sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Ford M-8 Greyhound

História e Desenvolvimento. 

Em julho de 1941, o departamento de Defesa Americano, iniciou estudos para o desenvolvimento de um novo carro antitanque leve, que tinha por objetivo substituir os já obsoleto e não adequado GMC M-6 M6 Gun Motor Carriage, que nada mais era que um uma versão modificada do carro 4X4 WC-52, esta proposta tinha por objetivo criar um veiculo especifico para esta missão. Os parâmetros da concorrência definiam um veículo blindado leve sobre rodas com tração 6X, armado com um canhão de 37 mm em uma torre giratória  e duas metralhadoras .50 . Foram inicialmente consideradas para análise as propostas da Studebaker (designado T21), Ford (T22) e Chrysler(T23), sendo autorizados a construção de um protótipo de cada participante da concorrência a fim de serem submetidos a testes comparativos.

Os testes de campo apesar das deficiências e necessidades de aprimoramento, apontaram o modelo T-22 da Ford como o escolhido em abril de 1942, nesta fase já era clarificado o fato de que o canhão de 37 mm não seria eficaz contra as blindagens frontais e laterais dos novos carros de combate alemães, podendo ser uma presa fácil tendo em vista que a blindagem original do T-22 fora projetada para suportar impacto de armas leves. Mesmo com o advento deste cenário o Exército Americano necessitava emergencialmente de se reequipar e desta maneira o veiculo seria agora direcionado a missões de reconhecimento do campo de batalha, sendo designado como M-8, apesar desta definição as alterações necessárias no projeto e desing e problemas contratuais atrasariam o  início da produção em série até marco de 1943.
As primeiras unidades começaram a ser entregues para o Exército Americano, apesar de inicialmente rejeitados pelo exército inglês em detrimento a escolha do T17E1 Staghound, os M-8 passariam a equipar não só as forças britânicas onde seria denominado como Greyhound como também as francesas e brasileiras através dos acordos de Leand & Lease Act. Seu batismo de fogo ocorreu durante a invasão aliada da Sicília (Operação Husky), em missões de reconhecimento no campo de batalha, obtendo êxito principalmente por estar equipado com melhor sistema de rádio de longo alcance existente, praticamente o M-8 participaria em todas as batalhas na Europa, sofrendo no entanto com as minas terrestres alemãs levando a implantação de kits de blindagem extra no assoalho para melhor proteger os ocupantes, outro fato que iria limitar um pouco a sua atuação seria o terreno montanhoso, a lama profunda e a neve no inverno do norte europeu restringindo sua operação as estradas.
Já no teatro de operações do Pacifico os M-8 tiveram seu batismo de fogo durante a invasão de Okinawa e nas Filipinas, onde curiosamente foi empregado em seu papel original como carro antitanque, muito em função da leve blindagem da maioria dos tanques japoneses que era vulnerável ao canhão de 37 mm. Após o termino do conflito os Greyhound seriam ainda empregados na Guerra da Coreia, onde além das missões normais seriam utilizados pelo Corpo da Polícia Militar do US Army para tarefas de escolta de prisioneiros de guerra e defesa de bases militares. Após o ano de 1955 a maioria dos M8 e M20s restantes no serviço dos EUA foram alocados para um dos cinco regimentos de cavalaria blindados, com os veículos excedentes sendo vendidos ou doados a nações alinhadas a ideologia politica americana.
A França foi o maior operador de pós-guerra do M-8, tendo recebido centenas de unidade entre 1945 e 1954., que foram empregados na Primeira Guerra Indochina servindo até o termino do conflito sendo doados ao Exército da República do Vietnã, a Legião Estrangeira Francesa também os utilizou na Guerra da Argélia, no continente africano o Greyhound também atuou em combates pelo exército belga nas forças de defesa em apoio a Force Publique no Congo Belga, cerca de 55 países receberam o modelo e entre o final da década de 1960 varias empresas francesas e americanas produziram kits de modernização que foram fornecidos ao Chipre , Etiópia , El Salvador , Guatemala , Haiti , Jamaica , Marrocos , Venezuela e Zaire, com motores diesel e novas transmissões, a Colômbia optou por um processo caseiro melhorando não só as características mecânicas mas também instalando sistemas de misseis BGM-71 TOW. Atualmente existem algumas centenas de M-8 ainda em operação em exércitos na África e América do Sul.

Emprego no Brasil. 

Em 1942 o governo brasileiro se posicionou ao lado dos aliados no esforço de guerra, esta decisão permitiu a inclusão do pais as benesses do Leans & Lease Act com o fornecimento de armas, aeronaves e caminhões e carros de combate de primeira linha. Paralelamente a criação do Corpo Expedicionário que seria conhecida popularmente como Força Expedicionária Brasileira (FEB), geraria a necessidade de se compor o 1º Esquadrão de Reconhecimento da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária e dotar o mesmo com veículos de reconhecimento blindados para assim poder dar suporte ao avanço das tropas no teatro de operações italiano.

Foi determinado que 15 unidades do M-8 Greyhound seriam entregues a Força Expedicionária Brasileira no front italiano, sendo os motoristas e soldados destinados a operarem submetidos a um rápido treinamento de uma semana para adaptação. Os M8 da FEB entraram em combate pela primeira vez em 12 de setembro de 44 no avanço contra Vechiano onde o pelotão de blindados foi dividido em dois grupos. Um indo pelo eixo Manacuiccoli-Chiese-Massarosa enquanto que o segundo seguiria pelo eixo S.Pietro- S.Macário-Piano e S. Macário do Norte. Dando apoio a infantaria brasileira e tendo algumas escaramuças com as tropas alemãs, algumas destas armadas com armas antitanques. Porém, por incrível que possa parecer, ao longo da campanha italiana apenas um Greyhound brasileiro foi destruído por uma arma desse tipo. Os M8 foram de grande valia para as tropas brasileiras, lhes permitindo uma capacidade de deslocamento em batalha somada a capacidade ofensiva e defensiva, apesar de o veículo mostrar dificuldades em atuar no terreno acidentado da Itália.
Ao longo da campanha agora operando com 13 carros os M-8 estiveram presentes nas principais batalhas e momentosde gloria da FEB, como a Batalha de Montese e a rendição da 148ª Divisão Alemã bem como a dos remanescentes da Monte Rosa italiana. Após a rendição alemã, todo contingente da FEB foi desmobilizado e teve início seu repatriamento. Os M8 assim como os demais veículos, armas e equipamentos cedidos pelos americanos foram devolvidos pelas pracinhas em Roma. Mas os homens que conduziram os Greyhound da FEB não ficariam longe de seus veículos por muito tempo, já que após algum tempo, os americanos enviaram para o Brasil a maior parte do material utilizado pelas pracinhas deixadas na Itália. Incluindo todos os M8 remanescentes.

Posteriormente ainda dentro dos termos do Leans & Lease Act mais 20 carros seriam recebidos no Brasil., permitindo expandir seu leque operacional, sendo integrados as unidades de reconhecimento mecanizado. O Greyhound ainda serviria de base para estudos de uma versão lança foguetes através da instalação de uma torre lançadora desenvolvida pelo Arsenal de Guerra da Urca, operando em modo semelhante ao sistema russo Katiusha , com um exemplar sendo produzido pela Diretoria de Pesquisa e Ensino Técnico do Exército (DPET). Posteriormente uma segunda versão foi criada, mantendo se a torre original sem o canhão e mantelete e acoplando dois lançadores rotativos iguais para foguetes de 81 mm, os projeteis eram armazenados em compartimentos independentes. A solução chegou a ser testada, mas não entrou em produção, mesmo sendo um protótipo o veiculo foi apresentado oficialmente em 28 de junho de 1966, participando de diversos desfiles.
Em fins da década de 1960 a necessidade de se manter a frota de caminhões e carros de combate oriundas da Segunda Guerra Mundial na ativa iria motivar o desenvolvimento do Parque Regional de Motomecanização da 2º Região Militar (PqRMM/2),em São Paulo de estudos práticos para a remotorização e retrofit dos M-8, efetuando substituições da caixa de câmbio, transmissão, freios, suspensão, parte elétrica e seu motor original a gasolina Hércules JDX, de seis cilindros e 110HP por um motor diesel Mercedes-Benz OM 321, de 120HP. O primeiro veiculo foi avaliado e aceito promovendo a modernização de 33 unidade remanescentes que foram entregues em 1972. Este esforço foi de supra importância pois qualificaria o corpo de engenharia do exército a criar o conceito de um veículo leve sobre rodas de combate 4X4 o VBB-1 (Viatura Blindada Brasileira 1 , que evoluiria em um curto espaço de tempo para o VBB-2 (Viatura Blindada Brasileira 2) que seria considerada a gênese da indústria de defesa nacional.

M-4 Sherman Early Fused Front

História e Desenvolvimento.


A segunda metade da década de 1930 presenciou um forte programa de rearmamento da Alemanha que era regida pelo partido nazista, este processo focava o desenvolvimento de novos conceitos e tecnologias em equipamentos e armas, e um dos pilares deste programa envolvia o desenvolvimento de carros de combate blindados, que se caracterizavam pela combinação de velocidade, mobilidade, blindagem, controle de tiro e poder de fogo, que eram superiores a maioria de seus pares disponíveis na época.
Atentos as possíveis ameaças futuras, o comando do Exército Americano iniciou em fins desta mesma década um programa de estudos visando o desenvolvimento de blindados que pudessem a rivalizar com os novos carros de combate alemães, pois naquele período a espinha dorsal de seus carros de combate era representada pelos tanques leves M-3 Stuart dotados de canhões de 37 mm. A premissa básica era criar um novo modelo que pudesse fazer uso de armas de 75 mm, nascendo assim em 1941 o primeiro protótipo do tanque médio M-3 que seria posteriormente batizado como Lee ou Grant, apesar de atender a demanda básica no porte do canhão de 75 mm, o blindado apresentava três pontos negativos graves, como perfil elevado, baixa relação de peso e potência e pequeno deslocamento lateral do canhão pois o mesmo estava instalado no chassi. Em função da emergencial necessidade de se suprir as forças britânicas com blindados, estas deficiências foram ignoradas e milhares de carros foram empregados na campanha do deserto africano nas primeiras fases da guerra
O desempenho observado em combate real, levou os americanos a repensar seu projeto e assim em outubro de 1941 o protótipo do novo carro denominado como Medium Tank M4 deixava a linha de produção. Basicamente este novo modelo herdava o mesmo chassi e a eficiente suspensão VVSS (Vertical Volute Spring Suspension) de seu antecessor e como novidade principal passa a contar com uma torre giratória com acionamento elétrico ou hidráulico, armada com um canhão de 75mm, sua motorização consistia de um motor radial Wright Continental R975, a gasolina, com peso bruto de 30 ton. O projeto com um todo era pautado pela simplicidade, visando assim facilitar a produção em massa (com uma previsão de entrega de 2.000 unidades mês) no intuito de suportar a crescente demanda dos aliados.

A primeira versão a entrar em produção foi o M4A1, em fevereiro de 1942, seu chassi era uma única peça fundida e composta por bordas arredondadas, estava equipado com um motor   Wright Continental R975 Whirlwind a gasolina. Este modelo foi seguido pelo M4A2 originalmente destinado ao Corpo de Fuzileiros Americano (USMC), pois estava dotado com o motor a diesel GM Twin 6-71 e empregava o mesmo combustível dos navios americanos facilitando assim a logística. A terceira versão M4A3 equipada com um motor a gasolina Ford GAA V-8 de 500 cv foi adotada pelo exército em virtude de sua maior potência. A versão original M-4 só estaria disponível em julho de 1942 e apesar de visualmente ser idêntico ao M4A1, deferia deste por não ter o chassi composto em uma peça só e sim por chapas retas soldadas, e as primeiras unidades produzidas apresentavam um sistema de blindagem frontal tripartida unida com parafusos como uma flange (herança direta do antigo M3 Lee).

Seu batismo de fogo ocorreu em 23 de outubro de 19421, quando o 8º Exército Americano iniciou sua segunda ofensiva na Batalha de El Alamein, na Tunísia no norte da África, em condições reais o M4 se mostrou muito superior ao M3 Lee/Grant, porém a falta de experiencia das tripulações americanas resultaram em pesadas perdas junto a 1º Divisão Blindada na batalha de Kasserine em fevereiro de 1943. Sua estreia no teatro de operações europeu ocorreu durante a operação Husky, a invasão da Sicília, quando foram empregados ao lado dos carros de combate leve M-3 Stuart. Durante o transcorrer da Segunda Guerra Mundial o modelo e suas variantes foram empregados em todos os teatros de operações, tendo destacado papel nas principais batalhas. Sua produção foi encerrada em 1945, sendo entregues 49.234 unidades, das quais 6.748 da versão M-4, sendo construídas pelas plantas da Baldwin Locomotiva Works, Pressed Steel Car Company, American Locomotive Co, Pullman-Standard Car Company e Detroit Tank Arsenal.
Os M-4 Sherman começaram a ser desativados no Exército Americano em 1957, sendo fornecidos aos milhares as nações aliadas durante o conflito nos termos do Leand & Lease Act e posteriormente via MAP (Military Assistance Program) na década de 1950 aos países alinhados aos Estados Unidos, totalizando 47 países que o empregaram até fins do século XX

Emprego no Brasil.

Durante a Segunda Guerra Mundial, o Brasil passou a ter uma posição estratégica tanto no fornecimento de matérias primas quanto no estabelecimento de pontos bases aéreas e portos na região nordeste destinados ao envio de tropas, suprimentos e armas para os teatros de operações europeu e norte africano. Porém naquele período as forças armadas brasileiras ainda signatárias da doutrina militar francesa estavam equipadas com equipamentos obsoletos oriundos da Primeira Guerra Mundial, e se fazia necessário proceder uma ampla modernização de seus meios e doutrinas, esta necessidade começaria a ser sanada com a adesão do Brasil  aos termos do Leand & Lease Act (Lei de Arrendamentos e Empréstimos), proporcionando ao pais acesso a modernos armamentos, aeronaves, veículos blindados e carros de combate.

Neste pacote estavam 53 unidades de carros de combate Sherman novos divididos entre as versões M4, M4 Composite Hull, que foram recebidos no porto do Rio de Janeiro a partir do primeiro semestre de 1945. A inclusão deste modelo no Exército Brasileiro veio a trazer avanços até então inéditos pois eram superiores aos M3 Stuart e M3 recebidos entre 1941 e 1945. Apesar de contarem com o mesmo canhão M3, de 75 mm dos Lee já em uso, os Sherman dispunham de um sistema de giro-estabilizador (somente no uso vertical), sendo um dos primeiros carros de combate a dispor deste dispositivo, de um sistema de partida elétrica, e juntamente um pacote de munições fornecidas estavam os tipos M61 Armour Piercing Capped - APC, M72 Armour Piercing (AP) e M-84 High Explosive (HE), com uma cadencia de disparo de 20 tiros por minuto, que traziam os Batalhões de Carros de Combate ao estado da arte na época.
Os carros das duas versões M4 e M4 Composite Hull foram inicialmente alocados junto ao 1º Batalhão de Carros de Combate (1º BCC) que estava baseado no antigo Derby Club, na cidade do Rio de Janeiro, quando os tripulantes foram submetidos ao processo de treinamento e incorporação de equipamento. Os M-4 recebidos estavam divididos em duas subversões a primeira que é considerada como Early Production (ou primitiva) que como principal característica tinha a a blindagem frontal tripartida, e Early Fused Front que foi a mais produzida da série M4, que mantinha a blindagem fundida padrão de todas as versões do Sherman produzidos, estima-se que foram recebidas 28 unidades deste modelo em 1945.

Externamente o M4 possuía uma carroceria blindada formada por chapas soldadas e em ângulo reto, com uma blindagem inclinada em 60º, os veículos recebidos no primeiro lote estavam equipados com um morteiro lançador de projeteis fumígenos, curiosamente todos tinham a provisão para um lancha chamas MK1, porém não existem registros confiáveis que apontem o uso deste equipamento pelo Exército Brasileiro

Durante sua carreira os M4 Sherman foram operados também pela Escola de Motomecanização, 2º Batalhão de Carros de Combate, 6º Regimento de Cavalaria Blindada, 9º Regimento de Cavalaria Blindado e Academia Militar das Agulhas Negras. Apesar de algumas dificuldades técnicas enfrentadas na operação dos motores radiais Wright Continental R975 Whirlwind a gasolina, geradores auxiliares e caixas reguladoras devido a problemas no fluxo de peças de reposição, a frota de M4 brasileiros sempre apresentam bons indicies e disponibilidade sendo este patamar atingido graças a soluções “caseiras” das equipes de manutenção que empregaram desde componentes dos motores das aeronaves Stearman A-76 desativados da FAB até componentes canibalizados dos antigos M-3 Lee. 
Com o advento do recebimento dos carros de combate médios M-41 Walker Buldog a partir de meados da década de 1960, o Exército Brasileiro iniciou o processo de desativação dos M4 ainda operacionais, sendo os últimos retirados do serviço ativo somente em 1978. 

M-4 Sherman Early Production

História e Desenvolvimento.


A segunda metade da década de 1930 presenciou um forte programa de rearmamento da Alemanha que era regida pelo partido nazista, este processo focava o desenvolvimento de novos conceitos e tecnologias em equipamentos e armas, e um dos pilares deste programa envolvia o desenvolvimento de carros de combate blindados, que se caracterizavam pela combinação de velocidade, mobilidade, blindagem, controle de tiro e poder de fogo, que eram superiores a maioria de seus pares disponíveis na época.

Atentos as possíveis ameaças futuras, o comando do Exército Americano iniciou em fins desta mesma década um programa de estudos visando o desenvolvimento de blindados que pudessem a rivalizar com os novos carros de combate alemães, pois naquele período a espinha dorsal de seus carros de combate era representada pelos tanques leves M-3 Stuart dotados de canhões de 37 mm. A premissa básica era criar um novo modelo que pudesse fazer uso de armas de 75 mm, nascendo assim em 1941 o primeiro protótipo do tanque médio M-3 que seria posteriormente batizado como Lee ou Grant, apesar de atender a demanda básica no porte do canhão de 75 mm, o blindado apresentava três pontos negativos graves, como perfil elevado, baixa relação de peso e potência e pequeno deslocamento lateral do canhão pois o mesmo estava instalado no chassi. Em função da emergencial necessidade de se suprir as forças britânicas com blindados, estas deficiências foram ignoradas e milhares de carros foram empregados na campanha do deserto africano nas primeiras fases da guerra.
O desempenho observado em combate real, levou os americanos a repensar seu projeto e assim em outubro de 1941 o protótipo do novo carro denominado como Medium Tank M4 deixava a linha de produção. Basicamente este novo modelo herdava o mesmo chassi e a eficiente suspensão VVSS (Vertical Volute Spring Suspension) de seu antecessor e como novidade principal passa a contar com uma torre giratória com acionamento elétrico ou hidráulico, armada com um canhão de 75mm, sua motorização consistia de um motor radial Wright Continental R975, a gasolina, com peso bruto de 30 ton. O projeto com um todo era pautado pela simplicidade, visando assim facilitar a produção em massa (com uma previsão de entrega de 2.000 unidades mês) no intuito de suportar a crescente demanda dos aliados. 

A primeira versão a entrar em produção foi o M4A1, em fevereiro de 1942, seu chassi era uma única peça fundida e composta por bordas arredondadas, estava equipado com um motor   Wright Continental R975 Whirlwind a gasolina. Este modelo foi seguido pelo M4A2 originalmente destinado ao Corpo de Fuzileiros Americano (USMC), pois estava dotado com o motor a diesel GM Twin 6-71 e empregava o mesmo combustível dos navios americanos facilitando assim a logística. A terceira versão M4A3 equipada com um motor a gasolina Ford GAA V-8 de 500 cv foi adotada pelo exército em virtude de sua maior potência. A versão original M-4 só estaria disponível em julho de 1942 e apesar de visualmente ser idêntico ao M4A1, deferia deste por não ter o chassi composto em uma peça só e sim por chapas retas soldadas, e as primeiras unidades produzidas apresentavam um sistema de blindagem frontal tripartida unida com parafusos como uma flange (herança direta do antigo M3 Lee).

Seu batismo de fogo ocorreu em 23 de outubro de 19421, quando o 8º Exército Americano iniciou sua segunda ofensiva na Batalha de El Alamein, na Tunísia no norte da África, em condições reais o M4 se mostrou muito superior ao M3 Lee/Grant, porém a falta de experiencia das tripulações americanas resultaram em pesadas perdas junto a 1º Divisão Blindada na batalha de Kasserine em fevereiro de 1943. Sua estreia no teatro de operações europeu ocorreu durante a operação Husky, a invasão da Sicília, quando foram empregados ao lado dos carros de combate leve M-3 Stuart. Durante o transcorrer da Segunda Guerra Mundial o modelo e suas variantes foram empregados em todos os teatros de operações, tendo destacado papel nas principais batalhas. Sua produção foi encerrada em 1945, sendo entregues 49.234 unidades, das quais 6.748 da versão M-4, sendo construídas pelas plantas da Baldwin Locomotiva Works, Pressed Steel Car Company, American Locomotive Co, Pullman-Standard Car Company e Detroit Tank Arsenal.
Os M-4 Sherman começaram a ser desativados no Exército Americano em 1957, sendo fornecidos aos milhares as nações aliadas durante o conflito nos termos do Leand & Lease Act e posteriormente via MAP (Military Assistance Program) na década de 1950 aos países alinhados aos Estados Unidos, totalizando 47 países que o empregaram até fins do século XX.

Emprego no Brasil.

Durante a Segunda Guerra Mundial, o Brasil passou a ter uma posição estratégica tanto no fornecimento de matérias primas quanto no estabelecimento de pontos bases aéreas e portos na região nordeste destinados ao envio de tropas, suprimentos e armas para os teatros de operações europeu e norte africano. Porém naquele período as forças armadas brasileiras ainda signatárias da doutrina militar francesa estavam equipadas com equipamentos obsoletos oriundos da Primeira Guerra Mundial, e se fazia necessário proceder uma ampla modernização de seus meios e doutrinas, esta necessidade começaria a ser sanada com a adesão do Brasil  aos termos do Leand & Lease Act (Lei de Arrendamentos e Empréstimos), proporcionando ao pais acesso a modernos armamentos, aeronaves, veículos blindados e carros de combate.

Neste pacote estavam 53 unidades de carros de combate Sherman novos divididos entre as versões M4, M4 Composite Hull, que foram recebidos no porto do Rio de Janeiro a partir do primeiro semestre de 1945. A inclusão deste modelo no Exército Brasileiro veio a trazer avanços até então inéditos pois eram superiores aos M3 Stuart e M3 recebidos entre 1941 e 1945. Apesar de contarem com o mesmo canhão M3, de 75 mm dos Lee já em uso, os Sherman dispunham de um sistema de giro-estabilizador (somente no uso vertical), sendo um dos primeiros carros de combate a dispor deste dispositivo, de um sistema de partida elétrica, e juntamente um pacote de munições fornecidas estavam os tipos M61 Armour Piercing Capped - APC, M72 Armour Piercing (AP) e M-84 High Explosive (HE), com uma cadencia de disparo de 20 tiros por minuto, que traziam os Batalhões de Carros de Combate ao estado da arte na época.
Os carros das duas versões M4 e M4 Composite Hull foram inicialmente alocados junto ao 1º Batalhão de Carros de Combate (1º BCC) que estava baseado no antigo Derby Club, na cidade do Rio de Janeiro, quando os tripulantes foram submetidos ao processo de treinamento e incorporação de equipamento. Do modelo M-4 estima-se que pelo menos dez veículos eram da versão primitiva (Early Production) que possuíam a blindagem frontal tripartida que era fixada no chassis com parafusos em uma flange, destes alguma estavam equipados com um morteiro de 2 polegadas acoplado na torre para o disparo de projeteis fumigemos e também estavam armados com uma submetralhadora Thompson M1928A1. Apesar desta estimativa existe a comprovação fotográfica de pelo menos 3 unidades os EB 11-341, 11-342 e 11-410 eram da versão Early Production.

Durante sua carreira os M4 Sherman foram operados também pela Escola de Motomecanização, 2º Batalhão de Carros de Combate, 6º Regimento de Cavalaria Blindada, 9º Regimento de Cavalaria Blindado e Academia Militar das Agulhas Negras. Apesar de algumas dificuldades técnicas enfrentadas na operação dos motores radiais Wright Continental R975 Whirlwind a gasolina, geradores auxiliares e caixas reguladoras devido a problemas no fluxo de peças de reposição, a frota de M4 brasileiros sempre apresentam bons indicies e disponibilidade sendo este patamar atingido graças a soluções “caseiras” das equipes de manutenção que empregaram desde componentes dos motores das aeronaves Stearman A-76 desativados da FAB até componentes canibalizados dos antigos M-3 Lee.
Com o advento do recebimento dos carros de combate médios M-41 Walker Buldog a partir de meados da década de 1960, o Exército Brasileiro iniciou o processo de desativação dos M4 ainda operacionais, sendo os últimos retirados do serviço ativo somente em 1978. Atualmente somente uma única unidade do modelo M-4 Early matriculado EB 11-341, que se destaca por ser o único Sherman nacional a ser dotado com blindagem adicional na torre, se mantem em condições de uso como veículo cerimonial batizado de Vovô, no 1º Regimento de Carros de Combate em Santa Maria – RS.

M3A3 e M3A5 Lee

História e Desenvolvimento.


A segunda metade da década de 1930 presenciou um forte programa de rearmamento da Alemanha que era regida pelo partido nazista, este processo focava o desenvolvimento de novos conceitos e tecnologias em equipamentos e armas, e um dos pilares deste programa envolvia o desenvolvimento de carros de combate blindados, que se caracterizavam pela combinação de velocidade, mobilidade, blindagem, controle de tiro e poder de fogo, que eram superiores a maioria de seus pares disponíveis na época. Atentos as possíveis ameaças futuras, o comando do Exército Americano iniciou em fins desta mesma década um programa de estudos visando o desenvolvimento de blindados que pudessem a rivalizar com os novos carros de combate alemães, pois naquele período a espinha dorsal de seus carros de combate era representada pelos tanques leves M-3 Stuart dotados de canhões de 37 mm. 

Durante a campanha da França os novos blindados alemães o sucesso observado dos novos carros de combate o Panzer III e Panzer IV, aumentaram o nível de preocupação de comando do Exército Americano, a solução ideal estava baseada no projeto do novo carro M4 Sherman, porém o mesmo ainda não estava disponível para produção em larga escala, a opção mais viável estava concretizada no tanque médio M3 que já se encontrava fase inicial de produção, logo após o primeiro ter sido submetido a exaustivos testes a partir de março de 1941, além do mais as linhas de produção da Baldwin Locomotiva Works já estavam ajustadas para a produção em larga escala deste modelo, sendo que as primeiras unidades começaria a ser entregues já no mês de julho.
O M3 possuía um desing incomum, pois a arma principal o canhão M2 de 75mm não estava instalado em uma torre giratória, e sim no chassi o que prejudicava em muito o deslocamento lateral da peça forçando o veículo a se movimentar para melhor o ângulo de tiro, o canhão de 37 mm que estava montado na torre principal era de pouca utilidade contra as blindagens alemães, acima desta torre estava instalada uma metralhadora Browning .50 para uso do comandante do carro. Além da problemática da movimentação do canhão o M3 ainda apresentava como pontos negativos o perfil elevado do chassi, baixa relação de peso e potência e sua armadura rebitada (cujos rebites apresentavam a tendência de ricochetear internamente quando da ocorrência de impactos externos). Em função da emergencial necessidade de se suprir as forças britânicas com blindados de médio porte, estas deficiências foram ignoradas e milhares de carros foram exportados para a Inglaterra.

O batismo de fogo dos M3 (que foram batizados pelos ingleses como Grant ou Lee) ocorreria em 27 de maio de 1942 contra as forças do general alemão Erwin Rommel na Batalha de Gazala, e representaram uma surpresa para as forças do Eixo que não esperavam a presença de carros inimigos equipados com canhões de 75mm, representando um novo desafio para os Panzer alemães e para os tanques italianos Fiat M13/40 e M14/41, mesmo assim a introdução do M3 não conseguiu vencer a batalha pelos britânicos e muitos deles foram destruídos pelos mortais canhões anti tanque de alta velocidade e 88 mm. Nos primeiros estágios da participação americana dos Estados Unidos na guerra os M3 foram muito empregados nas demais batalhas no norte da África e também no teatro de operações do pacifico até serem substituídos pelos novos modelos do M4 Sherman.

Após a Inglaterra o segundo maior usuário do M3 foi a União Soviética, que passou receber seus primeiros carros de combate nos termos do Leand & Lease Act a partir de 1941, com um contrato envolvendo 1.386 unidades, porém o Exército Vermelho receberia efetivamente 967 destes, pois o restante foi perdido durante o transporte mais notadamente em ataques alemães aos comboios americanos. A designação soviética oficial foi М3 средний (М3) ou "M3 Medium", para distinguir o Lee / Grant do M3 Stuart , construído nos EUA , que também foi adquirido pela URSS e conhecido oficialmente como М3 лёгкий ( М3л ). O modelo se mostrou muito impopular entre as tripulações de carros de combate, recebendo o apelido de Братская могила на шестерых, que pode ser traduzido como "Um túmulo comum para seis".
Apesar das falhas e má fama o M3 é notabilizado por ter introduzido a nova e eficiente suspensão VVSS (Vertical Volute Spring Suspension) que permitia o blindando melhor desempenho em terrenos acidentados e não favoráveis. Sua produção total atingiu a cifra de 6.258 unidades, distribuídas em 17 versões, sendo fabricado entre agosto de 1941 e dezembro 1942. Além dos Estados Unidos, Grã Bretanha e União Soviética, os M3 seriam empregados também pela Austrália, Índia, Canada, China e Filipinas. 

Emprego no Brasil.

Apesar das falhas e má fama o M3 é notabilizado por ter introduzido a nova e eficiente suspensão VVSS (Vertical Volute Spring Suspension) que permitia o blindando melhor desempenho em terrenos acidentados e não favoráveis. Sua produção total atingiu a cifra de 6.258 unidades, distribuídas em 17 versões, sendo fabricado entre agosto de 1941 e dezembro 1942. Além dos Estados Unidos, Grã Bretanha e União Soviética, os M3 seriam empregados também pela Austrália, Índia, Canada, China e Filipinas. 

Em termos de carros de combate a cessão americana se concretizaria inicialmente com a entrega de 104 tanques médios Lee nas versões M3A3 e M3A5 (iguais aos fornecidos para os ingleses e russos, que os empregavam em diversas frentes de batalha contra os alemães e italianos), sendo ambos armados com canhões de 75mm e 37mm além de metralhadoras. Sua Guarnição era composta de seis homens e atingiam uma velocidade máxima de 40km/h. Os primeiros cinco M3 foram recebidos no Rio de Janeiro em 1942 e os últimos em meados do ano seguinte. A diferença básica entre estes dois modelos estava baseada no acabamento do casco, sendo o primeiro modelo totalmente soldado e o segundado rebitado.
A introdução dos carros de combate médio M3A3 e M3A5 nas fileiras do Exército Brasileiro viria a provocar a geração de um novo ciclo operacional que abandonava a doutrina francesa oriunda da Primeira Guerra Mundial e também substituiria seus meios, sendo que até então o sustentáculo da força mecanizada de blindados no Brasil era composto pelos carros leves italianos Fiat Ansalvo CV3/35 e alguns remanescentes franceses Renault FT-17. Não só Lee como também os Stuart recebidos no mesmo período eram muito superiores em termos de desempenho, peso, dimensões e armamento.

Inicialmente os M3A3 e M3A5 foram alocados junto ao 1º Batalhão de Carros de Combate, 2º Batalhão de Carros de Combate e 3º Batalhão de Carros de Combate, tendo como as capitais dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, estas unidades também estavam equipadas com o carro leves de combate M3 Stuart e M3 White Scout Car. Até o primeiro semestre de 1945 o M3 seria o principal carro de combate no Exército Brasileiro, e mesmo apesar de ser superado em número pelos Stuart, ainda detinha o melhor poder de fogo. A partir de agosto de 1945 começaram a ser recebidos os primeiros M4 Sherman, que gradativamente assumiram a posição de principal carro de combate brasileiro.
No início da década de 1960  restavam poucos carros operacionais, sendo esta indisponibilidade causada pela a crônica falta de peças de reposição (principalmente no que tange ao motor radial Wright a gasolina que deixará de ser fabricado em 1945), e cada vez mais os M3A3 e M3A5 estavam relegados a missões de segunda linha, a partir de 1957 começaram a ser recebidos os primeiros M-41 Walker Buldog, determinando o fim da carreira de combate do modelo sendo que apenas algumas unidades conservadas para treinamento na Escola de Motomecanização (EsMM ) no Rio de Janeiro até o fins de 1969, quando foram enfim descarregados tendo seus componentes principais como peças de motor, caixas reguladoras e geradores sendo aproveitados para suprir a frota de M4 Sherman.

Marder 1A2 Roland II

História e Desenvolvimento.

Fruto de um amplo projeto reconstrução da força militar blindada da Alemanha Ocidental em fins na década de 1960, o Marder foi desenvolvido inicialmente pela empresas alemãs  Rheinmetall Landsysteme e suíça MOWAG, seus primeiros protótipos foram completados entre 1961 e 1963,um grande número de melhorias foi proposto para a realização de ensaios, levando a encomenda para a construção de mais dez carros para testes em 1967. O trabalho de desenvolvimento final foi completado pelo grupo Rheinstahl e foram construídos dez veículos de pré-produção e concluídos ensaios de tropas com o exército alemão entre outubro de 1968 e março de 1969. Em maio de 1969, o veículo foi oficialmente chamado de "Marder" e em outubro e a Rheinstahl foi escolhida como o contratante principal.

O primeiro carro foi oficialmente entregue ao exército alemão em 07 de maio de 1971, tratava-se veículo blindado para o transporte de tropas (IFV) com design relativamente convencional, com o motorista sentado no lado esquerdo da frente do casco com o motor à sua direita. Tinha seu casco todo confeccionado em odo aço soldado, proporcionando proteção contra incêndios e fragmentos munição, suportando tiros de armas de até 20 mmm, foi desenvolvido ainda com sistema de proteção contra armas nucleares, biológicas e químicas. Podia transportar 12 soldados totalmente equipados e foi equipado com um canhão automático Rheinmetall MK 20 Rheno 20 de 20 mm para a autodefesa. A versão inicial Marder 1 foi seguida pelo Marder 1 A1 a partir de 1971, e outras variantes que passaram a incorporar a novas tecnologias entre elas sistema de comunicação, visão noturna e câmera termográfica. Até o ano de 1975 foram entregues 2.136 unidades para o Exército Alemão com centenas unidades usadas revendidas a Chile, Indonésia e Jordânia.
A versatilidade de operação da plataforma permitiu explorar um leque de oportunidades, entre elas sua dotação com misseis anti carro Milan , veículo de reconhecimento e terra ar ( SAM ) , sendo este equipados com misseis guiados por radar de curto alcance Roland II. O projeto de origem Franco Alemão , foi desenvolvido a partir de 1963 pelas empresas Nord Aviation da França e da Alemanha pela empresa Messerschmitt - Bölkow com o sistema sendo conhecido como SABA na França e P-250 na Alemanha, esta união proporcionou em 1964 a criação da empresa Euromissile , os testes tiveram início a partir de junho de 1968, com a produção seriada prevista para  janeiro de 1970, porém atrasos decorrentes do processo final de testes postergaram sua construção em escala industrial até início de 1977.

O sistema de Roland SAM foi projetado para atingir alvos aéreos inimigos que voam em velocidades de até Mach 1,3 em altitudes entre 20 metros e 5.500 metros, com uma gama eficaz mínima de 500 metros e um máximo de 6.300 metros. O sistema podia operar em modo óptico ou radar e pode alternar entre esses modos durante o rastreio e lançamento. Um radar de busca de pulso-doppler com uma gama de 15-18 km proveria a detecção do alvo, que poderia então ser rastreado ou pelo radar ou um rastreador óptico. O canal óptico, normalmente, seria utilizado apenas durante o dia contra alvos muito de baixo nível ou em um ambiente de bloqueio pesado.
O míssil Roland era composto por dois estágios, sendo unidade propelente sólido 2,4 metros de comprimento com um peso de 66,5 kg, e outro estagio com 6,5 kg portando uma múltipla ogiva de fragmentação-carga oca que contém 3,5 kg de explosivo detonado por impacto ou proximidade fusíveis. O míssil era fornecido em um recipiente vedado que era empregado também o tubo de lançamento, cada lançador carrega dois tubos de lançamento com mais oito no interior do veículo ou abrigo com recarga automática em 10 segundos. A versão Roland 2 foi desenvolvida para operação em qualquer tempo, sendo montado no chassi de veículos blindados sob lagarta, AMX-30R ou  Marder 1A2. O míssil se manteve em produção até fins da década de 1990, sendo adotado por 12 nações.

Emprego no Brasil.

Na segunda metade da década de 1970, as forças armadas brasileiras estavam empenhadas na obtenção novas tecnologias de defesa, neste mesmo período, o governo do presidente Ernesto Geisel viria a romper o acordo Militar Brasil - Estados Unidos que além pesar em termos políticos constantemente negava a aquisição de equipamentos de defesa de alta tecnologia. O rompimento deste acordo possibilitou a negociação e a aquisição de equipamentos de defesa oriundos de outras nações, neste novo cenário o Ministério do Exército iniciou tratativas junto a industrias de defesa da República Federal da  Alemanha e França, entre os objetivos almejados estava a aquisição de um sistema de defesa área que deveria ser empregado para proteção da capital federal Brasília. 

Entre as opções analisadas o Exército decidiu em 1977  pela aquisição de quatro baterias do sistema de misseis superfície ar (SAM) Roland II desenvolvido e produzido pela Euromissile (uma associação entre a Aerospatiale francesa e a Messerschidmitt-Bolkow-Blohm alemã), muito da decisão se baseou no fato que a este sistema havia sido adquirido França (39 carros e 1.315 misseis) e República Federal da Alemanha (43 carros e 825 misseis) e também estava sendo estudado pelo governo norte americano para a adoção. O Roland II podia ser configurado inicialmente sobre os veículos sobre lagartas AMX-30 e Marder VCI e posteriormente montado em shelters para blindados sobre rodas.
O contrato brasileiro previa que o sistema Roland II fosse entregue configurado sobre a plataforma do veículo blindado médio Marder 1A2, que transportava dois misseis na parte extrna da torre prontos para entrar em operação e mais oito misseis alojados em dois carregadores rotativos automáticos na parte interior do veículo. Juntamente foram entregues os sistemas eletrônicos para instrução de emprego teórico e prático. 

O Brasil foi o terceiro operador deste sistema de mísseis superfície-ar, que na época representava a tecnologia no estado da arte, para fins de instrução teórica e pratica, os equipamentos eletrônicos foram alocados na Escola de Artilharia de Costa e Antiaérea (EsACosAAe) no Rio de Janeiro, vale salientar que este aparato ocupava um grande área nesta instituição pois ainda não existiam microcomputadores. Toda a instrução sobre a operação deste sofisticado sistema era ministrada no local sendo acompanhada dos uso das plataformas e armamentos. 

Este sistema de mísseis foi adquirido inicialmente para a defesa da capital federal, porém extraoficialmente especula-se que a principal intenção era o desenvolvimento de uma versão nacional (empregando técnicas de engenharia reversa), não existe confirmação desta teoria, porém o Centro Tecnológico do Exército (CTEx) desenvolveu um protótipo de um "shelter" para lançamentos autorebocado nos anos seguintes. O declínio da indústria nacional de materiais de defesa na década de 1990 e problemas no acesso a suprimento de itens de reposição, levaram o Exército Brasileiro a gradativamente abandonar o emprego do sistema Marder Roland, fato este agravado com a perda de um carro em um acidente durante treinamentos no Campo de Provas de Marambaia.
Apenas uma unidade foi mantida em serviço sendo alocada juntamente com os sistemas eletrônicos de tiro e direção no Instituto e Pesquisa e Desenvolvimento do Exército até 2012, a terceira unidade foi preservada junto ao acervo do Museu Militar Conde de Linhares – RJ, e quarto veículo foi empregado como alvo no Campo de Marambaia, sendo destruído por tiros dos Leopard A1 em um processo de análise da resistência de blindagem do modelo que era muito semelhante a emprega no TAM Argentino. Salienta-se que apesar de desativados prematuramente no Brasil, outras nações mantiveram ou mantem  sistema em uso até dos dias de hoje.

Krauss Maffei Leopard 1A5

História e Desenvolvimento.


A origem da família carros de combate Leopard remonta ao período pós-guerra, onde a Alemanha então dividida a entre a URSS e a OTAN, representava a linha de frente no conflito da Guerra Fria, região esta que vivia enorme tensão. Nesta época o pais permaneceu completamente desmilitarizado, sendo proibidos pela regulamentação aliada de constituir instituições militares, no entanto a necessidade de reforças as defesas frente a constante ameaça soviética, levaria a constituição em 12 de novembro de 1955 da nova estrutura das forças armadas alemães quer seriam compostas pelo Deutsches Heer (Exército Alemão), Deutsche Marine (Marinha Alemã) e a Deutsche Luftwaffe (Força Aérea Alemã), que seriam imediatamente equipadas com sistemas de armas de origem norte americana, no segmento de blindados os carros de combate médios fornecidos eram os modelos  americanos M-47 e M-48 Paton que já se mostravam inadequados as ameaças apresentadas pelas forças blindadas do Pacto de Varsóvia.

O atendimento desta necessidade se materializaria a partir de 1956 com o desenvolvimento de um novo carro de combate, suas especificações iniciais demandavam um veículo da ordem de mais 30 toneladas, com alta mobilidade como prioridade em detrimento  ao poder de fogo, por isto deveria estar armado com um canhão de 105 mm. Vários projetos inicias foram estudados e no seguinte a França se juntou ao projeto pois também buscava um substituto para seus antigos blindados de origem americana, nascendo assim o conceito Europa Panzer, no ano seguinte foi a vez da Itália se juntar ao projeto. Diversas empresas participaram da concorrência apresentando os primeiros protótipos em 1960, após uma apurada análise comparativa entre todos os concorrentes o comitê do projeto do Europa Panzer definiu como vencedor o Model 734 da empresa automotiva Porsche, neste mesmo ano a França decidiu abandonar o consorcio, optando em desenvolver um veículo novo totalmente nacional que resultaria no AMX.
O projeto foi batizado pelo Deutsches Heer como Leopard I, e se tornaria o primeiro Main Battle Tank (carro principal de combate) alemão do período pós-guerra, como considerado nas especificações iniciais, ele estava equipado com uma versão alemã do consagrado canhão Royal Ordnance L7 de calibre 105 mm, completo sistema de proteção NBc (Radiação Nuclear e química), uma blindagem leve porem eficiente com capacidade de resistir a rápidos de armas de 20 mm em qualquer direção, estas características lhe permitiam  atingir uma velocidade máxima de 65 km/h. Após um intenso programa de testes a Porshe recebeu o primeiro contrato de fornecimento, com a produção seriada foi destinada no início de  1964 para a unidade fabril da Krauss Maffei em Munique . As primeiras unidades foram entregues as unidades do Exército Alemão entre setembro de 1965 e junho de 1966, o êxito na operação gerou contratos de exportação de centenas de unidades da versão inicial para Bélgica, Holanda, Noruega, Itália, Dinamarca, Austrália, Canada, Turquia e Grécia.

Após a entrega dos três primeiros lotes o projeto passou por aprimoramentos gerando assim a novo modelo Leopard 1A1, a principal inovação estava baseada no novo sistema de estabilização do canhão, que efetivamente permitia o tiro em movimento, passaram a contar também com aparatos de proteção ao longo das laterais para proteger a parte superior das lagartas. Além das 875 unidades novas produzidas pela Krauss Maffei, a mesma passou a produzir um kit de atualização para as versões iniciais, com centenas de unidades do Deutsches Heer e de clientes estrangeiros, sendo submetidos a este programa de modernização, alguns clientes optaram por incluir neste processo uma armadura de torre adicional desenvolvida pela Blohm & Voss. Em 1980 um novo plano de up grade foi implementado incluindo um intensificador de imagens noturnas PZB 200, surgindo a versão 1A1A2, que seria sucedida pelo Leopard  1A1A3 que passaram a contar com novo sistema de rádio digital SEM80/90.
A última versão de produção foi a 1A1A4, que passou a contar com os sistemas integrado de controle de tiro EMES 12A1 e visão noturna PERI R12, este modelo passou a ser entregue a partir de maio de 1974 tendo atingido a cifra de 250 fabricadas. O próximo estágio evolutivo seria representado pelo Leopard 1A5m que foi concebido no intuito de rivalizar novos blindados soviéticos T-64, T-72, T-72M1 e T-80. Para cumprir essa nossa missão, o Leopard 1A5 recebeu aperfeiçoamentos na capacidade de combate noturno e sob mau tempo, outro ponto aperfeiçoado foi sua capacidade de efetuar disparos em movimento contra alvos em movimento, garantindo assim maior mobilidade e flexibilidade no campo de batalha frente aos seus adversários, contando assim com a velocidade e a precisão necessárias para enfrentar os compactos blindados soviéticos. As primeiras unidades foram entregues em 1987 com grande parte dos 4.744 veículos construídos sendo elevados a este patamar, torando esta versão o Leopard padrão.

Emprego no Brasil.

Em meados da primeira década do ano 2000 o comando do Exército Brasileiro vislumbrou a necessidade de substituir os carros de combate Leopard 1A1 que representavam a espinha dorsal da força de blindados brasileira desde a década passada e por serem carros produzidos nos anos 70 apresentavam alta defasagem tecnológica e também problemas de disponibilidade devido a não existência de um acordo formal com o fabricante para a devida manutenção.Com base nesta necessidade procedeu se a análise no mercado internacional de possíveis candidatos a substituição dos carros de combate atuais. A escolha pendeu em 2006  para o aspecto mais lógico, a aquisição de um lote de 250 Leopard 1A5 usados que haviam sido recentemente desativados do exército da Alemanha, que empregavam o mesmo conjunto mecânico da versão em uso pelo exército, facilitando assim sua operação e manutenção.

A versão adquirida 1A5 é a mais moderna da família Leopard 1, empregando sistemas eletrônicos desenvolvidos para serem usados no Leopard II, permitindo uma sobrevida nos campos de batalha modernos. Entre estes sistemas destacamos o controle de tiro Krupp-Atlas Elektronik EMES-18, baseado num computador de tiro que possui uma mira integrada HZF (Hauptzielfernrohr) fabricado pela Carl Zeiss e um telêmetro a laser que substituem os sistemas ópticos anteriormente usados nas versões mais antigas do veículo. Seu computador de controle de fogo calcula soluções para tiro contra alvos distanciados até 4 km de distância. Como diferencial o A5 pode se mover por um terreno irregular que o canhão se mantém apontado para o alvo, permitindo disparar em movimento com alta probabilidade de acerto no primeiro tiro, como novidade no exército o Leopoard 1 A5 apresentava reforços em sua proteção balística através de placas de blindagem extra montadas na torre do tanque. O habitáculo é protegido para condições de ambiente NBQ (nuclear, bacteriológico e químico) como se espera de um carro de combate desenvolvido para uso da OTAN contra uma força soviética na Europa central.
Os primeiros dez carros chegaram ao Brasil em 2009, sendo distribuídos entre os Arsenais de Guerra do Rio de Janeiro e São Paulo, Escola de Material Bélico, Parque Regional de Manutenção 3 e Centro de Instrução de Blindados, no intuito de desenvolver os processos de nacionalização de componentes, treinamento de mecânicos  e desenvolvimento de manuais de operação, pois diferente dos Leopard 1A1, o contrato de aquisição englobava serviços de revisão e manutenção preventiva e corretiva junto a empresa alemã Krauss-Maffei Wegmann GmbH&KG para aplicação junto aos 230 carros de combate operacionais, veículos de serviço e também aos sistemas de simuladores, evitando assim repetir os erros do passado quando problemas ocorridos por deficiência na manutenção ocasionaram índices de indisponibilidades preocupantes.

O segundo lote composto por 70 carros chegou ao Brasil no mesmo ano do primeiro lote, sendo distribuídos na ordem de 26 carros para o 1º RCC (Regimento de Carros de Combate), 26 para o 4º RCC e 14 para 3º RCC 4 para o Centro de Instrução de Blindados (CIBld), mais dois lotes foram recebidos entre 2010 e 2012 distribuído mais carros para as unidades descritas anteriormente e também unidades que passaram a dotar o 5º RCC, substituindo os Leopard 1A1 e M-60 Patton. A adoção deste modelo elevou o patamar operacional da arma blindada do Exército Brasileiro, outro ponto positivo foi a implementação da doutrina alemã com foco total na manutenção preventiva, cultura está até então inexistente no Brasil que proporciona além da economia a extensão da vida útil dos componentes.
A inauguração da fábrica da Krauss-Maffei na cidade de Santa Maria no Rio Grande do Sul em março de 2016 garantirá a operacionalidade por muitos anos não só da frota de Leopards 1A15 mas também dos Gepard 1A2, permitindo também a possível implementação de programas de modernização que visem aumentar a vida útil destes veículos no Brasil. Especula-se também o interesse do Exército Brasileiro em aumentar sua frota de carros de combate avaliando recentemente 120 MBTs Leopard 1 A5 desativados e estocados pelo Exército Italiano após a introdução do MBT Aríet.

Krauss Maffei Leopard 1A1 no Brasil

História e Desenvolvimento.


A origem da família carros de combate Leopard remonta ao período pós-guerra, onde a Alemanha então dividida a entre a URSS e a OTAN, representava a linha de frente no conflito da Guerra Fria, região esta que vivia enorme tensão. Nesta época o pais permaneceu completamente desmilitarizado, sendo proibidos pela regulamentação aliada de constituir instituições militares, no entanto a necessidade de reforças as defesas frente a constante ameaça soviética, levaria a constituição em 12 de novembro de 1955 da nova estrutura das forças armadas alemães quer seriam compostas pelo Deutsches Heer (Exército Alemão), Deutsche Marine (Marinha Alemã) e a Deutsche Luftwaffe (Força Aérea Alemã), que seriam imediatamente equipadas com sistemas de armas de origem norte americana, no segmento de blindados os carros de combate médios fornecidos eram os modelos  americanos M-47 e M-48 Paton que já se mostravam inadequados as ameaças apresentadas pelas forças blindadas do Pacto de Varsóvia.

O atendimento desta necessidade se materializaria a partir de 1956 com o desenvolvimento de um novo carro de combate, suas especificações iniciais demandavam um veículo da ordem de mais 30 toneladas, com alta mobilidade como prioridade em detrimento  ao poder de fogo, por isto deveria estar armado com um canhão de 105 mm. Vários projetos inicias foram estudados e no seguinte a França se juntou ao projeto pois também buscava um substituto para seus antigos blindados de origem americana, nascendo assim o conceito Europa Panzer, no ano seguinte foi a vez da Itália se juntar ao projeto. Diversas empresas participaram da concorrência apresentando os primeiros protótipos em 1960, após uma apurada análise comparativa entre todos os concorrentes o comitê do projeto do Europa Panzer definiu como vencedor o Model 734 da empresa automotiva Porsche, neste mesmo ano a França decidiu abandonar o consorcio.
O projeto foi batizado pelo Deutsches Heer como Leopard I, e se tornaria o primeiro Main Battle Tank (carro principal de combate) alemão do período pós-guerra, como considerado nas especificações iniciais, ele estava equipado com uma versão alemã do consagrado canhão Royal Ordnance L7 de calibre 105 mm, completo sistema de proteção NBc (Radiação Nuclear e química), uma blindagem leve porem eficiente com capacidade de resistir a rápidos de armas de 20 mm em qualquer direção, estas características lhe permitiam  atingir uma velocidade máxima de 65 km/h. Após um intenso programa de testes a Porshe recebeu o primeiro contrato de fornecimento, com a produção seriada foi destinada no início de  1964 para a unidade fabril da Krauss Maffei em Munique. As primeiras unidades foram entregues as unidades do Exército Alemão entre setembro de 1965 e junho de 1966, o êxito na operação gerou contratos de exportação da versão inicial para Bélgica, Holanda, Noruega, Itália, Dinamarca, Austrália, Canada, Turquia e Grécia.

Após a entrega dos três primeiros lotes o projeto passou por aprimoramentos gerando assim a novo modelo Leopard 1A1, a principal inovação estava baseada no novo sistema de estabilização do canhão, que efetivamente permitia o tiro em movimento, passaram a contar também com aparatos de proteção ao longo das laterais para proteger a parte superior das lagartas. Além das 875 unidades novas produzidas pela Krauss Maffei, a mesma passou a produzir um kit de atualização para as versões iniciais, com centenas de unidades do Deutsches Heer e de clientes estrangeiros, sendo submetidos a este programa de modernização, alguns clientes optaram por incluir neste processo uma armadura de torre adicional desenvolvida pela Blohm & Voss. Em 1980 um novo plano de up grade foi implementado incluindo um intensificador de imagens noturnas PZB 200, surgindo a versão 1A1A2, que seria sucedida pelo Leopard  1A1A3 que passaram a contar com novo sistema de rádio digital SEM80/90.
A última versão de produção foi a 1A1A4, que passou a contar com os sistemas integrado de controle de tiro EMES 12A1 e visão noturna PERI R12, este modelo passou a ser entregue a partir de maio de 1974 tendo atingido a cifra de 250 fabricadas. O próximo estágio evolutivo seria representado pelo Leopard 1A5m que foi concebido no intuito de rivalizar novos blindados soviéticos T-64, T-72, T-72M1 e T-80. Para cumprir essa nossa missão, o Leopard IA5 recebeu aperfeiçoamentos na capacidade de combate noturno e sob mau tempo, outro ponto aperfeiçoado foi sua capacidade de efetuar disparos em movimento contra alvos em movimento. As primeiras unidades foram entregues em 1987 com grande parte dos 4.744 veículos construídos sendo elevados a este patamar, torando esta versão o Leopard padrão.

Emprego no Brasil.

No início da década de 1990 o programa de modernização da força terrestre denominado FT-90 abrangia a modernização de sua frota de carros de combate, neste período as unidades blindadas do Exército Brasileiro estavam equipadas com o obsoleto carro de combate leve Bernardini M-41C Caxias, que apesar de já modernizado no Brasil não atendia as necessidades do cenário naquela época. Apesar das limitações orçamentarias o Ministério do Exército implementou um projeto visando a aquisição de um modelo de MBT (carro principal de combate), entre as opções existentes no mercado uma das mais atrativas era representada por unidades usadas do Leopard 1A1 estocadas que haviam pertencido ao acervo das forças armadas belgas oriundos do primeiro lote de 334 carros adquiridos entre 1968 e 1971, que haviam sido atualizados na década de 1980 para a versão intermediaria.

Após as tratativas iniciais junto ao governo da Bélgica, foi formada uma Comissão de Aquisição que trataria em dezembro de 1994 de identificar e avaliar in loco inicialmente 61 veículos em melhor estado de conservação, obedecendo a critérios como, vida útil do canhão, quilometragem da transmissão e menor número de horas de uso motor, após parametrização estatística foi definido o status do carro médio padrão com 500,8 horas do motor, 3.229 km de quilometragem da transmissão e 172 EFC vida útil do canhão. Para revisão básica dos carros e transporte até o Brasil foi contratada a empresa belga STILES, prevendo a entrega em três lotes com intervalo de quatro (4) meses entres cada lote, com exceção da munição, que veio integralmente com o primeiro lote. Houve um acompanhamento pela Comissão Brasileira na Bélgica até os embarques dos respectivos lotes, sendo que os Leopard vieram com todo o ferramental existente em cada um deles e equipamento de comunicações. Foram também adquiridos kits de manutenção até de 4º Escalão.
Foi elaborado pelo então Ministério do Exército em 17 de maio de 1996, uma diretriz para a implantação das Viaturas Blindadas de Combate, CC Leopard 1A1 no Exército. Todo o material foi entregue ao Parque Regional de Manutenção/1 (PqRMnt/1) no Rio de Janeiro e de lá foi distribuído às respectivas unidades entre 1997 e 2000. Todo o material foi entregue ao Parque Regional de Manutenção/1 (PqRMnt/1) no Rio de Janeiro e de lá foi distribuído às respectivas unidades entre 1997 e 2000, paralelamente militares brasileiros foram treinados na Bélgica para operarem os CC Leopard 1A1 em nível de 1º, 2º e 3º Escalões. Em 1998 decidiu se pela aquisição de mais 67 carros de combate elevando para 128 o total de unidades, sendo este novo lote entregue até maio do ano 2000.

Fatos importantes marcam esta nova fase da arma blindada no Exército Brasileiro, como a criação em 1996 do CENTRO DE INSTRUÇÃO DE BLINDADOS GENERAL WALTER PIRES (CIBld), responsável pela formação, padronização, modernização e atualização na instrução e adestramento dos futuros combatentes blindados. A implementação deste modelo no Brasil proporcionou grande mudanças na sistemática operacional da arma blindada do exército, pois toda uma nova infraestrutura teve de ser criada, indo desde o processo de treinamento, instalações, doutrinas e sistemas de transporte (terrestre ou ferroviário), além de uma variada gama de veículos de apoio e socorro mais adequadas ao porte do novo modelo. A implementação deste modelo no Brasil proporcionou grande mudanças na sistemática operacional da arma blindada do exército, pois toda uma nova infraestrutura teve de ser criada, indo desde o processo de treinamento, instalações, doutrinas e sistemas de transporte (ou ferroviário), além de uma variada gama de veículos de apoio e socorro mais adequadas ao porte do novo modelo.
Além do Centro de Instrução de Blindados (CIBld), os Leopard 1A1 foram destinados a 4 Regimentos de Carros de Combate alocados na regiões Sul e Sudeste , ocorre porem que ao longo dos anos a frota enfrentou deficiências graves em sua cadeia logística, proporcionando indicies de indisponibilidade não satisfatórios ( este fato se deu a inexistência de qualquer contrato de prestação de serviço com o fabricante e também devido a idade do projeto desta versão). No anseio padronizar seus meios, o Comando do Exército assinou no ano de 2008 junto ao governo alemão e a fabricante Krauss Maffei, um contrato para a aquisição e modernização e manutenção de 250 unidades do modelo Leopard 1A5 , que começaram a ser recebidos a partir de 2009, possibilitando assim a desativação dos modelos mais antigos. A maioria das unidades remanescentes foram desmontadas para emprego como cadeia de suprimentos aos novos 1A5, porém 39 veículos ainda foram mantidos em operação, sendo destinados a três Regimentos de Cavalaria Blindada, onde substituíram os derradeiros M-41.