terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

STEYR TMP/ BRUGGER & THOMET MP-9


FICHA TÉCNICA (BRUGGER & THOMET MP-9)
Tipo: Submetralhadora.
Sistema de operação: Recuo curto com sistema de retardo por rotação do cano.
Calibre: 9X19 mm.
Capacidade: Carregadores de 15, 20, 25 e 30 munições.
Peso: 1,3 Kg. (vazia)
Comprimento Total: 52,3 cm (Estendida), 30,3 cm (coronha rebatida).
Comprimento do Cano: 5,12 polegadas (130 mm).
Miras: Totalmente ajustáveis.  Pode se usar miras opticas e miras refletivas facilmente instaladas no trilho picatinny.
Cadência de tiro: 1100 tiros por minuto.
Velocidade na Boca do Cano: 370 m/seg.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S. Junior
A fábrica austríaca Steyr, outra empresa mundialmente consagrada do ramo de armas leves, bastante lembrada pelo seu excelente fuzil de assalto bullpup AUG, já descrito no Full Metal Jacket, projetou e construiu no finalzinho dos anos 80 do século passado, uma submetralhadora ultra compacta, quase que uma "pistola metralhadora", batizada de TMP que significa Taktische Maschinenpisto ou "pistola metralhadora tática". Embora, suas dimensões sejam bastante compactas, ainda são maiores que uma pistola com dimensões "full" como uma M-1911, por exemplo.
Acima: Aqui podemos ver a Steyr TMP original. Observe que ela não dispõe de coronha e nem de trilhos para instalação de acessórios.
O projeto da TMP trouxe uma submetralhadora fabricada com corpo de polímero e inserções de aço para reforço das partes onde há atrito ou qualquer esforço mecânico. O carregador, também em polímero, é inserido dentro da empunhadura, ao melhor estilo "UZI" e foi produzido pela Steyr com capacidade para 15 e para 30 munições, sendo mais comum este ultimo, uma vez que a elevada cadência de tiro da TMP que chega a 1100 tiros por minuto, esvazia muito rapidamente o carregador quando operada em regime totalmente automático. O cano da TMP possui pouco mais de 5 polegadas de comprimento e além disso a Steyr optou por não integrar uma coronha na arma, o que a deixou extremamente compacta, tendo a manopla de apoio, no guarda mão, como única forma de apoio no momento de disparo.
Acima: A técnica de uso da TMP foca em um tiro "semi visado", até porque este tipo de arma não tem objetivo com uma "precisão olímpica" no seu uso tático. É uma arma de assalto no mais puro conceito do termo.
O sistema de seleção de regime de fogo é bastante simples, de forma que eu chamaria até mesmo de "rudimentar". Trata-se de uma tecla que fica atravessada na parte superior da empunhadura e que quando pressionada para a direita, deixa a arma em "safe" ou travada; pressionando a tecla para a posição intermediaria, a arma operará em semi-automático e quando pressionada totalmente para a esquerda, a TMP operará exclusivamente em regime totalmente automático.
O mecanismo de funcionamento da TMP opera em um sistema  de recuo curto, blowback com retardo gerado pela rotação lateral do cano. Embora, essa forma de retardo onde o cano gira lateralmente para a direita, não seja comum, a arma apresenta alta confiabilidade mecânica. A tecla de manejo do ferrolho tem desenho e operação semelhante a encontrada nos fuzis da plataforma AR, sendo uma alça na parte superior e traseira do corpo da submetralhadora que se puxa uma vez para alimentar a câmara da TMP e armar o percursor.
Acima: Mesmo sendo uma arma de qualidade inquestionável e boa confiabilidade a Steyr não obteve o resultado comercial que esperava para a TMP.
Atualmente a Steyr não fabrica mais a TMP, tendo vendido o projeto em 2001 a empresa suíça Brugger & Thomet que a partir dai passou a desenvolver o projeto da TMP aperfeiçoando a arma levando à apresentação, em 2004 da nova e moderna MP-9 que apresenta diversas modificações que tornaram o projeto original da Steyr, mais flexível para um mercado dominado pelas muitas versões das submetralhadoras HK MP-5, como a MP-5K. As modificações que a B&T integrou na MP-9 foram a instalação de uma coronha dobrável para a direita que, quando estendida, permite disparos mais precisos a maiores distancias; a instalação de trilhos padrão MIL-STD-1913 picatinny para rápida montagem de miras e um sistema de segurança no gatilho semelhante ao encontrado nas famosas pistolas Glock, com uma tecla no próprio gatilho que desarma o sistema de disparo se não estiver pressionado. Outra importante modificação no modelo MP-9 foi a mudança da tecla de regime de fogo para uma tecla ambidestra, posicionada próximo a parte superior da empunhadura da arma e que se move verticalmente entre as posições safe (travada), Fire (tiro intermitente) e Full (rajada).
Acima: A empresa Brugger & Thomet, ou simplesmente B&T adquiriu o projeto da TMP da Steyr e desenvolveu o modelo. Assim nasceu a MP-9, uma submetralhadora que permite um uso mais flexível e que dá a seu operador mais recursos para ser empregada de forma eficaz.
Hoje o modelo MP-9 se mantem no mercado, sendo usado principalmente por forças de segurança de autoridades e por forças militares e policiais. Suas melhorias em relação ao modelo original trouxe maiores vendas para o modelo MP-9 que tem vantagens em operações em ambientes fechados devido a sua compacidade e para ser portado dentro de viaturas. Como desvantagens, a MP-9 (assim como as TMP), tem uma cadência de tiro muito alta, fazendo com que a munição acabe rapidamente ocorrendo desperdício de munição (o que um bom treino por parte do operador pode contornar), e uma precisão degradada devido ao cano relativamente curto que faz com que haja uma baixa concentração dos impactos dos disparos. Embora o fabricante informe que a arma possa ser usada contra alvos dispostos a 50 metros, o seu uso, na pratica, deve ser empregado a distancias que não excedam os 15 metros. Atualmente há 12 países que empregam o armamento em suas forças policiais e militares, incluindo a Rússia em sua FSB (Federal'naya sluzhba bezopasnosti Rossiyskoy Federatsii) ou serviço de segurança federal. A submetralhadora TMP original só é usada pela Áustria e pela Itália em seu Gruppo di intervento speciale (grupo de intervenção especial).
Acima: A MP-9 obteve um substancial maior sucesso no mercado de armas conseguindo equipar forças policiais e militares em 12 países, contra apenas dois países que a TMP original conseguiu equipar.

REMINGTON MODULAR SNIPER RIFLE (MSR) Mk-21


FICHA TÉCNICA
Calibre: 7,62X51 mm, 338 Lapua Magnum, 300 Winchester Magnum e 338 Norma Magnum
Operação: Repetição por ação de ferrolho.
Comprimento: 1,17 m com a coronha estendida.
Comprimento do cano: 508mm (20 polegadas)", 559mm (22 polegadas)", 610mm (24 polegadas) e 686mm  (27 polegadas) em todos os calibres disponíveis.
Capacidade: Carregador com 5 ou 10 munições em todos os calibres disponíveis.
Mira: Telescópica S&B PM II, 5-25X ou uma das disponíveis da família Leupold Mark 4.
Peso: 7,71 Kg (completo e pronto para uso)
Velocidade do projétil: 7,62X51 mm: 833 m/seg ; 300 Winchester Magum: 990 m/seg; 338 Lapua Magnum: 1005 m/ seg; 338 Norma Magnum: 979 m/seg
Alcance efetivo: Variável conforme o calibre: 800 metros no 7,62X51 mm  a 1500 metros com o 338 lapua Magnum.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S. Junior
Na primeira década do século XXI, mais especificamente em 2008, o Comando de Operações Especiais dos Estados Unidos (USSOCOM) havia colocado um programa para que empresas do segmento de defesa apresentassem um novo fuzil de precisão que deveria substituir os diversos fuzis em uso pela aquela força armada. O nome do programa era Precision Sniper Rifle (PSR) e um dos requisitos era que a nova arma fizesse uso de um calibre mais potente que o onipresente 7,62X51 mm. Os concorrentes desse programa eram a empresa finlandesa Sako com seu excelente fuzil TRG- M10, um derivado modular com recurso de troca de calibres da família de fuzis TRG usada por dezenas de países e que tinha modificações para virem de encontro aos requisitos colocados pelo USSOCOM para o programa PSR. O outro concorrente vinha da mais antiga fábrica de armas de fogo dos Estados Unidos, a consagrada Remington Arms com seu fuzil Modular Sniper Rifle ou simplesmente "MSR".  Depois de uma concorrência dura, afinal de contas a Sako é uma fabrica famosa pela qualidade de seus produtos, em 2013 o fuzil norte americano MSR da Remington foi declarado vencedor do programa PSR e é denominado Mk-21 nas forças armadas norte americanas.
Acima: Com um desenho particularmente fora do padrão, o moderno fuzil MSR, da Remington, manteve a tradição deste consagrado fabricante de armas norte americano em fabricar armas de qualidade muito acima da média.
O fuzil MSR é uma arma de aparência particularmente "diferente", para não dizer "estranha" para o pessoal que como eu vem de uma época onde fuzis de precisão tinham aparência de armas de caça comuns, usando coronhas de madeira e um bipé logo a frente da coronha. Esse novo design do MSR é decorrente de sua modularidade que tornou este um dos fuzis de precisão com mais recursos de ajustes e configurações dentre as armas desse tipo.
Uma das características do MSR é a qualidade e a resistência dos materiais usado em sua construção. A trava do ferrolho, por exemplo, é de titânio, observando que se trata de uma arma de repetição por ação ferrolho, sistema de operação muito apreciado por atiradores de precisão graças a maior precisão da arma devido a menos peças moveis durante o processo de disparo. Para otimizar a precisão também, o cano da arma é do tipo flutuante, sendo assim, sem contato com nenhuma outra parte da arma além da caixa da culatra, e ele pode ser facilmente substituído através de uma peça que funciona como uma trava rosqueada na culatra da arma. Através deste processo, assim como a troca do carregador, o MSR pode trocar de calibres, reforçando a característica inerente à sua modularidade.
Acima: O Fuzil MSR possui uma modularidade que lhe permite trocar de calibres com a simples substituição do seu cano do tipo flutuante,  do ferrolho e do carregador.
Embora o fuzil MSR seja modular e permita, de fato, trocar de calibres com a fácil e rápida substituição de seu cano carregador e a cabeça do ferrolho para cada um dos calibres possíveis para este modelo, o MSR é usado de foma mais comum com a potente munição calibre 338 Lápua Magnum que consegue um desempenho bastante superior a munição 7,62X51 mm, amplamente utilizada na atividade de sniping, apresentando velocidade de 1005 m/ seg com um projetil de 200 grains que projetam sobre o alvo um impacto de cerca de 506 kg (sim, é isso mesmo! Meia tonelada). Com essa munição é possível atingir alvos a 1500 metros, embora normalmente se utilize a arma a distancias até 1300 metros, quando operada com esta potente munição. As outras munições disponíveis são o também potente 338 Norma Magnum, que tem um desempenho similar ao 338 Lapua Magnum, porém com projéteis mais pesados. As outras munições são o 300 Winchester Magum que apresenta melhor balística para distancias de até 900 metros, superando o 7,62X51 mm, também disponível para o MSR. Os carregadores são para 5 ou 10 munições para todos os calibres, com exceção da munição calibre 300 Winchester Magnum, cujo carregador possui capacidade para 7 munições. A precisão do MSR atinge índice de sub MOA a 91,44 metros (100 jardas). Na verdade o MSR é capaz de 1 MOA a 1500 metros com a munição 338 Lapua Magnum. Sem duvida uma das mais precisas armas do mundo.
Acima: A potente munição 338 Lapua Magum posicionada a esquerda, com o 7,62X51 mm no centro e o pequeno 5,56X45 mm a direita.
O "corpo" do MSR é fabricado em liga de alumínio, o que ajuda na redução do peso e tem uma coronha totalmente regulável em comprimento, altura e ainda dobrável. Na verdade a coronha do MSR é uma obra de arte em termos de engenharia e flexibilidade de regulagens. Existe um trilho picatinny MIL-STD-1913 integral na parte superior da arma e trilhos menores nas laterais e abaixo do guarda mão, assim como um bipé dobrável para disparos apoiado. Esse  tipo de armamento aceita inúmeros equipamentos de miras, devido a facilidade que os trilhos picatinny fornecem, porém o MSR costuma ser equipado com uma mira telescópica S&B PM II, 5-25X ou uma das disponíveis da família Leupold Mark 4, cuja marca é reconhecida como uma das mais tradicionais fornecedoras desse tipo de luneta para armas de precisão.
Acima: Com uma construção robusta de alta qualidade e um acabamento primoroso, a Remington acabou produzindo um excelente fuzil para tiros de precisão, porém a um elevado custo que chega a U$ 15.000,00 cada unidade.
Embora o MSR possa ser usado sem um supressor de ruído (o famigerado "silenciador"), normalmente o que se vê é a opção pelo seu uso e o supressor usado é do modelo QD Titan fabricado pela própria Remington que reduz em 32 dB o som do disparo.
Atualmente o MSR é usado pelo Comando de Operações Especiais do Brasil (Exército), Comando de Operações Especiais dos Estados Unidos (USSOCOM), Forças Especiais Colombianas e pelo Metzada, de Israel. É importante observar que o fuzil MSR é, efetivamente, uma arma caríssima  cujo preço chega a U$ 15000,00 dólares, sem o supressor de ruido QD Titan  que agrega mais U$ 1500,00 nesse já alto valor e por isso veremos este armamento, mais normalmente, nas mãos de tropas de elite (forças Especiais) que precisam de equipamentos de padrão premium como é o caso do Remington MSR.

Acima: Desenvolvido para vir de encontro a requisitos do comando de forças especiais dos Estados Unidos, o exército brasileiro acabou se tornando um usuário desta excelente arma. Aqui um membro da Brigada de Operações Especiais do Exército Brasileiro com seu MSR.

CZ 805 BREN


FICHA TÉCNICA
Tipo: Fuzil de assalto.
Miras: Alça e Massa dobrável . Miras ópticas e reflex podem ser integradas facilmente devido ao trilho picatinny.
Peso: 3,6 kg (vazio).
Sistema de operação: A gás com ferrolho rotativo.
Calibre: 5,56 X 45 mm.
Capacidade: 30 munições.
Comprimento Total: A-1: 93 cm /A-2: 79 cm.
Comprimento do Cano: A-1: 14,2 polegadas, A-2: 10,9 polegadas
Velocidade na Boca do Cano: 950 m/seg
Cadência de tiro: 750 tiros/ min.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S. Junior
O Exército da República Checa usou o velho fuzil VZ. 58 de 1959 até o começo dos anos 2000, quando foi decidido que já era necessário uma nova arma de assalto padrão para as tropas daquele país. A fábrica checa CZ (Česká Zbrojovka), é uma das mais respeitadas fabricantes de armas curtas do mundo, estava trabalhando em um projeto de um novo fuzil altamente modular, chamado de Project 805, que poderia trocar de calibres, entre o 5,56X45 mm, o 7,62X39 mm, 6,8 SPC e o 7,62X51 mm. e resolveu apresentar seu modelo para o exército que também estava avaliando o moderno fuzil belga FN SCAR já descrito neste blog. O fuzil Checo, agora  batizado de CZ 805 Bren A1, foi declarado vencedor dessa concorrência em 2010, depois de uma modificação do projeto, em que a modularidade acabou sendo restringida, de forma que o modelo acabou ficando em calibre 5,56X45 mm, que é a munição padrão da OTAN atualmente, organização da qual a República Tcheca faz parte.
Acima: O antigo fuzil VZ-58 já demonstrava o peso de sua idade e precisava de um substituto sem demora. A CZ demonstrou mais uma vez sua competência ao projetar o novo CZ-805 Bren.
A CZ desenvolveu seu fuzil Bren com a parte de cima da culatra fabricada em duraluminio, e a parte de baixo em polímero, dando um peso mais leve do que a média dos fuzis de assalto com o qual o Bren disputa o mercado internacional de armas de assalto. São 3,6 kg com o carregador vazio. Aqui vale observar que o carregador dela é em plastico translucido, com capacidade para 30 munições, porém, o fuzil é compatível com os carregadores STANAG usados na plataforma AR. Isso facilita muito a interação com tropas aliadas da OTAN, onde a maioria dos fuzis e carabinas fazem uso desse padrão de carregador. O desenho do Bren lembra o encontrado no FN SCAR, mas a semelhança se limita a estética apenas. A arma possui um guarda mão relativamente curto, porém, a arma possui trilhos MIL -STD -1913 Picatinny em toda a parte superior e na parte lateral a de baixo do guarda mão. As miras fixas são dobráveis, o que ajuda muito na hora de adaptar uma mira óptica na arma.
Os trilhos permitem adaptar de forma fácil um lança granadas desenvolvido pela CZ especialmente para este fuzil que leva o nome de CZ 805 G1 em calibre 40 mm.
Acima: O fuzil CZ-805A1, modelo básico dessa família de armas, tem um desenho que se assemelha ao fuzil belga FN SCAR. Sua robustez, porém, é consideravelmente maior.
O CZ 805 Bren A1, possui uma coronha em polímero que se dobra para frente, particularmente simples. O cano possui comprimento de 14,2 polegadas qualificando a arma para engajar alvos até 500 metros de distancia. Mais que o suficiente para operações em ambientes urbanos, onde se prevê que ocorra a maioria dos combates atuais e futuros. A versão Bren A2 possui uma coronha mais elaborada, com rebatimento também, mas com ajuste de comprimento.
O sistema de funcionamento do Bren é o clássico aproveitamento dos gases do disparo que movimentam um pistão, que por sua vez move o ferrolho com o trancamento rotativo. Peculiaridades técnicas incorporadas ao sistema de funcionamento do Bren permitem que ele opere de forma totalmente confiável, mesmo com seu mecanismo sujo com areia ou imediatamente retirado da imersão total, sem necessidade de esperar escoar a água.
O regime de tiro é controlado por um seletor de tiro ambidestro que possui as posições safe, semi automático, rajada curta de dois disparos, e automático (rajada). A cadência de tiro está em 750 tiros por minuto. Nesse ponto é importante observar que os comandos do Bren são todos ambidestros, incluindo a alavanca do ferrolho.
Acima: A presença de trilhos picatinny facilita a instalação de acessórios no fuzil Bren. Aqui podemos ver, além das miras ópticas, um lançador de granadas CZ 805 G1 em calibre 40 mm.
Versões mais modernas do CZ 805 Bren foram desenvolvidas como CZ 806 e CZ-807. Estes modelos, porém, serão foco de um artigo dedicado no futuro, pois as modificações em relação ao CZ 805 foram consistentes.
A CZ produziu, mais recentemente, uma versão que opera exclusivamente em regime de fogo semi automático para concorrer no grande mercado civil norte americano, onde cidadãos comuns podem adquirir armamento de forma mais livre, isentos de restrições burras como as que ocorrem em terras tupiniquins.
O fuzil CZ-805 Bren é atualmente usado por 5 países (México, Egito, Eslováquia, República  Checa e Indonésia. Porém, dado as qualidades tipicas dos produtos CZ esse numero deve aumentar no futuro. A CZ demonstrou mais uma vez sua reconhecida competência em produzir uma arma extremamente confiável, leve e moderna para um mercado com fortes concorrentes. O CZ-805 Bren pode competir em pé de igualdade com modelos como SCAR, e HK-416 sem passar vergonha alguma, sendo até mais robusto que o modelo belga (SCAR), conforme demonstrado em testes onde um Bren é solto de 10 metros de altura sem que ocorresse nenhum dano ao armamento.
Acima: A versão de cano mais curta do Bren é conhecida como CZ 805 Bren A2.

Acima: A república Checa e mais 4 países fazem parte do grupo que já opera este excelente fuzil de assalto em suas fileiras de infantaria. Muito provavelmente veremos novos clientes para esta arma graças a sua intrínseca qualidade, confiabilidade e preço baixo.

Acima: Para o mercado civil norte americano, a CZ produziu uma versão exclusiva com operação semi automática chamada de CZ 805 Bren S1. 

BERETTA TX-4 STORM


FICHA TÉCNICA
Tipo: Espingarda de combate.
Miras: Miras de aço (ghost ring ou "peep sight").
Peso: 2,9 Kg (carregador vazio).
Sistema de operação: Semi automática operada por aproveitamento  gases
Calibre: 12.
Comprimento Total: 99,5 cm.
Comprimento do Cano: 18,5 polegadas.
Capacidade: 5+1 Cartuchos.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E. S. Junior
Grandes fabricantes de armas costumam desenvolver seus produtos em variados segmentos do universo das armas de fogo. A Beretta, sem a menor sombra de duvidas, é lembrada devido a sua excelente pistola Beretta-92, já abordada no blog FMJ. Porém, a empresa italiana é uma excelente fabricante de espingardas de uso esportivo, fuzis como o atual ARX-160, e de espingardas de uso tático defensivo como a a enfocada deste artigo, a Beretta Tx-4 Storm.
O conceito "Storm" que a Beretta desenvolveu abrange uma família de armas de fogo com objetivos defensivos/ táticos. A primeira arma foi a pistola de polímero Px-4 Storm. Depois foi apresentado a carabina Cx-4 que dispara as mesmas munições da pistola Px-4; uma carabina em calibre 5,56 mm, chamada Rx-4; uma submetralhadora Mx-4, baseada no desenho da carabina Cx-4. A espingarda Tx-4 é o produto mais recente dessa família.
Acima: O design da espingarda Tx-4 muito se assemelha a outro produto da consagrada empresa italiana, o modelo Beretta 1301 Tactical.
A espingarda Tx-4 opera, exclusivamente, em sistema semi-automático que faz o aproveitamento dos gases decorrentes do disparo que são desviados por dois orifícios em um determinado ponto do cano, em sua parte de baixo, que movimenta um pistão que empurra o ferrolho de trancamento rotativo (como em um fuzil), proporcionando um funcionamento bastante confiável, mecanicamente, e com a ciclagem da munição feita de forma bastante rápida. O tubo do carregador comporta 5 cartuchos calibre 12 e somando com o da câmara, teremos uma capacidade de 6 disparos. Aqui eu coloco uma opinião pessoal: Quanto mais capacidade de munição melhor, e considero 6 disparos de capacidade pouco em um mercado onde modelos como a Benelli M-3 Super 90 possui capacidade de 7+1 e outros modelos como a antiga Spas 12 tinha capacidade de 8+1 cartuchos
Acima: A capacidade de 5 cartuchos em seu carregador, mais um na câmara, dá uma desvantagem relativa da beretta Tx-4 quando comparada com modelos como a Benelli M-3 Super 90 ou uma antiga SPAS 12.
O sistema de miras que vem de fábrica no Tx-4 é do tipo com alça com ghost ring e massa com uma barra com uma barra vertical. Na alça e na barra há três pontos que se alinham, dando um sistema de mira bastante eficaz de rápido enquadramento. Além disso, há um trilho padrão MIL-STD-1913 Picatinny que permite a instalação de aparelhos ópticos como miras reflex ou miras ACOG.
A espingarda Tx-4 foi projetada para ser fácil de operar e limpar, de forma que a desmontagem para limpeza é feita sem nenhuma ferramenta e de forma bastante simples e rápida. O choque do cano pode ser trocado para configurar a arma usar os cartuchos mais adequados para cada tipo de situação.
Acima: A Tx-4 vem de fábrica com um sistema de mira tipo "ghost ring" como em muitos fuzis de assalto. Porém, ela pode receber diversos tipos de miras ópticas que são instalados em seu trilho padrão  MIL-STD-1913 Picatinny.
A Tx-4 é uma espingarda que apresenta 99,5 cm de comprimento que a qualifica como uma arma de dimensões adequadas para uso tático policial, mesmo em ambientes mais apertados como dentro de uma residência. Seu peso é de 2,9 kg descarregada, o que a coloca como sendo uma das mais leves espingardas táticas do mercado. Sua coronha em material sintético possui uma soleira que absorve o recuo da arma de forma eficiente.
A Beretta Tx-4 é um produto premium que entrega uma arma com funcionamento extremamente confiável, e com um padrão de qualidade tipico da marca italiana. O acabamento da arma é primoroso, excedendo facilmente o encontrado em armas de uso tático militar. Com tantos predicados, a espingarda Tx-4 acabou sendo um produto relativamente caro. Seu custo gira em torno de U$ 1100,00 dólares no mercado norte americano.
Acima: O uso policial é o foco da Tx-4. Além disso, para uso como arma de defesa residencial, é uma espingarda muito eficiente.

SIG SAUER P-226


FICHA TÉCNICA
Calibre: 9 mm, 357 SIG e 40 S&W.
Peso: 964 gr (Descarregada).
Capacidade: 15+1 em 9 mm, 12+1 em 357 SIG e 40 S&W.
Comprimento do cano: 4,4 polegadas.
Comprimento total: 19,6 cm.
Gatilho: Ação dupla/ ação simples.
Sistema de operação: Colt- Browning modificado.
Mira: Alça ajustável horizontalmente e massa fixa com sistema tridot.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E. S. Junior
A marca "SIG SAUER" já foi foco de um artigo neste blog onde elenquei um pouco da história e o portfólio de pistolas que esta excelente industria de armas produz. Porém, é claro, alguns produtos, em especial, merecem uma descrição mais detalhada, dado a sua importância dentro do segmento de armas de fogo. Muitos modelos desta marca vão aparecer descritos no futuro, no Full Metal Jacket Blog, porém, o primeiro que considerei enfocar é o modelo P-226, considerada como uma das  "Wonder Nines", no concorridíssimo mercado estadunidense.
A história da P-226 começa em 1982 quando as forças armadas dos Estados Unidos emitiram um requerimento para uma nova pistola que viesse a substituir suas famosas pistolas calibre 45 do modelo Colt M-1911 nos serviços militares dos Estados Unidos. Muitas empresas famosas participaram desta concorrência, entre elas a Beretta, Colt, Heckler & Koch, Walter, FN Herstal, entre outras. A Sig Sauer usou como base de sua proposta, o famoso e consagrado modelo P220, calibre 45 ACP, e modificou o projeto para calçar o 9 mm Parabellum, adotando um carregador bifilar de 15 munições para cumprir o requisito de alta capacidade, o que aumentou um pouco a espessura da empunhadura.
As duas únicas empresas cujas pistolas passaram nos rigorosos testes foram a Sig Sauer P-226, e a Beretta M-92, já descrita nesse blog, e que, acabou vencendo essa concorrência. Tanto a Beretta quanto a Sig Sauer tinha a mesma eficiência, porém a SIG pecou em um item que ela sempre erra. O preço. As pistolas da marca são caras e essa característica já estigmatizou os produtos da empresa.
Acima: Este exemplar da foto é o primeiro modelo da P-226, lançada em 1982. Depois de mais de 30 anos, o modelo recebeu melhorias o que mudou seu desenho original.
Originalmente, a P-226 tinha a armação produzida em liga de alumínio e o ferrolho em aço inoxidável (mesmo a de acabamento preto, o material é aço inoxidável), porém, hoje existem muitas versões desta arma, e um acabamento mais robusto, chamado de Nitron, que fornece mais resistência a ferrugem e ao desgaste do uso intenso da arma.
O sistema de funcionamento é o Browning -Colt, onde o ferrolho tranca no cano e este, tem um movimento pivotante, onde, depois do disparo, quando o ferrolho recua, o cano inclina-se baixando a entrada da câmara, facilitando a entrada de uma nova munição, e quando o ferrolho volta a sua posição inicial, ele trava no bloco da câmara do cano. A maioria das pistolas modernas atuais, em calibres como o 9 mm, .40 e o 45 ACP usam este sistema ou uma variação dele. O gatilho, por sua vez, funciona no sistema de ação dupla que permite maior praticidade para operar a pistola com uma munição na câmara e com o martelo (ou cão) em posição desarmado, bastando apenas pressionar o gatilho para ocorrer o primeiro disparo, sendo que os disparos subsequentes serão todos em ação simples.
Acima: A desmontagem da P-226 se dá de forma extremamente simples, facilitando a limpeza de primeiro escalão da arma.
A P-226 possui algumas peculiaridades das teclas de operações. Na absoluta maioria das pistolas que possuem decocker (função de desarmar o cão), este recurso usa a mesma tecla de trava do ferrolho para operar esta função. Um exemplo é sua concorrente, a Beretta M-92, que basta baixar a tecla de trava do ferrolho para desarmar o cão. Na P-226,  não há a tecla de trava do ferrolho. Assim, a pequena tecla na lateral do chassi, próximo ao cão é, na verdade, o liberador do ferrolho (normalmente essa tecla fica a frente, na mesma posição do gatilho,aproximadamente). A tecla logo a frente, é o desarmador do cão (decocker).  É interessante observar que as teclas não são ambidestras e se localizam apenas do lado esquerdo da armação. E falando em armação, as P-226 passou a ter um trilho para acessórios na armação a frente do guarda mato, o que facilita muito a instalação de lanternas e apontadores laser.
Acima: Diferentemente da absoluta maioria das pistolas moderna, a P-226 n]ao possui uma tecla de trava do ferrolho, e a posição da tecla liberadora do ferrolho fica posicionada  acima da empunhadura, o que facilita sua operação com apenas uma mão.
A P-226 é fabricada nos calibres 9 mm Parabelum com carregador para 15 munições, 40 S&W, com carregador de 12 munições, e o potente 357 SIG com carregador de 12 munições também. A P-226 em 9 mm é mais usada por organizações militares e no mercado civil dos países onde a democracia funciona de verdade. O calibre 40 é mais usado por departamentos de polícia devido a seu bom poder de parada. A munição 357 SIG, por ser mais recente, tem seu preço maior além de não ser ainda muito difundido, porém, devido ao excelente desempenho balístico, esta munição deve se tornar mais comum no futuro. O cano da P-226 tem comprimento de 4,4 polegadas, sendo pouco menor que o comprimento da Colt M1911 cujo cano tem 5 polegadas. Mesmo assim, a P-226 é considerada uma pistola de tamanho "full" ou padrão, para ser empregada de forma ostensiva. Suas dimensões não permitem que ela seja portada de forma dissimulada com muito sucesso. Afinal trata-se de uma arma relativamente espessa.
A alça da mira permite regulagem horizontal e o conjunto de alça e massa possui 3 pontos brancos (sistema tri-dot) que facilita o rápido enquadramento da mira ou a visada rápida.
Acima: A confiabilidade da P-226 é tão alta quanto da Beretta M-92, a colocando como um dos ícones do mundo das armas de fogo.
A Sig Sauer produz muitas versões de sua P-226, como a versão Combat, que vem com a rosca de fábrica para supressor de ruídos (os famosos silenciadores), em acabamento saia e blusa, com a armação cor deserto e o ferrolho em Nitron preto fosco; a MK-25 que é o modelo adotado como padrão do SEALs , tropa de elite da marinha norte americana, onde o modelo apresenta tratamento interno anti corrosão; P-226 Legion, com acabamento PVD cinza cujo acabamento é, também, mais resistente que o de uma oxidação comum. P-226 Elite, que tem o beaver tail aumentado, garantindo uma maior segurança para as mãos do operador que poderia receber uma "mordida" do ferrolho no momento do disparo, além de placa de madeira na empunhadura, que dá uma aparência mais "nobre" ao armamento.
Como muitos dos leitores deste blog sabem, no mundo das armas de fogo, o produto que apresenta alta qualidade e confiabilidade possui uma vida operacional sem prazo para acabar, a exemplo do velho projeto de John Moses Browning, a Colt M 1911, fabricada e usada por forças militares até hoje, mesmo depois de ter sido substituída como arma de porte da infantaria norte americana. A P-226 da SIG, cujo projeto já tem 34 anos já, deverá se manter em produção por muitas décadas. Além de uma pistola confiável e bastante precisa, ela se tornou um item de colecionismo para os amantes de armas de fogo. Seu custo porém, na casa dos U$ 1000,00, em território norte americano, em suas versão mais simples, se mostra caro para o segmento.
Acima: O grupo de operações especiais da marinha dos Estados Unidos SEALs usam uma versão da P-226 projetada especificamente para eles designada MK-25. cuja marca externa é a ancora desenhada ao lado no nome da arma no ferrolho.




Acima: As P-226 atuais tem uma empunhadura com a ergonomia aperfeiçoada para uma pega mais confortável e firme.