mais capaz sistema de radar atual, o sistema AEGIS , desenvolvido nos Estados Unidos, composto pelo moderno radar SPY-1D (V). Este radar possui 4 antenas cuja disposição cobrem 360º em volta do navio permanentemente permitindo rastrear mais de 100 alvos a 450 Km de distancia de forma ininterrupta, além de ser muito mais resistente a contramedidas eletrônicas impostas pelos sistemas de guerra eletrônica inimigos. 
O radar de controle de fogo para alvos aéreos é o Mk 99 Missile Fire Control System (MFCS) que trabalha integrado com o radar AN/SPG-62 que faz a iluminação dos alvos aéreos detectados pelo radar SPY-1D para que os mísseis de defesa anti-aérea SM-2 atinjam seu alvo. Desta forma, pode-se ver que os sistemas operam de forma integrada otimizando a capacidade de resposta do navio a ameaças aéreas.
Para guerra anti-submarina, o Sejong faz uso de um sonar de casco DSQS-21BZ fornecido pela Atlas Elektronik que tem capacidade de detectar um submarino inimigo a 29,7 km. Um segundo modelo de sonar chamado MteQ, do tipo rebocado, também é empregado nesta classe.
A suíte de guerra eletrônica foi privilegiada também com o sistema SLQ-200(V) 1K conhecido, também como “Sonata” que faz a identificação de sinais de radio, radares e mísseis, identificando a ameaça e gerando uma contramedidas ativa que interfira nos equipamentos inimigos.
Acima: O sistema AEGIS composto pelas 4 antenas fixas SPY-1D (V) caracterizam o desenho do destróier da classe Sejong. Este sistema está entre os 3 mais modernos sistemas do mundo para defesa antiaérea.
O armamento da Sejong é mais pesado do que a média dos navios de guerra de sua categoria. Mesmo sendo um destróier, suas capacidades se igualam ao do cruzador classe Ticonderoga, da marinha dos Estados Unidos.
A capacidade antiaérea é garantida por 2 lançadores verticais MK-41 para mísseis Raytheon SM-2 Block IIIB/IV Standard. Um dos lançadores tem 48 células e o outro tem 32 células. O míssil SM-2 Block IIIB possui um alcance máximo de 74 km e e seu sistema de guiagem é do tipo dual, ou seja, usa dois tipos distintos de guiagem, sendo uma por radar semi ativo e a fase terminal usa um sensor infravermelho. A grande vantagem desse sistema de guiagem é a capacidade de superar eventuais contramedidas evasivas que venham a ser usadas pelo alvo. Esta versão é particularmente eficaz contra alvos em voo em baixa altitude e com RCS pequeno (alvos furtivos).
Ainda, para defesa antiaérea, há um pequeno lançador de mísseis RIM-116 RAM, com 21 mísseis. Estes pequenos mísseis são usados para defesa aproximada contra mísseis anti-navio, e projeteis guiados que penetrem na defesa externa do navio.
Acima: Os destróieres da classe Sejong são pesadamente armados e contam com a capacidade de pronto emprego de nada mais, nada menos, que 128 mísseis divididos entre mísseis antiaéreos SM-2 Block IIIB/IV Standard, mísseis anti submarino K-Asroc Red Shark e mísseis de cruzeiro Hyummoo III C. Caso colocarmos nessa conta os outros 16 mísseis anti-navio SSM-700K Hae Sung, a conta vai parar nos incríveis 144 mísseis para pronto emprego!
Um sistema de lançamento vertical para mísseis projetado na própria Coreia do Sul foi instalado e está equipado com 48 celulas divididas em 16 células para mísseis anti-submarino K-ASROC Red Shark. Este míssil tem um alcance de 19 km e está equipado com um torpedo K-745 Blue Shark que é lançado na água, na área onde o contato submarino inimigo tiver sido detectado pelos sistemas de sonares do Sejong. A partir deste momento o torpedo inicia o ataque ao submarino detectado. O alcance do torpedo K-745 Blue Shark  é de 12 km e seu sistema de guiagem se dá por sonar ativo/ passivo com alcance de 1,9 km e é equipado com uma espoleta de detonação por contato que detona sua ogiva permitindo penetrar 1,5 metros de aço.
As outras 32 células deste lançador, estão armadas com 32 mísseis de ataque terrestre Hyummoo III C, similar ao Tomahawk. Este poderoso míssil de cruzeiro é guiado por GPS e possui um alcance de 1500 km, sendo, portanto, capaz de infringir sérios danos contra alvos estratégicos inimigos bem dentro de seu território.
Voltando a tratar da capacidade de ataque anti-submarino do Segong, foram instalados dois lançadores triplos de torpedos K-745 Blue Shark, mesmo modelo usado no míssil K-ASROC.
Para guerra anti-navio, o Sejong está armado com 4 lançadores quádruplos para mísseis SSM-700K Hae Sung, cujo alcance é de 250 km e guiados por INS/GPS com radar ativo na fase terminal.
Acima: Operando de forma similar ao famoso míssil de cruzeiro norte americano BGM-109 Tomahawk, o míssil de cruzeiro Hyummoo III C, possui um alcance de 1500 km.
O armamento de tubo é composto por um canhão norte americano MK-45 Mod-4 de 127 mm instalado a frente do navio e pode ser usado tanto contra alvos de superfície, como contra alvos aéreos e seu alcance é de 24 Km. Um sistema antiaéreo tipo CIWS Goalkeeper, contendo com um canhão em calibre 30 mm é usado para defesa antiaérea de ponto.  O canhão usado no sistema é o poderoso GAU-8 da General Electric, famoso por ser usado no avião de combate A-10 Thunderbolt II contra veículos blindados. Sua cadencia é de 4200 tiros por minuto e seu alcance efetivo é de 2000 metros. O destróier Sejong opera dois helicópteros anti-submarino Agusta/ Westland Super Linx MK-99, porém pode-se operar outros modelos de dimensões similares como o Sikorsky SH-60 Seahawk.
Acima: O sistema de defesa de ponto CIWS Goalkeeper é armado com um potentíssimo canhão de 7 canos rotativos GAU-8/A Avenger em calibre 30 mm,  o mesmo usado no jato de apoio aéreo aproximado A-10C Thunderbolt II da força aérea dos Estados Unidos. São 4200 tiros por minuto capazes de destruir aeronaves e mísseis anti-navio que se aproximem do navio a uma distancia de até 2000 metros.
Os dados apresentados aqui deixam claro que a classe Sejong representa um dos mais poderosos destróieres no mundo. É certo que a estratégia de defesa da Coreia do Sul recebe influencia pesada do governo dos Estados Unidos e muito provavelmente os norte americanos até tem poder de decisão sobre o que vai ou não ser adquirido pelas forças armadas sul coreanas. Por isso, é interessante observar que o Sejong é mais bem armado que os navios da classe Arleigh Burke da marinha dos Estados Unidos e isso evidencia a importância que a capacidade antiaérea e de ataque contra alvos terrestres tem na marinha sul-coreana e na estratégia norte americana de atuação naquela região do globo. A Coreia do Norte, o inimigo numero um da Coreia do Sul, não tem, absolutamente, nada equivalente em tecnologia, poder de fogo e desempenho ao que o destróier da classe Sejong é capaz de prover e a marinha sul coreana possui, atualmente, 3 navios desta classe, com mais 3 encomendados e a serem integrados a moderna marinha da Coreia do Sul até 2022.
Acima: Na popa do Sejong podemos ver os dois hangares para operações de dois helicópteros médios, normalmente do modelo Westland Mk.99A Super Lynx. Porém o modelo norte americano SH-60 Seahawk também pode ser empregado.