terça-feira, 5 de junho de 2018

A CAVALARIA DE GENSIS KHAN


Em 1207, deu-se início a formação de um império que ficou famoso por suas atrocidades e pelo alto poder de seu exército: o império mongol. Liderados por Gêngis Khan, um dos comandantes militares mais bem-sucedidos da história da humanidade, os mongóis conquistaram a Sibéria sul-oriental, o Tibete, a China ocidental, o Irã, Pequim, Coreia, Bucara, Samarcanda, Afeganistão e Chang’an. Em termos de espaço, a área conquistada por Khan foi três vezes maior que a do Terceiro Reich, na Alemanha. Todo o êxito dessas conquistas não seria possível se não fosse a maestria e habilidade da Cavalaria mongol.
 O Exército de Khan era formado por cavaleiros munidos de arco e flecha. A disciplina era sua principal característica. Treinavam a pontaria com o cavalo em movimento e disparavam a flecha no momento em que o cavalo estava no auge do galope. A faixa etária da cavalaria variava de 15 a 60 anos. A organização do exército era decimal: dez homens formavam um “arban”; cem homens, um “jagun”; mil homens, um “minghan” e dez mil homens, um “tumen”. E o tratamento era igualitário: a comida era servida na mesma quantidade entre os guerreiros e seus comandantes. Para manter a disciplina e a união de seu exército, Khan punia os ladrões com a morte. Em caso de adultério, morriam o homem e a mulher.
Na hora da batalha, Khan era rigoroso quanto à hombridade de seus subordinados. Segundo o franciscano Jean de Plano Carpino, enviado em 1246 como embaixador do papa Inocêncio IV: “Numa batalha, se, num grupo de dez, um, dois, três ou mesmo mais fugirem, todos os que restam dos dez são mortos, e, se todo um grupo de dez fugir, serão mortos os que restarem do grupo de cem do qual fazia parte o conjunto de desertores. Do mesmo modo, se um ou dois ou mais avançarem corajosamente no combate, os que restarem no grupo de dez serão mortos se não avançarem também, e, se um dos dez for feito prisioneiro, os companheiros serão mortos se não o salvarem”.
 Quanto à tática, Khan, antes do combate, infiltrava espiões no exército adversário com o intuito de conseguir o maior número de informações possível. Quanto à estratégia, Khan objetivava confundir o exército inimigo. À frente ia a cavalaria pesada. Atrás, a cavalaria leve. Todas as ordens eram passadas em silêncio, através de bandeiras e lanternas (quando o combate era noturno). Quando o confronto se iniciava, a cavalaria pesada ia abrindo espaços, enquanto a cavalaria leve ia tomando a frente e liquidando seus adversários. Se a estratégia não surtisse efeito, os mongóis simulavam uma fuga. O adversário, desprevenido, era pego de surpresa pela retaguarda. E caso seu exército estivesse em desvantagem, batiam em retirada rapidamente. Os mongóis levavam para a batalha de quatro a oito cavalos por combatente, caso precisassem percorrer grandes distâncias de forma ininterrupta
Os mongóis não aprisionavam os adversários. Abatiam todos, inclusive os animais. Ao longo da história ficaram famosos por estas brutalidades. Há quem pense que eles tinham prazer nas execuções. Mas tudo não passava da estratégia de Khan, uma vez que a propaganda negativa corria entre os adversários, espalhando o temor entre eles e evitando possíveis combates.
Demercino Júnior

CAVALARIA MEDIEVAL


A cavalaria medieval  foi uma instituição feudal formada por cavaleiros nobres, sendo reconhecidos por todos os ideais de coragem e imponência associados a eles, principalmente pela literatura. Dentro da cavalaria haviam os cavaleiros de fato (os miles), homens que eram obrigados a se recrutarem (os lanças), os escudeiros, selecionados por ordens religiosas e os cavaleiros da espora dourada (homens ricos, porém sem títulos de nobreza).
 Tais cavaleiros eram regidos pelo Código da Cavalaria, que foi um sistema de moral, onde explicitava que os cavaleiros deveriam defender aqueles que não tinham capacidade de se proteger, como viúvas, crianças e idosos. Além disso, todos os cavaleiros deveriam ser homens aptos a lutarem em guerras, da Idade Média, quando fossem convocados. Não era necessário apenas serem fortes, mas também, os cavaleiros deveriam ser extremamente disciplinados, além de lhes ser permitido dizer apenas a verdade em todas as ocasiões. Além disso, eram jurados de proteger a honra de todos da Cavalaria e da Igreja, sempre obedecendo a hierarquia de comando, e jamais podendo recusar o desafio de um semelhante. Essencialmente, um cavaleiro da Cavalaria era um militar cristão.
 Especificamente, as regras do Código da Cavalaria podiam ser resumidas em alguns "mandamentos":
1.Acreditar nos ensinamentos da Igreja e observar todas as direções que a Igreja mostrar;
2.Defender a Igreja;
3.Respeitar e defender todos os indefesos.
4.Amar o seu país.
5.Não recuar diante de um inimigo: Um covarde, apenas, poderia desencorajar um exército inteiro.
6.Mesmo se os cavaleiros soubesse que a morte estava próxima, deveriam morrer lutando do que demonstrar fraqueza.
7.Não mostrar misericórdia para com os infiéis, e não hesitar em participar dos conflitos contra eles.
8.Desempenhar todas as tarefas acordo com as leis de Deus.
9.Nunca mentir ou desdizer uma só palavra. Sinceridade e honra foram duas das características mais importantes de cavaleiros de cavalaria.
10.Demonstrar generosidade com todos.
11.Sempre, e qualquer lugar, ser certo e bondoso.
 O termo da "Cavalaria" foi primeiro usado em 1292, trazido do francês antigo "chevalerie" (cavaleiro), um substantivo abstrato formado no século 11 com base no "chevalier" (cavaleiro). Entre os séculos XI e XV, muitos dos escritores medievais usaram a palavra "Cavalaria", com diversos significados que mudaram ao longo do tempo, mas, geralmente, associada à sua relação com indivíduos militares que cavalgavam cavalos de batalha que serviam à moral Cristã, dando origem ao gênero que se tornaria popular no século XII, do ideal de amor cortês do cavaleiro medieval. Por volta do século XV, o termo se desvinculou das suas origens militares, não menos importantes, por causa do estrondoso aumento dos números de infantaria durante o século XIV, confinando os cavaleiros aos torneios fechados.
 Independente dos tantos termos e definições sobre a cavalaria, o cavaleiro medieval sempre foi um perito na arte da guerra, treinados em combates com armaduras, cavalos, lanças, espadas e escudos pesados. Também eram incentivados a mostrar a coragem e a lealdade. A prática heráldica, e todas suas regras elaboradas na produção de brasões, também sempre estiveram relacionadas à cavalaria. Quando não estavam em batalha, geralmente, os cavaleiros residiam em castelos ou fortalezas, onde viviam nas cortes dos reis, duques e outros grandes senhores. Nos tempos de paz, as habilidades dos cavaleiros eram usadas durantes os torneios e as grandes caçadas.
 O Cristianismo teve uma grande influência sobre o conceito clássico do heroísmo e da virtude, hoje relacionados com as virtudes da Cavalaria. O movimento conhecido como "A Paz e a Trégua de Deus" é um forte exemplo disso, quando pôs diversos limites nos cavaleiros, obrigando-lhes a proteger e honrar os membros mais indefesos da sociedade, além de sempre se mostrarem dispostos a auxiliar a Igreja a manter a paz e a ordem. Simultaneamente, a Igreja tornou-se mais tolerante com a guerra em defesa da fé, defendendo a ideia da "guerra justa". Também foram criadas liturgias que serviam para abençoar os armamentos de guerra dos cavaleiros, como a espada e armadura.
Gabriella Porto 

ARMADURAS MEDIEVAIS


A armadura é a vestimenta destinada à proteção pessoal em uma batalha. O equipamento já estava em pleno uso antes da Idade Média europeia, mas, através dos filmes, livros e música, as armaduras medievais se tornaram provavelmente a versão mais famosa deste aparato bélico.
 No início de seu desenvolvimento, tais armaduras eram muito mais leves e simples, acumulando, com o passar do tempo, vários outros acessórios, o que acabou por torná-las consideravelmente pesadas, algo em torno de 30 quilos para as mais elaboradas. São exatamente estas que costumam povoar o imaginário popular, mas eram reservadas a reis e príncipes, pois eram demasiado caras, e portanto, menos utilizadas. O soldado raso geralmente utilizava simples coletes de couro e peles.
 O tipo básico de armadura era a chamada armadura de malha, que trazia interessantes conceitos. Formada por milhares e milhares de pequenos anéis de ferro interligados sem solda ou rebite, e que envolvia o combatente dos pés à cabeça, ela era eficiente para prevenir cortes e arranhões, e permitia uma liberdade de movimentos maior do que os outros tipos mais complexos. A armadura de malha era composta de hauberk, uma túnica que descia até os joelhos, com mangas compridas terminadas em mitene (luvas), incorporando às vezes um capuz, também de malha, além da coifa (capuz), calças, manto (peça para proteger o pescoço, ombros, parte superior do peito e das costas) e camal, peça semelhante ao manto. Este tipo de armadura era também muito utilizado no Japão Feudal.
 O tipo seguinte era a armadura de cota de placas, cujo reforço está rebitado do lado de dentro de uma cobertura de pano ou couro. Surgida em meados do séc. XIII (embora já usada desde a segunda metade do século XII pelos cruzados), esta armadura foi projetada para impedir um superaquecimento da malha sob o sol e também para evitar sujeira e ferrugem. Ela era composta de uma sobrecota reforçada, uma espécie de poncho largo sem mangas descendo até os joelhos. Este modelo seria aperfeiçoado, por volta do século XIV, tornando-se o chamado gibão de placas, que consistia num colete, geralmente de couro, em cuja parte interna se afixavam as placas. Vestido por sobre a cota de malha, este ficava oculto sob a sobrecota.
 Por fim, o modelo de armadura popularmente conhecido, era a "armadura de placa". O termo na verdade abrange uma enorme família de armaduras, pois qualquer peça que possa ser descrita como composta de uma ou mais placas de metal sem qualquer tipo de cobertura ou forro para uni-las pode se encaixar nesta classificação. Estas peças também são referidas como armaduras brancas pelo fato do metal estar exposto e reluzir a luz do sol. Tais peças surgiram por volta do século XIII, e possuíam um elmo, couraça, grebas (para a parte inferior da perna), manoplas, espaldar (para os ombros), braços, pernas e escarpe, para os pés.
Emerson Santiago.

Arbaleta

Uma arbaleta é uma balista grande com grande força que, em lugar de madeira, é feita de compostos de osso em sua maioria. Os jesuítas eram famosos pelos seus arqueiros dotados de arbaletas.

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Arco composto

Um arco composto é um arco moderno que tem polias ou discos nos extremos dos membros pelos quais passa a corda. Como o arco se estica com a ajuda das polias, em sua vez, reduz a quantidade de força necessária para esticar a corda por completo. São pouco afetados pelas mudanças de temperatura e umidade e proporcionam uma maior precisão, aceleração, e alcance em comparação com o arco longo. A diferença dos arcos convencionais que em geral são feitos de madeira ou de madeira laminada com outros materiais, os arcos de polias são fabricados apenas em alumínio e materiais compostos. Foram primeiro patenteados por Holless Wilbur Allen nos EUA nos anos 60 e vêem fazendo cada vez mais sucesso. Com uma única corda convencional, conforme esta é estendida a tensão vai aumentando, fazendo com que o arco deva ser apontado e liberado rapidamente, a corda se acelera rapidamente e diminui a velocidade até o ponto de origem, existem vantagens mecânicas para as polias:
  1. Ao se puxar a corda ao máximo do que se pode esticar, as polias diminuem a tensão inicial e desse modo facilitam a mira.
  2. As polias permitem ao arqueiro esticar as cordas ao máximo com uma maior potência que outros arcos que exigiriam uma maior força.
  3. A corda segue acelerando a flecha desde sua liberação até seu ponto de origem, conseguindo mais força e portanto mais velocidade.
Os arqueiros nas competições de arquearia de hoje em dia se valem, em geral, de uma ajuda ao descarregar a corda estável. Esta ajuda fixa a corda do arco em um ponto e permite ao arqueiro liberar a corda com uma pulsação do mecanismo.

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Balista

Uma balista se assemelha a uma besta de grande tamanho, mas usa a torção em lugar da elasticidade para lançar projéteis. Foi usada como arma de cerco e é muito eficaz porque só requer a ajuda de um homem, disparando grandes setas e lançando pedras.

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Arco laminado

Um arco laminado pode ser feito de diferentes materiais laminados em conjunto para, em geral, submetê-los a uma tensão maior. Os arcos hunos e húngaros usam o corno no seu reverso e o tendão por cima deste. São arcos curvados com as palas dobradas sobre si mesmas levando a uma enorme potência comparativamente ao seu tamanho. O arco inglês tem uma composição natural de malha e durâmen. O durâmen está no interior do arco e oferece resistência a compressão e a malha se encontra no exterior e proporciona elasticidade. Os arcos compostos modernos podem ser feitos de madeira, plástico e fibra de vidro. Estes materiais são pouco afetados pela mudança de temperatura e umidade.

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