terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

BERETTA 92



FICHA TÉCNICA
Calibre: 9X19 mm, .40 S&W (Beretta 96)
Peso: 975 gr (Descarregada).
Capacidade: 15+1 em 9 mm, 10+1 em .40 S&W (Beretta 96).
Comprimento do cano: 4,9 polegadas.
Comprimento total: 21,7 cm.
Gatilho: Ação dupla/ ação simples.
Sistema de operação: Recuo curto do cano
Mira: Alça ajustável e massa fixa com sistema tridot.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
O universo das armas de fogo é caracterizado por não haver uma evolução tão acentuada na tecnologia de funcionamento mecânico das armas. Basicamente o que temos são aperfeiçoamentos técnicos de tecnologias que já são usadas a muitas décadas e algumas até de um século. Já tratei aqui de uma arma que se encaixava dentro dessa condição. A pistola Colt M-45A1, a mais moderna derivada da velha guerreira M-1911 projeta pelo gênio John Moses Browning que acabou de ser adotada pelo corpo de fuzileiros navais dos Estados Unidos (US Marine Corps). Uma arma cujo sistema de funcionamento, independentemente de ter recebido aprimoramentos, é um mecanismo de mais de 100 anos! O que importa é que a a arma opera de forma que se aproxima da perfeição. Não há nada que seja absolutamente superior a ela que justifique alegar sua obsolescência. Por isso, mais uma vez, vou tratar de uma arma cujo projeto também remonta de muitas décadas atrás, mas que suas qualidades relacionadas e extrema confiabilidade, ótima precisão, e bom sistema de segurança, a tornam ainda uma  escolha natural por muitas forças armadas e policiais do mundo todo. A pistola Beretta 92, é um dos mais conhecidos produtos da Itália. Sua fama vem de vários elementos, dentre eles, seu desenho diferenciado com a maior parte do cano exposta sobre o ferrolho, sua ótima confiabilidade, precisão e um belíssimo acabamento.
Acima: A antiga pistola Beretta M-1951 foi a base do projeto das bem sucedida Beretta 92. Seu sistema de operação em ação simples representa uma das diferenças mais marcantes entre as duas armas.
A Beretta 92 descende diretamente do modelo M-1951, mas com aperfeiçoamentos em seu sistema de segurança e funcionamento que levou a um dos maiores sucessos comerciais do universo das armas de fogo. Sua produção se iniciou em 1976 e o Brasil foi a primeira força armada a adotar o modelo já em 1977. Uma das grandes diferenças da Beretta 92 em relação ao modelo 1951 é o sistema de ação dupla de seu gatilho que permite maior praticidade para operar a pistola com uma munição na câmara e com o martelo (ou cão) em posição desarmado, bastando apenas pressionar o gatilho para ocorrer o primeiro disparo, sendo que os disparos subsequentes serão todos em ação simples. Seu sistema de trancamento do ferrolho na culatra é similar ao encontrado na pistola alemã Walther P-38, usada pelos nazistas na segunda guerra mundial.
Acima: Esta rara foto mostra como era a primeira Beretta 92. A tecla liberadora do carregador ficava na parte baixa da empunhadura obrigando o uso das duas mãos para operar a troca de carregadores. 
A Beretta 92 foi projetada para calçar munição 9X19 mm, mais conhecida como calibre 9 mm Parabellum, uma popular munição no ocidente usado pela absoluta maioria das forças militares do mundo e por muitas forças policiais dado a sua grande flexibilidade de uso e tipos de projéteis que garante alto poder de transfixação (desejável em situações de batalha) e ainda, bom, poder de parada (com projéteis expansivos e carga +P). Seu carregador é do tipo bifilar e comporta 15 munições, totalizando 16 tiros quando consideramos uma munição já na câmara da arma.
Com um cano de 4,9 polegadas, a Beretta 92 é uma arma em tamanho full, ou seja, não é projetada para porte velado e sim para porte ostensivo, a mostra.  É uma arma projetada para a guerra e por isso não tem certos "cuidados" que vemos em outros modelos modernos. Sua empunhadura é relativamente volumosa o que pode ser desconfortável para usuários com mãos pequenas, mas mesmo assim, para quem tem uma mão media ou grande, pode sentir uma boa ergonomia.



Acima: A Beretta 92S teve a tecla de segurança posicionada na parte mais alta do ferrolho e só de um lado da pistola. Era uma pequena modificação frente ao modelo original doa modelo 92.
A Beretta 92 é uma pistola de reputação inabalável em relação a sua confiabilidade. Afinal, em 1985, ela passou por uma concorrência para substituir a venerável pistola Colt M-1911 no mais poderoso exército do mundo, o Exército dos Estados Unidos (US Army) onde, em teste, disparou nada menos que 17500 tiros com uma falha registrada. Este dado é simplesmente espetacular mesmo para os dias atuais. O modelo adotado pelo US Army foi batizado de Beretta M-9 e trás algumas modificações em relação as" Berettas civis" como o tratamento no interior do cano (alma) com cromo duro para maior durabilidade desta peça critica, além de inserido uma pequena curvatura a frente da empunhadura para melhorar a ergonomia no momento da visada.
É interessante observar que a Beretta é fabricada com chassis em liga de alumino, o que, por um lado deixa ela mais leve, e por outro, ela é um pouco menos resistente que armas fabricadas em aço.
Acima: A Beretta 92F  foi usada nos testes para o US Army. No teste foram disparados 17500 tiros com uma única ocorrência de falha. Este desempenho é digno de uma das mais confiáveis armas curtas semi automáticas da história.
A Beretta manteve o desenvolvimento do projeto do modelo 92 até hoje tendo fabricado muitas variantes desta ótima pistola de combate. Os modelos de maior destaque são o 92S,  com trava de segurança e desarmador do cão de um lado; 92SB apresenta a trava de segurança e desarmador do cão dos dois lados da arma (ambidestra); 92F teve a empunhadura modificada com uma pequena curva na parte da frente o que melhora a ergonomia (que acabou sendo aproveitado no modelo M-9 do US Army); 92FS, com cão de dimensões aumentadas, tratamento anti corrosão superior, cano com sua alma tratada com cromo duro para maior durabilidade; 92A1 que se trata da versão FS com trilho para acessórios na armação. A Beretta produziu uma variante em calibre .40 chamada Beretta 96 que tem, praticamente, as mesmas dimensões da modelo 92 mas com capacidade reduzida para 11 tiros dado as maiores dimensões. Existem ainda, versões compactas como a Beretta 92FS-C, com cano de 4,29 polegadas e capacidade de 13 tiros.

Acima: O modelo Beretta 92FS trás as principais melhorias mecânicas baseada na experiencia da concorrência para a pistola M-9 do US Army. 
A Beretta apresentou a ultima versão militar do modelo 92, batizada de M-9A3 com o objetivo de se manter como fornecedora do US Army por muitos mais anos ainda. O modelo M-9A3 apresenta uma empunhadura mais reta, seguindo uma recente variante conhecida como Vertec da modelo 92 que traz um angulo que permite empunhar a pistola de uma forma mais natural como se estivesse apontando o dedo indicador para o alvo e que agrega maior facilidade para disparos instintivos, com pouco visada. O cano já vem com uma rosca de fábrica para incorporação de supressores de ruído, os famosos silenciadores. O botão de liberação do carregador foi colocado dos dois lados e em um tamanho maior para facilitar seu acionamento, mesmo em situação de combate quando a adrenalina  a mil por hora dificulta que as coisas sejam feitas de forma correta. O acabamento da arma, é de material hiper resistente e tem uma cor de areia no estilo "deserto" sem brilho. Porém, esse modelo não foi adotado ainda pela aquela força armada. Dado a natural tendência do mercado de armas em manter o consumo de produtos de alta qualidade e de funcionamento altamente confiável, é claro que continuaremos a ver essas clássicas pistolas da Beretta por muitas décadas ainda, mesmo com uma concorrência cheia de modelos mais modernos.
Acima: O modelo M-91A1 trouxe a primeira variante da Beretta com trilho para acessórios na armação.

Acima: A ultima e mais avançada versão da Beretta é o modelo M-9A3 que foi oferecido para substituir as antigas M-9 no US Army. O modelo é comercializado para civis nos democrático mercado norte americano.

Acima: Uma das mais interessantes e desejáveis característica da Beretta 92 é a facilidade com que se pode executar a desmontagem de primeiro escalão para limpeza.

Acima: A compacta variante 92FS-C traz melhor portabilidade para o modelo.

Acima: Holywood usou por muitos anos em inúmeros filmes a Beretta 92. O franquia Duro de matar foi uma dos marcantes trabalhos cinematográficos onde nossa enfocada aparece.

KRISS-USA VECTOR


FICHA TÉCNICA
Tipo: Submetralhadora.
Sistema de operação: Blowback cm retardo com ferrolho aberto..
Calibre: 45ACP.
Capacidade: Carregadores com 13 ou 25 cartuchos.
Peso: 2.54 Kg (vazio).
Comprimento Total: 61,72 cm (Estendida), 40,64 cm (coronha rebatida).
Comprimento do Cano: 5,5 polegadas, .
Miras: Alça e massa dobráveis fabricadas em aço, além de acessórios de miras ópticas e miras a laser instaladas nos trilhos picatinny.
Cadência de tiro:  1600 tiros por minuto. 
Velocidade na Boca do Cano: 270 m/seg.

O Full Metal Jacket, seguindo a mesma linha de atuação dos antigos blogs Campo de Batalha, abre espaço para que leitores entusiastas do assunto de armamentos possam expor seus trabalhos de pesquisa. Por isso apresento hoje o nosso novo colaborador Lucas Ferreira, um jovem estudante ainda indeciso se segue carreira militar ou se vai atras da carreira de jornalista  em áreas de conflito e um apaixonado por armas de fogo, carros e música. O Lucas traz um artigo sobre a moderna submetralhadora Kriss Vector, também conhecida como Super V. Acredito que este seja o primeiro texto em português sobre esta interessante arma de uso tático. seja bem vindo  ao Full Metal Jacket Lucas Ferreira!

DESCRIÇÃO
Por Lucas Ferreira.
Com um design futurista, e elevada cadência de disparo, em 2006 foi apresentada pela Kriss USA a submetralhadora Vector, em calibre 45ACP, e que logo no início desse desenvolvimento foi cogitado versões nos igualmente populares calibres .40 S&W, e 9 mm Parabellum, mas foram abandonadas. Ela é produzida em 4 versões sendo uma de uso militar e policial com opção de fogo automático e rajada curta de dois tiros, conhecida como SMG (Submachine Gun);  a SBR (Short Barrel Rifle) que é idêntica a versão SMG, mas limitada ao fogo semi-automático. CRB ou Carbine, carabina com cano de 16 ou 18,6 polegadas para tiro esportivo, e SDP que é uma versão pistola, sem coronha para ser ainda mais compacta e leve.

Acima: O desenho geral da Vector causa estranheza por sair do padrão que todos estamos acostumados nessa classe de armamento. Seu sistema de funcionamento ditou a orientação das linhas deste projeto.
O grande diferencial desta submetralhadora está em seu sistema de ação nada convencional, onde o recuo e a subida da arma são bastante atenuados, fazendo com que a dispersão dos disparos em modo automático seja muito menor que as demais submetralhadoras em calibre .45 ACP, como a HK UMP-45. O sistema patenteado opera como um blowback com retardo, porém, além de recuar para trás, ele também recua para baixo,  "segurando" a arma reduzindo em 95% a subida da arma e em cerca de 60% o deslocamento horizontal durante o disparo. Assim ela se torna uma arma muito mais precisa e controlável pois não há a necessidade de se fazer uma nova visada a cada disparo.

Acima: O mecanismo inovador da Kriss o torna uma arma extremamente controlável, mesmo em rajadas de alta cadência como as que ela dispara.
A tecla seletora de regime de fogo é ambidestra, localizada acima e a frente da tecla do gatilho possuindo 3 posições que são: Intermitente (um tiro por vez), rajada curta de 2 tiros, e automático. A tecla de trava de segurança, na Kriss Vector, fica separada da tecla de regime de fogo diferentemente do que encontramos em outras submetralhadoras onde a mesma tecla controla a trava da arma. A cadência de tiro em modo automático, baixou dos 1500 tiros por minuto no protótipo para aproximadamente 1200 tiros por minuto, que para muitos especialistas ainda é um aspecto negativo, pois em fogo automático, descarrega muito rápido o carregador de 25 tiros que é empregado nessa arma. A Vector é compatível com o carregador de 13 tiros da pistola Glock 21(versão full em calibre 45 ACP da famosa pistola austríaca Glock).

Acima: A Vector apresenta uma tecla de segurança acima da empunhadura e, em separado, uma tecla de seleção de regime de tiro, que se posiciona pouco atras da janela de ejeção dos estojos deflagrados.
A Kriss Vector tem um cano com comprimento de 5,5 polegadas Com a opção de possibilidade de uso de supressores de ruido (silenciadores). As versões civis da Kriss tem canos maiores, porém na submetralhadora, essa configuração mostra um cano relativamente curto para o padrão dessa categoria de armamento. A coronha pode ser rebatível, presente nas versões SMG, SBR e Carabina, exceto em Estados que possuem restrições a este tipo de coronha, na qual é usada uma coronha fixa, também há a opção de usar uma coronha com ajuste de comprimento, semelhante a da M-4 se usuário assim desejar. Já a versão SDP não possui coronha.

Acima: Este exemplar da Kriss Vector apresenta coronha retrátil e freio de boca, demonstrando que existe uma boa capacidade de customização da arma.
Na feira Shot Show, a maior feira de armas de fogo dos Estados Unidos, maior mercado desse segmento, no ano de 2011, foi apresentada o que deveria ser a segunda geração da Vector, conhecida como K-10, tinha um desenho mais compacto e com a coronha telescópica, semelhante a usada na MP-7. Essa proposta foi abandonado. Houve uma pistola baseada na Vector, conhecida como KARD, mais compacta, e com o mesmo sistema de funcionamento, e alavanca de manejo em T na parte posterior da arma como nos fuzis M-16/AR-15, submetralhadoras MP-7 e MP-9, esta também não passou de protótipo. Atualmente a Kriss tem conseguido alguns contratos com poucos departamentos de policia nos Estados Unidos de seu moderno armamento. Porém, mesmo sendo uma arma com alta controlabilidade e isso sendo seu maior atrativo quando comparado com outros modelos de submetralhadoras mais convencionais, ainda não tem conseguido emplacar no mercado como as famosas MP-5 da HK. As versões civis da Vector tem sido distribuídas a preços relativamente altos, configuradas como carabinas. e pistola.

Acima: A versão carabina da Kriss Vector faz disparos apenas em tiro intermitente (um a um) e pode ser vendida a civis nos mercados onde não haja restrições ao direito de posse de armas que possuímos no Brasil.

GENERAL DYNAMICS XM-307


FICHA TÉCNICA
Tipo: Metralhadora pesada lança granadas.
Sistema de operação: Tomada de gases com trancamento do cano por ferrolho rotativo.
Calibre: 25X59 mm (XM-307) 12.5 mm (XM-312).
Capacidade: 31 granadas em calibre 25X59 mm, ou cinto de munição padrão M2 ou M9 em calibre 12,5X99 mm (.50)
Peso: 22,7 kg.
Comprimento Total: 1,32 m.
Comprimento do Cano:  25,1 polegadas.
Miras: Computador de controle de fogo com telêmetro a laser e câmera infravermelha
Velocidade na Boca do Cano: 220 m/seg.
Cadência de tiro: 260 tiros/ min.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S.Junior

A primeira impressão que se tem ao ver um protótipo da XM-307, desenvolvido no programa OCSW (Objective Crew Served Weapon) no final dos anos 90, é de se tratar de um “mini canhão”, devido a seu formato agressivo e “sólido”. Posteriormente esse programa foi rebatizado de ACSW (Advanced Crew Served Weapon). Esta arma, começou a ser projetada, pouco depois de extinto programa SABR/ OICW, que forneceria uma arma individual híbrida de lança granada semi-automático e fuzil automático para o infante das forças armadas dos EUA. O desafio era grande para este projeto, se observarmos que além do lança granadas MK-19 de 40 mm, a própria metralhadora M-2, “Ma Deuce”, deveriam ser substituídos por este novo sistema de armas.

Acima: O aspecto do XM-307 impressiona pelo cano da arma que possui dimensões respeitáveis.
O XM-307, dispara uma granada de calibre 25X59 mm, que possui um sensor eletrônico, que pode ser programado para explodir no ar a uma determinada distancia, com ou sem fragmentos, que permitem alta letalidade contra alvos escondidos atrás de obstáculos como paredes, por exemplo. Essa capacidade é a alma deste sistema, e é a principal característica que a faz superior às armas atuais. Sua granada tem um alcance máximo de 3,6 km, porém só será efetiva contra blindados leves a 1000 m e contra pessoas a 2000 m. A velocidade inicial do projétil é de 220 m/seg, e a variedade de granadas é grande. Pode-se usar granadas com auto explosivo HE, carga oca AP/HEAT, fragmentação, e de treino. O sistema de operação da XM-307 é o aproveitamento de gases com ferrolho com trancamento rotativo. O cano da arma é levado a frente no momento do disparo, e recua depois disto, levando a uma grande redução da sensação de recuo.

Acima: A munição usada pelo XM-307 é uma granada inteligente em calibre 25X59 mm programável para detonar no ar, causando impactos em alvos ocultos atras de obstáculos ou, se necessário, detonada por impacto direto destruindo ou danificando seriamente o alvo.
O XM-307 possui um sofisticado sistema de mira que é composto por um computador de controle de fogo chamado dde TAFC (Target Aquisition Fire Control) que recebe dados de um telêmetro a laser integrado ao sistema e que carrega as informações na granada, que pode ser programada para explodir no ar, através de um timer. Além disso, uma mira óptica com capacidade de visão noturna está instalado nesse computador de controle de fogo, e permite um alcance visual de até 2.2 km.
A cada tiro, o sistema carrega de novas informações, sobre alcance do alvo, condição atmosférica e ângulo da arma. Portanto trata-se de uma arma que ajuda, automaticamente seu operador, e isso representa outra das grandes vantagens dessa arma em relação a suas antecessoras. 
O operador da XM-307 conta com um grip de apoio e com as teclas do gatilho e de controle do sistema de mira eletrônica., deixando os comandos todos a mão. 

Acima: Aqui podemos ver o grande sistema de mira TAFC usado para designar alvos e configurar a programação da granada de 25X59 mm para detonar de acordo com as condições do alvo.
A XM-307, pode ser configurada como uma metralhadora em calibre 12,7X99 mm (.50) , com a troca de poucas peças, como o cano, por exemplo. Esta arma, hora designada como XM-312, a princípio, estava sendo projetado para suplementar as metralhadoras M-2HB .50. A XM-312 possui uma cadencia de tiro de 260 tiros por min, que em teoria, é a metade do que consegue a M-2, porém na pratica se vê que a M-2 atinge apenas 40 tiros por minuto. Outra interessante vantagem diz respeito ao peso. Uma XM-312 totalmente equipada pesa 19 kg, contra 67 Kg de uma M-2 nas mesmas condições. A precisão foi aumentada, assim como o recuo foi muito diminuído, usando o sistema da XM-307 para atingir este objetivo.

Acima: O XM-312 é a o XM-307 configurado para operar como metralhadora pesada em calibre 12,7X99 mm (.50).
O programa ACSW com sua moderna metralhadora XM-307 foi cancelado em 2007, independentemente de ser um projeto muito promissor. Embora não tenha encontrado uma justificativa explicita para este desfecho do programa, creio que o custo deva ter sido um grave obstáculo, afinal, o sistema continha elementos complexos como um computador de controle de fogo para operar corretamente o armamento o que deve ter deixado o valor de aquisição muito alto.

Acima: Embora seja um sistema de armas relativamente grande, o peso do XM-307 é muito menor que das armas das quais ele visava substituir e podia ser transportado por dois soldados sem maiores problemas.

HECKLER & KOCH MP-7 PDW




FICHA TÉCNICA
Tipo: Submetralhadora/ Arma de defesa pessoal.
Sistema de operação: Operação a gás com ferrolho rotativo.
Calibre: 4,6X30 mm.
Capacidade: 20, 30 e 40 cartuchos.
Peso: 1,9 Kg (vazio).
Comprimento Total: 63,8 cm (Estendida), 41,5 cm (coronha rebatida).
Comprimento do Cano: 7,09 polegadas .
Miras: Miras ajustáveis. Trilho picatinny com opção de miras eletrônicas e ópticas. Além de miras a laser.
Cadência de tiro:  950 tiros por minuto. 
Velocidade na Boca do Cano: 735 m/seg.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S.Junior
Imaginem uma arma compacta, que permita uma portabilidade de uma submetralhadora tipica em calibre 9 mm, mas com a potência e poder de fogo de um fuzil de assalto. Pois bem, esta arma existe e é fabricada pelos competentes alemães da Heckler & Koch (HK). A necessidade desse conceito vem de uma séria mudança no ambiente de combate onde cada vez mais encontramos oponentes equipados com coletes balísticos que anulam a eficácia da popular munição 9X19 mm Parabellum. Com essa ideia em mente, a HK precisou desenvolver todo um novo sistema de arma que inclui a submetralhadora em si, e uma nova munição que fosse tão potente como o conceito apregoa, mas com um tamanho compacto que pudesse ser usada em carregadores de dimensões similares a encontrada nas tradicionais submetralhadoras em calibre 9 mm. A novidade foi apresentada no ano 2001 e foi batizada de HK MP-7 PDW (Personal Defense Weapon), uma moderníssima submetralhadora desenvolvida para usar uma novíssima munição em calibre 4,6X30 mm, capaz de desenvolver velocidade supersônica de 735 m/seg, similar a de um fuzil em calibre 7,62X39 mm. A título de comparação, um projétil 9 mm consegue velocidade de 380 m/seg com carga standard.

Acima: A submetralhadora MP-7A1 está em uso em várias forças armadas do mundo.  O exemplar da foto é do exército alemão.
A munição 4,6X30 mm perfura com tranquilidade um colete balístico com nível IIA (capaz de suportar tiros de 9 mm), porém, sua elevada capacidade de penetração leva a uma limitada capacidade de transferência de energia do projétil a seu alvo. Isso, por sua vez, resulta em um poder de parada menor caso o alvo seja atingido de forma direta.
A MP-7 opera por um sistema pouco usual em submetralhadoras que é o de aproveitamento de gases com um recuo curto e trancamento por ferrolho rotativo. Esse sistema é muito similar ao encontrado no fuzil do mesmo fabricante, modelo G-36 já apresentado neste site. A MP-7 consegue atingir uma cadência de 950 tiros por minuto quando configurada para tiro em totalmente automático. O seletor de tiro permite 3 posições que são automático, semi automático e segurança (travada). O alcance efetivo da MP-7 com sua munição 4,6X30 mm é de 100 metros, onde o projétil é ainda capaz de transfixar um capacete balístico padrão.

Acima: Nessa foto vemos o detalhe da tecla de seleção de regime de fogo e a janela de ejeção dos cartuchos deflagrados. A MP-7 tem uma cadência de tiro alta e não tem regime de tiro em rajada curta, obrigando o operador ser disciplinado e treinado para evitar desperdício de munição.


Acima: Aqui temos o detalhe da manopla de apoio dobrável (em posição estendida) e um supressor de ruído instalado no cano, muito usado em operações especias.
A MP-7 pode operar com carregadores de 20, 30 ou 40 cartuchos que é colocado por dentro da empunhadura da arma ao melhor estilo UZI, o que permite manter o cano da arma com bom comprimento (7,09 polegadas), sem contudo, deixar a arma excessivamente longa. As teclas de comando do seletor de tiro e a de manejo do ferrolho operam de forma ambidestra. Alias, cabe uma observação aqui. A alavanca de manejo do ferrolho é ao estilo AR-15/M-16, localizada atras da arma, acima da base da coronha retrátil. As versões atuais da MP-7 possuem uma peculiaridade em seu gatilho que possui uma tecla de segurança inserida, como nas pistolas Glock.
A MP-7 possui uma manopla de apoio dobrável abaixo da parte frontal que pode ser usada como guarda mão quando dobrada ou ponto de apoio quando estendido. Há trilhos padrão picatinny para facilitar a instalação de acessórios como miras ópticas, lanternas ou apontadores a laser.

Acima: Os trilhos picatinny para acessórios facilitam muito a instalação de acessório como esta mira red dot.
A MP-7, devido a sua compacticidade e poder de fogo, permite que seja ideal para uso em ambientes apertados como dentro de veículos como tanques de guerra ou como arma de defesa pessoal de um piloto de combate em um caça que seja abatido. Assim, o piloto, ao ejetar terá junto consigo uma compacta arma com bom alcance e poder de fogo para se defender de eventuais inimigos que tentem lhe capturar.  O conceito de arma de defesa pessoal PDW que atende a MP-7 tem ainda um outro protagonista. O modelo P-90 da também excelente FN Herstal da Bélgica. Igualmente como na MP-7, a P-90 usa uma munição especifica para sua arma que também tem desempenho bastante similar ao da MP-7, porém com um calibre um pouco maior.
A MP-7 é uma fantástica submetralhadora, principalmente para operações especiais onde as necessidades do combatente em um ambiente de hostilidade mais agressiva se faz presente, fornecendo uma solução prática, eficiente e confiável.

Acima: O desenho da MP-7 traz consigo uma excelente ergonomia e uma inconfiável influencia da família G-36.


Acima: Nessa foto podemos ver um operador dos SEALs com sua MP-7A1. esta arma foi empregada na operação que levou a morte do terrorista Osama Bin Ladem.

SIG 550



FICHA TÉCNICA
Tipo: Fuzil de assalto.
Miras: Alça regulável em forma de tambor com pontos luminescentes e massa com dois postes com regulagem lateral.
Peso:  (SIG-550) 4,1 kg; (SIG-551): 3.4 Kg; (SIG-552): 3,2 kg.
Sistema de operação: A gás com ferrolho rotativo.
Calibre: 5,56 X 45 mm.
Capacidade: Carregadores de 5, 20, 30 munições.
Comprimento Total: (SIG-550): 998 mm; (SIG-551): 833 m; (SIG-552): 730 mm (coronha estendida)
Comprimento do Cano: (SIG-550): 20,8 pol; (SIG-551): 14,3 pol; (SIG-552): 8,9 pol.
Velocidade na Boca do Cano: (SIG-550): 911 m/seg; (SIG-551): 850 m/seg; (SIG-552): 725 m/seg.
cadencia de tiro: 700 tiros/min.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S.Junior
A fabricante suíça de armas de fogo SIG Arms goza de uma posição invejável no mundo das armas de fogo. Seu nome, SIG, é o acrônimo e  Schweizerische Industrie Gesellschaft (companhia industrial suíça), fabrica diversos tipos de armas de fogo que vão desde pistolas a fuzis de assalto, todos com uma reputação de alta qualidade, embora isso reflita no preço de seus produtos, também mais altos que a média para cada segmento de armamentos que esta empresa compete. 
A família de fuzis SIG-550 é mais um desses casos de sucesso graças ao equilibrio do conjunto entre ergonimia, confiabilidade e precisão que levaram a alguns especialistas do ramo das armas de fogo a considerar o SIG-550 e seus derivados, como o melhor fuzil de assalto que existe. Reconheço, porém, que não é o meu caso, pois ainda coloco alguns outros modelos a frente do excelente SIG.

Acima: Conhecido no exército suíço como STG-90, o fuzil SIG-550 é uma referência e qualidade mecânica e de precisão. Cada cidadão que serve o exército suíço, recebe um fuzil SIG-550 para manter em casa.
O exército suíço começou a considerar a necessidade de substituir seu velho, porém bom fuzil STG-57 no começo dos anos 70. A ideia foi adotar o calibre que estava sendo padronizado nos países da OTAN, o 5,56X45 mm, mesmo considerando que este país não faz parte dessa organização. embora, claramente tenham uma certa sintonia com os países desta.  Depois de uma rápida concorrência onde a SIG Arms  com seu protótipo SG 541, venceu o modelo C-42 da empresa W+F e se tornou o novo fuzil das forças armadas suíças sendo batizado de STG-90. Para exportação, o STG-90 é chamado de SIG-550, nomenclatura que é mais conhecida pelo resto do mundo o excelente fuzil da SIG.

Acima: A versão para tiros de precisão é conhecida como SG-550 Sniper e traz diversas soluções ergonômicas e de apoio para se conseguir tiros precisos a distancias de 600 metros ou mais.
O SIG-550 apresenta uma construção relativamente convencional composta por partes de aço estampado em suas partes com maior necessidade de resistência como a caixa da culatra, e outras partes em polímero como a coronha, guarda mão e a empunhadura. Chama a tenção o carregador também em plastico com acabamento translucido, o que facilita muito a visualização da quantidade de munição disponível. Esses carregadores possuem , ainda, pinos de acoplamento nas laterais para juntar vários carregadores facilitando sua troca em caso de esvaziar em situação de batalha. Essa característica, é compartilhada por outros modelos de sucesso comercial como o alemão HK G-36 e o austríaco Steyr AUG, ambos já apresentados no Full metal Jacket. De ergonomia perfeita, sendo uma arma de confortável operação, mas  que  sofria com  a ausência de trilhos para acessórios, quase que onipresentes nos mais recentes projetos de fuzis e submetralhadoras. Nas versões mais recentes do SIG-550, esse acessório foi instalado na parte de cima da culatra, no lugar da alça de mira.

Acima: Nesta foto, podemos ver o SIG-550 com um lança granadas GW-97K calibre 40 mm instalado abaixo do guarda mão.
A coronha é rebatível, ideal para uso em aeronaves por paraquedistas ou dentro de viaturas blindadas de transporte de tropas. Nela se encontra uma soleira de borracha que ajuda no conforto do disparo, já bastante reduzido no pequeno calibre 5,56X45 mm, quando comparado ao potente 7,62X51 mm encontrado no velho e bom fuzil FAL.
O sistema de mira é composto por uma alça com regulagem micrométrica para 100 a 400 metros com um orifício estilo peep sight. A massa também apresenta uma peculiaridade interessante com uma barra pivotante com uma posição para tiros a curta distancia e a segunda posição para disparos de 200 a 400 metros. A SIG também teve uma boa ideia em fazer uma alça do gatilho que rebate lateralmente permitindo o uso de luvas . 
O gatilho, por sua vez, é uma tecla que quando se move, encosta em uma outra pequena tecla montada na empunhadura e que, faz liberação da armadilha e consequentemente o disparo. esse conjunto permitiu um gatilho bastante macio e preciso.

Acima: O SIG-551 A1 possui um cano mais longo. Notem o carregador translucido que facilita a verificação da quantidade de munição rapidamente.
O fuzil SIG 550  suas variantes operam através do aproveitamento de gases que empurram um pistão movendo um ferrolho com trancamento rotativo com dois ressaltos, diferentemente do que vemos nos modelos mais recentes onde o ferrolho tem de 6 ou 7 ressaltos de trancamento. Antes que você, leitor, comece a questionar se isso é um problema ou uma qualidade, já respondo que no SIG, funciona de forma perfeita sem que haja riscos de mal funcionamento de ejeção, percussão ou qualquer tipo de falha. Eu tive a oportunidade de ler sobre dois testes dessa arma e em nenhum dele ocorreu qualquer tipo de incidente de tiro (problemas). No tubo de tomada de gases há um registro com duas posições para operar a arma em condição limpa ou suja para que garanta o melhor funcionamento possível mesmo em condição de batalha., quando não há muito tempo para a limpeza da arma. O SIG 550 tem uma tecla ambidestra (dos dois lados da arma), para trava e controle do regime de tiro. As posições são: Rajada, Rajada curta de 3 tiros, intermitente e travado.

Acima: O compacto SIG-552 Commando é ideal pra operações em ambientes fechados. Esta versão é particularmente comum nas mãos de policiais de tropas especiais como SWAT de alguns Estados norte americanos.
O SIG-550 possui 5 versões que são adequadas a situações mais especificas. A versão SIG-550 é a versão padrão do modelo, e possui como característica as dimensões maiores, com comprimento de 998 mm e cano de 20,8 polegadas. essa versão é ideal para uso em áreas com grandes espaços abertos, onde possa ser necessário engajar alvos a distancias de 400 ou mesmo 600 metros. O modelo SIG-551, mais compacto, tem um cano menor, com 14,1 polegadas, o que reduziu o comprimento da arma para 833 mm. Esta é uma versão adequada para uso por paraquedistas e por tropas que operem em ambientes urbanos onde o alcance dos alvos é menor e seja necessário uma arma mais leve e compacta para operar. O SIG-552 Commando é a versão ultra compacta, perfeita para operar em ambiente internos como casas, edifícios, etc. essa versão tem comprimento de 730 mm, e o cano de 8,9 polegadas, sendo adequado para disparos a menos de 100 metros. Uma versão chamada SIG-553 é, na pratica, um SIG-552 melhorado com a mola de retorno envolvendo o pistão, como é no SIG-550 e 551. Por ultimo, , há uma versão para tiro de precisão chamada SG-550 Sniper que possui um cano de 25,58 polegadas, coronha totalmente regulável, bipé rebatível e uma empunhadura mais ergonômica. esta versão é operada com uma mira telescópica sempre.




Acima: Aqui temos as versões básicas da família SIG-550 com o próprio 550 em cima, o SIG-551 logo abaixo, sendo seguido pelo SIG-552 Commando e SIG-553.
Os fuzis da família SIG 550 estão em uso em mais de 24 países, incluindo o Brasil que tem adotado esse excelente fuzil na Força Aérea Brasileira (FAB) em suas forças Para SAR e provavelmente será o armamento padrão da infantaria "fabiana" nos anos vindouros. Nos Estados Unidos, nação com liberdade absoluta de escolha de suas armas e onde a SIG tem, ao mesmo tempo, o melhor e maior mercado, junto com uma concorrência muito agressiva, tem conseguido vender seus fuzis para alguns departamentos de policia e grupos da SWAT de algumas cidades, provando a boa aceitação e respeito que os produtos desta renomada empresa possui junto a profissionais da segurança publica e da defesa. 

Acima: A Força Aérea Brasileira, com sua tropa PARA SAR, que faz busca e salvamento de combate, opera o SIG-551 como armamento padrão. Novas aquisições deste bom fuzil demonstra que a FAB pretende padronizar esse fuzil para o resto de sua infantaria.