Blindados alemães Panzer VI Tiger I, que formavam a ponta da linha de avanço alemã no setor norte da Batalha de Kursk (Fotógrafo: Henisch, Julho de 1943 - Localizado no Bundesarchiv - Arquivo Federal Alemão)
Idealização da Operação Cidadela:
Para podermos entender essa "Briga de Titãs" blindados, primeiros precisamos entender a situação do Front Oriental anterior à Operação Cidadela.
Mapa do Front Oriental, de Fevereiro à Agosto de 1943. Em laranja, mostra o avanço da contra-ofensiva alemão contra as posições russas em Kharkov, até Março de 1943. Em verde, a área tomada durante a Operação Cidadela, durante a Batalha de Kursk. (Mapa disponível na Wikicommons)
No início de 1943, o exército alemão ainda se recuperava do desastre que foi a Batalha de Stalingrado. A operação soviética de libertar a cidade que levava o nome de Stalin havia sido um sucesso momentâneo para os russos, recuperando várias posições perdidas durante o avanço alemão do Verão de 1942, no setor Sul do Front Oriental. Como destaca Jordan e Wiest:
No início de março de 1943, a guerra na Frente Oriental apresentava um novo aspecto. Embora os alemães ainda detivessem grande parte do território soviético, suas tropas tinham passado por um massacre terrível e sofrido perdas maciças durante o inverno, culminando no desastre em Stalingrado. Por outro lado, embora os russos também tivessem sofrido grandes perdas, eles ainda estavam acrescentando novas tropas e bem-equipadas divisões ao campo de batalha, e o Exército Vermelho no geral tinha passado a lutar melhor, como resultado de reformas no comando e das lições aprendidas em batalhas anteriores. (2008, pág. 115)
Os soviéticos, após a vitória em Stalingrado, aproveitaram o momento e avançaram o quanto puderam no Setor Sul. Isso causou a existência de várias "saliências", "bolsões", na linha de frente.
Mapa, em alemão, do Bolsão de Kursk, já com as linhas de avanço e planejamentos da Operação Cidadela (Mapa disponível na Wikicommons)
O Marechal alemão Erich von Manstein, com farta experiência militar durante as campanhas contra a França e a Inglaterra em 1940, e com o início da Operação Barbarossa, era um dos melhores generais que a Alemanha podia contar no período, e por conta de sua farta experiência, recebeu o comando das forças alemãs no Setor Sul do Front Oriental.
Marechal Erich Von Manstein (em primeiro plano, liderando a fila) passa em revista de suas tropas nos setores de Kharkov e Kursk (Autor Desconhecido - Reprodução: Alex Waterhouse-Hayward Photographer Blog)
O Sucesso russo em Stalingrado realmente marcou uma reviravolta no Front Oriental, embora o impacto dessa vitória não ter sido explorado de imediato pelos soviéticos. Depois das operações russas no Setor Sul, os alemães tomaram consciência do "calibre" de seu oponente, depois de 2 anos de uma "guerra rápida e fácil" contra forças soviéticas sem treinamento e sem equipamentos comparáveis aos da Wermacht. Porém os russos se tornaram um pouco "desleixados" durante seu avanço no setor sul, deixando flancos e linhas de suprimentos expostos ao inimigo.
Aproveitando-se desses vários bolsões e saliências na linha soviética, Manstein ordenou uma rápida contra-ofensiva contra as linhas russas que volta da cidade de Kharkov, ao sul de Kursk.
Tropas da 3ª Divisão SS "Totenkopf" avançam juntos com um Panzer IV nas cercanias da cidade de Kharkov, em Março de 1943. (Fotógrafo: Neumann - Disponível no Bundesarchiv, o Arquivo Federal Alemão)
O avanço contra as tropas russas em Kharkov foi um sucesso, desafogando a pressão dos russos no Setor Sul e aumentando a moral das tropas alemães, vendo que ainda havia possibilidade de vitória contra o "Rolo Compressor" Soviético.
Assim, Manstein e seu Estado-Maior, começaram a elaboração, a mando de Hitler, de uma operação militar que minasse e destruísse o centro do Exército Vermelho no setor Sul. Assim foi desenvolvida a Operação Cidadela, um massivo avanço de tropas e blindados nos flancos do Bolsão de Kursk, para isolar e destruir o Corpo de Exército Soviético da Frente Voronezh. A operação seria iniciada em fins de Junho, começo de julho, pois fora decidido esperar que novos carregamentos de suprimentos e novos carros blindados de combate, como o Tiger I e o Panther, chegassem à frente de batalha em fins de Maio de 1943.
Mapa da Operação Cidadela, com todas as unidades militares soviéticas e alemãs que se digladiaram na Batalha de Kursk (Mapa disponível no Wikicommons)
Porém, nem todos os comandantes alemães, inclusive Manstein, concordaram com essa operação, ordenada por Hitler, que via "uma grande chance de destruir as Frentes Central e do Voronezh Soviéticas" (JORDAN, 2008, pág. 118). Cawthorne também cita que:
O General Walther Model, comandante do Nono Exército Alemão (...), também era contra essa operação. Ela poderia ter sido bem-sucedida em março, disse ele, mas em Maio não tinha a menor chance. Ele produziu fotos de reconhecimento aéreo que mostravam que os russos haviam preparado fortes defesas em Kursk, em antecipação a um movimento alemão (em pinça), e tinham retirado a maior parte de sua força móvel do saliente. Mas Hitler ordenou que o ataque fosse realizado "por motivos políticos". (2010, pág. 240)
Mesmo com os avisos de vários de seus oficiais, Manstein teve de continuar com o plano de atacar o bolsão soviético para "satisfazer" as vontades do Führer. Sendo assim, a Operação Cidadela seria executada assim que todos os novos blindados e suprimentos chegassem à linha de frente, o que ocorreu em fins de Junho de 1943.
Blindados pesados alemães Panzer VI "Tiger" sendo transportados para o Setor Sul, para formarem a Cabeça-de-ponte blindada alemã em Kursk (Reprodução/Militaryphotos.net)
Mas um problema para a ofensiva alemã era que, por conta da demora da chegada de novas tropas, novos blindados e suprimentos, os soviéticos já estavam esperando um ataque alemão à saliência em suas linhas. O que auxiliou que os soviéticos tivessem certeza disso foram seus espiões infiltrados no Alto Comando Alemão, e Stalin e o Alto Comando Soviético já haviam sido informado das pretensões alemães 48 horas antes do início da Operação Cidadela, dando tempo para que as tropas russas preparassem ainda mais defesas e bloqueios para exaurir os alemães.
Comandante Soviético da "Frente Central", responsável pelas posições ao norte de Kursk, General-de-Exército K.K. Roskossovsky (4º da esquerda para a direita) e seu Conselho de Guerra andam pelas linhas, inspecionando defesas e tropas 2 dias antes da Operação Cidadela, em Julho de 1943 (Reprodução/Militaryphotos.net)
Soldados soviéticos cavam trincheiras defensivas e trincheiras fundas anti-blindados para se defender dos alemães, ao logo de toda a linha de frente (Reprodução/incredibleimages4u.blogspot.com.br/)
Sapadores soviéticos instalam minas anti-blindados TM-42 ao logo da linha de frente, preparando um verdadeiro "campo de morte" para os tanques alemães (Reprodução/Militaryphotos.net)
Contingente soviético e alemão e o início da Operação
As defesas soviéticas tinham uma profundidade de 20 a 45 quilômetros adentro do bolsão, onde a cidade de Kursk se encontrava no centro e era também o centro de comando dos soviéticos. As defesas do Exército Vermelho eram formidáveis. Havia, ao longo das linhas de defesa, 6 mil canhões anti-tanque, operados pela infantaria, 20 mil outras peças de artilharia (incluindo desde o morteiro mais leve ao obus mais pesado), somados à 920 Lançadores de Foguete Móveis "Katyusha". Em termos de números de divisões de infantaria e blindados, os russos contavam com 75 divisões de exército e 3.600 mil blindados, em sua maioria sendo te tanques T-34 em suas mais diversas variantes. Ao todo, a Corporação "Frente Central" e "Frente Voronezh" tinham aproximadamente 2 milhões de homens em Kursk, apoiados por 2 mil aeronaves da recém modernizada Força Aérea Soviética.
Blindado soviético T-34-76, principal tanque russo na época se posicionando para um eventual contra-ataque soviético contra as forças alemãs. (Reprodução/Incredibleimages4u.blogspot.com.br)
Os atacantes alemães, todavia, encontravam-se em uma certa inferioridade numérica. Somando todas as unidades militares na região, os alemães contavam com quase 1 milhão de soldados; 2.900 tanques (entre os quais os novíssimos Panzer V "Panther" e Panzer VI "Tiger I" que tinham acabado de sair das fábricas alemãs e mandados direto para o Front Oriental); 9900 armas de artilharia (desde o menor morteiro até o mais pesado obus); e uma cobertura aérea de aproximadamente 2.200 aeronaves (entre caças, bombardeiros e aviões de ataque ao solo).
Foto de um blindado alemão Panzer V "Panther". Os alemães, após verem o sucesso da blindagem inclinada no T-34 russo, resolveram apostar em um tanque com a mesma tecnologia e a mesma versatilidade que sua contraparte russa. (Reprodução/Guia de Operações Militares)
Os alemães, mesmo em menor número, apostaram todas suas esperanças nas novas armas de guerra que haviam chegado ao Front. Tanques como o Panther e o Tiger eram, na época, a vanguarda tecnológica alemã na área de blindados de guerra. Porém, por serem tanques muitos novos e sem muita experiência em campo, logo eles enfrentaram problemas mecânicos antes mesmo da batalha começar.
Blindado pesado alemão Panzer VI "Tiger I" da 2ª Divisão SS "Das Reich" se posicionando no front, pronto para iniciar os ataques ao Bolsão de Kursk, fins de Junho de 1943 (Fotógrafo: Friedrich Zschäckel, foto localizada no Bundesarchiv - Arquivo Federal Alemão)
Tripulação alemã de um "Tiger I" tenta reparar o motor do blindado. Muitos "Tiger I" e "Panther" nem chegaram a avançar contra os russos em Kursk devido à problemas mecânicos. (Fotógrafo: Altvater. Foto disponível no Bundesarchiv - Arquivo Federal Alemão)
Assim, com as forças em posição, com novos tanques já preparados para atacar, os alemães, mesmo com os russos já sabendo do ataque, se preparam para lançar a Operação Cidadela.
Início da Batalha:
A ofensiva alemã começou em 5 de Julho de 1943. Na parte norte da "pinça" alemã, o Nono Exército, liderado por Walther Model, avançou com tudo que tinha, saindo da região da cidade de Orel, ao norte de Kursk, e adentrando às linhas russas em direção ao sul, ao centro do bolsão enquanto ao sul, saindo de sua base na cidadezinha de Belgorod, o Quarto Exército Panzer, planejava sua investida sentido nordeste, para interceptar qualquer retirada ou reforços soviéticos antes que estes chegassem à área do Nono Exército.
Bombardeiros de Mergulho alemães Ju-87 "Stukas", conhecidos como "Artilharia Voadora" por conta de seus excelentes serviços como apoio ao avanço de blindados e da infantaria alemã. Esses bombardeiros estavam presentes em Kursk e bombardearam, com dificuldades, as posições russas. (Reprodução/gallimafry.blogspot.com.br/)
Divisão Panzer alemã avança contra russos em Kursk. Na foto vemos vários granadeiros "panzer" pegando uma "carona" encima de um caça-tanque StuG III G. Próximo ao StuG podemos ver 2 "Tigers I" prontos para dar suporte às tropas em avanço. (Fotógrafo: Cantzler. Foto disponível no Bundesarchiv - Arquivo Federal Alemão)
Mas, mesmo colocando todas as peças em jogo, o avanço alemão logo se atravancou, devido à pesada resistência dos russos e ao sistema de defesas, que contavam com um complexo de trincheiras para infantaria, trincheiras fundas anti-blindados e campos minados, sem contar com um bombardeio russo feito 20 minutos antes da marcha alemã, bem na região em que as tropas inimigas se organizavam para atacar.
Soldados alemães da 2ª Divisão SS "Das Reich" avançam em direção à Kursk (Fotógrafo: Friedrich Zschäckel, foto localizada no Bundesarchiv - Arquivo Federal Alemão)
Os tanques e táticas alemãs sempre foram voltadas para a "guerra relâmpago" (a temida Bliztkrieg, que havia derrotado nações inteiras em menos de um mês de combate). Essa mentalidade de um ataque rápido e móvel ainda estava nos planos alemães durante a Batalha de Kursk. Porém, depois de um dia inteiro de combates, os panzers alemães avançaram apenas 9 quilômetros dentro do perímetro de defesa russo, até a madrugada do dia 5 para o dia 6 de Julho, e na manhã seguinte, não havia sinais de que os russos desistiriam. Cawthorne destaca a situação da frente alemã, tanto na "pinça norte" quanto na "pinça sul":
A investida Norte do ataque foi interrompida já no segundo dia (6 de julho), a apenas 19 quilômetros da linha de partida. O braço sul conseguiu penetrar 32 quilômetros e, quando estavam com oito dias de batalha (13 de julho), eles tinham tomado 24 mil presos e destruído ou capturado uma centena de tanques e 108 armas antitanques. Mesmo assim, a diferença entre as duas pontas do ataque ainda eram 120 quilômetros. Em 12 de Julho, os soviéticos anunciaram que a primeira fase da batalha tinha acabado. Eles lançaram suas próprias ofensivas contra o "bolsão alemão" de Orel (local de origem da marcha do ataque norte), imediatamente ao norte. (2010, pág. 242)
Aviões russos IL-2 M "Sturmovik", chamados de "Tanques Voadores". O IL-2 era um avião de ataque ao solo, projetado para caçar blindados no solo. Era armado com 2 canhões de 20mm, duas metralhadoras de 7,62mm e podia carregar até 600 quilos de bombas, mais 8 foguetes RS-82mm ou 4 foguetes RS-123mm (Fotógrafo: F. Levshin - Agência de Notícias Internacionais Russas)
Soldados soviéticos com uma metralhadora pesada Maxim M1910 defendendo as posições em Kursk (Reprodução/World War II Database)
O Alto Comando Alemão e Adolf Hitler enfrentavam um dilema. Os exércitos alemães em Kursk já haviam perdido 20 mil homens na ofensiva, que agora estava totalmente parada, já que além de ter de lidar com mais posições defensivas russas que ainda sobravam entorno de Kursk, tropas tiveram de ser remanejadas para Orel, para tentar segurar o contra-ataque das tropas blindadas soviéticas, que avançavam a todo vapor.
Canhões russos anti-tanques Zis-3 de 76.2mm defendendo Kursk. Esses canhões eram os principais canhões anti blindados disponíveis às tropas russas na época. (Reprodução/World War II Database)
Guarnição russa de Artilharia Anti-Aérea na área de Kursk. Além dos aviões soviéticos, a Luftwaffe fora alvejada por centenas de peças de artilharia anti-aérea de diferentes calibres. Esta da foto é um canhão 25mm M1940 - 72 K (Reprodução/http://en.ria.ru/photolents/20130705/182073194_2/Battle-of-Kursk-Began-70-Years-ago.html)
Fora os combates na Frente Oriental, tropas britânicas e norte-americanas desembarcaram na Sicília em 10 de Julho de 1943, durante a chamada "Operação Husky", abrindo uma segunda frente de batalha onde, Hitler sabia, teria de mandar mais tropas para auxiliar a exaurida e, nesse momento, turbulenta Itália (onde um levante pró-Aliados e contra o ditador Mussolini se iniciava). Então o Alto Comando Alemão decidiu em cancelar a Operação Cidadela, ordenando a retirada das tropas da frente de ataque e a imediata construção de linhas de defesa para parar os contra-ataques russos.
Blindado médio alemão Panzer V "Panther" danificado e abandonado durante a batalha de Kursk (Reprodução/World War 2 Today)
Fase 2: O massivo contra-ataque soviético
Os soviéticos agora tinham, novamente, a iniciativa. Tinham tantas peças de canhões que se vangloriavam dizendo que seu poder de fogo era "dez vezes mais pesado que em Verdun". O Objetivo agora era bombardear os campos minados da defensa alemã, explodindo o máximo de minas possíveis e abrindo caminho para o massivo contra-ataque móvel.
Soldados soviéticos contra-atacando posições alemãs ao sul do Bolsão de Kursk, meados de Julho de 1943 (Reprodução/ww2today.com/12th-july-1943-kursk-massive-tank-battle-at-prokhorovka)
Unidades de reserva russas avançam para a linha de frente em Kursk. O Rolo compressor soviético começar a tomar força. (Reprodução/en.ria.ru/photolents/20130705/182073194_9/Battle-of-Kursk-Began-70-Years-ago.html)
Com o grande apoio da artilharia e da Força Aérea Soviética, em 15-16 de Julho de 1943 os soviéticas romperam em vários pontos as linhas alemãs, tando as linhas que foram criadas com a Operação Cidadela,em Kursk, quanto as defesas originais em torno de Orel e Belgorod.
Soldado alemão capturado durante a contra-ofensiva soviética. Ele está sentado sobre uma peça de artilharia de campo destruída e ao seu lado jaz o corpo de um companheiro morto (Reprodução/http://gallimafry.blogspot.com.br/)
Para dificultar ainda mais a situação do alemães, em fins de julho e início de agosto de 1943, uma série de ataques de sabotadores "partisans" (guerrilheiros) ocorreram por toda Frente Sul. Esses ataques danificavam ferrovias vitais para o transporte alemão. Cawthorne afirma que:
Alemães em trincheiras no Setor Norte da Batalha de Kursk, resistindo o quanto podiam contra o contra-ataque russo. Ao fundo pode-se ver tanques alemães destruídos queimando. (Reprodução/gallimafry.blogspot.com.br/)
Tripulante de blindado alemão morto durante a Batalha de Kursk. (Reprodução/gallimafry.blogspot.com.br/)
Kursk estava entrando em seus estágios finais, e os alemães perdiam mais terreno do que pretendiam tomar com o início da Operação Cidadela. Os grupamentos Panzer ainda em funcionamento faziam ataques e escaramuças esporádicas com as forças soviéticas, mas isso não impediu que o rolo compressor russo parasse. Os alemães haviam perdido a massiva luta de blindados em Kursk, e agora estavam totalmente na defensiva, depois de quase dois anos avançando contra os russos, os exércitos de Hitler perdem a iniciativa no Front Oriental e não havia mais dada que podiam fazer a não ser esperar, se preparar o melhor possível, para o eventual Ataque Geral dos soviéticos.
Soldado alemão morte durante a contra-ofensiva soviética na Frente sul do Front Oriental. (Reprodução/gallimafry.blogspot.com.br)
A verdadeira virada do Front Oriental
Kursk foi um grande desastre para as forças alemãs no Leste. Alguns historiadores afirmam que foi até maior do que Stalingrado, pois a perda material (tanques, aviões, artilharia pesada) foi muito maior em Kursk. Os exércitos alemães quase não tinham tanques e peças de artilharia sobrando para fazer uma defesa igual à que os russos levantaram em Kursk. Jurado destaca, em seu texto no livro "Coleção 70º Aniversário da Segunda Guerra Mundia - Vol. 21 - Batalha de Kursk":
A Batalha de Kursk não está entre as mais conhecidas pelo público, mais familiarizado com outros combates que ocorreram na Segunda Guerra Mundial. No entanto, para muitos especialista em história militar, Kursk foi o confronto decisivo da guerra. (...). Para o público em geral Kursk é uma remota localidade nas planícies do sul da Rússia, insignificante para a evocação histórica em comparação com nomes como Moscou e Leningrado (...). A Batalha travada em Kursk durou poucos dias e desenrolou-se em um cenário relativamente pequeno em relação a gigantesca escala geográfica das batalhas travadas nas Frente Oriental. (2009, pág. 31)
Dois tanques alemães destruídos na batalha de Kursk (à esquerda um Panzer IV e a direita um Panzer III). (Reprodução/gallimafry.blogspot.com.br)
Porém, podemos afirmar que a batalha de Kursk teve um grande impacto, não só na frente oriental como em todo o cenário da segunda guerra, pois foi em Kursk em que o Rolo Compressor Soviético tomou força para tomar a Europa Oriental inteira.
Vídeos:
Documentário: Coleção Battlefield: A Batalha de Kursk (duração: 1h36min)
Fontes:
CAWTHORNE, Nigel. As Maiores Batalhas da História - estratégias e táticas de guerra que definiram a História de países e povos. Ed. M.Books, São Paulo. 2010.
Coleção 70º Aniversário da Segunda Guerra Mundia. Vol. 21 - Batalha de Kursk marca o colapso do Nazismo. Ed. Abril, São Paulo, 2009.
GILBERT, Adrian. Enciclopéda das Guerras - Conflitos Mundiais Através dos Tempos. Ed. M.Books. São Paulo. 2005.
JORDAN, David e WIEST, Andrew. Atlas Segunda Guerra Mundial - todos os lados em combate. Ed. Livros Escala, São Paulo, 2008.
Blog:
Guia de Operações Militares: http://operacoesmilitaresguia.blogspot.com.br/2013/02/a-batalha-de-kursk-parte-2-as-maquinas.html
Guia de Operações Militares: http://operacoesmilitaresguia.blogspot.com.br/2013/02/a-batalha-de-kursk-parte-2-as-maquinas.html
Ilustraded History: Relive the times - The Battle of Kursk in pictures Parts 1 and 2: http://incredibleimages4u.blogspot.com.br/2011/01/batle-of-kursk-in-pictures.html
World War II Database: http://ww2db.com/
World War II Today: http://ww2today.com/12th-july-1943-kursk-massive-tank-battle-at-prokhorovka
Matheus Santos da Silveira
Graduado em Licenciatura em História pela PUCPR
Especialista em História Contemporânea e Relações Internacionais