quinta-feira, 10 de maio de 2018

Combate em Ambientes Urbanos

O Combate em ambientes urbanos está cada vez mais presente nos conflitos modernos, e as forças armadas tem orientado seu treinamento cada vez mais para este ambiente. Diferentemente do combate em campo aberto, esta modalidade de combate apresenta dificultadores adicionais. É a forma de combate mais difícil de ser implementada na atualidade. Os defensores estão muito familiarizados com o terreno e podem organizar um sem número de emboscadas e posições defensivas.

Devido as cidades concentrarem hoje a maior parte da população, sua importância de faz sentir. Nelas estão os centros políticos, industriais, de comunicações, de armazenamento, usinas de energia e reservatórios de água, meios de transporte, centros de saúde, de comando e controle. Manter os centros urbanos a margem do combate dá ao inimigo uma fonte de recursos inestimável e que invariavelmente pesa muito no desfecho das operações.


  • População Civil


Nas cidades encontramos um grande número de pessoas que não desejam se envolver nos combates e invariavelmente são envolvidos por ele. Temos civis de toda ordem, mulheres, crianças e idosos. O uso de civis como escudos humanos é frequente, quando são colocados próximos a alvos importantes, inviabilizando seu bombardeio e usados como propaganda a favor dos defensores. O soldados deparam-se com um grande número de milicias armadas e gangues de criminosos, que oferecem perigo real. Os defensores muitas vezes se misturam com população civil ficando difícil saber quem é quem.


  • Ambiente de Combate


Veículos blindados tem pouco espaço para manobrar, devendo restringir-se às ruas e avenidas cercadas de edificações, e frequentemente entulho. As edificações mais altas abrigam observadores e franco atiradores. Escombros prestam-se facilmente a instalação de posições defensivas, o posicionamento de armas anticarro e antiaéreas. Os defensores dominam bem o terreno, e conhecem subterrâneos como túneis de metrô e galerias de esgoto, podendo deslocar-se por elas rapidamente e surgir em locais inesperados. Os campos de tiro são restritos, tanto para fuzileiros como para os carros de combate, a fumaça e o fogo podem estar em todo lugar dificultando ainda mais a obervação e o tiro. As comunicações podem encontrar um grande número de obstáculos físicos a sua propagação. O apoio da artilharia é perigoso as tropas amigas pois os impactos podem se dar muito próximos a estas.




  • Apoio Aéreo


O fogo aéreo fica restrito pelas edificações, que dificultam a designação de alvos e observação, e presença de civis, que tem suas moradias destruídas e suas vidas postas em risco. Fiação elétrica dificultam a extração de tropas e ressuprimento através de helicópteros e paraquedas. Armas antiaéreas podem ser posicionadas na cobertura dos prédios mais altos. Helicópteros são vulneráveis a mísseis antiaéreos portáteis e armas anticarro, como ficou demonstrado em Mogadíscio em 1993, quando dois Black Hawk foram derrubados e três danificados. Armas leves também oferecem perigo aos helicópteros operando a baixa altura.

  • Questões humanitárias


Os soldados frequentemente deparam-se com tragédias humanitárias em meios as operações, e o ímpeto natural de dar assistência a estas pessoas pode prejudicar o foco das operações.




Operando no Ambiente Urbano:

Cuidados adicionais devem ser tomados quando se opera em ambiente urbano. Devido ao grande número de baixa potenciais neste tipo de combate, não se deve iniciar estas operações sem que se tenha efetivo e meios substancialmente superiores, pois o desgaste do combate pode rapidamente esgotar a força invasora antes de alcançados os objetivos, acarretando em derrotas de nível estratégico.

O isolamento total da cidade deve ser buscado logo no primeiro momento, privando os defensores de ressuprimento e entrada de reforços, seja por meios terrestres, navais ou aéreos. Disto pode depender o desfecho de toda a operação.




Uma maneira moderna de operar nos ambientes urbanos é através do chamado "enxameamento", onde se evita o combate linear rua por rua e se vale de uma prática já provada pelo Exército Israelense. Pequenas unidades são infiltradas verticalmente ou por terra mas discretamente, em locais estratégicos previamente definidos, com o apoio maciço de atiradores nos pontos mais altos, em estreita ligação com as forças nas ruas, orientando e cobrindo-as. Num movimento aparentemente aleatório, estas unidades se movimentam em ziguezague atacando em pontos não esperados, debilitando o defensor, desaparecendo em seguida e reaparecendo em outros locais, confundindo os defensores e inviabilizando seu entrincheiramento, atacando de dentro para fora. Esta prática exigem total coordenação entre os meios de combate, alta eficiências dos meios de C2 e eficaz uso dos sistemas de comunicações. Quando o defensor estiver altamente desorganizado se inicia, com auxilio de blindados o movimento a partir das bordas do perímetro. Deve se evitar o movimento através das ruas, passando-se de parade em parede com o uso de explosivos, evitando-se dessa forma a exposição aos atiradores do inimigo e as armadilhas colocadas em vias de acesso óbvio. Edifícios devem ser tomados de cima para baixo, através de tropas ali colocadas por helicópteros.


  • Veículo blindados


Carros de combate (CC) são úteis por fornecem apoio de fogo em locais onde a artilharia enfrenta severas limitações, mas devem ser empregados em conjunto com infantaria, pois devido a restrição de mobilidade nestes ambientes, ficam altamente vulneráveis. Veículos transportadores de infantaria devem acompanhar os CC. Deve-se evitar ruas estreitas e formações em coluna, pois a imobilização do primeiro e último veículo, imobiliza toda a coluna. Veículos blindados devem operar sempre em avenidas largas, onde possam ter certa liberdade de manobra.

Também apresentam limitações quanto ao ângulo que suas armas podem elevar, muitas vezes ficando impotentes de atirarem em andares mais elevados, dependendo da distância. O acompanhamento de armas antiaéreas de tiro rápido pode amenizar este problema.


  • Helicópteros

São muitos úteis nestas operações, sendo usados para infiltrar tropas em áreas diversas e no alto das edificações, evacuar feridos e ressuprir as forças, proporcionar apoio de fogo, efetuar missões de vigilância e reconhecimento, além de proporcionar excelente posição em tarefas de comando e controle, podendo inclusive transmitir e retransmitir imagens do combate para os postos de comando.

São vulneráveis ao fogo de armas portáteis, mísseis anticarro e antiaéreos, armas não guiadas anticarro e devem ser usados com planejamento e prudência quando em baixas altitudes. Linhas de distribuição elétricas também representam perigo.


  • Aeronaves de Asa Fixa

Menos adequadas que os helicópteros, podem ser usadas para fogo de apoio, desde que dotados de munição de precisão, a fim de evitar o fogo a alvos indesejados. Podem ainda ser usados na interdição de alvos grandes e proporcionar observação aérea em altitudes maiores. Aeronaves especializadas podem prover eficientes centros de C2.


  • Artilharia

Mesmo com as limitações impostas pelo ambiente, não se pode prescindir dela. Posicionada fora do perímetro da cidade, pode bater alvos bem definidos e prover apoio aos escalões de ataque quando a situação assim o permitir. Seu uso indiscriminado pode resultar e excessiva destruição e baixas civis, grande número de escombros que dificultam o avanço de blindados e servem de abrigo aos defensores. E existência de edifícios altos interfere na trajetória dos projéteis e dificulta a observação do tiro, fator este que não pode ser desconsiderado.


  • Infantaria

A infantaria é quem realmente decide o combate urbano, fazendo a limpeza de casa em casa, desalojando aqueles que ali estiverem. Devem ser eficientemente coordenadas e se operando em pequenas frações tomar muito cuidado para não serem isoladas. Devem carregar potente apoio de fogo orgânico e possuirem alto grau de iniciativa e eficiente ligação com o comando e tropas adjacentes. As técnicas de movimentação de infantaria serão explicitadas em página própria de Combate em Ambientes Fechados (CQB - Close Quarter Combat). Deve usar armas curtas de grande cadência de fogo. Armas longas são desnecessárias pois os alvos são de curta distância e dificultam a mobilidade em ambientes restritos.


  • Comando e Controle

Uma perfeita integração dos meios de comando e controle e as tropas em operação é fundamental, pois além do acompanhamento e cumprimentos dos objetivos, tem-se que tomar máximo cuidado para que pequenas frações não sejam isoladas e neutralizadas. Meios de inteligência devem atuar constantemente juntos aos meios de C2 a fim de proporcionarem quadros de situação constantemente atualizados e realistas.


Mísseis - Definições e Tipos

A palavra míssil vem do latim “missilis”, que é uma forma do verbo “mittere” que significa atirar. Em termos gerais esta palavra descreve um objeto que cumpre um trajetória em direção a um alvo. No entanto não designamos projéteis de armas de fogo ou obuses de artilharia como sendo mísseis, e alguns autores tendem a classificar os foguetes, que são projéteis sem guiagem orgânica nesta classificação.


Eu classifico como míssil a todo projétil não tripulado, dotado de algum tipo de guiagem e propulsão orgânica, propulsão esta que pode ser acionada por toda a sua trajetória ou em parte dela, e destina-se a transportar uma ogiva militar até o seu alvo. Saliento ainda que este projétil deverá ser destruído quando da detonação de sua ogiva, pois caso contrário ele deixaria de seu um míssil e sim um vetor, tal qual uma aeronave de bombardeio ou um UAV. Os torpedos navais se encaixam nesta descrição, porém são conhecidos apenas como torpedos e não como mísseis, talvez pelo seu deslocamento submerso e sua baixíssima velocidade determinada pelo meio aquático. Podemos dizer que todos os mísseis são UAVs, mas nem todos os UAVs são mísseis.

Um míssil possui como características àquelas adequadas a sua missão, pois existem mísseis destinados a diferentes tipos de emprego. Existem modelos que podem ser lançados do ombro de um soldado e pesam pouco quilogramas como os do tipo MANPADS, aqui exemplificados pelo IGLA russo ou o Stinger dos EUA; e os gigantescos mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs) que podem pesar dezenas de toneladas e atingirem alvos a milhares de quilômetros. Seja qual for seu tipo, para ser um míssil ele deve se enquadrar na descrição feita.

Como características gerais podemos dizer que os mísseis são projéteis de baixa aceleração quando comparados aos projéteis de armas de fogo, podendo no entanto alcançar velocidades altíssimas como no caso dos balísticos que chegam a deixar a baixa atmosfera de atingir até 20 vezes a velocidade do som. mesmo atingindo estas velocidades eles a alcançam algum tempo depois do lançamento e seus primeiros momentos de trajetória se dão a baixa velocidade. Existem ainda modelos com trajetória de baixa altitude de cruzeiro e velocidade supersônica como alguns destinados a atingir navios, aqui exemplificados pelo Brahmos indiano e o russo Moskit. A velocidade de cada tipo de míssil pode variar muito e é mais adequado a consulta cada modelo especificamente.

Eles podem ser manobráveis como àqueles cuja função é a de perseguir aeronaves (AAM) e podem fazer curvas de até 100 Gs como o modelo A-Darter da África do Sul/Brasil e outros que seguem trajetórias rígidas como os balísticos. Podem atingir seus alvos a 3 ou 4 quilômetros como os mísseis anticarro (ATGWs) ou centenas como os mísseis de cruzeiro, ou ainda milhares como os balísticos. Podem ainda contar com mais de um sistema de guiagem, variam muito em complexidade e preço final, dependendo do modelo e do tipo. Alguns podem receber correções de curso (teleguiados) ou orientarem-se totalmente por conta própria (fire-and-forget - dispare e esqueça).

O combate moderno vale-se cada vez mais da informação a fim de endereçar ogivas menores até seus alvos, através de disparos precisos com sensíveis reduções de custo global dos equipamentos e redução dos efeitos colaterais dos impactos. Mesmo com um aumento progressivo ao longo do tempo do equipamento em si, através do aumento de sua sofisticação, os custos globais tendem a reduzir-se pela eliminação do desperdício. Um caça moderno com uma bomba inteligente alcança resultados superiores que toda uma leva de bombardeiros da II Guerra Mundial despejando toneladas de bombas com total imprecisão. É neste cenário que o míssil com toda a seu leque de aplicações constitui atualmente a arma por excelência, a mais evoluída e adaptada.

Não significa no entanto que seja a única ou que venha a tornar as outras obsoletas. Pode ser utilizado vantajosamente em qualquer uma das plataformas existentes: navios de superfície, submarinos, aviões, helicópteros, carros blindados; mas também pode ser utilizado autonomamente, no nível tático e no estratégico. 

O futuro reserva um lugar de destaque às armas de energia dirigida, em especial aquelas que utilizam a radiação laser, provavelmente empregadas em algumas aplicações e situações onde os mísseis são atualmente utilizados, mas o míssil continuará a existir, até como eventual portador do próprio laser.

O míssil pode ser usado autonomamente para substituir aviões ou navios, mas seu emprego é mais complementar. Contudo nenhuma plataforma pode prescindir de sua utilização. Um fator favorável ao emprego do míssil é que o seu custo é sempre muito inferior ao da plataforma que ele pode destruir, com probabilidades de êxito maiores devido a sua velocidade muito superior à de qualquer uma dessas plataformas, além de que os sistemas antimíssil nunca são 100% eficazes. 

O míssil pode ser utilizado tanto em estratégias ofensivas e defensivas, mas constitui, para quem o adaptar a uma estratégia predominantemente defensiva e dissuasiva, uma solução mais barata do que a utilização de grandes plataformas de sistemas de armas. O míssil é fundamentalmente uma arma de ataque, embora possa ser utilizado vantajosamente por quem se defende. 

É uma arma de ataque porque se destina a atacar os grandes sistemas de armas, centros de comunicações, infra-estruturas militares como aeródromos e outros objetivos importantes. O míssil, no estado atual de sua tecnologia, tem vantagem em relação aos alvos que ataca, porque a sua velocidade é sempre superior. Estes alvos tentam defender-se utilizando contramedidas, procurando enganar o míssil, atacando-o com mísseis antimísseis ou, na fase final de aproximação com grande concentração de armas de energia cinética. Contudo essas armas antimísseis têm velocidades que, embora possam ser superiores, são da mesma ordem de grandeza da velocidade dos mísseis. 

Mesmo que o sistema antimíssil seja eficiente, alguns mísseis passam. Enquanto não se evoluir para um sistema de defesa antimíssil, com velocidades muito superiores à velocidade do míssil, nunca se poderá ter a garantia de 100% de eficácia. Isso só poderá vir a acontecer com armas de energia dirigida (laser) e canhão de partículas, tal como se vê na Iniciativa de Defesa Estratégica, mas teremos, contudo, de esperar ainda algumas décadas. 

Daqui se pode concluir que o emprego de mísseis em combate tem vindo a acentuar-se, enquanto diminui o número das grandes plataformas de sistemas de armas. 

Os mísseis são classificados de acordo com a tarefa que desempenham, e assim temos os mísseis de emprego estratégico e os de emprego tático, estes mais difundidos e acessíveis que os primeiros.


  • Mísseis de emprego estratégico
    • mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs)
    • mísseis balísticos de alcance intermediário (IRBMs)
    • mísseis balísticos de curto alcance (de teatro ou táticos)
    • mísseis balísticos lançados de submarinos (SLBMs)
    • mísseis de cruzeiro (mísseis "cruise")
    • mísseis antimísseis balísticos (ABMs)
    • mísseis antissatélites (ASAT)
  • Mísseis de emprego tático
    • mísseis anticarro (ATGWs)
    • mísseis anti-avião lançado do ar (míssil ar-ar - AAM)
    • mísseis anti-avião lançado da superfície (SAM)
    • mísseis antinavio (AShM) 
    • mísseis antiradar (ARMs)
    • mísseis antimísseis
    • mísseis ar-superfície (ASMs)*
    • mísseis guiados por fibra ótica (FOG)**
* estes tipo pode envolver mais de um emprego e denota seu lançamento a partir de aeronave. Um ARM pode ser um ASM.

** neste caso é um míssil caracterizado por seu sistema de guiagem que lhe confere características táticas singulares.

Míssil lançado de uma aeronave com o objetivo de abater outra aeronave. São classificados como "de alcance visual" (WVR) para alcances de até 32 km, usam geralmente orientação por infravermelho e são chamados de mísseis "seguidores de calor", podendo no entanto usarem a guiagem por radar; e "além do alcance visual" (BVR), geralmente contam com algum tipo de orientação radar, inercial e atualizações de meio-curso.




Míssil destinado a atingir navios. Podem ser lançados de aeronaves de asa fixa e helicópteros, bases terrestres, outros navios e submarinos. Geralmente são subsônicos e voam rente a superfície do mar (Sea Skimmer), orientados por guias inerciais combinadas com radares de orientação final. Uma nova geração de mísseis supersônicos está saindo do forno. Podem ser detidos por medidas ativas de guerra eletrônica como chaffs e flares, míssseis antimísseis ou canhões de tiro rápido endereçados por radar. Uma maneira de emprego destes mísseis é o ataque de saturação, onde vários deles são lançados ao mesmo tempo contra alvos de alto valor (porta-aviões por exemplo) saturando as defesas e permitindo que pelo menos um deles atinja o alvo.

  • Míssil antiradiação (ARM)



Míssil guiado de forma passiva a partir da radiação emitida pelos radares-alvo. É usado na missão de supressão de defesas a fim de neutralizar radares-guia de armas antiaéreas, sendo lançado de aeronaves que voam a frente de uma força de ataque. 

  • Míssil balístico
Míssil de trajetória pré-determinada, que não pode ser significativamente alterada após seu lançamento, pois obedece às leis da balística. É comumente usado para atingir grandes distâncias e nos modelos de maior alcance atinge as camadas mais altas da atmosfera, realizando voos sub-orbitais. Devido ao caráter estratégico de seu emprego, normalmente transportam ogivas nucleares. São usados contras grandes alvos, como cidades, instalações estratégicas, grandes concentrações de tropas e frotas navais.

São comumente lançados de submarinos  (SLBM), silos terrestres, plataformas ferroviárias e rodoviárias. São classificado em:


  1. Míssil balístico de curto alcance (SRBM): Alcance inferior a 1.000 km
  2. Míssil balístico de médio alcance (MRBM): alcance entre 1.000 e 2.500 km
  3. Míssil balístico de alcance intermediário (IRBM): alcance entre 2.500 e 3.500 km
  4. Míssil balístico intercontinental (ICBM): Alcance superior a 3.500 km
    1. Míssil balístico intercontinental de alcance limitado (LRICBM): Alcance até 8.000 km
    2. Míssil balístico intercontinental de alcance total (FRICBM): alcance superior a 8.000 km



Míssil dotado de pequenas asas que atingem seu objetivo voando como uma pequena aeronave a distâncias consideráveis. Podem atuar como mísseis antinavio e antisuperfície. Podem ser lançados de qualquer tipo de plataforma, inclusive de submarinos, como ficou demonstrados nas últimas guerra do Iraque, quando os EUA fizeram intensivo uso deles. Podem levar ogivas nucleares ou convencionais, e utilizam navegação por reconhecimento de terreno, GPS e inercial.


  • Míssil antisuperfície (ASM)
Míssil lançado de aeronave para atingir objetivos na superfície.


Míssil destinado ao combate contra carros de combate. podem ser usados contra fortificações e outros alvos.Podem ser portáteis ou montados em veículos. É o menor tipo de míssil existente.


Míssil destinado a abater aeronaves lançado da superfície. Podem ser portáteis ou atingir grandes dimensões, dependendo de seu alcance.



  • Míssil antibalístico (ABM)
Míssil destinado à interceptação de mísseis balísticos.




  • Míssil antissatélite (ASAT)
Míssil destinado a interceptação de satélites.




  • Míssil guiado por fibra ótica (FOG)
Míssil de curto alcance destinado a alvos múltiplos. Podem ser lançados de submarinos contra helicópteros caçadores de submarinos.


Cavalaria

A Cavalaria é, juntamente com a infantaria a arma-base, e tem por característica principal a velocidade. O termo cavalaria não é, como a maioria das pessoas imagina, associado a figura do cavalo e sim o contrário. O termo cavalaria deriva do sânscrito antigo e significa "combater em vantagem de posição", ou seja em um nível superior ao inimigo, seja em cima de um cavalo ou um elefante. A cavalaria foi ao longo dos séculos, a tropa que podia deslocar-se grandes distâncias em curto espaço de tempo, e combater em níveis superiores ao do soldado a pé (a infantaria). Na atualidade a cavalaria, mantendo suas características seculares de velocidade e poder de choque, emprega o veículo blindado como ferramenta principal, seja nas ações de choque ou esclarecimento, das quais é a herdeira legítima.



Características da Cavalaria

A cavalaria moderna para bem conduzir a sua missão, agrega em sua constituição três elementos fundamentais que a caracterizam como arma: a mobilidade, o poder de fogo e a proteção blindada.

  • Mobilidade: característica mais antiga da cavalaria, a mobilidade permite que estas tropas realizar manobras rápidas e flexíveis em terrenos diversos, podendo deslocar-se com extrema fluidez, engajar-se desengajar-se rapidamente de combate, intervir prontamente em pontos afastados em um grande raios de ação, além de transpor variados terrenos por grandes distâncias em curtos espaço de tempo.
  • Poder de fogo: esta característica permite a cavalaria efetuar disparos potentes e eficazes em apoio a sua manobra com o armamento orgânico de seus veículos, apoiada pela artilharia de campanha sempre que necessário.
  • Proteção blindada: Esta característica, fundamental no combate moderno, confere a arma de cavalaria uma notável capacidade de sobrevivência, através da couraça de seus veículos, capazes de suportar castigos acentuados proporcionados pelo fogo das armas inimigas. 
O resultado da combinação destas características é uma potente ação de choque que causa impacto e surpresa ao inimigo.



Missões da Cavalaria




  • Esclarecimento
Uma das missões principais da cavalaria moderna são as missões de esclarecimento. Normalmente desempenhadas pela cavalaria ligeira, dotadas de veículos sobre rodas capazes de desenvolver altas velocidades em terrenos variados, as missões de esclarecimento visam dar ao comandante de campo a visão do que está acontecendo a frente de sua tropa. 



A cavalaria ligeira atua de forma a evitar engajar-se em combate, mas podendo faze-lo se for necessário, pois seus veículos sacrificam seu poder de fogo e proteção blindada a fim de alcançarem maior fluidez na sua missão principal de busca de informações.

  • Choque
A outra missão desempenhada pela cavalaria é a de provocar contato direto com o inimigo através do choque, missão esta desempenhada pela cavalaria pesada ou de choque, através de carros de combate fortemente blindados e dotados de armamento com altíssimo poder de fogo. Estas forças são melhor empregadas em manobras de flanco, desbordando das áreas mais defendidas do dispositivo inimigo e procurando seus pontos mais sensíveis como postos de comando e áreas de apoio logístico, destruindo suas reservas e orgãos de apoio, envolvendo seu dispositivo impedindo-o de receber reforços ou retrair, isolando-o. Estas manobras são altamente eficazes e contribuem sobremaneira para a redução do seu poder de combate.



A cavalaria de choque também atua, na impossibilidade de efetuar envolvimentos, na ruptura do dispositivo e abertura de brechas que permitam penetrar a retaguarda do inimigo bloqueando seu retraimento, dificultando sua manobra e impedindo a chegada de reforços, pondo-se em perseguição assim que este se desorganizar.

A cavalaria ainda é empregada em missões de segurança do grosso das tropas amigas, vigiando o perímetro   de desdobramento destas, posicionando-se a frente a fim de manter contato com o inimigo e vigiá-lo, destruíndo seus elementos de vanguarda e retardando sua concentração. Atua ainda como reserva móvel a disposição do comando.




Tropas de Cavalaria

A cavalaria, a exemplo das outras armas, organiza-se de acordo com a tropa que compõem. Pode atuar junto a tropas leves como os paraquedistas,  fazer o uso de meios aéreos para deslocamento e observação como helicópteros e veículos não tripulados, e compor formações blindadas com seus veículos rápidos de reconhecimento e veículos pesados como os chamados carros de combate principais. Devido a sua características as tropas de cavalaria demandam em nível acentuados de malhas viárias e ferroviárias para seu deslocamento tático e estratégico, apoio logístico compatível para distribuição de combustível e munição, oficinas de manutenção de campo e eficaz defesa contra a aviação do inimigo.