terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

SIG SAUER MPX



FICHA TÉCNICA
Tipo: Submetralhadora.
Sistema de operação: Aproveitamento de gases com trancamento com ferrolho rotativo.
Calibre: 9X19 mm.
Capacidade: Carregadores de 10, 20 e 30 munições.
Peso: 3 Kg.
Comprimento Total: 58 cm (Estendida), 46 cm (coronha rebatida).
Comprimento do Cano: 10,24 polegadas.
Miras: Miras de aço dobráveis, tipo peep sight. Pode se usar miras opticas e miras refletivas facilmente instaladas no trilho picatinny.
Cadência de tiro:  600 tiros por minuto.
Velocidade na Boca do Cano: 532 m/seg.

DESCRIÇÃO
Por Carlos. E.S. Junior
No final de agosto e 2014 eu publiquei um artigo tratando das pistolas da famosa marca suíço alemã Sig Sauer. As pistolas desta marca são uma referência quando tratamos do aspecto "alta qualidade" em armas de fogo. Porém, como mencionado naquele artigo, a SIG também tem armas longas em seu portfólio de produtos. Na verdade, o fuzil SIG 550, uma das mais perfeitas armas do tipo já produzidas, também já foi foco de artigo nesse blog.
A SIG tem no democrático mercado norte americano seu maior foco, graças a alta demanda de seus produtos possibilitado pelo acesso quase que irrestrito as armas por civis e profissionais de segurança publica,  Por isso, a SIG deu um passo bastante ousado recentemente ao lançar no mercado uma nova submetralhadora batizada de MPX que visa bater de frente com a hegemonia que a excelente HK-MP-5 conquistou durante as ultimas duas décadas no mercado policial/ militar nos Estados Unidos. É claro que a arma está disponível para qualquer força policial ou militar do mundo, que se interesse pelo novo armamento, mas suas características foram pensadas especificamente para atrair o consumidor norte americano.
Acima: Nessa foto podemos comparar a HK MP-5 acima, líder isolada do mercado policial militar atualmente e a nova MPX abaixo, uma excelente nova arma que deve causar problemas nessa liderança da HK.
Mais que uma mera nova submetralhadora cuja diferença poderia estar restrita a desenho e qualidade de seus componentes, a MPX traz uma inovação no segmento. A arma opera com um ferrolho de trancamento rotativo fechado que é acionado por tomada de gases, exatamente como ocorre um fuzil automático. Além de um maior controle do recuo, o sistema permite a arma operar de forma mais limpa, diminuindo o acumulo de resíduos de pólvora que poderiam causar mal funcionamento na arma. Essa característica é uma novidade em uma submetralhadora que calça calibre de pistola. O calibre usado é o excelente 9X19 mm Parabellum. Porém, o fabricante informa que é possível converter a arma para o calibre 40 S&W e o potentíssimo 357 SIG. A MPX tem uma cadência de tiro alta se comparada com suas similares. São 850 tiros por minuto quando em totalmente automática. E falando em regime de fogo, a tecla de seleção de tiro possui a posição full (totalmente automático), semi automática (tiro a tiro) e safe (travada). Os carregadores disponíveis são produzidos em polímero, como boa parte da arma, e estão disponível com capacidade para 10, 20 e 30 cartuchos.
Acima: O conjunto do ferrolho da MPC mostra um mecanismo tipico de um fuzil de assalto, só que em um armamento que dispara uma munição de pistola, especificamente o calibre 9 mm parabellum.
Quando vemos uma MPX observamos que ela tem a configuração de design que a MP-5 tem. Ou seja, Coronha retrátil, empunhadura seguida do carregador, e um guardamão comum, mas com trilhos para acessórios, um equipamento presente em praticamente todos os projetos de armas longas atuais.
A ideia da SIG, no entanto, foi a de deixar a ergonomia e as teclas de comando da MPX em posições similares as encontradas nos fuzis da linha AR-15,muito consumidos nos Estados Unidos. Assim você, leitor, poder perceber o foco que a SIG deu ao mercado estadunidense para seu novo produto. A tecla de seleção de tiro é virtualmente idêntica a encontrada nos fuzis AR-15/M-16, assim como a tecla liberadora do carregador que fica na lateral anterior ao poço do carregador, sendo ambas ambidestras. A alavanca do ferrolho é exatamente igual ao do AR-15, ou seja, acima da culatra, de forma que é puxada sobre o braço da coronha. E falando na coronha, a MPX usa uma coronha retrátil projetada para otimizar o controle da arma em disparos com apenas uma mão, graças a aborção do recuo que ela proporciona.
A MPX segue um padrão de modularidade bem comum em projetos de armas táticas modernas. Assim sendo é possível trocar de canos sem complicações de ferramentas ou de um armeiro para tornar a arma mais curta, o que seria mais adequado em ambientes apertados (CQB), ou adaptar supressores de ruido. Uma versão carabina da MPX conhecida como MPX-C está disponível para o mercado civil norte americano. O extenso uso de trilhos padrão picatinny facilitam a instalação de acessórios como miras ópticas, ponto vermelho ou de aço, dobráveis, assim como lanternas e apontadores a laser.
Acima: Uma MPX com a coronha SIGTAC SBX que além de funcionar como apoio para o ombro, também permite fixar o braço do operador para facilitar disparos com apenas uma das mãos.
A qualidade intrínseca dos produtos da marca SIG é incontestável. Porém colocar no mercado dominado por excelentes submetralhadoras MP-5 da Heckler & Kock, uma nova e moderna submetralhadora em 9 mm foi um passo extremamente desafiador. A notícia boa é que, pelo que pude ler nas pesquisas e testes que busquei para produzir esse artigo, ficou claro que a SIG acertou novamente com uma arma que tem sim total capacidade de substituir as MP-5 no mercado policial/ militar do mundo e que legitimamente dá um verdadeiro motivo para a líder do mercado, a alemã Heckel & Koch se preocupar com a perda de sua hegemonia nesse segmento.
Acima: O mercado civil norte americano tem acesso a carabinas SIG MPX-C baseadas na submetralhadora MPX. Em alguns estados o cidadão pode comprar a submetralhadora com uma licença especial.

KEL TEC KSG.


FICHA TÉCNICA
Tipo: Espingarda de combate.
Miras: Miras Opticas ou dobráveis de aço.
Peso: 3,63 Kg (carregador vazio).
Sistema de operação: pump action.
Calibre: 12.
Comprimento Total: 66 cm.
Comprimento do Cano: 18,5 polegadas.
Capacidade: 7+7+1 tiros (total de 15 tiros)

DESCRIÇÃO
Por Carlos E. S. Junior
A empresa norte americana de armas Kel Tec não é tão conhecida no Brasil, mas sua fama já começa a dar sinais de crescimento. É certo que você, leitor, pode encontrar uma ou mais características de distinção entre marcas de armas de fogo que acabam estigmatizando um fabricante. No caso da Kel Tec pode-se afirmar tranquilamente que a característica mais marcante é a inovação de seus produtos. A criatividade é facilmente compreendida quando se verifica o design, forma de operação e em alguns casos, até no calibre de armas que eles desenvolvem para o mercado civil norte americano e que, tempos recentes para cá, para o mercado policial/ militar também. A arma focada neste artigo é um exemplo dessa nova fase da Kel Tec. A espingarda KSG (Kel Tec Shotgun)  pode ser empregada taticamente por forças policiais, especialmente em confrontos em ambientes apertados, ou por um civil comum que deseje uma arma de extremo poder de fogo para proteger sua residencia.

Acima: A KSG é mais uma dessas armas cujo desenho parece ter sido inspirado nas armas da saga Guerra nas Estrelas.
Para quem está acostumado ao tradicional desenho das espingardas pump action clássicas como a Remington 870, já descrita nesse blog, vai se sentir bastante surpreso com o desenho da KSG, uma arma extremamente compacta, graças a uma configuração bullpup (onde o mecanismo da arma fica localizado na parte traseira, dentro da coronha). Com isso, a arma apresenta um comprimento total de apenas 66 cm contra 1,15 m de uma espingarda convencional. A inovação da KSG não para nas suas compactas dimensões. Na verdade a maior inovação dela está na capacidade de munição. São dois tubos de 7 cartuchos de capacidade, mais um cartucho na câmara, totalizando 15 (você não leu errado não! São quinze tiros) de capacidade!!!!. Por se tratar de uma arma de configuração bullpup como mencionei a pouco, o cano da arma tem o comprimento normal de uma espingarda de combate, ou seja, 18,5 polegadas, o que garante o mesmo alcance que uma espingarda convencional. A telha da KSG possui integrada trilhos para acessórios de forma que se pode instalar uma empunhadura sob a telha para melhora o controle durante rápidas sequencias de tiros. Alguns podem comparar a KSG com a espingarda sul africana Neostead, pois o modelo sul africano se assemelha com a KSG, porém, mecanicamente, as duas armas são completamente diferentes.
Acima: O uso dos trilhos de acessórios padrão picatinny MIL-STD-1913, garantem uma enorme facilidade para instalação de miras ópticas ou de aço na KSG.
A KSG possui trilhos de acessórios padrão picatinny sobre a parte de cima do corpo da arma, além do trilho presente sob a telha. Por isso, a arma não vem de fábrica com um sistema de miras e cabe ao usuário escolher esse item no momento da compra que poderá ser desde uma mira de aço composta por alça e massa dobráveis, padrão encontrado em fuzis (estilo peep sight) ou miras avançadas como as reflex,  ACOG ou mesmo lanternas e apontadores laser.
A operação se dá no sistema Pump, porém, depois de esgotar os 7 tiros de um dos tubos, o atirador precisa pressionar uma pequena alavanca que muda a alimentação para o segundo tubo em um movimento que pode ser feito facilmente de forma rápida com pouco treino, garantindo o poder de fogo que a KSG é capaz de prover.
Acima: A desmontagem de primeiro escalão da KSG é facilmente feita sem uso de ferramentas.
A KSG, mesmo sendo produzida com várias partes em polímero e tendo quase 40% menos comprimento que uma espingarda convencional, tem o peso pouco maior. São 3,63 kg da KSG contra 3,2 Kg de uma Remington 870. Porém seu menor comprimento e sua ergonomia, a tornam uma excelente escolha para combate e muito fácil de transportar em uma viatura policial por exemplo, onde os espaços são bem restritos.
Na KSG, os cartuchos deflagrados são ejetados por baixo, na mesma porta por onde se recarrega a arma, por tanto, sem problemas para se disparar com alguma pessoa ao lado, que poderia ser atinfiga pelo cartucho ejetado.
Embora se possa disparar com boa velocidade, depois de algum treinamento, a KSG ainda não consegue igualar a velocidade de disparo que uma espingarda semi automática é capaz de executar. Seria interessante a Kel Tec estudar com carinho a possibilidade de uma versão semi auto desta excelente espingarda. Certamente seria um produto que atrairia bastante atenção, principalmente do público que atua na segurança publica.

FN MAG


FICHA TÉCNICA
Tipo: Metralhadora de uso geral
Sistema de operação: Operação a gás com ferrolho aberto.
Calibre: 7,62 X 51 mm.
Carregador: Cinta M13 de elos desintegrável ou cinta não desintegrável DM-1 para 50 munições.
Peso: 11,8 Kg (sem bipé).
Comprimento Total: 1,26 m.
Comprimento do Cano: 24,8 polegadas (630 mm).
Miras: Massa fixa: Alça e massa regulável com posição que varia de 200 a 800 metros.
Velocidade na Boca do Cano: 840 m/seg.
Cadência de tiro: Regulável  entre 650 a 1000 tiros/ min.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
Ao fim da  II Guerra Mundial o conceito de metralhadora de uso geral que podia ser operada com ajuda de um simples e leve bipé se mostrou muito interessante. Exemplo disso foi o incontestável sucesso que a metralhadora alemão MG-42 obteve com sua alta letalidade e eficácia. Muitas nações passaram a solicitar a seus projetistas que buscassem desenvolver armamentos equivalentes para suas tropas e a famosa empresa FN Herstal, da Bélgica conseguiu exceder o objetivo solicitado e desenvolveu a FN MAG (Mitrailleuse d"Appui Géneral) ou Metralhadora de Uso Geral, apresentada no começo dos anos 50 do século passado e adotado, primeiramente pelo exército belga em 1958. Após isso, mais de 70 países adotaram esta arma, incluindo a super potência militar, os Estados Unidos. O Brasil usa a MAG a muitas décadas e não há previsão de substituição uma vez que ela é, ainda, uma arma perfeitamente adequada a suporte de fogo a nível de infantaria.
Acima: A metralhadora de uso geral pu simplesmente MAG, projetada pela FN Herstal é mais uma das varias armas deste fabricante que se tornaram clássicas e que são usadas por mais da metade dos países do mundo em uma carreira de serviço que já supera 50 anos de uso.
Projetada para disparar o potente calibre 7,62X51 mm OTAN, a MAG opera por aproveitamento de gases do disparo que são  captados por um furo na alma do cano pouco depois de sua porção media que imprime pressão dentro do cilindro  abaixo do cano onde opera um pistão que empurra para trás o conjunto do ferrolho que por sua vez ejeta o cartucho deflagrado e arma o percutor para que se possa disparar a próxima munição. A alma do cano da MAG é tratado com cromo para garantir maior durabilidade. A cadência de tiro pode ser regulada através de um botão que trabalha como um regulador de gá na ponta do cilindro do pistão. Assim a MAG pode disparar de 650 a 1000 tiros por minuto dependendo da regulagem. O cano é facilmente trocado com um movimento da alça de transporte para a posição para cima o que em situação de batalha é bastante desejável dada as dificuldade do stress que os soldados estarão nessa condição.
Acima: O exército brasileiro é um dos muitos operadores desta excelente metralhadora. A FN MAG possui alta confiabilidade mecânica o que reforçou a grande aceitação do modelo no mundo.
A MAG é uma metralhadora bastante robusta. Seu acabamento espartano ajuda nessa robustez, onde não se tem nada que seja "perfumaria". É uma arma de guerra, feita para guerra. Porém ela peca no seu elevado peso. São quase 12 kg para um soldado, já sobrecarregado com os equipamentos padrão, carregar. A ergonomia também não foi algo que foi muito planejada. Porém a MAG vem com um bipé em aço montado a frente do cilindro de captação de gás. A janela de ejeção da MAG fica abaixo da arma, de forma que no disparo as capsulas deflagradas são ejetadas para baixo, enquanto os grampos da cinta são descartados pelo lado direito da arma.
Acima: Com um desenho simples, a MAG surpreende os mais acostumados com os modernos desenhos das armas de combate dos dias atuais. Aqui temos a versão usada pelas forças armadas da Inglaterra, conhecida como L7A2.
Como a maioria das armas clássicas, a metralhadora FN MAG tem muitas versões onde gouve adaptação a um uso especifico ou a uma necessidade especifica da força armada que a adotou. A Suécia, por exemplo, usou por bastante tempo a MAG modificada para calçar o calibre 6,5X55 mm que foi padrão no exército sueco no passado. essa versão é conhecida como Kulsputra 58 ou simplesmente KSP-58. Atualmente a metralhadora KSP-58 opera no tradicional e poderoso calibre 7,62X51 mm. O exército dos Estados Unidos operam a M-240, uma versão com aprimoramentos ergonômicos e com instalação de trilhos picatinny para instalação de miras ópticas. Mesmo estas versões possuem sub versões com cano mais curto e coronha rebatível como a M-240L. Os ingleses usam a metralhadora L-7A2, que é uma versão da MAG com pequenas modificações, mas ainda com um desenho praticamente idêntico a MAG original.

Acima: O Exército dos Estados Unidos, US Army, usa a MAG sob designação local de M-240B. Esta arma substituiu as M-60 que eram bem comuns nessa força durante a guerra do Vietnã.

Acima: A M-240D é a versão usada em suportes em veículos como helicópteros e carros de combate. 

Acima: O modelo M-240L, também usado pelo US Army, é uma versão mais leve e compacta, pensada para operar com maior conforto em ambientes urbanos.
A FN MAG, mesmo sendo uma arma projetada a mais de 50 anos, continuará a ser largamente usada nas forças armadas que a adotaram graças a sua excelente confiabilidade e robustez. No universo das armas de fogo é comum, quando um determinado projeto é excepcionalmente bom, ele ter uma vida longa, vide a pistola M-1911, fabricada e usada por forças militares, policiais e por civis nos países onde o cidadão não é tratado como um idiota (nosso caso), onde pode se adquirir o modelo para defesa pessoal.
Acima: Um soldado do exército dos Estados Unidos com sua M-240. Cenas como essa se tornaram bem comuns nos vilarejos do Afeganistão e nas cidades devastadas no Iraque.

IZHMASH SVD DRAGUNOV



FICHA TÉCNICA
Calibre: 7.62x54 mmR.
Operação: Aproveitamento de gás e trancamento com ferrolho rotativo.
Comprimento: 1,13 m.
Comprimento do cano: 68,5 (26,97 pol)
Capacidade: 10 tiros.
Mira: Telescópica PSO-1 com 4 X de aumento.
Peso: 4,3 Kg.
Velocidade do projétil: 810 m/seg (boca do cano)
Alcance efetivo: 800 metros.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S. Junior
Uma das armas de origem soviética mais destacada da história, o Dragunov, também conhecido como SVD (Snayperskaya Vintovka Dragunova) ou Dragunov Sniper Rifle surgiu em 1959, fruto da mente de Yevgeny Fyodorovich Dragunov, chamado para desenvolver um fuzil de precisão semiautomático de apoio que entraria em uma concorrência para fornecer uma arma para disparos rápidos a media distancias. O fuzil de Dragunov, o SVD foi o escolhido em 1963 para equipar as tropas russas.
Como se pode ver, originalmente, o Dragunov não foi concebido para ser um fuzil de sniper e sim como uma arma de apoio ou fuzil para um atirador designado (Designated Marksman), cobrindo a lacuna de precisão deixada pela incapacidade do velho AK-47 em conseguir engajar alvos a distancias de 600 metros com precisão. Dada a suas características, acabou sendo adotada por algumas tropas como arma de precisão (sniper). No Iraque, por exemplo, é um armamento muito comum nas mãos dos “rebeldes” que o usam para derrubar soldados americanos e seus aliados a longas distancias. O alcance efetivo declarado é de 800 metros, porém, testes mostraram que a arma, associado a um atirador excepcional. consegue boa precisão até 1000 metros.
Acima: O fuzil SVD Dragunov foi projetado para ser usado como um fuzil para atirador designado, porém, seu ótimo desempenho para uma arma tão rustica, tem permitido seu uso até para tiros mais complexos.
Quando comparado a um fuzil sniper ocidental, o Dragunov se mostra muito mais leve. Um bom exemplo é observar que um fuzil HK PSG-1,  pesa vazio, 7,2 kg, enquanto que o Dragunov pesa somente 4,3 kg, praticamente o mesmo peso de alguns fuzis de assalto, tipo de arma, tipicamente mais leve que um sniper padrão. Seu cano, mais leve que a de um fuzil sniper ocidental, permite uma boa precisão, mas nada excepcional quando comparado a estas armas. O interior do cano é tratado com cromo dando maior durabilidade a peça. O freio de boca possui um supressor de flash que além de dificultar que o atirador seja visto pelo inimigo no momento do disparo, ainda tem um efeito de diminuir o recuo do disparo. Outra característica interessante que leva a uma diminuição do peso total da arma é sua coronha esqueletizada, algo incomum na época de seu projeto.
Acima: Uma característica positiva que chama a atenção no Dragunov é seu baixo peso quando comparado com fuzis do mesmo tipo. Seu peso se equivale a de um fuzil de assalto mais pesado.
O sistema de funcionamento do Dragunov é feito pela captação dos gases do disparo que entram por um orifício dentro do cano e que levam ao movimento de uma haste que é empurrada para trás, movimentando um ferrolho rotativo com 3 ressaltos. Existe uma tecla giratória junto ao pistão que regula a captação de gases para configurar a velocidade da movimentação do ferrolho, como no FAL usado pelo exército brasileiro, de forma que na posição 1, a arma deverá estar perfeitamente limpa, enquanto que, quando a arma estiver suja, depois de muitos disparos, se posiciona o botão na posição 2 para garantir um melhor funcionamento do sistema de alimentação da arma.
Após o ultimo disparo o ferrolho trava aberto e pode ser liberado puxando ele, manualmente, para traz e o soltando. O Dragunov tem um carregador de 10 tiros, no potente calibre 7,62X54 mm R, munição, esta que consegue uma velocidade na boca do cano de 810 m/seg na boca do cano, gerando 2660 ft-lbf de potência.
Acima: A munição 7,62X54 mm R possui uma energia equivalente as munições mais "quentes" em 7,62X51 mm. O projétil da munição calibre 7,62X54 mmR usada no Dragunov é relativamente pesada e sua elevada potência resulta em um grande poder de parada.
O Dragunov tem um sistema de mira convencional regulável até 1200 metros, porém, esse sistema pouco é usado uma vez em que o normal é o uso de uma luneta PSO-1, com aumento de 4X e que bem caracteriza o armamento aqui apresentado, por ser um acessório onipresente nesse fuzil. Um fato interessante é que na época em que foi apresentada a luneta PSO-1, em 1964, ela era a mais avançada mira óptica disponível para uso em um fuzil desenvolvido como sniper. Mesmo sendo a mira mais comum no Dragunov, nada impede de serem usadas outras lunetas de procedência diferente, sendo necessário, porém, a mão de obra técnica de um armeiro para adapta-la ao Dragunov, pois este não apresenta a modularidade característica das armas projetadas depois dos anos 90, uma vez que se trata de um fuzil da época da guerra fria, mais especificamente dos anos 60.
Acima: O retículo da luneta PSO-1, usada no Dragunov, traz escalas que facilitam ao atirador calcular a distancia do alvo para poder fazer a compensação do tiro.
Atualmente existe uma versão modificada para ser usada por tropas paraquedistas conhecida como SVDS, caracterizada por possuir um cano mais curto (52 cm, contra 68,5 cm da versão SVD original) e com um supressor de flash novo, além de uma coronha rebatível para uso em ambientes apertados de uma aeronave. Outra variante do fuzil SVD Dragunov, porém mais radical, é sua versão bullpup (com carregador e mecanismo de funcionamento montado na coronha da arma) chamado de Dragunov SVU. Essa versão possui um comprimento total bastante reduzido, característica essa tipica de armas bullpup, tendo 87 cm. O cano, por sua vez, é do mesmo comprimento do SVDS, chegando a 52 cm. esta versão é usada por forças especiais e foi usada na primeira guerra da Chechenia.
Acima:O fuzil do alto é a versão SVDS do Dragunov, que possui um cano mais curto, freio de boca modificado e uma coronha rebatível. O exemplar de baixo é o Dragunov SVU com sua configuração bullpup. nesses modelos, o guarda mão, coronha e punho são em polímero, o que traz uma redução de peso também.
Hoje, diferentemente da época de seu lançamento, o Dragunov é produzido com polímeros em substituição a suas peças de madeira (coronha e telha), o que dá um ar mais atual ao velho projeto, além de contribuir para seu, já, baixo peso. A produção do SVD continua, depois de 50 anos de sua apresentação e não há sinais de que seja suspensa nos próximos anos. Sua confiabilidade, letalidade e preço, o fazem uma arma muito atraente ainda, principalmente por tropas de nações com menos poder aquisitivo e por isso podemos ter certeza que veremos estes bons fuzis nas mãos de militares de muitas nações ao redor do mundo por muitos anos ainda.
Acima: A carabina Dragunov Tiger é fornecida no mercado norte americano com acabamento em polímero das partes que no Dragunov original são de madeira.


MAGPUL MASADA/ BUSHMASTER/ REMINGTON ACR


FICHA TÉCNICA
Tipo: Fuzil de assalto.
Miras: Sistema Magpul MBUS dobráveis, e trilho picatinny para montagem de miras reflexivas e lunetas.
Peso: 3.18 Kg (vazio) 4,4 Kg (carregado) .
Sistema de operação: Tomada de gases e trancamento com ferrolho rotativo.
Calibre: 5,56 X 45 mm e 6,8 mm SPC.
Capacidade: 30, 60 ou Beta de 100 munições.
Comprimento Total: 83 cm coronha estendida e 66 cm com a coronha rebatida.
Comprimento do Cano: 10,5 pol, 14,5 pol, 16,5 pol e 18,5 polegadas.
Velocidade na Boca do Cano: 792 a 990 m/seg (depende do comprimento do cano e tipo de munição.)
Cadencia de tiro: 700 tiros/min.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S. Junior
O moderno fuzil de assalto Masada, projetado pela Magpul, dos Estados Unidos, foi desenvolvido em apenas 4 meses, usando as melhores tecnologias já testadas em combate para conseguir chegar ao objetivo de se disponibilizar um fuzil altamente confiável, modular e com facilidade de ser produzido em massa rapidamente. Um fato interessante é que esse desenvolvimento se deu de forma independente pela Magpul, sem nenhum apoio do governo. Em janeiro de 2008, a empresa norte americana Bushmaster, conhecida por produzir fuzis do tipo AR-15 para uso civil, policial e militar, assinou um acordo com a Magpul para a fabricação e posterior venda deste novo fuzil, sob o nome ACR (Adaptive Combat Rifle) ou  fuzil de combate adaptável. A Remington também entrou nesse programa e ficou incumbida de produzir o ACR para as forças militares e policiais dos Estados Unidos. Assim a versão da Bushmaster é direcionada ao mercado civil. A versão militar da Remington tem pequenos aperfeiçoamentos ergonômicos para satisfazer as necessidades táticas do profissional que atua na defesa e segurança pública.
Acima: O fuzil ACR (Adaptive Combat Rifle) mostrado aqui é a versão civil fabricada pela Bushmaster. A famosa empresa Remington, ficou encarregada de produzir as versões militares do ACR, como mostrado na foto abaixo.
O fuzil Masada/ACR concorre no mercado com os modernos e eficientes fuzis FN SCAR, HK 416, Robinson XCR e HK G-36. O mercado de fuzis anda aquecido, pois muitas nações estão começando a estudar a substituição de seus fuzis de assalto, incluindo o exercito dos Estados Unidos. Recentemente o comando de operações especiais dos Estados Unidos (USSOCOM) substituiu algumas unidades de seus fuzis M-16A2/ A4 e carabinas M-4A1 pelo novo fuzil belga FN SCAR H MK-17, desenvolvido especialmente para a licitação que visava a substituição dos fuzis em uso pela aquela força. O Exercito norte americano, estava testando o HK XM-8 e era quase certo que este seria o novo fuzil do US Army, quando ocorreu a suspensão do programa devido a vários fatores, entre eles falhas nos testes e mudanças de requisitos para o novo fuzil.
Acima: O fuzil ACR é uma arma bem superior à família M-16/ AR-15 altamente difundida no mercado norte americano e em muitas forças militares e policiais. Porém, o ACR ainda é vendido a um custo relativamente alto.
O Fuzil  ACR foi projetado com as melhores soluções técnicas de cada fuzil em uso atualmente como por exemplo o uso material de polímero (um tipo de plástico de alto impacto) na maioria das peças da arma visando a redução do peso e ainda o aumento da vida útil da arma e o sistema de operação por tomada de gases e recuo curto com ferrolho rotativo com 6 ressaltos de trancamento, como no fuzil AR-18 e HK G-36. Em regime de fogo automático, o ACR dispara 700 tiros por minuto. O ACR  possui seletor de regime de fogo com posição auto, semi auto e safe (travada). tenho notado que muitos projetos recentes de armamentos tem suprimido a capacidade de rajadas curtas de 2 ou 3 tiros.
Outras soluções técnicas encontradas no ACR foram desenvolvidas pela própria Magpul, como por exemplo o sistema de troca de cano, o sistema de regulagem da tomada de gases, coronha, receptáculo e o interessante compartimento encontrado na empunhadura para guardar pequenos objetos. Vale ressaltar que a troca dessas peças não requer ferramenta alguma de forma a ser possível sua execução em campo por um soldado comum.

Acima: O modelo ACR-E da Remington é a versão compacta para operações em ambientes fechados.
Atualmente o fuzil ACR é oferecido no calibre 5,56X45 mm com carregadores  em plástico modelo PMAG, produzido pela Magpul em plástico de alto impacto (polímero), com uma janela lateral onde pode-se verificar facilmente a quantidade de munição disponível de forma clara. A Bushmaster e a Magpul estudaram uma versão do Masada em calibre 7,62X39 mm, calibre padrão consagrado fuzil russo AK-47 e no calibre 7,62X51 mm, chegando a produzir alguns protótipos, porém, o modelo é comercializado apenas no calibre 5,56 mm e no mais potente calibre 6,8 SPC. O carregador PMAG usa o padrão de encaixe STANAG 4179, padronizado para as forças da OTAN garantindo a possibilidade de usa-lo em outras armas como o M-16, por exemplo. A coronha, também fabricada pela Magpul, é totalmente móvel com possibilidade de se dobra-la e de se estende la também. Porém o fuzil ACR permite o uso de coronhas diferentes, como as mais simples que apenas se dobram para frente.
Acima: As miras básicas do ACR são do modelo  Magpul MBUS, dobráveis, o que permite não atrapalhar o uso de miras ópticas.
A entrada da poderosa empresa Bushmaster e da Remington, a mais antiga empresa de armas dos Estados Unidos, no programa do fuzil ACR, facilitará muito as chances de sucesso do novo fuzil, pois ambas empresas gozam de grande credibilidade no mercado de armamentos. O que vai ditar o futuro desse moderno fuzil é a política de preços e a competência do pessoal do marketing que precisará suar a camisa no concorridíssimo mercado norte americano. O fuzil, depois de um recall, natural quando a arma é de projeto novo, se tornou extremamente confiável mecanicamente. Sem dúvida uma ótima escolha para defesa ou para uso tático policial/ militar.
Acima: O ACR é uma arma totalmente modular graças a extrema facilidade com que se pode trocar sua configuração, seja de cano, seja de coronha ou telha (guarda mão) sem necessidade de ferramentas.


Acima: Aqui temos um ACR equipado com um lançador de granadas EGL (Enhanced Grenade Launcher ) da FN. Porém, o ACR pode operar qualquer lançador de granadas integrado a fuzis.