terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

FUZIL AR-15/ M-16




FICHA TÉCNICA
COLT AR-15A2 
Tipo: Fuzil semi-automático
Miras: Regulagem lateral na alça a 4 posições fixas de massa e alça para regulagem em elevação.
Peso: 3.2 Kg (vazio) 3.6 Kg (carregado) .
Sistema de operação: A gás com ferrolho rotativo.
Calibre: 5,56 X 45 mm (223 Remington).
Capacidade: Carregadores de 5, 20, 30, 60 ou Beta de 100 munições.
Comprimento Total: 1 m.
Comprimento do Cano: 20 polegadas.
Velocidade na Boca do Cano: 908 m/seg.
Cadencia de tiro: 700 a 950 tiros/min.
COLT M-4A-3
Tipo: Fuzil automático.
Miras: Regulagem lateral na alça a 4 posições fixas de massa e alça para regulagem em elevação.
Peso: 3.0 Kg (vazio) 3.52 Kg (carregado).
Sistema de operação: A gás com ferrolho rotativo.
Calibre: 5,56 X 45 mm (223 Remington).
Capacidade: Carregadores de 5, 20, 30, 60 ou Beta de 100 munições.
Comprimento Total: 88.3 cm com a coronha aberta, e 79 cm com a coronha fechada.
Comprimento do Cano: 16 polegadas.
Velocidade na Boca do Cano: 830 m/seg.
Cadencia de tiro: 700 a 950 tiros/min


DESCRIÇÃO
Por Carlos E. S. Junior
Poucas armas foram tão expostas na mídia com a força que se viu com o nome AR-15. Muito se fala, sobre esta arma de “grosso calibre” (A MAIOR ASNEIRA QUE SE FALA), Sobre que ela perfura qualquer blindagem, que ela destrói tudo que ela atinge... e outras imbecilidades. Na verdade todo esse folclore é fruto de uma cultura imposta nesse país de que um cara armado com um 38 ou uma pistola em calibre 380 é considerado uma pessoa bem armada. No mundo, existem países que são democráticos de verdade e onde o cidadão pode comprar o melhor instrumento para se defender e não são impostas limitações ingênuas e sem sentido, como a que limita os calibres em 38 ou 380ACP. Nos Estados Unidos, por exemplo, o calibre 380, que no Brasil é a sensação das lojas de armas, é considerado o menor calibre que alguma pessoa pode usar com alguma eficiência, devido ao seu “anêmico” poder deparada.
Voltando ao assunto desta matéria, nosso enfocado, o clássico fuzil AR-15, que é uma das armas de fogo mais difundidas na história, estando em uso em quase todos os países do ocidente na forma de arma de uso policial, militar ou mesmo, em caças de pequenos animais roedores, ou pragas do campo, também conhecido com arma de “Varmint”, devido ao fato de munição 5,56mm ser um calibre pequeno, porém de altíssima potência, permite poucos danos na frágil estrutura do corpo desses pequenos animais. Havia, também, um conceito, de que, no campo de batalha, se você matasse o soldado inimigo, ele seria deixado para trás. Seria um a menos. Porém, se você ferisse seu inimigo, você inutilizava 3 soldados, pois eles teriam que carregar seus feridos, e ainda usar uma infraestrutura para tratar desses feridos, causando um poderoso desgaste moral no inimigo. Encima desse conceito, que se decidiu pela diminuição do calibre para o 5,56 mm. Porém, não pensem que este cartucho não seja letal. Ele é com certeza, mas consideravelmente menos potente que o 7,62 mm, usado no M-14 americano e, que ainda é usado pelas forças brasileiras na forma do conhecido FAL.

Acima: O primeiro AR-15, sem nenhuma das melhorias que ocorreram depois das falhas em combate, e abaixo, o modelo M-16 A1, com o botão de fechamento do ferrolho, par ser usado em casos de falhas decorrentes de resíduos e sujeiras excessivas. Notem o carregador de 20 cartuchos na versão de cima e no carregador estilo "banana" de 30 tiros na versão de baixo.
O AR-15 foi idealizado pelo gênio projetista Eugene Stoner que trabalhava para a empresa Armalite, e baseado no, não tão conhecido AR-10, também, criado por Eugene, mas em calibre 7,62X51 mm. Em 1957 o exercito dos Estados Unidos encomendaram um novo fuzil que usasse um calibre menor, que o 308 winchester, também conhecido por 7,62X51 mm, e que fosse leve para ser transportado com mais munição pelos soldados. A munição teria que ser algo em calibre 22 e com capacidade de perfurar um capacete de aço padrão a 500 metros. Eugene Stoner usou como base seu rifle AR-10 e construiu o AR-15, em calibre 223 Remington ou 5,56 X 45 mm, que era um calibre derivado do calibre 222 Remington, usado para caça de pequenos animais. Em 1958 a Armalite entregou os primeiros fuzis ao exercito para testes de campo, o que acabou mostrando problemas com relação à precisão e a confiabilidade da arma. Em 1959, a Armalite estava decepcionada com os resultados desfavoráveis do AR-15 e vendeu todo o projeto e direitos a companhia Colt, uma consagrada fabricante de armas mundial e o senhor Eugene Stoner foi parar dentro da fabrica da Colt. E nesse ano a Colt mostrou o AR-15 para o comandante da USAF (Força Aérea Americana) que comprou, aproximadamente 8000 fuzis para substituir as antigas carabinas M-1 e M-2. Em 1962 o DARPA (departamento de projetos avançados dos Estados unidos), comprou 1000 AR-15s e os mandou para testes de campo no Vietnam do sul, e esse fato resultou em uma encomenda de 85000 fuzis para o exercito e mais 19000 para a força aérea. Porém os resultados em campo, começaram e se mostrar preocupantes pois o AR-15 estava apresentando grandes problemas de funcionamento, que estavam sendo ocasionados pelo tipo de pólvora que era usado nos cartuchos. Essa pólvora, a IMR tubular da Du Pont era usada em cartuchos 7,62X51 mm, causava um grande e rápido depósito de carbono nas partes internas da arma que depois de quente, esse depósito, esfriava e endurecia fortemente como se fosse uma cola de secagem rápida travando a arma em definitivo. Para evitar esse tipo de ocorrência seria necessário que se limpasse a arma a todo o momento, o que não era uma prática muito difundida no atoleiro que se tornou os campos de batalha vietnamitas. A substituição da pólvora usada, somado a mudanças na arma como um novo mecanismo de amortecimento para diminuir a cadência de tiro, a cromeação da câmara e canos da arma evitaria a oxidação por causa do ambiente úmido do sudeste asiático fazendo surgir o M-16A1, uma arma que embora fosse confiável, estava com dificuldades de apagar a péssima primeira impressão que havia tido inicialmente.
Acima: Na guerra do Vietnam, o M-16 foi inserido com péssimos resultados decorrentes de munição inadequada, assim como problemas de confiabilidade da arma quando suja.
No fim da década de 70, as forças armadas dos EUA e a própria Colt começaram a estudar melhorias que fossem possíveis de se aplicar ao AR-15, e aí, nasceu o M-16A2, uma arma de cano mais pesado e resistente, troca do passo do raiamento do cano de 1:305 para 1:17, tornando mais adequada a o tipo de munição SS109 usada como padrão pela OTAN. A troca da telha por uma nova em material sintético mais resistente e ainda tinha disponível uma nova posição no seletor de tiro: a de rajada curta de 3 tiros.
Atualmente, esta arma é fabricada por muitas empresas que adquiriram o direito de produção e que através de novas melhorias, teve novas versões, como o M-16A3 que trabalha totalmente em automático ou em semi auto, usando das mesmas qualidades e resistência da versão A2 e ainda tinha a alça de transporte substituída por uma removível; a nova versão M-16A4, que voltou a ter a disponibilidade da posição de rajadas curtas de 3 tiros, e ainda teve montado um trilho tipo picatinny, que permite o uso de miras ópticas, que podem ser instaladas sem necessidade de um armeiro. Esses trilhos picatinny, estão presentes na telha também para permitir o acoplamento de lanternas, miras laser, câmeras e lança granada.

Acima: O modelo Colt M-16A2 foi a mais importante revisão do projeto AR-15 tornando a arma, efetivamente mais confiável e resistente. Esse modelo é usado pelo corpo de fuzileiros navais do Brasil (CFN).
Falando em lança granada, é interessante notar que o modelo M-16A1, equipado com um lançador de granada M-203 e 40 mm se tornou muito popular depois da apresentação do filme “PREDADOR”, Onde o ator Arnold Schwarzenegger usa uma dessas armas. O lança granada M-203, permite uma grande melhoria no potencial de letalidade do infante com um dispositivo mais leve que um lança rojão, ou bazooca como prefere alguns, integrado à sua arma principal flexibilizando o seu uso. Muitos exércitos atuais acabaram por adotar de lança granada os seus fuzis depois que essa modificação foi demonstrada como eficaz pelo uso pioneiro no exército dos Estados Unidos.

Acima: Aqui temos um exemplar do fuzil M-16A1 com lança granadas M-203 em calibre 40 mm.
Abaixo: A versão do M-16A2 com o mesmo lançador de granadas difere pelo cano reforçado, além do seletor de tiros com a opção de rajada curta.

Em 1985 o USMC (US Marine Corp ou corpo de fuzileiros navais dos Estados Unidos) encomendou uma versão do fuzil M-16A2 que fosse menor, e para isso o Colt Commando foi usado como base, embora seu cano devesse ser maior que a do Colt commando, tendo, assim o comprimento de 14 polegadas e meia. Essa nova versão se chama M-4 e é extremante comum nas forças americanas, sendo vista nas mãos dos soldados que combateram no Afeganistão e no Iraque. Embora o M-4 seja chamado de carabina, ele ainda possui a posição de tiro em rajada. Hoje a versão mais moderna em produção é a M-4A3, que possui seletor de tiro com rajadas curtas de 3 tiros, e alça de transporte removível. A evolução do AR-15 nesses 44 anos de existência melhorou muito a confiabilidade e eficiência desta arma, sendo que as novas versões são armas modulares com fácil montagem de acessórios e com boa precisão.
Posteriormente ao início operacional do M-16, o Exército dos Estados Unidos requisitou que fosse desenvolvida uma versão menor do M-16, para o uso nas suas forças de operações especiais , como os Boinas Verdes, e essa versão curta foi chamada de XM-177, e designada no US ARMY como CAR-15 ou “Commando”. Essa versão possuía um cano de 10 polegadas e um grande quebra chamas na ponta pois essa arma apresentava enormes labaredas quando atirava. O Colt Commando foi muito popular por causa de sua leveza e facilidade de transporte. Era uma arma usada por operadores de rádio que necessitavam de um rifle mais leve, e por oficiais.

Acima: A compacta carabina XM-177 foi a primeira versão curta do M-16. Atualmente muitas versões desta variante são encontradas nas mãos de policiais, militares e mesmo entusiastas civis em países democráticos (não é o caso do Brasil). O modelo M-4 é a mais difundida atualmente como essa M-4A1 SOPMOD abaixo.


Acima: O M-4 pode receber o mesmo lançador de granadas M-203 usado nas outras variantes do M-16.
Para o futuro existe uma tendência de se adotar um novo calibre para o fuzil das forças armadas americanas. Depois de 4 décadas, alguns conceitos mudaram no campo de batalha e o calibre 5,56 mm tem levantado críticas pelos soldados americanos que tem tido dificuldades de derrubar os guerrilheiros iraquianos e afegãos com apenas um tiro no tórax, sendo que muitas vezes, quando o inimigo se encontra longe,o soldado americano tem tido que atirar uma segunda vez para “parar” a ação do inimigo. O calibre mais provável a ser incorporado é o 6,8 mm SPC (Special Purpose Cartridge), que tem o mesmo comprimento do 5,56, porém é pouco mais largo. Esse calibre já foi testado em combate no Afeganistão e o resultado foi considerado muito bom pelos soldados. Recentemente foi trocado o projétil SS-109, que era padrão OTAN por um com maior peso chamado de MK-262 com 77 grains, fabricado pela Black Hills, o que mostrou uma melhora na letalidade, porém esse assunto se encontra em aberto, e nenhuma decisão foi tomada ainda.

Acima: A versão mais recente do M-16 é a variante M-16A4 em uso pelo exército dos Estados Unidos. 
Abaixo: Aqui  M-16A4 com lançador de granadas M-203 de 40 mm.



Acima: A Colt fabricou uma versão submetralhadora do AR-15 em calibre 9 mm chamado de Colt Modelo 635 ou Colt SMG (submachine gun).

PISTOLAS SIG SAUER

A industria Sig-Sauer, é uma conhecida fabricante de armas de fogo de todos os tipos. Eles produzem desde pistolas em calibre 380 ACP, até fuzis de assalto de altíssima qualidade. Interessantemente, o produto mais popular desta prestigiada empresa suissa-alemã é a pistola semi-automática que ela produz e que influencia projetistas e desenhistas de armas de fogo no mundo todo. Um exemplo bem próximo de nós brasileiros, é a nossa fabrica da Taurus, bastante difundida no mercado nacional e bastante presente no rígido mercado norte americano. Muitas pistolas da Taurus como as PT-938, 945, 917, tem desenho muito semelhante ao encontrado nas pistolas Sig Sauer.
A história da Sig começa quando a industria Schweizerische Geshellschaft adquire as patentes  de um projetista de armas francês e projeta a pistola P-210, em 1948, considerada por  especialistas como uma das melhores pistolas já construídas. Esta arma foi adquirida pelo exército suíço e dinamarquês. Depois desse lançamento, alguns anos se passaram e a Sig estava passando por dificuldades devido a um movimento político que visava banir as armas de fogo na Suíça, e acabou se juntando com uma outra empresa que, também passava por dificuldades, devido a ter sua fabrica confiscada pelo governo da Alemanha Oriental, conhecida como J.P Sauer & Sons formando aí a nova empresa Sig-Sauer. Quando essa união ocorreu, a fabrica da Sig-Sauer foi aberta na Alemanha Ocidental.
Acima: Um dos melhores projetos de pistolas da história, porém, caro demais para um uso simples para defesa, a P-210 está em produção desde 1948.
O primeiro produto desta “recém criada” industria, foi a moderna pistola P-220, em calibre 45, que incorpora um mecanismo de desarmar o cão que é usado num produto da antiga J.P Sauer & Sons, a pistola Sauer 38H e um chassi em duralumínio para diminuir o peso da arma. Como pode-se ver a qualidade do produto suíço e a inovação dos produtos alemães, criaram, uma das mais bem sucedidas armas de fogo do mundo. Todas as pistolas da Sig-Sauer são baseadas nesta pistola P-220, que diga-se de passagem, é fabricada até hoje.
Uma versão compacta com menor cano e empunhadura reduzida, conhecida como P-245, está disponível, também, para quem queira uma arma backup que use o mesmo calibre da arma principal, como o 45  da P-220.
Acima: As pistolas da Sig Sauer são de ótima qualidade, além de muito bem acabadas. A clássica P-220 é um exemplo do sucesso de seus produtos.
Falando em backup, existe também uma pequena pistola em calibre 380 ACP, da SIG, chamada P-232, e que se assemelha a uma Walter PPK. È uma arma de pequeno porte, ideal para uso dissimulado com roupas de verão. Mas para ser efetiva, o usuário precisa prestar atenção na munição que ele escolher. Deve-se optar por alguma munição “apimentada” do tipo +P para uso em defesa e conseguir um poder de parada (stopping power) adequado.
Acima: A pequena P-232 é a menor pistola da Sig Sauer e usa o diminuto calibre 380 ACP. 
Uma versão de carregador monofilar, da P-228, e por isso, um desenho mais fino, é a P-239. Com seus 8 tiros em 9mm, é uma arma muito popular entre policiais americanos, que a portam como uma backup de forma discreta, mesmo com roupas mais leves.
Em 1985, os Estados Unidos estavam promovendo uma concorrência para aquisição de uma nova pistola para substituir as pistolas calibre 45 no modelo 1911. A vencedora desta concorrência foi a Beretta M-92, sem dúvida, uma clássica pistola. Para essa concorrência a Sig-Sauer construiu o modelo P-226 preenchendo os requisitos deste programa, porém, com um custo mais alto que suas concorrentes, acabou sendo desclassificada logo no começo. A P-226, é uma pistola de alta capacidade de munição (15 tiros + 1 na câmara), em calibre 9 mm parabellum. Suas dimensões são as mesmas encontradas no P-220 em calibre 45, mas com o redimensionamento da empunhadura para comportar um carregador bifilar em calibre 9 mm. Uma coisa interessante de se notar é o cano pivotante que é um sistema usado em outras armas de renome, onde a câmara se move para baixo, durante o movimento do ferrolho, se aproximando do carregador, e assim, facilitando a entrada de um novo cartucho na câmara.
Acima: Outro exemplo de sucesso da Sig Sauer é seu modelo P-226 em calibre 9 mm. O modelo da foto é a P-226 MK-25, usada pelos combatentes do SEALs da marinha dos Estados Unidos.
Mais recentemente, com a mudança de tendências no que se refere ao tamanho e materiais usados em armas de fogo, assim como o “novo” calibre 40 S&W, a Sig-Sauer, não perdeu tempo e fez alguns lançamentos. O Primeiro foi a pistola P-229, que representa a proposta de uma arma compacta com cano reduzido de 4.4 polegadas, encontrado na P-226,  para 3.9 polegadas. Além disso, a arma foi produzida no calibre 40 S&W, 9 mm e o poderoso 357 SIG, munição essa desenvolvida pela empresa enfocada nessa matéria. Ainda falando um pouco desse potente calibre, quero mencionar que trata-se de um cartucho em calibre 40 S&W, com a redução da “boca do estojo” para o calibre 9 mm, fazendo com que o aspecto dessa munição se assemelhe ao encontrado em fuzis. Ou seja é uma munição em formato de “garrafinha”. O resultado desse desenvolvimento foi bem próximo do que se consegue com o excelente 357 magnum, tradicionalmente usado em revolveres. 
Outro produto moderno, desta renomada marca é a linha SIG-PRO formada por pistolas SP 2022 e a SIG 2340, com chassi em polímero de alto impacto. Essas armas também são compactas e o modelo 2022 foi desenhado para a policia da França. Essas armas, estão disponíveis nos calibres 9 mm, 357 SIG e 40 S&W, também. 
Acima: A SIG SP2022, da família SIG Pro, foi o primeiro produto da SIG com a armação em polímero. O resultado foi uma arma eficaz, compacta e de desenho futurista.
Nos Estados Unidos, ocorreu uma fase iniciada em meados dos anos 90 e que terminou em 2005, em que era proibido armas com características militares e pistolas com capacidade maior do que 10 tiros. Sendo assim, os fabricantes que atuam nos Estados Unidos tiveram que colocar limitadores nas suas pistolas de alta capacidade. Por causa desta restrição, a procura por armas de maior impacto como o 45 e o 40 S&W deu um boom de vendas. Uma coisa interessante foi que as antigas e tradicionais pistolas modelo 1911 inventadas pelo gênio John M. Browning começaram a despertar o interesse do consumidor americano, novamente, e até alguns órgãos de polícia aderiram a esta arma. Sendo assim a SIG-Sauer, como muitos grande fabricantes, desenvolveram sua versão desta clássica pistola, chamada revolution Nitron, que mesmo com um projeto de quase 100 anos, é ainda uma inspiração para muitos projetos mais modernos. 
Acima: Seguindo a moda no maior mercado de armas do mundo, o norte americano, a Sig Sauer lançou seu clone da célebre M-1911. 
Novas tendências em desenho de armas curtas foram aparecendo e o modelo P-250, feita com peças de polímero e com o sistema que é a moda do momento: Somente ação dupla. Embora esse sistema esteja na moda, eu, particularmente não gosto muito. Tenho boa experiência de tiro e para mim o melhor sistema é o ação dupla, com os tiros seguintes em ação simples, como nos outros modelos da marca. Porém, o ultimo produto desta renomada fabricante é a P-320, uma pistola que opera somente em ação dupla (DAO) e por isso tem seu gatilho amaciado para garantir facilidade e precisão nos disparos. O modelo é fabricado em dois tamanhos, sendo um full size com cano de 4,7 polegadas e uma versão curta (P-320 Carry), pensada para porte dissimulado com cano apresentando um comprimento de cano com 3,9 polegadas. Esta arma é oferecida para uso militar, policial, e para defesa pessoal nos países onde impera o bom senso e os cidadãos podem ter armas efetivas para sua auto defesa.
Abaixo, coloquei a ficha técnica das pistolas da Sig-Sauer que se encontram em produção atualmente.

FICHA TÉCNICA
P-210
Calibre: 9 mm
Capacidade: 8 tiros
Comprimento do cano: 4.9 pol
Comprimento total: 215 mm
Sistema de operação: Ação simples

FICHA TÉCNICA
P-220
Calibre: 45 ACP
Capacidade: 7 tiros
Comprimento do cano: 4,4 pol
Comprimento total: 193 mm
Sistema de operação: dupla ação

FICHA TÉCNICA
P-226
Calibre: 9 mm, 357 SIG e 40 S&W
Capacidade: 15 tiros em 9 mm, ou 12 tiros em 40S&W e 357 SIG.
Comprimento do cano: 4,4 pol
Comprimento total: 196 mm
Sistema de operação: Ação dupla ou “somente ação dupla”

FICHA TÉCNICA
P-229
Calibre: 9 mm, 357 SIG e 40 S&W
Capacidade: 12 tiros
Comprimento do cano: 3,9 pol
Comprimento total: 180 mm
Sistema de operação: Ação dulpa ou “somente ação dupla”

FICHA TÉCNICA
P-232
Calibre: 380 ACP
Capacidade: 7 tiros
Comprimento do cano: 3,62 pol
Comprimento total: 168 mm
Sistema de operação: Ação dupla

FICHA TÉCNICA
P-239
Calibre: 9 mm, 357 SIG e 40 S&W
Capacidade: 8 tiros em 9 mm e 7 em 357 SIG ou 40 S&W
Comprimento do cano: 3,6 pol
Comprimento total: 132 mm
Sistema de operação: Ação dupla

FICHA TÉCNICA
SIG PRO – P-2022 
Calibre: 9 mm, 357 SIG e 40 S&W
Capacidade: 15 tiros em 9 mm, ou 12 tiros em 357 SIG e 40 S&W
Comprimento do cano: 3,9 pol
Comprimento total: 187 mm
Sistema de operação: Ação dupla

FICHA TÉCNICA
sig 1911 Nitron
Calibre: 45 ACP
Capacidade: 8 tiros
Comprimento do cano: 5 pol
Comprimento total: 216mm
Sistema de operação: Ação simples

FICHA TÉCNICA 
Revolution Carry Nitron 
Calibre: 45 ACP
Capacidade: 8 tiros
Comprimento do cano: 4,25 pol
Comprimento total: 216mm
Sistema de operação: Ação simples

FICHA TÉCNICA
P-250
Calibre: 9 mm. (estão sendo planejados versões em 357 SIG, 40 S&W e 45 ACP)
Capacidade: 15 tiros em 9 mm
Comprimento do cano: 3,9 pol
Comprimento total: 180 mm
Sistema de operação: Somente ação dupla (DAO)
FICHA TÉCNICA
P-320
Calibre: 9 mm, 40 S&W
Capacidade: 15 tiros em 9 mm
Comprimento do cano:  4,7 Pol (full size), 3,9 pol (Carry)
Comprimento total: 203 mm (Full Size), 183 mm
Sistema de operação: Somente ação dupla (DAO)

FUZIL IA-2

A matéria sobre o fuzil IA-2, desenvolvido pela Imbel, publicada originalmente no site Trilogia de Defesa foi cedida pelo seu autor Claudio Queiroz e pelo editor chefe do site, Alexandre Galante, para publicação no blog WARFARE. Esse trabalho, representa o melhor e mais completo artigo sobre o novo e moderno fuzil da Imbel já publicado na internet. As fotos, feita pelo fotógrafo e jornalista Ricardo Pereira do site Assuntos Militares, seguem a linha de qualidade do texto, dando um toque especial a todo esse trabalho.
Deixo aqui meu profundo agradecimento ao Claudio Queiroz, Ricardo Pereira e ao Alexandre Galante pela licença de publicar este magnífico trabalho no WARFARE blog.

FICHA TÉCNICA (Fuzil de Assalto IA-2)
Calibre: 5,56X45 mm e 7,62X51 mm.
Miras: Alça com regulagem lateral com 2 posições (150 e 250 metros); Massa regulável verticalmente. Miras ópticas e reflex podem ser integradas facilmente devido ao trilho picatinny.
Capacidader: 30 munições (5,56X45 mm), 20 munições (7,62X51 mm).
Cadência de tiro: 700 tiros/ min; (A carabina opera apenas em semi automática)
Peso vazio: 
- IA-2 5,56: 3,38 kg; 
- IA-2 7,62: 4,03 kg;
- IA-2 7,62 CQB: 3,76 kg.
Comprimento: 
- IA-2 5,56: 85 cm; 
- IA-2 7,62: 92 cm; 
- IA-2 7,62 CQB: 80 cm.
Comprimento do cano: 
- IA-2 5,56: 13,78 pol; 
- IA-2 7,62: 15,35 pol; 
- IA-2 7,62 CQB: 10,43 pol.
Sistema de operação: 
- IA-2 5,56: Ferrolho rotativo de 7 ressaltos com tomada de gases;
- IA-2 7,62: Ferrolho com travamento basculante.

DESCRIÇÃO
Texto de Claudio Queiroz e fotos de Ricardo Pereira Alexandre Galante.
No final de maio de 2014 uma equipe do Forças Terrestres/Forças de Defesa visitou a fábrica da Imbel em Itajubá-MG para conhecer de perto o novo Fuzil IA2 e trazer informações, fotos e impressões a respeito desta nova arma em primeira mão. A seguir, você pode ler um pouco do que vimos por lá. Uma matéria mais completa será publicada na próxima edição impressa da revista Forças de Defesa.
Desde 2009, tem chegado ao conhecimento do público o desenvolvimento de uma nova classe de fuzis 100% nacional produzida pela Imbel, que desde o princípio teve como foco trazer aos soldados brasileiros, sejam eles das Forças Armadas ou das Forças de Segurança Pública, um armamento que fosse o mais atual, prático, seguro e confiável.
Este armamento desenvolvido e aprimorado nos últimos anos foi chamado de IA2, mas não se trata apenas de um fuzil, na verdade é um sistema de armas em dois calibres, com dois modelos específicos de cada calibre.
O primeiro calibre desenvolvido foi justamente o onipresente 5.56X45mm NATO (nominal), em duas versões com comprimento de canos diferentes, porém posteriormente foi optado por um tamanho somente para as duas versões. O segundo calibre é o tradicional e potente 7.62X51mm NATO (nominal), também em duas versões e comprimentos de canos diferentes.
Importante destacar, que muito tem se falado a respeito deste sistema de armas, inclusive muitos mitos e informações erradas. Esta matéria vai desfazer as dúvidas e esclarecer as características do IA2.

Acima: Sistema de armas Imbel IA-2. A família reunida. 
Primeiro integrante deste sistema de armas, o FZ Ass 5,56 IMBEL A2 foi um desenvolvimento posterior ao MD-97, que foi o primeiro fuzil com caixa de culatra em liga de alumínio e sistema de trancamento por ferrolho rotativo (menos de 28 graus) e engrazadores múltiplos (7 no total), que não foi um pedido do Exército, mas ganhou força com o interesse da Força Nacional de Segurança.
Anteriormente, nos inícios dos anos 1990, o Exército tinha solicitado que a Fábrica de Itajubá/Imbel desenvolvesse um FAL em calibre 5.56X45mm para atender às necessidades de uso pela Força quando em operação com forças amigas que faziam uso deste calibre menos potente. O pedido resultou na família IMBEL MD-2, que apesar de apresentar a mesma robustez e confiabilidade do M-964 em calibre 7.62X51mm, tinha por característica de concepção e fabricação um peso elevado para a classe de arma, inclusive sendo mais pesado que o original M-964. Este fato não é um demérito dos projetistas, já que a arma foi projetada em curtíssimo espaço de tempo.
O Fuzil IA2 5.56X45mm, partiu da base do MD-97 para a sua concepção, onde foram empregadas novas técnicas de projeto, desenvolvimento e produção. O projeto foi feito tendo como norma os ROB (Requisitos Operacionais Básicos) fornecidos pelo Exército Brasileiro para esta classe de armas. Posteriormente, depois de ter sido aprovado em testes, e com todo o ferramental pronto para a produção, o projeto foi alterado para atender aos ROC (Requisitos Operacionais Conjuntos) do Ministério da Defesa, que planejou a aquisição da mesma arma para todas as três Forças de Defesa Brasileiras.
Tendo os novos ROC em mãos, o corpo técnico da Fábrica de Itajubá/Imbel partiu para que o projeto anterior e já aprovado nos rigorosos testes do Centro de Avaliações do Exército (CAEx) se adequasse aos mesmos.
Isto foi conseguido com louvor e muita dedicação, inclusive tendo superado em muito alguns requisitos dos testes estabelecidos. Para titulo de exemplo, foi nos informado que uma arma já ultrapassou os 18.000 tiros em regime de testes sem apresentar falhas e se mantendo dentro dos padrões estabelecidos.
Aqui cabem alguns detalhes, o corpo técnico em concordância com os usuários finais optou por questão de robustez, confiabilidade facilidade de produção e manutenção, por suprimir a opção de tiros múltiplos controlados (Burst).
Como dito anteriormente, apesar de ter sido tomado como base o MD-97, o atual IA2 5.56mm pode ser considerado um novo fuzil, pois no seu desenvolvimento foi aproveitado o que de mais moderno se tinha em mãos para os estudos de engenharia e soluções. Entre as soluções adotadas, um novo sistema de recuperação dos gases, novos materiais sintéticos, nova ergonomia, e nova metodologia de limpeza padrão.
Destacamos também outras inovações importantes:

  • Novo conceito em fixação do cano a caixa da arma, completamente aprimorado e muito diferente ao empregado anteriormente.
  • Novo conceito e construção do sistema de embolo e pistão do recuperador de gases, tendo este hoje uma metodologia de limpeza sem par no mundo (pelo menos conhecido até o momento); para a limpeza do dia a dia pós-utilização, não é mais necessária a desmontagem da arma, bastando somente a retirada do embolo recuperador de gases, com um simples pequeno movimento rotatório. Tendo feito isto e mantido o ferrolho em posição aberta, o que é automático quando a arma está desmuniciada (carregador vazio), basta utilizar a escova que acompanha a arma para realizar a limpeza no cilindro de recuperação, câmara e cabeça do ferrolho. Para se ter uma ideia, levamos mais tempo lendo o procedimento de limpeza que executando.

Acima: Procedimento de retirada do embolo.
Mesmo tendo este conceito facilitador para a limpeza (podendo ser chamada de limpeza de primeiro escalão), os projetistas se preocuparam em proporcionar ao usuário um fuzil que fosse o mais prático, simples e funcional na desmontagem para uma manutenção mais profunda e completa, como lubrificação do sistema de disparo e do transportador do ferrolho.
Para isto, basta que a arma esteja com o transportador/ferrolho à frente (para evitar compressão da mola recuperadora), premir um pino cativo na parte posterior lateral da arma e proceder o basculamento do conjunto superior e inferior compreendido pelo sistema de disparo (pistol grip, guarda mato, martelo e outros).
Feito isto, a parte superior da arma pode ser deslizada para trás em seu trilho guia, sem riscos de peças saltantes.
Retirada a haste e mola de recuperação, junto ao seu conjunto da parte superior, pode-se remover o transportador para a desmontagem do mesmo se existir a necessidade, o que é raro, pois não existe acúmulo de material da combustão nesta parte e muito pequena na extremidade frontal. O sistema de recuperação de gases foi projetado para que isto não ocorra.
Para a desmontagem do transportador e a retirada do ferrolho rotativo, existe um único pino, e seus componentes são projetados de tal maneira que a remontagem não seja possível se não estiverem na devida posição. Ou seja, é um processo à prova de alunos, “bisonhos”, “raros” e outras espécies que povoam as fileiras de soldados.
Não existe a necessidade de desmontagem do sistema de recuperação de gases com frequência para limpeza, bastando o processo relatado acima, mas para a lubrificação periódica o mesmo pode ser alcançado de forma simples e prática. Basta retirar um pino com travamento elástico do conjunto guarda-mão inferior e guarda-mão superior (não existe mais telha e guarda-mão), mover e desencaixar um do outro e pronto, já se tem acesso ao conjunto.

Acima: Nessa foto vê-se a arma desmontada, inclusive com suas duas partes articuladas soltas.
No calibre 5,56mm foram desenvolvidas e estão em linha de produção duas versões, o fuzil de emprego militar conforme descrito acima e a carabina de emprego policial, que não possui o regime automático e o retém de baioneta, mantendo todas as outras configurações, detalhes e facilidades do fuzil.
O fuzil IA2 7.62X51mm, outro componente do Sistema de Armas IMBEL IA2, foi o que ficou mais tempo sem informações a respeito, não por problemas, mas sim pela ordem de desenvolvimento, que priorizou o calibre 5.56X45mm.
A fábrica de Itajubá/Imbel aproveitou todo o conhecimento adquirido no desenvolvimento dos fuzis e carabinas IA2 5.56 para empregar no mais potente fuzil.
Utilizando-se do sistema fabril, manufatura com parâmetros e especificações muito rígidas, o corpo de engenheiros conseguiu chegar a um produto final que tem tudo para se tornar um ícone na história dos fuzis em calibre 7.62X51mm.
Para se evitar erros ou até mesmo falhas de desenvolvimento, o corpo técnico optou por usar o sistema de trancamento basculante empregado no FAL M-964, um sistema robusto e confiável, já em uso há décadas no Exército Brasileiro e de outros países mundo afora.
Um detalhe importante é que esta versão do IA2 passou por rigorosos testes de resistência e confiabilidade conforme exigência do Exército Brasileiro, diferentemente do FAL, que por motivos técnicos à época nunca foi testado com este rigor.
Com a premissa de se fazer um sistema de armas moderno, leve e funcional, a equipe de desenvolvimento adotou um projeto ergonômico, novos materiais e usinagem na construção deste novo armamento que resultou numa arma estável, segura e muito funcional, dividindo com seu irmão menos potente muitas das soluções, como o sistema de limpeza do embolo e ferrolho.
O Fz IA2 7.62X51mm utiliza os mesmos conjuntos de guarda mão, pistol grip integrado ao guarda-mato, coronha rebatível, que diferentemente do que foi amplamente divulgado não está sendo entregue à tropa com a versão regulável em comprimento. Optou-se por uma coronha fixa por questões de resistência e facilidade de produção (a versão anterior, apesar de ter se mostrado resistente, tinha uma manufatura que encareceria o produto final). Esta decisão foi tomada após estudos em relação à estatura média do usuário final.
Outro detalhe que chama a atenção é a ausência de possibilidade ambidestra em todas as armas. Em um primeiro momento isto seria um retrocesso, mas depois de se analisar que somente menos de 10% da tropa seria beneficiada com esta solução, a mesma foi dispensada do projeto, com isto se reduziu mais ainda o custo.
Conforme o sistema em calibre 7,62X51mm, a Imbel também desenvolveu duas versões, um Fuzil Militar e uma Carabina Policial, com as mesmas diferenças do Sistema de Armas IA2 5.56.

Acima: Fuzil de assalto IA-2 7,62. Notem que o carregador usado é o mesmo usado no FAL.


Acima: Faca baioneta AMZ.

Faz parte do Sistema de Armas IA2 dois modelos de facas de combate-baioneta, cuja diferença entre si é o tamanho da lâmina, haja vista o teatro de operações no qual se empregará estas armas.
Faca Baioneta IA2, comprimento total de 296 mm, lâmina de 4,5 mm, espessura com um comprimento de 178 mm e largura de 33 mm, seu peso é 380g sem bainha e 570g com a mesma.
Faca Baioneta AMZ, desenvolvida para servir ao combatente amazônico, possuindo um tamanho maior com comprimento total de 365 mm, lâmina de 4,5 mm espessura com um comprimento de 247 mm e largura de 47 mm; seu peso é de 520g sem bainha e 780g com a mesma.
Os dois modelos descritos estão disponíveis para comercialização no mercado civil, com o sistema de retém retirado e o guarda-mão modificado.

Acima: O autor com a Carabina 7.62mm IA2.


TESTANDO O IA-2
Depois de ter conhecido todos os detalhes técnicos e funcionais do Sistema de Armas IA2, partimos para comprovar os acertos do projeto no Estande de Tiro Tenente Marcos Carneiro, na Fábrica de Itajubá.
Começamos a sequência de testes com a Ca 7.62mm IA2, municiada com um carregador com 10 tiros CBC.
A primeira impressão com a arma é que ela demonstra uma robustez que exigiria um peso maior que o apresentado, mérito do processo de fabricação que fez grande uso de usinagem para redução de peso com retirada de material onde não era necessário.
Tivemos a oportunidade de experimentar em todas as armas o disparo como destro e como canhoto, e apesar do conjunto não ser projetado especificamente para atiradores canhotos, as armas em nenhum momento geraram qualquer tipo de problemas para o uso, com suas ejeções ocorrendo de forma segura e longe do rosto quando do tiro como canhoto.
Arma devidamente segura em mão, empunhadura feita, posição de tiro idem, alvo no visual, fogo à vontade.
Optamos por fazer disparos pausados para analisar o comportamento desta potente carabina, que foi projetada para Close Quarters Combat (CQC), Close Quarters Battle (CQB), literalmente uma arma para combates em locais confinados, apertados.
A posição de disparo, o conforto é muito superior ao encontrado no M964 FAL, mesmo para uma arma com tamanho de cano reduzido como esta.
O funcionamento da mesma é bem intuitiva, com a alavanca de manejo de boas proporções, sistema de liberação do transportador simples e funcional, bastando um pequeno movimento à retaguarda para ocorrer o destravamento e alimentação do cartucho na arma. Tecla de segurança com bom tamanho e com um movimento total nas versões automáticas de menos de 180 graus.
A reação quando se executa o primeiro disparo com esta carabina é ter em mão uma arma extremamente potente para o seu perfil de operações, gerando um estampido acima da média do calibre (consequência do curto cano) e um flash de boas proporções, mas isto não é um demérito para ela, pelo contrário, pois como é uma carabina policial é mais um agente desmotivador aos confrontantes.
A estabilidade e conforto no tiro é algo que chama a atenção, pois seu recuo é proporcional ao calibre e à pressão da soleira no ombro muito confortável, não apresentando uma tendência de subida acentuada, pelo contrário, seu eficiente freio de boca de desenho Imbel faz com que a arma tenha uma reduzida tendência de subida. Nestes testes não nos preocupamos em analisar a precisão da arma, pois demandaria tempo em ajustes e fugiria do escopo da matéria (ficará para outra vez), mas a informação que nos foi passada é que o agrupamento está dentro do que se espera para esta classe de armas internacionalmente.

Acima: Carabina IA-2 7,62.
A arma seguinte que foi testada foi o Fz Ass 7.62 IA2, municiada da mesma forma que a carabina, ou seja carregador sempre com 10 tiros CBC. As impressões foram as mesmas que dos disparos da carabina, só demonstrando uma menor tendência à subida (cano mais longo) um recuo também confortável, estampido de disparo mais comedido, mas ainda característico do calibre (muito bom de se ouvir) e uma controlabilidade acima da média para armas deste calibre. Algo que chama muito a atenção é o alto controle na produção para o acabamento, onde estão sendo usados requisitos bem rígidos e com pequenas margens de diferença, bem diferente do passado.

Acima: Fuzil IA-2 7,62.

Findados os testes com o Fz Ass 7.62mm IA2, partimos para sentir em mãos a arma que foi escolhida para substituir na grande totalidade o vetusto IMBEL FAL M-964 em todas suas versões, o Fz Ass 5.56 IA2, sempre com carregador municiado com 10 tiros CBC. Equipada com uma mira holográfica Red Dot Aimpoint Pro devidamente e facilmente instalada no trilho picatinny superior posterior.
Como os dois modelos em 5.56X45mm têm o mesmo conjunto mecânico, comprimento de cano, com diferença apenas no regime automático do fuzil, optamos por proceder aos testes com o último.
Assim como já tínhamos percebido com as outras armas, este fuzil se mostrou muito bem acertado, com uma ergonomia se não perfeita próxima ao ideal (algo difícil de encontrar até nos mais afamados), com um acerto mecânico perfeito, bom controle de tiro, em todos os regimes, sem tendência a subir ou recuo pronunciado, algo mais fácil de alcançar com o calibre menor.
Sua robustez proporciona uma arma segura e forte, sem ser pesada. Passa a sensação de uma verdadeira ferramenta de combate, muito diferente dos novos fuzis de plástico, que tendem a ser ou demonstrar uma fragilidade no uso diário.
Podemos dizer que foi um prazer enorme retornar a um estande de tiro para sentirmos nas mãos uma arma 100% nacional e tão bem acertada, fazendo uso de modernas técnicas e conceitos, como trilhos picatinny posicionados em cada lado da arma, estes muito usados para fixação de acessórios, como a mira utilizada.

Acima: Fuzil IA-2 5,56.
O corpo técnico da Imbel optou por uma solução inovadora, com baixo risco, que foi utilizá-los não de forma integral aos componentes da arma e sim com acessórios de fábrica removíveis conforme a escolha do usuário. Por exemplo, caso o usuário (soldado ou Força Militar) queira um fuzil ainda mais leve, pode optar por remover todos os trilhos da arma, só fazendo uso das miras metálicas.
As miras, de novo desenho com uma boa proteção a massa e alça de mira, esta com regulagem simples em azimute e elevação. A elevação para a distância é feita de forma simples, com o rebatimento para frente ou para trás, conforme as distâncias de engajamento. Em azimute (lateral) é necessário o uso de ferramentas e certa experiência no manuseio. As armas são entregues com seu sistema de mira aberto, devidamente calibrado e zerado.
Outros pontos fortes do Sistema de Armas IA2 são a boa pega do novo pistol grip, com seu guarda-mato integrado e construído em material sintético, proporcionando um conforto no disparo e até mesmo no transporte.
Sua nova coronha, apesar de não ser regulável em comprimento, proporciona um bom conforto, e seu sistema de travamento e destravamento é muito simples, não necessitando o acionamento de nenhum tipo de botão para se dobrar, bastando deslocar no eixo e rebater. Simplicidade funcional, com durabilidade.