terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

HECKLER & KOCH PSG-1


FICHA TÉCNICA
Calibre: 7,62X51 mm.
Operação: Blowback com retardo.
Comprimento: 1,26 m com a coronha estendida.
Comprimento do cano: 650 mm (25,59 pol)
Capacidade:  Carregador com 5 ou 20 munições.
Mira: telescópica Hensoldt com aumento de 6X.
Peso: 7,2 Kg (standard, sem luneta e sem carregador)
Velocidade do projétil: 868 m/seg (boca do cano)
Alcance efetivo: 800 metros.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
Quando tratamos de fuzis para disparo de precisão ou uso por “snipers”, sempre vem a cabeça um fuzil operado por ação de ferrolho, que a cada disparo exige um manuseio deste para ejetar a cápsula usada e a colocação de uma nova munição na câmara, sendo muitas vezes, uma adaptação de uma arma destinada, originalmente a caça de animais. Este tipo de mecanismo facilita a produção de um armamento extremamente preciso uma vez que a ausência de movimento de peças envolvidas em uma eventual alimentação semi automática impacta na precisão de uma arma desse tipo. Porém, com a crescente necessidade de maior poder de fogo pelos soldados e do próprio atirador de elite ou sniper, as industrias de armas começaram a estudar formas de produzir um fuzil de precisão que pudesse ser operado por um sistema semi-automático, garantindo um grande ganho de agilidade para disparos múltiplos e assim conseguindo um aumento do poder de fogo para estas armas especiais. Hoje em dia, muitos fabricantes produzem armas de precisão semi-automáticas que estão sendo adquiridas por muitas forças militares, incluindo os Estados Unidos, Alemanha. França entre outros. É interessante lembrar que os russos já usam a muito tempo um fuzil semi-automático de precisão, o Dragunov já descrito aqui no Full Metal Jacket.
Acima: O eficiente fuzil PSG-1 tem como base o clássico fuzil de assalto HK G-3 (foto).
O fuzil do qual trataremos agora foi projetado após um trágico evento ocorrido 1972 nas olimpíadas de verão em Munique, na então Alemanha Ocidental, onde 11 membros da equipe olímpica de Israel foram assassinados por terroristas palestinos de um grupo chamado “Setembro Negro”. Naquele evento não havia policiais com qualificação para lidar com a situação de terroristas e ainda, não haviam armamentos adequados para operar naquela condição especifica. Dois frutos do fato trágico nasceram. Um deles foi o grupo de elite GSG-9, especialistas da policia federal alemã para lidar com terrorismo, e o outro fruto foi o fuzil Heckler & Koch PSG-1, uma das mais precisas armas semi automática do mundo.
Acima: Desenvolvido para uso, primariamente policial, as características desenvolvidas para o PSG-1 trouxeram um grande aumento de peso para a arma. Um PSG-1 pesa 7,2 kg sem luneta e carregador.
O HK PSG-1, a grosso modo, pode ser encarada como uma versão do famoso fuzil automático G-3, altamente modificada para conseguir precisão extrema a um alcance de até 800 metros associado a o funcionamento semi-automático o que lhe garante maior agilidade e poder de fogo através de disparos múltiplos, situação não muito comum entre atiradores de elite, que tendem a resolver suas missões com um único disparo, mas que dá a este profissional uma capacidade que armas de operação por ferrolho não dão, que é a capacidade de engajamento rápido de múltiplos alvos. Seu calibre é o 7,62X51 mm, bastante popular na tarefa de “sniping” devido a sua natural precisão e poder de parada (stopping power).  Normalmente o carregador usado tem capacidade de 5 tiros, porém podem ser usados carregados de 5 ou 20 tiros, (o mesmo do fuzil G-3).
Acima: Embora o PSG-1 possa usar um carregador de 20 munições, normalmente o que se vê é a operação de um carregador de apenas 5 munições. 
Mecanicamente o PSG-1 funciona com o sistema de recuo simples (blowback) com retardo proporcionado por roletes que atrasam a abertura da culatra durante o disparo. O cano usado no PSG-1 é flutuante, ficando preso direto na caixa da culatra, evitando, assim, qualquer vibração desnecessária que o guarda mão (telha) poderia infringir ao cano no momento do disparo. O cano é produzido por martelamento a frio e seu raiamento possui uma configuração híbrida entre raias poligonais e convencionais dando maior precisão devido ao maior contato da superfície do projétil com a do interior do cano. Fora isso, o interior do cano é tratado com cromo o que dá uma vida útil que excede, em muito, os 10000 tiros. Sem duvida é uma obra de arte da tecnologia de produção de canos.
O gatilho possui ajuste de "peso" para adaptar a arma as preferências do atirador.
Acima: Com um cano flutuante para otimizar a precisão, o PSG-1 é uma peça de alto custo podendo chegar a U$ 15000,00 por unidade.
O sistema de mira usado no PSG-1 é uma luneta com aumento de 6X fabricado pela empresa Hensoldt. O retículo é do tipo “cruz” com as marcas bem finas, como um fio de cabelo, o que permite que o alvo não seja encoberto pela mira. É interessante observar que bem no centro da cruz, há um ponto vermelho e luminoso que aparece quando se prime o dedo no gatilho. Esta luneta foi produzida especificamente para uso no PSG-1 sendo fornecida junto com a arma e por isso não é encontrada no mercado para aquisição avulsa. O PSG-1 pode usar um tripé, transportado separadamente, porém, a HK tem fornecido o fuzil, atualmente, já com um bipé fabricado pela Harris que pode ser integrado a telha, para maior praticidade do atirador.
Acima: A luneta Hensoldt foi durante muitos anos fornecida com o PSG-1, porém a versão mais moderna do PSG, conhecida como PSG-1A1, usa uma luneta de maior alcance da Schmidt & Bender.
O PSG-1 é um fuzil pesado (7,2 kg descarregado), o que torna a vida de um soldado que tenha que transporta-lo o dia todo em longas caminhadas, um verdadeiro inferno. Por isso, os maiores usuários do PSG-1 são forças policiais.  A HK desenvolveu uma versão mais leve do PSG-1 para ser usada de forma mais pratica por militares. O modelo MSG-90A2, possui uma redução de peso de quase 1 kg em relação ao PSG-1 e ainda possui uma maior simplicidade como, por exemplo, a coronha, que no PSG-1 é mais complexa e pesada.
A versão mais moderna é chamada HK PSG-1A1 e possui alguns aperfeiçoamentos como a substituição da luneta Hensoldt pela Schmidt & Bender 3-12 X 50, superior ao modelo original. A coronha desta variante tem regulagem de comprimento e altura, permitindo um ajuste ideal para cada atirador.
No Brasil, o PSG-1 é usado por grupos de elite do exército brasileiro. O maior inimigo desta ótima arma de precisão é seu preço, que chega a U$ 10000,00 cada unidade. Para se ter uma base de comparação, um fuzil AR-15 padrão, custa cerca de U$ 900,00 cada um no mercado norte americano.
Acima: O fuzil HK PSG-1A1 representa a versão mais moderna do famoso fuzil para sniping da marca alemã.

O fuzil HK MSG-90 é essencialmente uma versão mais simples e de menor custo do PSG-1. Atualmente é o único descendente do PSG-1 ainda em produção.

DGIM FX-05 XIUHCOATl


FICHA TÉCNICA
Tipo: Fuzil de assalto.
Miras: Alça e Massa regulável . Miras ópticas e reflex podem ser integradas facilmente devido ao trilho picatinny.
Peso: 3,89 kg (vazio).
Sistema de operação: A gás com ferrolho rotativo.
Calibre: 5,56 X 45 mm.
Capacidade: 30 munições, 100 munições com carregador Beta Mag.
Comprimento Total: 108 cm /88,7 cm com coronha rebatida.
Comprimento do Cano: Fuzil;18,9 pol; Carabina: 15,5 pol.
Velocidade na Boca do Cano: 950 m/seg
Cadência de tiro: 750 tiros/ min.

DESCRIÇÃO
Por Anderson Barros em parceria com o Plano Brasil
O FX-05 "Xiuhcoatl" (Serpente de fogo na língua Náhuatl) calibre 5,56X45 mm (padrão  OTAN) é um fuzil de assalto mexicano, que começou a ser desenvolvido em 2005 pela Direção Geral da Indústria Militar do Exército Mexicano (Dirección General de Industria Militar del Ejército ) O projeto foi coordenado pelo CIADTIM (Centro de Investigação Aplicada y Desarrollo Tecnológico de la Industria Militar ) e pela Secretaria de Defesa Nacional. O projeto foi liderado pelo  General Alfredo Oropeza Garnica e Brigadeiro general José Antonio Landeros onde recebeu auxílio da Heckler & Koch, visando o desenvolvimento de um novo fuzil 100% nacional produzido no México. O FX-5 "Xiuhcoatl" surgiu como uma opção mais barata ao fuzil alemão G-36 pois os planos mexicanos eram de padronizar as Forças Armadas Mexicanas com o fuzil de origem Alemã  em substituição ao também alemão HK G-3 . A HK propôs ao México a fabricação do G-36 sob licença porém os altos custos inviabilizaram o projeto levando a  Secretaria de Defesa Nacional a desenvolver sua própria arma.
Acima: O antigo fuzil HK G-3 já estava considerado obsoleto a algum tempo. As forças armadas mexicanas precisavam de um novo fuzil para sua infantaria. A ideia, inicialmente, era produzir em solo mexicano o HK-G-36 (abaixo)porém os custos inviabilizaram a concretização desta ideia.
O desenho do FX-5 "Xiuhcoatl" é virtualmente inspirado no HK G-36 porém são visíveis algumas melhorias significativas na ergonomia da empunhadura e na telha onde se pode ver trilhos picatinny, facilitando a montagem de acessórios, como lunetas, miras holográficas, lanternas e apontadores laser, característica essa, encontrada em todos os novos fuzis de assalto e nas ultimas versões do G-36 também. Ainda existe a possibilidade de se instalar um lançador de granadas HK AG-36 em calibre 40 mm, também usado integrado ao G-36 ou qualquer lançador de granadas integrado a fuzis como o clássico M-203, isso permite uma grande melhoria no potencial de letalidade do infante.
O Fuzil   "Xiuhcoatl" foi projetado com o uso de fibra de carbono e com polímero reforçado na maioria das peças da arma visando a redução do peso e ainda o aumento da vida útil. Ademais, o fuzil foi desenhado levando em consideração o biotipo dos soldados mexicanos, algo raro no desenvolvimento de uma arma.
Acima: Nesta ilustração do FX-05, observa-se, claramente a forte influencia que o design do HK G-36 teve sobre os projetistas mexicanos. É interessante notar, também, que as ultimas versões do G-36 alemão tem alguns elementos de design que são encontrados nesse modelo.
Seu sistema de funcionamento é o de tomada de gases com trancamento de ferrolho rotativo, o que melhora a confiabilidade do fuzil. Outro detalhe que chama a atenção é a ausência de possibilidade de funcionamento ambidestra, o que pode ser interpretado de forma negativa por alguns observadores. Um item interessante que foi integrado no projeto mexicano foi o seu carregador também em polímero  com acabamento translúcido, o que facilita muito a visualização da quantidade de munição disponível. Esses carregadores possuem, ainda, pinos de acoplamento nas laterais para juntar vários carregadores facilitando sua troca rápida quando esvaziado em situação de combate, outra característica inspirada a família de fuzis HK G-36. Pode- se usar, também, o carregador Beta Mag para 100 munições.
Acima: Nesta foto podemos ver 3 carregadores do tipo translucido, em polímero acoplados por pinos, o que facilita a troca de carregado em situação de combate. essa característica também teve influencia do G-36, e também dos fuzis SIG 550.
O FX-5 e equipado com uma coronha fabricada em polímero sendo a mesma rebatível com ajuste de comprimento. Sua coronha quando dobrada (esta se dobra para o lado direito da arma) não atrapalha o funcionamento do armamento. O FX-5 "Xiuhcoatl"  possui uma cadência de 750 tiros por minuto, e sua tecla de seleção de regime de disparo possui as posições safe (travado), semi-auto (tiro a tiro) e full (rajada). O FX-05 possui uma família disponível para diferentes aplicações : Fuzil de assalto (Fusil de asalto), Carabina (Carabina) e Carabina curta (Short Carabina), metralhadora leve (ametralladora) e sniper (Francotirador).
Acima: Soldados colombianos experimentam o FZ-05. Hoje só as forças armadas mexicanas usam este armamento.
Um fato curioso do programa  FX-05 Xiuhcoat foi que a empresa  Heckler & Koch  acusou o México de plagiar do fuzil alemão G-36, de autoria da HK. Devido a essas acusações a fabricação do mesmo foi suspensa temporariamente. Em  2007, representantes da Secretaria de la Defensa Nacional (SEDENA) e da empresa alemã Heckler & Koch se reuniram na Cidade do México para tratar do tema do suposto plágio. Os técnicos da HK juntamente com técnicos mexicanos envolvidos no projeto realizaram uma inspeção detalhada de todo o projeto do FX-5. Após essa inspeção a HK concordou que o projeto mexicano se trata de um fuzil com mecanismos diferentes do G-36 e suspendeu o processo que a mesma havia aberto contra o programa do FX-5.
Acima: A lançador de granadas AG-36 em calibre 40 mm é um dos sistemas que podem ser integrados ao FX-05. O antigo M-203, de fabricação norte americana também pode ser usado.
Acima: A versão carabina do FX-05. As novas versões do FX-05 terão incorporados a capacidade de rajadas curtas (3 tiros) em sua seleção de tiro.


FN HERSTAL P-90


FICHA TÉCNICA
Tipo: Submetralhadora/ Arma de defesa pessoal.
Sistema de operação: Blowback com ferrolho fechado..
Calibre: 5,7x28 mm.
Capacidade: 50 munições.
Peso: 2,8 Kg (vazia), 3,1 kg (carregada).
Comprimento Total: 50,5 cm.
Comprimento do Cano: 10,4 polegadas.
Miras: Mira óptica integrada com um ponto de lítio para melhor enquadramento em ambientes com pouca luz. Pode se usar miras ópticas com amplificação e miras refletivas ou apontadores a laser facilmente instaladas no trilho picatinny.
Cadência de tiro:  850 a 1100 tiros por minuto.
Velocidade na Boca do Cano: 715 m/seg.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E. S. Junior
A submetralhadora é um tipo de arma que, na pratica,  começou a ser usada desde 1918 sob a forma da clássica submetralhadora alemã MP-18, fabricada pela Bergmann Waffenfabrik, e tem sido caracterizada por fazer uso de munições tipicamente usadas em pistolas, notadamente o calibre 9 mm Parabellum, 45 ACP e 40 SW. O uso policial, em especial, muito se beneficiou desse tipo de arma justamente devido a sua potência mais comedida, associada a um alto poder de fogo. Porém, embora as forças militares também fizesse uso dessa classe de armamento, e ainda hoje continue a fazer, surgiu na segunda metade dos anos 80 do século XX, uma necessidade para uma nova classe de arma que reunisse as mesmas características das submetralhadoras como dimensões compactas, recuo muito comedido com a potência de um fuzil de assalto dando capacidade de perfurar coletes e capacetes balísticos. A ideia era fornecer aos combatentes que estivesse fora da frente de combate, como os motoristas de viaturas blindadas, tripulantes de aeronaves, um armamento que fosse compacto o suficiente mas que lhe garantisse um poder de fogo comparável a de um fuzil a distancias que estavam entre 150 e 200 metros. Esse tipo de performance não poderia, nem de perto, ser atingido por uma submetralhadora comum, por melhor que ela fosse.
Acima: A primeira versão da FN P-90 causou um impacto no mercado devido ao design extremamente arrojado, futurista que o modelo apresenta. Pode-se até confundir com um brinquedo devido a essa característica e somando-se o fato da arma ser produzida quase  que inteiramente de plastico (polímero)
Observando a fraca potência das munições disponíveis para esta categoria de arma, e a constatação que colocar uma munição de fuzil, como o 5,56 mm em uma arma com dimensões reduzidas traria um  indesejável  elevado recuo, ficou claro que seria necessário partir, antes de qualquer coisa, para o desenvolvimento de uma nova munição. Foi exatamente isso que a FN Herstal, empresa belga com uma consagrada qualidade reconhecida no mercado internacional, decidiu fazer. Os desafios e os riscos de uma empreitada dessas em um mundo onde as munições são relativamente bem padronizadas, foi bastante grande. mesmo assim, o resultado foi extremamente interessante. A FN criou a nova munição em estilo "garrafinha" como a de um fuzil, mas com dimensões equivalentes a de um pequeno cartucho em 9 mm. O calibre desta nova munição foi o 5,7x28 mm que, embora seja muito compacto, como descrito acima, traz, ainda, uma velocidade na boca do cano com comprimento de 10,4 polegadas da P-90 de 715 m/ seg, sendo assim, equivalente a de uma munição tipica de fuzil de assalto.
Acima: Para se conseguir atingir o desempenho requisitado em uma arma super compacta, uma nova munição precisou ser desenvolvida. A munição calibre 5,7x28 mm permitiu tornar realidade uma submetralhadora que iniciou um novo conceito de armamento, as PDW (armas de defesa pessoal).
Além da nova munição desenvolvida para conseguir atingir os requisitos para a nova arma, a FN desenhou sua nova submetralhadora com um design bastante diferente do que se via no mercado. Na verdade eles adotaram em seu projeto uma configuração bullpup, ou seja, aquela configuração onde o mecanismo do armamento se encontra alojado dentro da coronha da arma, fazendo com que a arma tenha um comprimento bem mais curto do que normalmente se encontra em armas do mesmo tipo, sem com isso, afetar o comprimento do cano, que neste caso, tem ainda, dimensões maiores que das outras submetralhadoras comuns. A MP-5, por exemplo, tem cano de 8,86 polegadas enquanto que a P-90, além de ser uma arma mais curta que uma MP-5, ainda tem o cano mais longo, com 10,4 polegadas. Isso produz uma melhor condição da queima do propelente da munição e consequentemente melhor aceleração do projétil dando mair precisão a distancias mais longas.
Acima: A desmontagem da P-90 se dá de forma simples, graças a sua composição com poucas peças.
O sistema de funcionamento se dá pelo tradicional blowback, com o ferrolho fechado. A ejeção dos cartuchos deflagrados se dá pela parte de baixo da empunhadura, impedindo que esse cartuchos acertem alguém que esteja do lado do combatente, algo mais comum com submetralhadoras convencionais. A arma dispara a uma cadência de 850 a 1100 tiros por minuto. Se não fosse o fato de o carregador da P-90 dispor de 50 cartuchos, essa cadência elevada faria o combatente ficar sem munição muito rapidamente. O carregador é de plastico translucido o que permite fácil visualização do status de munição (e a curta distancia dá a mesma informação ao inimigo,  que é claramente indesejável). Outro ponto a observar é que a arma é construída, quase toda, em polímero para conseguir um peso muito reduzido. A arma pesa apenas 2,8 kg quando descarregada.
Acima: O design do carregador segue o mesmo nível de inovação do projeto todo. Ele é translucido, com capacidade para 50 cartuchos e possui sua conexão horizontalmente na arma.
A P-90 tem suas teclas de comandos totalmente ambidestros podendo, assim, ser operada por pessoas destras e canhotas com a mesma facilidade. Seu sistema de seleção de tiro possui as posições safe (Travada), semi auto (tiro a tiro) e automático (rajada), fugindo um pouco daquela tendencia de ter a seleção de rajada curta de 2 ou 3 tiros. A mira da arma é do tipo óptica, mas sem amplificação. Nela há um desenho em "T" feito com lítio que fornece luminescência, adequada para ambientes escuros.
As versões atuais da P-90 apresentam extenso uso de trilhos padrão picatinny, indisponível nas primeiras versões. Isso fornece maior flexibilidade para o operador para equipar com lanternas, miras ópticas com ampliação, e apontadores laser.
Acima: Nos Estados Unidos a FN Herstal disponibiliza uma versão semi automática para o mercado civil norte americano, conhecido como P-90 USG.
Embora o desenho quase que surreal e futurista da P-90 possa não agradar algumas pessoas, o fato é que sua ergonomia foi bastante racionalizada e o seu operador se adapta bem a P-90 em muito pouco tempo de uso. Outro ponto interessante é que mesmo com uma munição que não é tão fácil de encontrar no mercado, e ainda por cima com custo bem elevado, a P-90 agradou ao mercado de forças militares e de segurança e a arma se tornou particularmente popular nesse meio. Hoje, nada mais, nada menos, que 47 nações usam essa moderna submetralhadora, incluindo o Brasil, através do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), da Policia Militar do Rio de Janeiro. A FN Herstal acabou produzindo uma pistola no mesmo calibre da P-90, posteriormente, a FN Five Seven, da qual será foco de um artigo nesse blog no futuro.
Acima: A P-90 se tornou uma arma bastante popular entre forças de segurança e militares no mundo todo. Mais de 40 nações adotam a P-90 em alguma tropa.

Acima: Nesta foto podemos ver a P-90 e uma pistola Five Seven, que usa a mesma munição 5,7x28 mm.


IZHMASH KALASHNIKOV AK-47



FICHA TÉCNICA
Tipo: Fuzil de assalto.
Miras: Miras abertas com alça regulável e massa fixa.
Peso: 3,8 Kg (carregador vazio), 4,3 Kg (carregada).
Sistema de operação: A gás e ferrolho com trancamento rotativo
Calibre:  7,62X39 mm.
Comprimento Total: 87 cm (coronha fixa de madeira).
Comprimento do Cano: 16,34 pol.
Velocidade na Boca do Cano: 715 m/seg.
Cadência de tiro: 600 tiros/ min.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S.Junior
Em todos estes muitos anos de leituras e pesquisas sobre sistemas de armas, nenhuma outra arma se mostrou tão popular quanto o “praticamente onipresente" fuzil Kalashnikov, ou, como é mais conhecido, o AK-47. Nas mãos de tropas regulamentares do antigo bloco soviético ou nas mãos de um traficante, o modelo tem participado pesadamente de, praticamente, todos os conflitos do mundo desde os anos 50. Muitas histórias foram contadas sobre este fuzil e suas capacidades vivem em volta de uma mística muito grande.
A história do AK-47 começou em 1943, ano em que o governo soviético solicitou que os escritórios de projetos de armas desenvolvessem um novo fuzil de assalto que utilizasse um novo tipo de munição que fosse mais barato de produzir e que tivesse desempenho  que estivesse entre e o potente 7,92X57 mm Mauser e  a munição calibre .30, usado nas consagradas carabinas M-1, do Exército dos Estados Unidos. O calibre 7,62X41 mm, que estava sendo desenvolvido para esta nova arma passou por modificações e foi encurtado para o nova dimensão 7,62X39 mm, caindo dentro do que o Exército Soviético queria para seu novo fuzil.
Acima: O protótipo do fuzil Sudaev AS-44 que operava com a munição 7,62X41 mm foi uma das armas que foram projetadas visando fornecer uma nova arma para a infantaria soviética.
O desenvolvimento desta munição ocorreu simultaneamente com o desenvolvimento de vários projetos de fuzis de assalto sendo que o modelo fabricado pelo sargento do exercito soviético Mikhail Kalashnikov, conhecido como AK-46 acabou recebendo autorização do comando do exercito para continuar seu desenvolvimento. Embora o modelo AK-46 tivesse tido desempenho inferior aos seus concorrentes no quesito precisão, ele era fácil de construir e demonstrou ser uma arma muito resistente e de funcionamento confiável. O desenvolvimento dele continuou e algumas modificações deram origem ao que hoje chamamos de AK-47. Este fuzil foi adotado, oficialmente, pelo Exercito Vermelho em dezembro de 1949. Desde então, mais de 90 milhões de exemplares do AK-47 e seus derivados foram construídos, tornando a mais popular arma de fogo de todos os tempos.
O acabamento do AK-47 pode ser considerado espartano ou rústico, porém para o fim do qual ele foi projetado, ele não precisaria ser um "luxo". Além das partes de aço, a coronha e a telha são de madeira, o que resulta em um peso pouco maior ao conjunto da arma. Uma versão adaptada para uso de pára-quedistas, chamada de AKS (este "S" significa skladnoy ou dobrável em russo) com uma coronha metálica rebatível foi construída.
Acima: O projetista Mikhail Kalashnikov com um exemplar de seu extremamente bem sucedido AK-47.
O AK-47 possui funcionamento por ação de gases que levam um pistão a movimentar um ferrolho rotativo com dois ressaltos. Esse mecanismo permite rajadas de 600 tiros por minuto, desempenho este, considerado muito bom, pois facilita o controle da arma em regime automático, mesmo considerando que o calibre 7,62X39 mm apresenta um recuo relativamente grande, principalmente se comparado com o recuo que é produzido por disparos do menos potente calibre 5,56X45 mm usado na maioria dos fuzis ocidentais, incluindo o AR-15/ M-16. E falando na munição 7,62X39 mm, ela apresenta velocidade na boca do cano de 715 m/s e a sua energia de impacto  2010 joules (cerca de 250 kg), dando um poder de parada (stopping power) de 100 % quando impactando na região do tronco do individuo. É uma munição mais eficaz que o 5,56X45 mm  quando usada contra humanos em termos de capacidade de incapacitação.
O carregador, feito e aço com varias ranhuras, tem capacidade para 30 cartuchos. O desenho extremamente curvado estilo “banana” desse carregador é a marca registrada do AK-47. O cano do AK-47 é curto, para os padrões dos fuzis de sua época, tendo, apenas 16 polegadas, o que somado as características da munição 7,62X39 mm, fazem um desempenho pobre em relação a precisão. O AK-47 é um fuzil pensado para ser usado em tiros instintivos, disparados da altura da cintura em regime totalmente automático para prover grande volume de fogo. Por isso sua precisão não foi um requisito fundamental na sua concepção.
Acima: Aqui temos os carregadores "bananas" que são comuns nos fuzis da familia Kalashnikov, desde o AK-47 até o AK-74M.
Acima: A esquerda nossa conhecida e popular munição 5,56X45 mm usado na absoluta maioria dos fuzis ocidentais como M-16, M-4 nosso IA-2, etc. A direita temos o atarracado cartucho 7,62X39 mm usado pelo AK-47 e AKM. O poder de parada da munição soviética é superior a distancias de até 300 metros.
Uma versão aprimorada do AK-47 foi desenvolvida durante a década de 50. Esta versão passou a se chamar AKM (Avtomat Kalashnikova Modernizirovanny) e foi adotada pelo exercito soviético em 1959. O AKM apresentava um freio de boca para diminuição do recuo, um novo desenho da coronha e a substituição da alça da mira original por uma com escalonamento até 1000 metros (a original tinha a marca até 800 metros). O AKM se mostrou um pouco mais preciso que o AK-47 original. A título de curiosidade, o AKM deu origem a uma arma de apoio de fogo (metralhadora leve) chamada RPK, cujo cano foi reforçado e alongado, além de incorporar um bipé para disparo apoiado e um carregador com maior capacidade (carregador "banana" com 45 tiros ou tambor com 100 tiros de capacidade).
Mesmo sendo um projeto antigo, com mais de 60 anos, e com inúmeros modelos derivados do projeto original tendo sido lançados no decorrer destas ultimas décadas, é interessante notar que nenhum deles pode ser considerado como uma arma efetivamente moderna.
Acima: O fuzil AKM representou uma significativa melhoria sobre o projeto original do AK-47. Porém, esteticamente é comum haver confusão entre as duas armas. A versão de baixo é a de pára-quedista AKMS, com a coronha metálica dobrável por baixo.
O derivado mais importante do fuzil Kalashnikov é a versão AK-74 cuja mais significativa alteração foi a de seu calibre, que diminuiu para 5,45X39 mm, conseguindo trazer para esta família de fuzis, melhorias em sua precisão, uma pequena diminuição em seu peso e em seu recuo durante o disparo. Lançado em 1974, o “novo” AK-74 usa um carregador de plástico e apresenta um grande freio de boca com supressor de flash, que, em minha opinião, representa a característica estética mais marcante desta versão. A velocidade do projétil na boca do cano, neste modelo, é de 915 m/s e a energia do impacto é de 1340 joules (136 kgf). Não encontrei, em minhas pesquisas, uma referência ao índice de poder de parada desta munição, porém, deve ser similar ao conseguido pelo calibre 5,56X45 mm, usado no AR-15/ M-16. O sistema de funcionamento é o mesmo do AK-47 e sua cadência de tiro é um pouco maior chegando a 650 tiros por minuto.
Acima: O fuzil AK-74 trouxe um novo calibre, menor, e mais preciso para a família Kalashnikov.
Há uma versão com coronha retrátil, como no AKS, para as tropas pára-quedistas, chamado AK-74S. A versão mais moderna deste fuzil é o AK-74M, com coronha rebatível e telha em polímero. Uma versão extremamente curta deste modelo, chamada de AK-74U (Krinkov) foi construída e foi uma companheira assídua do terrorista Osama Bin Laden. O modelo foi idealizado pensando em equipar a tripulação de tanques e aeronaves com uma arma de defesa pessoal com poder similar de um fuzil e dimensões de uma submetralhadora. O freio de boca é bem diferente do AK-74 comum, e eu o considero pouco efetivo, principalmente na função de diminuir o flash do disparo, o que é um problema, pois denuncia a posição do atirador durante os disparos.
Acima: A versão paraquedista AKS-74 tem uma coronha rebatível lateralmente e com um desenho esqueletizado. Abaixo temos o AKS74U Krinkov, versão curta do AKS-74.

Os fuzis AK-102 em calibre 5,56X45 mm, AK-104 em calibre 7,62X39 mm e AK-105 em calibre 5,45X39 são versões curtas dos fuzis AK-74M, AK-103 e AK-101.
A versão mais recente dos fuzis AK é o AK-9, que usa munição subsônica calibre 9X39 mm. Esta versão possui trilho picatinny na parte de cima do fuzil e pode ser considerada a primeira versão do AK com este recurso de fabrica.
Um fuzil que deriva do AK-47, porém com melhorias mais significativas em seu sistema de funcionamento é o novo AK-107 e seus irmão AK-108 e AK-109 .  Nestes fuzis, os engenheiros instalaram um tubo de gases mais longo onde um pistão se move para trás no memento do disparo, para ejetar a munição usada e carregar uma nova munição na câmara, porém, um segundo pistão se move na direção contraria diminuindo o recuo da arma de forma eficaz. Este sistema é chamado de ação equilibrada (balanced action). Outra melhoria foi a instalação da capacidade de seleção de rajadas curtas de 3 tiros, recurso que não há em nenhuma outra versão do Kalashnikov. O AK-107 é produzido no calibre 5,45X39 mm e a versão para exportação, o AK-108, dispara o calibre 5,56X45 mm e o AK-109 no calibre 7,62X39 mm. Estes modelos diferem, esteticamente, dos fuzis AK-74, apenas pelo seu tubo de gases mais longo, que nestas armas vão até o freio de boca do cano. Embora possam ser consideradas as melhores armas da família Kalashnikov, estes modelos não tiveram sucesso comercial.
Acima: O AK-109 é o modelo com o sistema "balanced action" que usa munição 7,62X39 mm.
Atualmente, o mais avançado derivado do AK-47 é o novo fuzil AK-12 (também conhecido como AK-200), fabricado pelo fabricante original, a Izhmash. Nele foram introduzidos recursos encontrados em armamentos muito mais modernos como o SCAR. Por exemplo, o AK-12 pode trocar facilmente de calibre com a simples troca, em campo, de seu cano e carregador. Não está claro, ainda, se as forças armadas russas adotarão esta versão moderna do seu fuzil Kalashnikov.
A confiabilidade mecânica dos fuzis da família AK acabaram tornando este fuzil extremamente popular. Por isso algumas indústrias desenvolveram fuzis baseados no sistema de funcionamento do AK-47. A Finlândia, por exemplo, através da extinta empresa Valmet, produziu um fuzil chamado M-62 que era, essencialmente, um AK-47 muito melhorado (eles fabricaram o M-60, um AK-47 fabricado sob licença, também). Um dos principais pontos de melhoria foi a precisão da arma, onde um novo modelo de mira associado a um sistema de funcionamento  modificado em relação ao AK-47 original, garantiram este aperfeiçoamento no desempenho da arma. O calibre foi o 7,62X39 mm e o carregador do M-62 era, exatamente o mesmo que o do AK-47. Este fuzil foi durante muitos anos a arma regulamentar das tropas finlandesas. Uma versão modificada da M-62 para o mercado de exportação foi produzida em calibre 5,56X45 mm ,7,62X51, assim como o calibre original 7,62X39 mm com o nome de M-76, tendo uma boa fama nos mercados civis onde esse tipo de armamento é liberado.
Acima e abaixo: O novo fuzil AK-12 (inicialmente chamado de AK-200, é a mais moderna variante do Kalashnikov. Provavelmente será o fuzil de dotação padrão da infantaria russa em substituição aos AK-74M.
A extinta Iugoslávia (atualmente Servia) fabricou um derivado do AK-47, fabricado pela Zastava Arms chamado M-70 que possui uma telha mais comprida e um acabamento melhor que os AK originais. Mecanicamente o funcionamento é o mesmo do Kalashnikov. O modelo foi exportado para os Estados Unidos pela empresa Mitchell Arms, porém, o acabamento destes fuzis eram diferentes das armas usadas pelo exercito iugoslavo.
Hoje a Servia produz uma variante própria, modificada, do AK-47, chamada M-21. O modelo lembra o Galil, também, e usa o calibre 5,56X45 mm. Uma interessante características é o uso de trilhos picatinny para facilitar a instalação de acessórios e que  dá um toque de modernidade ao maduro projeto da família AK.
A China produziu uma cópia do AK-47 chamada Type 56. A qualidade deste modelo, porém, era inferior ao dos AK-47 russos. Uma versão aperfeiçoada, conhecida como Type 81, dimensionada para o calibre 7,62X39 mm, foi usada pelo exército chinês até 1995. Este modelo era bastante parecido com o AK-47, porém, com diferenças na coronha, posicionamento das miras e do carregador, que é montado um pouco mais a frente que nos AKs originais.
A Hungria tem um modelo do AKM muito interessante conhecido como AMD-63 e AMD-65. Estas armas tem um grip tipo pistola na telha, facilitando seu uso no momento do disparo. O AMD-65, especificamente é interessante por ser mais curto (12,6 polegadas) que o AKM padrão, o que lhe dá vantagens em ambientes apertados como numa casa, por exemplo. Mecanicamente são idênticos ao AK original.
Acima: Aqui podemos ver um Zastava M-70B em calibre 7,62X39 mm. Este modelo foi relativamente comum na guerra da Iugoslava.
Até Israel, com sua interminável guerra com seus vizinhos árabes, pode perceber, em suas inúmeras batalhas, problemas sérios de funcionamento de seus fuzis FAL (sim, Israel já os utilizou!!!), relacionados ao acumulo de areia fina, comum naquela região onde Israel se localiza, e ao mesmo tempo, a boa confiabilidade dos fuzis AK-47 nas mãos de seus inimigos.  Esse fato foi tão marcante que algumas tropas de Israel acabavam substituindo seus FALs por AKs capturados de soldados inimigos mortos. Um militar israelense, chamado Yisrael Galili, junto com Yaacov Lior, projetaram um fuzil que foi batizado de Galil, produzido pela poderosa industria israelense IMI. O Galil é baseado no funcionamento dos fuzis AK-47, porém com foco nos melhoramentos que a Valmet finlandesa conseguiu incrementar em seus M-62/M76, descritos neste trabalho. O Galil, diferentemente da família AK e dos fuzis Valmet, não possui uma versão no calibre 7,62X39 mm original. Os dois calibres para qual foi projetado este fuzil são os ocidentais 5,56X45 mm e o potente 7,62X51 mm (o mesmo do nosso velho FAL). Seu funcionamento, como se pode presumir, é ótimo, sendo considerado extremamente confiável, porem com a precisão muito melhor quer dos AKs e equivalente a dos Valmets. O carregador do Galil em calibre 5,56, permite 35 tiros (5 tiros a mais que os carregadores STANAG usados nos M-16/AR-15) e possuem, alternativamente, carregadores de 50 e 65 tiros.
Atualmente a IWI, responsável pela fabricação de armas leves da IMI, produz uma versão bastante modernizada do Galil, chamada Galil Ace. O Galil Ace faz extenso uso de polímero em sua estrutura com objetivo de diminuir o peso da arma, além de um reprojeto de algumas peças que visou melhorar a ergonomia dando melhor precisão para a arma.
Acima: O Fuzil israelense Galil ARM com seu mecanismo baseado no sistema Kalashnikov, é o reconhecimento das qualidades mecânicas do modelo soviético por um dos países com maior experiência em combate do mundo. Abaixoa versão Galil ACE produzida hoje, pode ser encontrada em vários países, sendo a Colômbia o mais próximo do Brasil a ter adquirido para sua infantaria o modelo.
A África do Sul produz sua versão do Galil através da empresa DENEL sob o nome R-4 e R-5, com modificações “cosméticas” sobre o Galil, porém com o mesmo sistema de funcionamento e capacidade de munição.
A Croácia fabrica o  APS-95 que mecanicamente é um Galil, porém, esteticamente, bastante modificado e apresentando uma ergonomia melhorada. O APS-95 tem uma mira óptica de série com aumento de 1,5 X sendo o único fuzil derivado do AK que tem este acessório de fábrica.
A Índia, um grande parceiro comercial da Rússia, tem um modelo de fuzil baseado no sistema AK-47, chamado INSAS. Este fuzil tem o mesmo sistema de operação do AK-47, porém com o recurso de regulagem de captação de gases no tubo, semelhante ao que ocorre no fuzil FAL. A Índia escolheu, também, usar o calibre ocidental 5,56X45 mm e um outro exótico calibre, o 5,56X30 mm Minsas. O INSAS possui o recurso de rajadas curtas de 3 tiros.
O extremo sucesso do projeto de Kalashnikov rendeu muitos frutos. Fuzis derivados, copias licenciadas e não licenciadas e mais de 90 milhões de unidades produzidas sendo o armamento de maior sucesso comercial já desenvolvido.
Acima: O fuzil croata APS-95 é mais umaarma baseada no AK-47. Esta arma não é mais produzida.
Tirando a paixão que muitos mostram pelo AK-47, a verdade que se pode ser dita é que, se trata de uma arma realmente confiável, principalmente quando comparada com fuzis de sua época, porém pouco precisa, o que dependendo da doutrina da força que a utiliza, pode ser considerado um problema. Quando comparado com os novos fuzis, como o SCAR da belga FN ou o HK-416 alemão, o AK-47 perde em tudo, incluindo a própria confiabilidade. Eu já vi vídeos onde um AK engasgava e não o tiro o crédito de ser uma arma muito boa. Qualquer arma pode falhar, mesmo o SCAR. O objetivo de apontar esse fato é para desmistificar a aura de perfeição que muitas pessoas colocam sobre o fuzil Kalashnikov. Outro ponto importante de desvantagem do AK-47 é seu peso, considerado elevado para os padrões atuais. Mesmo seus derivados mais modernos, são, ainda, um pouco mais pesados que os fuzis ocidentais, e essa característica representa, sim, um problema para um soldado que tem que carregar o fuzil e sua munição o dia inteiro. Outro fato que considero interessante sobre o AK-47 é seu estigma de ser arma de terroristas. Isso, realmente, ocorre. O motivo é simples. O AK-47 é uma arma de custo muito baixo, com unidades produzidas sem licença por fabricas pequenas e sem nenhum controle de fornecimento. Assim fica fácil para que entidades não governamentais adquiram este armamento.
Acima: Com uma boa confiabilidade, e um preço muito baixo, o fuzil AK-47 (AKM nessa foto) continuaremos a ver no campo de batalha os descendentes do velho Kalashmikov por muitos anos ainda.