segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

DASSAULT AVIATION MIRAGE 2000-5MK2


FICHA TÉCNICA
Velocidade de cruzeiro: Mach 0,9 (1190 km/h).
Velocidade máxima: Mach 2,2 (2350 km/h).
Razão de subida: 17100 m/min.
Potencia: 0,91 (somente com combustível interno).
Carga de asa: 69 lb/ft².
Fator de carga: 9 Gs.
Taxa de giro instantânea: 22º/s.
Razão de rolamento: 270º/s.
Teto de serviço: 17600 m.
Raio de ação/ alcance: 1530 km (com 3 tanques externos)/ 3335 km.
Alcance do Radar: Thales RDY com 111 km (alvo de 5m² de RCS como um caça MIG-29).
Empuxo: Um motor Snecma M53-P2 com 9706 kgf com pós-combustão.
DIMENSÕES
Comprimento:14,36 m.
Envergadura: 9,13 m.
Altura: 5,2 m.
Peso vazio: 7500 Kg.
Combustível interno: 6966,60 lb.
ARMAMENTO
Mísseis Ar-Ar: Médio alcance: MBDA MICA RF / IR
Ar-Superfície:  Bombas AASM Hammer 250, BGL 1000/ 400/ 250, Bomba guiada a laser GBU-12 Paveway II
Interno: 2 canhões DEFA 554 de 30 mm

DESCRIÇÃO
Por Carlos E. S. Junior
O nome "Mirage" representa uma das mais bem sucedidas dinastia de caças na história da aviação militar. Os franceses, através de sua talentosa empresa Dassault Aviation, (inicialmente Avions Marcel Dassault), desenvolveram a família Mirage desde 1953 produzindo modelos, como o Mirage III e o Mirage 5, que obtiveram tanto sucesso comercial quanto em batalhas. O ultimo e mais moderno membro da família foi o Mirage 2000, uma aeronave desenvolvida com estabilidade relaxada, que dependia de um sistema de controle FBW (Fly By Wire) para voar, o que lhe garantia alta agilidade e a solução de todos os inconvenientes que a configuração de asa em delta apresentava em modelos anteriores, e que entrou em serviço na Força Aérea Francesa em 1984 com a versão inicial "Mirage 2000C" que era uma aeronave bastante especializada, limitada a operações de interceptação e combate aéreo. A partir dai, versões de ataque e treinamento foram sendo desenvolvidas aumentando o leque de opções dentro deste projeto. Em 1991 a Dassault apresentava a versão Mirage 2000-5, que trouxe melhoramentos importantes em seus sistemas permitindo ao caça de 3º geração operar como uma aeronave multimissão, atacando alvos no ar e na superfície. Esta versão foi adquirida pela Força Aérea Francesa que modificou quase 40 aeronaves do modelo C de seu acervo para o novo padrão "-5" e vendeu outros exemplares para mais 4 países.
O modelo que será foco deste artigo, a partir de agora, é o Mirage 2000-5MK2, que representa a ultima e mais moderna aeronave da dinastia Mirage.
Acima: O Mirage 2000C é um modelo especializado em missões ar ar, e foi necessário desenvolver novas capacidades para o modelo para torna lo mais flexível em combate, e tornar ele mais atrativo para o mercado internacional.
O Mirage 2000-5MK2 tem em seus sensores e armamentos, suas atualizações chave que trouxeram um aumento significativo de sua capacidade de combate quando comparado com as versões anteriores do Mirage 2000. Com relação a estes sensores, o mais importante foi a substituição do radar RDM, um sensor especializado para missões ar ar, pelo muito mais capaz e flexível RDY-2. Além do aumento do alcance de 85 km do RDM, para 111 km no RDY -2, o novo sensor permitiu o rastreio de 24 alvos simultâneos com engajamento de 4 deles simultaneamente. O RDY, trouxe também, uma capacidade inexistente anteriormente na versão C, que é a capacidade de rastrear e engajar alvos de superfície, tornado o Mirage 2000-5MK2 em uma aeronave de combate multi-missão. O avião recebeu a integração de um casulo (ou pod, como alguns preferem), para designação de alvos Damocles, fabricado pela Thales, que é composto por um designador a laser, um FLIR e um sistema de imagem de alta resolução que permite identificar um carro de combate inimigo no solo  a 27 km. O Mirage 2000-5 MK2 está equipado com um HUD (Head Up Display) Thales VEH 3020 de grande angulo, que permite uma melhor visualização do cenário de batalha aérea. Porém, a mira montada no capacete, a chamada "HMD (Helmet Monted Displau), não foi integrado ao Mirage. Esse recurso ficou para o seu sucessor natural, o poderoso e moderno Rafale, já descrito nesse site.
Acima: O radar RDY-2 é um dos pilares das capacidades do Mirage 2000-5MK2. Seu alcance é de cerca de 111 km contra um avo do tamanho de um caça e 4 alvos podem ser engajados simultaneamente.
O cockpit do Mirage 2000-5MK2 possui um painel com 3 telas multifunção coloridas que permitem um gerenciamento da navegação e missão mais fácil para o piloto. O layout dos controles no cockpit é do tipo HOTAS (Hands On Throttle-And-Stick) uma característica presente em todos os caças que foram projetados no fim da década de 70 para cá, e que também permite ao piloto um maior controle das ferramentas e recursos da aeronave sem ter que tirar as mãos do manche e do manete. O cockpit é, também, compatível com o uso de óculos de visão noturna.
No campo da defesa eletrônica, o Mirage 2000-5 está equipado com uma suíte de guerra eletrônica integrada Thales ICMS MK-2 que opera junto com um sistema de alerta de míssil Damir DDM que informa o piloto quando um míssil inimigo é lançado contra o seu caça.
Acima: O painel de controle do Mirage 2000-5MK2 tem o lay out típico dos caças de 4º geração, mesmo sendo uma aeronave de 3º geração. 
O Mirage 2000-5MK-2 é equipado com um motor turbofan Snecma M53-P2 que fornece a potência máxima com pós combustor de 9706 kfg de empuxo, dando uma relação empuxo/ peso, considerando o caça armado com 6 mísseis ar ar MICA e um tanque externo de combustível montado no cabide central da fuselagem, de 1300 litros, de 0,77. Não é um desempenho formidável, porém, a baixa resistência aerodinâmica permite ao Mirage 2000 um desempenho de aceleração consistente. A uma altitude de 10973 m, voando a velocidade de mach 0,9 (1190 km/h), acelera até mach 1,85 (2000 km/h) em apenas 120 segundos. A sua razão de subida é espetacular, chegando a 17100 m/min, o que corresponde a um desempenho melhor que o do F-15 e F-16 norte americano, e comparável ao do Su-27 e MIG-29 russos. Já no campo de manobrabilidade, a estabilidade relaxada, onde o centro de gravidade da aeronave é deslocado de sua posição natural,  e controlada pelos controles FBW (Fly By Wire), permite ao Mirage 2000, uma desempenho de curva muito bom, sem a característica perda de energia de aeronaves com configuração em delta possuem nessas curvas mais fechadas. A taxa de giro instantânea, a velocidade de mach 0,7 é de 22º/seg, o que pode ser considerado bom quando comparado com aeronaves de sua época.  para os padrões atuais, no entanto, esse desempenho não representa um valor tão bom. O moderno caça Rafale, já descrito no WARFARE, seu sucessor na força aérea francesa, atinge 31º/ seg em velocidade igual.
Acima: O Mirage 2000-5MK2 tem um bom desempenho de manobra. Se o compararmos com aeronaves de sua geração, ele se destaca positivamente nesse quesito.
O armamento do Mirage 2000-5MK2 é composto pelos mísseis ar ar de médio alcance MICA que tem alcance de 60 km e com total capacidade de combate de combater a curta distancia também, graças a sua vetoração de empuxo que lhe garante alta agilidade em manobras. O MICA pode ser equipado com um sistema de guiagem por radar ativo (RF) ou por um sistema de guiagem por infravermelho (IR). É interessante notar que esta ultima versão tem uma vantagem de emprego contra aeronaves stealth, que embora não reflitam bem as ondas de radar, não conseguem esconder a assinatura térmica com a mesma eficiência. Para missões contra alvos de superfície, pode-se transportar bombas guiadas AASM  Hammer 250, que podem ser lançadas a 15 km do alvo, sendo guiadas por um sistema de GPS ou com um tipo de guiagem dual, onde a arma faz uso de um sistema de GPS com suporte de um sistema de infravermelho, ou a laser, o que garante uma precisão com margem de erro de apenas 1 metro . As bombas guiadas a laser de fabricação francesa BGL, que são similares a família Paveway dos Estados Unidos, também podem ser empregadas em todas as suas versões pelo Mirage 2000-5MK2. Alias, a bomba GBU-12 Paveway II pode ser usada também no Mirage 2000.
Acima: O míssil MIKA é o principal armamento ar ar do Mirage 2000-5. Ao todo podem ser transportados 6 unidades, sendo 4 deles guiados a radar ativo, e dois deles por infravermelho.
Para ataque contra navios de guerra inimigos, o Mirage 2000-5MK2 usa o míssil AM-39 Block 2 Exocet guiado por radar ativo e com alcance de 70 km. Este míssil tem uma ogiva de 165 kg de explosivos e é capaz de produzir estragos significativos a navios do tamanho de um destróier. Outro armamento integrado ao Mirage é o míssil de cruzeiro multinacional SCALP EG (Storm shadow) fabricado pela MBDA e desenvolvido anteriormente pela Inglaterra Itália e França tendo um alcance 500 km. O sistema de guiagem do SCALP EG se dá  por uma combinação de sistemas INS, GPS e TERPRON que permite ao míssil voar rente ao solo seguindo o contorno do terreno dificultando sua detecção pelos sistemas de radares inimigos. Na fase final do ataque, o SCALP usa um sistema infravermelho.  A ogiva do SCALP EG, também difere do Apache. No SCAPL EG ela é unitária de penetração com 450 kg de alto explosivo. O objetivo é a destruição de alvos reforçados como um Bunker, por exemplo.
O armamento orgânico do Mirage 2000-5MK2 continuou sendo os mesmos dois potentes canhões DEFA 554 em calibre 30 mm, com 125 munições cada um, capazes de uma cadência de 1800 ou 1200 tiros por minuto, configuráveis por um controle do piloto.
Acima: O míssil SCALP EG montado no cabide central deste Mirage 2000-5B permite uma capacidade de atacar alvos fora do alcance dos seus sistemas de defesa (capacidade stand off). 
Embora o projeto do Mirage 2000 seja antigo, datando da década de 80 do século passado e já haver um sucessor em operação (o Rafale), é inegável que a capacidade de combate do Mirage 2000-5 MK2 ainda é bastante relevante. Bem armado, com bom desempenho de voo, e com sensores eficientes, ele está no mesmo nível que um F-16C Block 50 e pode operar com uma capacidade crível por mais 15 anos, pelo menos. O mercado de caças, no entanto produz pesado lobby junto as autoridades militares e políticas para forçar a substituição dos equipamentos de combate em uso por novos produtos, mantendo a saúde da industria bélica. Para nações como Emirados Árabes Unidos, Grécia, Catar e Taiwan, a manutenção de uma frota de Mirages 2000-5, faz bastante sentido ainda e deverão manter seus caças operando até 2030.
Acima: Embora o Mirage 2000 seja um projeto antigo e com seu sucessor já operacional, suas boa capacidades permitirão a continuidade de seu uso operacional por mais 15 anos pelo menos.

BAE SYSTEMS CHELLENGER 2. Um inglês peso pesado


FICHA TÉCNICA
Velocidade máxima: 59 Km/h em estrada e 40 km/h em terreno irregular.
Alcance máximo: 450 Km (em estrada); 250 km (em terreno irregular).
Motor: Um motor turbo diesel Perkins CV 12 com 1200 Hp.
Peso: 62,5 Toneladas.
Comprimento: 11,55 m (contando o canhão)
Largura: 3,52 m.
Altura: 2,49 m.
Tripulação: 4 tripulantes.
Inclinação frontal: 60º.
Inclinação lateral: 30º.
Passagem de vau: 1,07 m
Obstáculo vertical: 0,9 m.
Armamento: 1 canhão L-30 de 120 mm, 1 metralhadora Chain gun de 7,62 mm e uma metralhadora L-37 de 7,62mm.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
O tanque pesado Challenger 2 é uma evolução do Challenger 1, e representa  a ultima geração de tanques de guerra pesados do exército britânico. O Challenger 2 foi desenvolvido pela BAE Land Systems, conhecida formalmente como Vickers Defense Systems. Atualmente o Challenger 2 está em serviço no exército britânico, com 226 tanques em serviço, e no exército de Omã que colocou uma encomenda de 38 unidades para suas fileiras de combate.
O Challenger 2 usa a famosa blindagem “Chobham” de segunda geração na sua torre, o que garante um dos maiores índices de proteção blindada nos tanques atuais. Além disso o tanque é protegido para operar normalmente em ambientes NBQ (nuclear, biológico e químico), característica muito importante quando muitos prováveis inimigos da OTAN, possuem armas táticas com essas características. Existem 5 lançadores de fumaça L-8 de cada lado da torre, para dificultar o engajamento do Challenger por um inimigo, e um sistema que injeta diesel nos exaustores do motor para fazer fumaça e conseguir o mesmo efeito.
Acima: Aqui podemos ver o Challenger 1, veículo do qual deriva o Challenger 2. Embora os dois veículos se assemelhem, externamente, o Challenger 2 apresenta melhorias em todos os aspectos do desempenho.
O motor que equipa o Challenger 2 é um potente  turbo diesel Perkins CV 12 com 12 cilindros e 1200 hp de potência. Esse motor permite um desempenho de velocidade de 59 km/h em estradas ou 40 km/h em terreno irregular, o que não é nada mal se levarmos em conta que o Challenger 2 pesa 62,5 toneladas! Vale observar aqui que os MBTs norte americano M-1A2 e o alemão Leopard 2 A5 possuem motores mais potentes, porém, o Perkins CV-12 demonstrou ser mais confiável nas operações de guerra contra o exército iraquiano.  O alcance está em 450 km rodando em estrada, ou 250 Km em terreno irregular. A suspensão é do tipo hidrogas variável de segunda geração, o que consegue um conforto maior a tripulação que a dos tanques anteriores.
Acima: Embora o Challenger 2 tenha velocidade e potência menores que a de seus concorrentes ocidentais, a confiabilidade mecânica é maior.
O Challenger 2 está equipado com um computador de controle de fogo da General Dynamics Canadá, e um sistema PBISA que é um sistema da informação do campo de batalha produzido pela General Dynamics UK. Esse sistema integra o mostrador do motorista com o do comandante, facilitando a tomada de decisões e agilizando a dinâmica de combate. Um sistema de comunicação digital tático Bowman, permite uma comunicação de voz segura e a transmissão e recepção de dados, fazendo, também a localização de todas as outras unidades no campo de batalha. Sistemas como esse, são indispensáveis para uma maior consciência situacional da batalha. Tanques sem um equipamento com essa capacidade tendem a ser destruídos em combate por tanques que usam esta tecnologia.
Acima: O Challenger 2 é o mais protegido MBT do mundo. Porém, ainda pode receber módulos adicionais de blindagem reativa como o exemplar da foto acima. 
Uma mira giro estabilizada SAGEM VS-580-10 está montada para uso do comandante e atua de forma integrada a um telêmetro a laser que confirma a visada para a decisão de disparo. Para uma visão de 360º em volta do tanque, o Challenger 2 tem 8 periscópios montados ao redor do tanque. Para o artilheiro há uma mira térmica Pilkington Optronics TOGS II que fornece a capacidade de visão noturna, além de permitir encontrar alvos fortemente camuflados. As informações captadas por este sensor são mostradas nas miras do comandante e na do artilheiro, assim como em seus monitores. Ainda para o artilheiro há um sistema primário de mira estabilizada, também da Pilkington Optronics, e que opera em conjunto com um outro telêmetro laser com alcance de 200 m à 10 Km e de um monitor. E por ultimo, o motorista do Challenger 2, conta com um periscópio L-30, com intensificador de imagem, fabricado pela Nanoquest, montado coaxialmente, acima do canhão.
Acima: O Challenger está equipado com uma suíte de sensores que permite uma ótima consciência situacional do campo de batalha além de permitirem uma visada eficiente de seus alvos.
O armamento principal do Challenger 2 é um canhão L-30A1 de 120 mm, estabilizado, fabricado pela BAE Land Systems.  O canhão é feito com um processo de fundição por eletrostática e ainda revestido com uma luva térmica. Este canhão possui alma raiada, sendo que o Challenger 2 é o único carro de combate moderno ocidental que usa um canhão desse tipo, o que implica em uma precisão superior a um custo de menor capacidade de penetração quando comparado come outros veículos de combate similares. Dentro do veículo ficam estocados 49 projéteis de vários tipos, incluindo a perfurante de blindagem (APFSDS), projéteis de alto explosivo (HE), e munição de urânio empobrecido. Como armamento secundário, estão montados uma metralhadora coaxial L-94A1 Chain Gun calibre 7,62 mm, e uma metralhadora anti-aérea L-37A1 (Versão da famosa e confiável FN MAG) em calibre 7,62 mm.
Acima: Visto de muito perto, podemos observar as raias existente na alma do canhão L-30A1 do Challenger 2. Ele é o único MBT ocidental com um canhão de 120 mm de alma raiada.
O MBT Clallenger 2 é um dos mais eficientes carros de combate do mundo atualmente. A Inglaterra pretende manter ele em operação, pelo menos, até 2035. Até lá, o veiculo passará por mais modernizações que abrangerão seus sistemas eletrônicos e sensores. Por ser um veículo de alto valor, graças a seus sofisticados sistemas e sua blindagem passiva, a eventual substituição do Challenger 2 vai ser um trabalho bastante árduo para o fabricante que ficar incumbido desta tarefa. Não ficaria surpreso, se o sucessor do Challenger 2, depois de 2035, acabar sendo um blindado binacional, ou fruto de um consórcio multinacional para desenvolvimento de uma nova geração de MBTs, para poder dividir os altos custos que um veículo destes trará.
Acima: O Challenger 2 passará por um amplo programa de modernização que o manterá na ativa até 2035.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

CLASSE VALOUR


FICHA TÉCNICA
Tipo: Fragata multimissão.
Tripulação: 120 tripulantes.
Data do comissionamento: Fevereiro de 2006.
Deslocamento: 3500 toneladas (totalmente carregado).
Comprimento: 121 m.
Boca: 16,3 m.
Propulsão: 2 motores a diesel MTU 16 V1163-TB 93 com 15880 hp e 1 motor a gás GE LM 2500 com 27000 hp
Velocidade máxima: 27 nós (50 km/h).
Alcance: 14806 Km.
Sensores: Radar de busca: Thales MRR com 180 Km de alcance. Sonar thales UMS-4132 kingklip montado no casco
Armamento: AAW: 1 lançador vertical com 16 mísseis Kentron Umkhonto IR anti-aéreo; SSM: 2 lançadores quádruplos para mísseis MM-40 Exocet, 1 canhão OTO Melara 76 mm/62; Uma torre Denel com canhões duplos em calibre 35 mm; dois canhões Oerlikon MK-1 em calibre 20 mm, e duas metralhadoras calibre 12,7 mm operada remotamente; ASW: 2 lançadores triplos para torpedos
Aeronaves: 2 Helicópteros Lynks ou 1 Orix.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
Desde a década de 1969 que o estaleiro Blohm + Voss GmbH alemão é conhecido como um dos mais bem sucedidos exportadores de navios de guerra para marinhas que não possuem uma tradição de engenharia de navios. Essa fama veio através do conceito MEKO (Mehrzweck Kombination, ou seja, “Combinação Multifunção”), que produz navios com projetos modulares. Os equipamentos do navio são montados em contêiner, ou palhetas, que permitem que cada cliente escolha o equipamento que melhor se encaixa em seus requisitos, sem alterar a estrutura do navio. Esse sistema é muito eficaz na diminuição dos custos de aquisição, manutenção e de modernização de meia vida. Embora existam muitos modelos de navios MEKO, o enfocado desta matéria é uma das versões mais modernas já construídas deste projeto, a MEKO A-200 SAN, preenchendo os requisitos da marinha sul africana para uma nova classe de navio de guerra moderno. Com isso a Africa do Sul batizou esta nova classe de navio como "classe Valour" sendo o primeiro navio dessa nova classe, chamado de SAS Amatola F-145 foi entregue no final de 2004 e se tornou operacional em fevereiro de 2006. Ao todo foram contratadas a construções de 4 navios dessa classe.
Acima: As fragatas da classe Valour são os maiores navios de guerra da marinha sul africana.
De cara, a primeira coisa que se nota quando nos deparamos com a Valour, é seu desenho com soluções de furtividade (stealth) incorporadas. De fato o navio foi projetado com um casco cujo desenho possui ângulos que, quando encontram a parte superior do navio, formam um desenho em forma de “X”. Todos os navios de projeto recente possuem características que diminuem e muito sua sessão cruzada de radar, e a MEKO já estava na hora de incorporar uma nova proposta com esse tipo de solução. Uma outra característica é a diminuição da assinatura infravermelha com a substituição das chaminés, para eliminação dos gases, por um cano que fica montado horizontalmente e é resfriado pela própria água do mar. Esse dispositivo atinge uma diminuição de 75% na assinatura infravermelha do navio.
Acima: Com um desenho anguloso para desviar o eco radar para longa da antena emissora, e soluções de propulsão que reduzem sua assinatura térmica, os navios da classe Valour são alvo difíceis de serem vistos pelo inimigo a longas distancias.
O navio da classe Valour, está equipado com mísseis antiaéreos de curto alcance Umkhonto Block II fabricados pela Kentron. Esses mísseis são lançados de um sistema de lançamento vertical com 16 células e são guiados por infravermelho. O míssil tem alcance máximo de 15 km e usa vetoração de empuxo para poder manobrar agilmente, podendo puxar até 40 Gs em manobra. Sua precisão se mostrou letal em testes do fabricante, e ele pode ser usado contra 8 alvos simultaneamente. Para a guerra anti superfície estão instalados 2 lançadores de 4 células para mísseis MBDA MM 40 Exocet, que é um míssil com perfil de voo sea skimmimg (rente ao mar) e alcance 70 km e é guiado por radar ativo.  O armamento de tubo é composto por um canhão Oto Melara de 76 mm que dispara a uma cadência de 85 tiros por minuto e consegue atingir um alvo a 16 km quando usando granadas padrão. O uso de uma moderna munição conhecida como Vulcano, melhora este alcance para cerca de 40 km e ainda tem guiagem por GPS e INS, garantindo uma precisão sem precedentes para este tipo de armamento. Outro reparo com canhões duplos Denel calibre 35 mm, que são apontados por radar e permitem a destruição de alvos como mísseis de cruzeiro a um alcance de 2,5 km ou um míssil de alta velocidade a um alcance de 1,5 km. O navio, ainda, possui armamento leve como dois canhões Oerlikon MK-1 calibre 20 mm operado manualmente e duas metralhadoras calibre 12,7 mm, operadas remotamente. Para guerra antisubmarino foram instalados 4 tubos lança torpedos leves de 324 mm.  O Valour pode operar um helicóptero Orix ou dois Lynx que são operados no heliporto na parte traseira do navio.
Acima: Os navios da classe Valour possuem um hangar e um heliporto para operar dois helicópteros Super Lynx 300 ou um Atlas Oryx.
A propulsão da Valour é do tipo CODAG WARP (Propulsão a diesel combinado com gás e jatos de água). Dois motores MTU 16 V1163-TB 93 diesel que produzem 15880 hp de potencia permitem uma velocidade de cruzeiro em torno de 21 nós (40 Km/h). Uma turbina a gás GE LM 2500, que fornece mais 27000 hp de força para o sistema de jato de água que é usado para mover o navio na velocidade máxima de 54 Km/h. Além do jato de água, o navio também tem duas hélices que são movidas pelos motores a diesel. A autonomia da fragata Valour é impressionante para esta categoria de navio podendo chegar a 14806 km se operado em uma velocidade de cruzeiro econômica. É interessante observar que esta autonomia supera por boa margem a autonomia de navios bem maiores, como destróieres e cruzadores.
Acima: O sistema de propulsão da fragata Valour faz a liberação dos gases por canos próximo a linha da água para resfriar rapidamente diminuindo a assinatura infravermelha.
A suíte de sensores do Valour é relativamente simples e possui um desempenho inferior a de muitas das modernas fragatas atuais em termos de desempenho. O principal sistema do navio é um radar tridimensional Thales MRR que alcança 180 Km no modo de busca. e também é capaz de classificar os 8 alvos prioritários, em cada rotação para fornecer uma solução de defesa ou ataque mais efetiva.
Além deste sensor, há um sistema multisensor RTS-6400 que é composto por um pequeno radar monopulso que opera na banda X e que consegue um alcance de detecção de 60 km. O sistema possui, ainda, uma câmera de imagem termal e um telémetro a laser. Este sistema pode operar bem mesmo em um ambiente de pesada guerra eletrônica.
Um sonar de casco Thales UMS-4132 Kingklip também equipa o navio para buscas anti submarino. Vale a pena lembrar aqui, que dado a modularidade do projeto, outros radares e sonares podem ser instalados.
Acima: O radar Thales MRR 3 D é o principal sensor de longo alcance da fragata Valour.
Com um custo de U$  327 milhões por unidade, a fragata da classe Valour é um navio moderno, com sistemas eletrônicos mais simples, mas que dão a marinha sul africana uma capacidade moderna de defesa naval minima para a atribuição daquela força armada. A Argélia, uma nação com uma investimento em defesa relativamente pesado quando comparado com os padrões africanos, encomendou uma versão do projeto MEKO 200, porém, com armamento de tubo mais pesado. Na verdade trata-se de um navio da classe Valour, com canhão de 127 mm no lugar do de 76 mm usado no navio sul africano e um armamento anti navio absurdamente mais pesado com 16 mísseis  RBS 15 Mk3.
Acima: O projeto MEKO 200 é ideal para equipar marinhas com baixo orçamento disponível, mas que ainda trabalhem para ter um meio de combate crível.

ROCKWELL B-1B LANCER


FICHA TÉCNICA
Velocidade de cruzeiro: Mach 0,90 (1150 km/h)
Velocidade máxima: Mach 1,25 (1335 km/h)
Alcance: 9400 km.
Teto de serviço: 18000 m.
Propulsão: 4 motores General Electric F-101-GE-102 com 13692 kg de empuxo cada.
DIMENSÕES
Comprimento: 44,5 m
Envergadura: 41,8 m (asas abertas), 24,1 m (asas enflechadas)
Altura: 10,4 m
Peso: 87100 kg (vazio) e 216400 kg (com máxima carga)
ARMAMENTO
23000 kg em armamento externo, mais 34000 kg de armas em 3 compartimentos internos. As armas integradas são as bombas guiadas por GPS GBU-30/31/32/37 JDAM, Bomba AGM-154 JSOW, Bomba nuclear B-61, Bomba AGM-158 JASSM, Bomba de fragmentação CBU 87/89/97/103/104/105 e todas as bombas convencionais da família MK.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S. Junior
A história sobre o bombardeiro B-1 é bem complicada e pode-se dizer que o modelo é um verdadeiro sobrevivente de diversos fatores que quase cancelaram o seu desenvolvimento. O B-1 foi pensado para ser um bombardeiro supersônico capaz de atingir a velocidade de mach 2 em altas altitudes e que fosse capaz de penetrar em território soviético que era pesadamente bem defendido que já havia demonstrado, na pratica, a sua eficiência de seus sistemas antiaéreos derrubando um jato de espionagem U-2 do famoso piloto Francis Gary Powers. Antes do B-1, na década de 50, os Estados Unidos estavam desenvolvendo o incrível bombardeiro North American XB-70 Valkyrie, capaz de voar a mach 3.1 (3309 km/h) em altas altitudes, porém com o evidente avanço dos mísseis anti aéreos (SAM) soviéticos esse avião não poderia sobreviver em uma missão de ataque de penetração sobre o território soviético e em 1961 o programa foi cancelado, porém existia a necessidade de um bombardeiro que conseguisse executar a incursão em território soviético sem ser abatido e a partir daí, surgiu, em 1965, o programa AMSA (aeronave estratégica avançada) que a partir de 1969 acabou sendo renomeado de B-1. A empresa Rockwell ganhou o contrato para seu desenvolvimento.
O B-1 apresentou uma aparência bastante marcante, com asas com enflechamento variável que se fechavam em velocidades supersônicas para diminuir sua resistência aerodinâmica, além de seus motores estarem montados abaixo na fuselagem ao estilo concorde. Era claro que se tratava de uma aeronave complexa demais além de cara. Mesmo assim, com os elevadíssimos custos deste programa e a possibilidade de se desenvolver um bombardeiro furtivo, usando a nova tecnologia que estava em testes no jato Have Blue, que resultaria no avião de ataque F-117 Nighthawk, e que geraria o bombardeiro B-2 Spirit mais tarde, o projeto do B-1 foi cancelado pelo governo norte americano em 1977. A USAF (força aérea dos Estados Unidos) manteve os testes e avaliações do B-1, mesmo com o programa, oficialmente, engavetado.
Acima: O complexo protótipo do bombardeiro XB-70 Valkyrie foi cancelado quando os soviéticos demonstraram sua capacidade de destruir aeronaves rápidas em voo em altas altitudes, abrindo caminho para a concepção do bombardeiro B-1.
Em 1981 o presidente Ronald Reagan reabriu o desenvolvimento do B-1 porém foi exigido que o avião fosse extensivamente modificado para atingir novos requisitos que culminaram com uma nova versão do avião chamada B-1B, entrando em serviço em setembro de 1986. Um dos requisitos era que o avião fosse muito difícil de ser detectado pelos radares inimigos, sendo que o resultado desse desenvolvimento foi que o B-1B tem apenas 10% do RCS (sessão cruzada de radar) do seu antecessor, o B-52. As modificações nas entradas de ar do avião assim como outras fizeram que a velocidade máxima caísse de 2300 km/h para 1335 km/h em altas altitudes, e a velocidade máxima em baixa altitude aumentou de 960 km/h para 1040 km/h, mostrando que o avião foi otimizado para penetração a baixa altitude, já que a grandes, ele se tornaria um alvo fácil para a poderosa defesa aérea soviética. A propulsão do B-1B é fornecido por 4 poderosos motores General Electric F-101-GE-102 com 13692 kg de empuxo cada. O alcance do B-1B, chega a 9400 km, dando capacidade de infringir ataques contra alvos em qualquer parte do mundo.
Acima: Propulsado por 4 potentes motores turbofans General Electric F-101-GE-102 que fornecem 13692 kg de empuxo, com pós combustores ligados, cada um.
Após a guerra fria, o B-1B passou por uma nova modernização que o transformou de um bombardeiro nuclear especializado, para um bombardeiro capaz de executar ataques convencionais, tornando seu uso mais flexível e útil para a USAF, que não tinha mais um inimigo que justificasse um bombardeiro exclusivamente para ataques nucleares. Já nesse ponto a Rockwell, fabricante do B-1, vinha tendo diversos problemas financeiros e acabou sendo vendida para a Boeing em dezembro de 1996, passando a responsabilidade das futuras modernizações e desenvolvimentos para o famoso fabricante do B-52.
O B-1B é uma aeronave difícil e cara de manter, só sendo possível seu uso pela força aérea dos Estados Unidos que é generosamente contemplada com altos orçamentos anuais. Mesmo assim, deve-se observar que o B-1B é o avião com maior capacidade de carga bélica do arsenal norte americano, podendo transportar até 34000 kg de bombas ou mísseis internamente mais 23000 kg de armas externamente, o que lhe capacita a causar um sério estrago no inimigo. O B-1B pode transportar, atualmente, praticamente todas os modelos e tipos de bombas do arsenal norte americano, sendo que as ultimas armas guiadas por GPS como as bombas da família JDAM e JSOW permitiram um aumento radical da letalidade e eficácia do B-1B. Com essas armas, o B-1B faz, sozinho, o serviço de um esquadrão de caças F-16. Também fazem parte do arsenal do B-1B, bombas de fragmentação como as CBU 87/ 89 e 97 capazes de, individualmente, espalhar centenas de pequenas granadas ou minas em uma extensa área, saturando o campo de batalha.
Além dessas armas convencionais, o B-1B pode, tecnicamente, transportar a bomba nuclear B-61 com rendimento de até 340 kt, em sua mais recente versão, a Mod-7. Ao todo podem ser transportadas 16 bombas nucleares desse tipo, porém, devido a um tratado de limitação de armas nucleares assinado com os russos.
Acima: Nesta foto, o poder de fogo do B-1B mostra a 'semeadura" de dezenas de bombas MK-82 Snakeye, de alto arrasto e com 227 kg.
O radar do B-1B é um Northrop Grumman APQ-164 com capacidade multímodo de varredura eletrônica que fornece mapeamento do terreno com alta resolução e permite, modo de seguimento do terreno, dados de velocidade e posicionamento além de informações meteorológicas.
Um fato interessante sobre o B-1B é que ele possui uma suíte de guerra eletrônica extremamente avançada que lhe permite uma alta imunidade contra sistemas de defesa antiaérea. Essa suíte é o sistema EDO Corporation AN/ ALQ-161, que produz interferências contra os radares inimigos e atua de forma integrada ao lançador de iscas infravermelhas (IR) AN/ALE-49 que representa o maior sistema de lançamento de iscas IR instalados num avião, atualmente. Para despistar mísseis guiados por radar, o B-1B usa o sistema AN/ALE-50 Towed Decoy System que lança iscas magnéticas shaff que embaralham o radar do míssil impossibilitando a ele distinguir o que é o avião alvo dos outros ecos radar produzido pelas iscas. O sistema de alerta de radar (RWR) AN/ALR-56 alerta ao piloto quando o B-1B foi rastreado por algum radar hostil permitindo que o piloto e o navegador tomem as medidas necessárias para se evadir de um ataque. Depois de uma modernização efetuada em 2009, o B-1B recebeu a integração do pod designador de alvos Sniper que integra um sistema FLIR e um iluminador a laser que fornece a capacidade de atacar com precisão alvos em movimento. Esse recurso permite ao B-1B operar como uma plataforma de apoio aéreo sobre o campo de batalha, flexibilizado seu emprego.
Acima: Atualizado, o atual cockpit do B-1B recebeu 4 telas multifuncionais que substituíram muitos os instrumentos analógicos originalmente instalados na aeronave. A tripulação de um B-1B é composta por piloto, copiloto, operador de sistemas defensivos e operador de sistemas ofensivos.
Hoje com 62 unidades em serviço, de 100 produzidas o B-1B responde por uma importante parcela na responsabilidade da dissuasão estratégia norte americana. O programa de desenvolvimento de um novo bombardeiro chamado de LRSP (Long Range Strike Plataform), em que diversas propostas foram estudadas, a Boeing ofereceu uma versão muito modernizado do B-1, chamada de B-1R que possui sistemas aviônicos muito mais avançados, incluindo um novo radar e até capacidade de lançar misseis ar ar para auto defesa, além de ter a velocidade máxima aumentada para mach 2.2. Porém essa proposta nunca saiu do papel pois os requisitos deste novo bombardeiro mudaram e hoje teve escolhida uma aeronave subsônica stealth batizada de B-21 Raider que será fabricado pela Northrop Grumman e deverá entrar em serviço em meados da década de 20.
Acima: As asas de enflechamento variável são uma das características que chamam a atenção no projeto do B-1B.

Acima: Os pilotos do B-1B entram na aeronave por uma escada retrátil abaixo da fuselagem, logo atrás do trem de aterrissagem frontal.