A cavalaria medieval foi uma instituição feudal formada por cavaleiros nobres, sendo reconhecidos por todos os ideais de coragem e imponência associados a eles, principalmente pela literatura. Dentro da cavalaria haviam os cavaleiros de fato (os miles), homens que eram obrigados a se recrutarem (os lanças), os escudeiros, selecionados por ordens religiosas e os cavaleiros da espora dourada (homens ricos, porém sem títulos de nobreza).
Tais cavaleiros eram regidos pelo Código da Cavalaria, que foi um sistema de moral, onde explicitava que os cavaleiros deveriam defender aqueles que não tinham capacidade de se proteger, como viúvas, crianças e idosos. Além disso, todos os cavaleiros deveriam ser homens aptos a lutarem em guerras, da Idade Média, quando fossem convocados. Não era necessário apenas serem fortes, mas também, os cavaleiros deveriam ser extremamente disciplinados, além de lhes ser permitido dizer apenas a verdade em todas as ocasiões. Além disso, eram jurados de proteger a honra de todos da Cavalaria e da Igreja, sempre obedecendo a hierarquia de comando, e jamais podendo recusar o desafio de um semelhante. Essencialmente, um cavaleiro da Cavalaria era um militar cristão.
Especificamente, as regras do Código da Cavalaria podiam ser resumidas em alguns "mandamentos":
1.Acreditar nos ensinamentos da Igreja e observar todas as direções que a Igreja mostrar;
2.Defender a Igreja;
3.Respeitar e defender todos os indefesos.
4.Amar o seu país.
5.Não recuar diante de um inimigo: Um covarde, apenas, poderia desencorajar um exército inteiro.
6.Mesmo se os cavaleiros soubesse que a morte estava próxima, deveriam morrer lutando do que demonstrar fraqueza.
7.Não mostrar misericórdia para com os infiéis, e não hesitar em participar dos conflitos contra eles.
8.Desempenhar todas as tarefas acordo com as leis de Deus.
9.Nunca mentir ou desdizer uma só palavra. Sinceridade e honra foram duas das características mais importantes de cavaleiros de cavalaria.
10.Demonstrar generosidade com todos.
11.Sempre, e qualquer lugar, ser certo e bondoso.
O termo da "Cavalaria" foi primeiro usado em 1292, trazido do francês antigo "chevalerie" (cavaleiro), um substantivo abstrato formado no século 11 com base no "chevalier" (cavaleiro). Entre os séculos XI e XV, muitos dos escritores medievais usaram a palavra "Cavalaria", com diversos significados que mudaram ao longo do tempo, mas, geralmente, associada à sua relação com indivíduos militares que cavalgavam cavalos de batalha que serviam à moral Cristã, dando origem ao gênero que se tornaria popular no século XII, do ideal de amor cortês do cavaleiro medieval. Por volta do século XV, o termo se desvinculou das suas origens militares, não menos importantes, por causa do estrondoso aumento dos números de infantaria durante o século XIV, confinando os cavaleiros aos torneios fechados.
Independente dos tantos termos e definições sobre a cavalaria, o cavaleiro medieval sempre foi um perito na arte da guerra, treinados em combates com armaduras, cavalos, lanças, espadas e escudos pesados. Também eram incentivados a mostrar a coragem e a lealdade. A prática heráldica, e todas suas regras elaboradas na produção de brasões, também sempre estiveram relacionadas à cavalaria. Quando não estavam em batalha, geralmente, os cavaleiros residiam em castelos ou fortalezas, onde viviam nas cortes dos reis, duques e outros grandes senhores. Nos tempos de paz, as habilidades dos cavaleiros eram usadas durantes os torneios e as grandes caçadas.
O Cristianismo teve uma grande influência sobre o conceito clássico do heroísmo e da virtude, hoje relacionados com as virtudes da Cavalaria. O movimento conhecido como "A Paz e a Trégua de Deus" é um forte exemplo disso, quando pôs diversos limites nos cavaleiros, obrigando-lhes a proteger e honrar os membros mais indefesos da sociedade, além de sempre se mostrarem dispostos a auxiliar a Igreja a manter a paz e a ordem. Simultaneamente, a Igreja tornou-se mais tolerante com a guerra em defesa da fé, defendendo a ideia da "guerra justa". Também foram criadas liturgias que serviam para abençoar os armamentos de guerra dos cavaleiros, como a espada e armadura.
Gabriella Porto