terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

MAGNUM RESEARCH/ IMI DESERT EAGLE


FICHA TÉCNICA
Calibre: 357 Magnum; 41 Magnum; 44 Magnum; 440 Cor-Bon e 50 AE
Peso: 1998,6. gr (Descarregada).
Capacidade: 9+1 em 357 Magnum; 8+1 em 41 Magnum e 44 Magnum; 7+1 em 440 Cor Bon.
Comprimento do cano: 6 polegadas.
Comprimento total: 27,30 cm.
Gatilho: ação simples.
Sistema de operação: Aproveitamento de gases com ferrolho rotativo.
Mira: Alça e massa fixa. Possibilidade de substituição por alça ajustável e miras ópticas.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S.Junior
Uma das mais populares armas de fogo nas telas dos cinemas que passam filmes "hollywoodianos" é a "encorpada" pistola Desert Eagle. Equivocadamente tratada como um projeto israelense, poucos sabem que a verdadeira origem dessa poderosa e eficiente pistola teve início nas terras do Tio Sam.
A empresa norte americana Magnum Research começou a projetar uma pistola que fizesse uso do sistema de operação de aproveitamento dos gases do disparo e com trancamento rotativo do ferrolho. Ou seja, estavam atrás de uma arma curta que fazia uso de um sistema comum em fuzis de assalto, mas que era inédito em uma arma curta. A ideia de inovação não parava apenas no sistema de operação. Na verdade o que norteou a escolha desse sistema foi o de adaptar uma pistola para usar grandes calibres de revolveres, como o excelente 357 Magnum, uma das mais eficientes munições no mundo para uso em defesa. O estojo das munições de revolveres não são adequadas para uso em pistolas devido a sua forma de sua base que dificulta a extração do cartucho deflagrado. Com o projeto sendo iniciado em 1979 e chegando a um protótipo batizado de Eagle 357, que apresentava algumas falhas em 1981, a Magnum Research contratou a competente IMI (Israel Military Industries) para aperfeiçoar este projeto, e que acabou por dividir a "paternidade" deste muito bem sucedido projeto.
Acima: Existem poucas fotos da pistola Eagle 357 que levou ao desenvolvimento da Desert Eagle. esta acima é uma destas raras imagens.
A partir dessa parceria, a IMI desenvolveu o projeto  norte americano da, então Eagle 357, e produziu uma pistola totalmente funcional, eficiente que foi batizada de Desert Eagle. Uma das características marcantes no design da Desert Eagle  o formato triangular que a parte frontal do cano da arma apresenta. Justamente nessa parte, embaixo, é onde está localizado o furo na alma do cano que faz a captação dos gases do disparo que movem o ferrolho, destravando-o e permitindo que a ejeção do cartucho deflagrado ocorra, e a alimentação de uma mova munição na câmara seja concluído, deixando a pistola pronta para um novo disparo. Inicialmente, a Desert Eagle estava disponível apenas em 357 Magnum e no 44 Magnum, mas seu desenvolvimento continuou e a arma também acabou sendo fabricada no pouco conhecido calibre 41 Magnum. Porém, a incorporação do mais potente calibre para a Desert Eagle ocorreu em 1996 com a adoção do potentíssimo calibre 50 AE (Action Express Magnum). Este sim, uma ignorância de calibre e que representa um dos mais potentes calibres para uma arma curta já produzidos. Porém, dado a sua potência absurda, e seu elevado recuo, trata-se de uma arma mais adequada para defensa contra animais de grande porte como ursos ou para tiro a silhueta metálica.

Acima: A Desert Eagle MK I, a primeira versão da grande pistola, em calibre que normalmente usado em revolveres, chama a atenção pelo seu aspecto robusto.
Por usar munições maiores, a empunhadura da Desert Eagle não é, exatamente, a melhor do mundo em termos ergonômicos, justamente por precisar ser grande para comportar tais munições. Pessoas com mão grandes podem se sentir confortável com ela, mas pessoas com mãos de dimensões normais ou pequenas tem dificuldade de manter uma boa empunhadura. Suas dimensões avantajadas também impossibilitam um porte velado ou confortável, pois é uma arma com quase 30 cm de comprimento e quase 2 kg de peso. Os carregadores, de todas as versões são sempre monofilares, sendo que o calibre 357 Magnum é o que permite maior quantidade de munição; 9 tiros, enquanto os calibre 44 Magnum permite 8 tiros, e o potentíssimo 50 AE, apenas 7 tiros.
A tecla de segurança fica acima da parte posterior do pesado ferrolho da pistola e é ambidestra. A alça da mira é fixa, mas pode ser substituída por sistemas reguláveis, e mesmo, lunetas ou dispositivos reflex podem ser integrados a Desert Eagle.
O sistema de gatilho é o de ação simples, ou seja, o ferrolho precisará ser manuseado antes do primeiro disparo, como em uma clássica M-1911.
Acima: Nesta foto temos uma Desert Eagle e sua munição calibre .50 AE. Notem o tamanho da munição exposta no carregador e a grande abertura que o ferrolho tem para poder ejetar o estojo da munição deflagrada.
Por ser uma arma grande, com recuo relativamente pronunciado, principalmente nos calibres mais potentes como o 44 Magnum e no "ignorante" 50AE, a Desert Eagle não se presta adequadamente para uma pistola de uso tático, embora forças militares de Israel e Portugal operam algumas unidades destas grandes pistolas mas usando munição 357 Magnum. Além das munições citadas no texto, a Desert Eagle teve algumas unidades produzidas no desconhecido, porém, igualmente potente calibre 400 Cor-Bon que é, na verdade uma adaptação do estojo de uma munição 50AE, cujo "pescoço" é diminuído deixando a munição com o mesmo aspecto de "garrafinha" que uma munição de fuzil tem, para poder inserir um projétil calibre 44 nele. Assim, o projétil é impulsionado a velocidades 20 a 25% maiores que a do projétil 50 AE gerando um efeito desastroso para o alvo.
Acima: Nesta cena do filme Matrix, o vilão da história, o agente Smith empunha sua Desert Eagle. Como fica claro na imagem trata-se de uma arma de dimensões exageradas que na pratica não são indicadas para uso tático/ militar. O pessoal de Hollywood gosta de expor esta pistola pelo impacto visual que ele causa.
Acima: O sistema de trancamento rotativo do ferrolho da Desert eagle, mostrado nessa foto, é uma característica incomum em uma pistola.
Com seu projeto sendo iniciado no fim da década de 70, era de se esperar que a Deserte eagle tivesse versões sendo lançadas com aperfeiçoamentos em relação aos mdoelos anteriores. assim, as Desert Eagles foram fabricadas na versão MK I, versão inicial; MK VII, a partir de 1989; MK XIX que possuem trilhos padrão picatinny acima do cano e abaixo da armação da pistola e as novas pistolas Desert Eagle L5 (cano de 5 polegadas e com compensador de recuo de fábrica) e sua versão L-6 que tem as dimensões normais da Desert Eagle (6 polegadas de cano), também com compensador de recuo tipo Mag-na-Port) e uma nova empunhadura mais ergonômica..
A Desert Eagle permanece em produção pela empresa norte americana Magnum Research e é vendida, principalmente no mercado dos Estados Unidos a preços relativamente altos (U$ 1500,00 a U$ 2500,00). Essa pistola tem sido mais usada para fins recreativos e para defesa contra grandes predadores como ursos, onde a munição 44 Magnum e a 50 AE são particularmente eficazes. As Desert Eagles  que são fabricadas atualmente usam munição 357 Magnum, 44 Magnum e 50 AE, sendo que os outros calibres citados neste texto deixaram de ser produzidos e só são encontrados no mercado de colecionismo.
Acima: A Desert Eagle pode receber diversos tipos de miras. Nessa foto , podemos ver uma mita óptica que ajuda muito na modalidade de caça com armas curtas, que é uma das modalidades das quais uma Desert Eagle se adequá perfeitamente.
Acima: A ultima versão da Desert Eagle é a L-5, com cano reduzido para 5 polegadas e com um compensador de recuo tipo Mag-na-Port, que direcionam os gases da queima da pólvora para cima, forçando o cano para baixo. 
Acima: Uma Desert Eagle L6 com acabamento "saia e blusa" e com a nova empunhadura muito mais ergonômica. Belíssima arma!

Acima: Modelo Desert Eagle MK XIX, com acabamento por fosfatização dando um aspecto grosseiro, mais "militar" à pistola.

Acima: A "quase compacta" Desert eagle L-5, em calibre 357 Magnum.

Acima: Aqui temos a mais popular versão da Desert Eagle, a MK VII, muito vista em filmes de ação.

GENERAL ELECTRIC M-134 MINIGUN



FICHA TÉCNICA
Tipo: Metralhadora tipo Gatling (canos giratórios).
Sistema de operação: Operada eletricamente.
Calibre: 7,62 X 51 mm.
Carregador: Cinta com elos desintegrável ou caixa de munição com diversos tamanhos e capacidades, podendo chegar a 4500 munições (modelo instalado no helicóptero CH-53E Super Stallion).
Peso: 25,8 Kg (sem bipé).
Comprimento Total: 80,2cm..
Comprimento do Cano: 22 polegadas (559 mm).
Miras: Fixa ou optronica com intensificado de luminosidade.
Velocidade na Boca do Cano: 853 m/seg.
Cadência de tiro: 3000 a 4000 tiros/ min.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S.Junior
Quem aqui já não assistiu a algum filme de Hollywood onde um cara aparece com uma metralhadora de canos giratórios fazendo um estrago daqueles nos inimigos? Uma cena marcante desse tipo é a do filme “Terminator II”  (O Exterminador do Futuro II) onde o ator Arnold Schwarzenegger “rasga” carros de policia com uma metralhadora dessas.
A metralhadora em questão existe, porém a versão disparada por um homem como nos filmes é uma obra da ficção pois essa metralhadora é muito pesada para se transportar e disparar daquela forma. Seu peso, normalmente é de 27 kg quando na configuração montada em suporte para uso manual e carregada. Na verdade a Minigun, como é conhecida, é uma metralhadora operada apoiada em um suporte, normalmente montada em veículos como helicópteros e veículos terrestres leves. A característica mais notável desse tipo de arma é sua inacreditável cadencia de tiro que pode variar de 3000 a te 4000 tiros por minuto, dependendo da sua versão. O calibre da Minigun é o 7,62 X 51 mm, muito conhecido de nós brasileiros, por ser a potente munição do velho fuzil de assalto FAL.

Acima: A Minigun foi desenvolvida pela General Electric , porém, modificada e melhorada por outras empresas como a Dillon e a Garwood Industries, além de outras
O sistema de canos giratórios foi inventado por Richard Jordan Gatling, nos Estados Unidos em 1860.  O mecanismo manual (manivela) usado inicialmente foi substituído por um motor elétrico, uma inovação recente naquela época, mais especificamente 1890. No entanto, mesmo com a boa confiabilidade do sistema, as metralhadoras de canos giratórios foram perdendo espaço para as novas metralhadoras convencionais, mais baratas e que estavam se tornando muito confiáveis também. Porém com o advento da guerra do Vietnã, as metralhadoras giratórias chamaram a atenção do Exercito dos Estados Unidos que precisavam de uma arma que fornecesse um volume de fogo superior e por mais tempo que as metralhadoras comuns. Assim começou-se a montar as metralhadoras tipo Gatling em helicópteros, tanto em posições fixas, como em suportes operados por artilheiros sentados nas portas das aeronaves. Observem que uma metralhadora M-60, muito usada naquela época nos helicópteros UH-1 Huey, tem uma cadencia de tiro na ordem de 550 tiros por minuto, enquanto uma metralhadora Minigun é capaz de impor uma cadencia de tiro na faixa de 3000 a 4000 tiros por minuto.
Acima: Com um motor elétrico que faz operar o sistema de disparo, a Minigun consegue uma altíssima cadência de tiro que pode chegar a 4000 tiros por minuto nas versões operadas manualmente como o desta foto da marinha dos Estados Unidos.
A dona da patente desta espetacular metralhadora é a General Electric, muito famosa pelos seus excelentes motores de aviação, turbinas navais e por eletrodomésticos bastante comuns nos lares de todo o mundo. Porém outras industrias a produzem como por exemplo a Dillon Aero INC, a DeGroat Tactical armaments e a Garwood Industries. A Dillon Aero, em especial, acabou incorporando melhorias no projeto da Minigun que acabaram por aumentar muito a confiabilidade e durabilidade da arma e hoje é a a principal fornecedora da Minigun.
Os diversos nomes dado a Minigun são, na verdade, as designações que cada força militar dos Estados Unidos dá a uma mesma arma. Para o exercito, por exemplo, essa arma é chamada de M-134, enquanto que na força aérea a Minigun é chamada de GAU-2. A Marinha dos Estados Unidos designa a Minigun como GAU-17. Independente das designações de cada força, a Minigun é uma metralhadora que fornece um poder de fogo sustentado inigualável, sendo a metralhadora ideal para ser usada na porta de helicópteros no momento do desembarque ou resgate de tropas.
Acima: Nesta foto a Minigun foi instalada em um sistema de combate remotamente comandado. esse tipo de armamento é capaz de fornecer segurança e alto poder de fogo para viaturas blindadas ou embarcações.
Embora, oficialmente, a cadência de tiro desta arma infernal seja de 4000 tiros por minuto há dados que mostram que determinadas versões, em especial as montadas em casulos SUU-11/A para serem operadas por aeronaves de asas fixas ou helicóptero, podem chegar a 6000 tiros por minuto, ou seja, capaz de realmente rasgar um alvo no meio. A capacidade do carregador da Minigun é bem variado e depende do tamanho do compartimento de munição. Porém, o maior tambor costuma transportar uma carga de 4500 munições.
As metralhadoras de canos giratórios foram produzidas em outros calibres como a XM-214 em calibre 5,56 mm que não chegou a ser produzida em linha devido a resistencia dos potenciais clientes em usar uma munição fraca em relação a penetração e mesmo em relação ao alcance quando comparada ao mais potente 7,62X51 mm; a GAU-19A em calibre 12,7 X 99 mm; canhão GAU-12 A em calibre 25 mm usado nos jatos VSTOL  AV-8B Harrier II, canhão M-61 de 20 mm (usado em todos os caças norte americanos atuais). Os russos também têm suas metralhadoras e canhões giratórios que são tão eficazes quantos os modelos norte americanos, sendo porém, armas mais pesadas.
Recentemente o Brasil adquiriu junto aos Estados Unidos 6 unidades do helicóptero Sikorsky UH-60L Blackhawk que veio armado com a metralhadora M-134 Minigun, sendo a primeira vez que a Força Aérea Brasileira opera esse tipo de armamento.
Acima: A Minigun é umas das melhores opções para armar helicópteros de ataque leve ou adaptados para ataque.

HECKLER & KOCH HK-416/ 417



FICHA TÉCNICA
Tipo: Fuzil de assalto.
Miras: Alça e massa dobráveis e removíveis, Miras refflex, ópticas ou lunetas.
Peso: 3,31 kg com cano de 10,5 pol; 3,5 kg com cano de 14,5 pol ; 3,81 kg com cano de 16,5 pol; 4,15 kg com cano de 20 polegadas/ HK-417: 4,39 kg
Sistema de operação: A gás com ferrolho rotativo
Calibre:  HK-416: 5,56 X 45 mm (223 remington), HK-417: 7,62X51 mm
Capacidade: 10,20 e 30 munições (carregadores de outras marcas com 50/ 60 ou 100 munições podem ser usados.)
Comprimento Total: 70,9 cm com cano de 10,5 pol e coronha estendida 80,5 cm; 79,7 com cano de 14.5 e coronha estendida 89,3cm; 84,8 cm com cano de 16,5 e coronha estendida 94,4 cm; 93,4 com cano de 20 e coronha estendida 103 cm.
Comprimento do Cano: 10,5/ 14,5/ 16,5/ 20 polegadas . HK-417: 13 polegadas
Velocidade na Boca do Cano: 800 m/seg no cano com 10,5 pol; 830 m/seg com cano de 14,5 pol; 900m/seg com cano de 20 pol.
Cadência de tiro: 850 a 900 tiros/ min

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S.Junior
A Heckler & Koch (HK) desenvolveu o fuzil HK-416 para preencher uma solicitação do Delta Force, tropa de operações especiais do Exército dos Estados Unidos, para um novo fuzil que substituísse as carabinas M-4 nas mãos de sua infantaria. Assim, os engenheiros da HK aproveitaram a experiência e competência em modernizar armamentos de outros fabricantes como o mostrado na modernização dos fuzis Bullpup SA-80 do exercito britânico e executaram um trabalho de melhorias no fuzil tipo AR-15/ M-16/ M-4, extremamente difundido no ocidente e assim disponibilizar um armamento mais confiável e com desenho bem conhecido no mercado norte americano. As soluções mecânicas usadas para este projeto foram desenvolvidas, originalmente para o fuzil G-36 e XM-8 que concorria para substituir o M-16 no exército dos Estados Unidos em uma concorrência que acabou sendo cancelada. O resultado foi a criação de um dos 3 melhores fuzis de assalto do mundo atualmente.
Acima: A carabina M-4 acima e logo a baixo, uma das primeiras versões do HK-416. Não há como negar a semelhança, mas há detalhes já na parte externa que mostram a evolução da ergonomia na arma alemã.
O que parece ser mais um clone do M-16, hoje fabricado por inúmeras industrias de armamentos e com qualidades diferentes, na verdade é um novo armamento. Originalmente chamado HK M-4, em referência ao modelo curto do M-16, as mudanças mecânicas justificaram a mudança do nome para HK-416, evidenciando que se trata de uma nova arma. O numero “416” é uma referencia ao M-4 e M-16 ou 4 seguido de 16.
A HK substituiu o sistema original de funcionamento do modelo AR-15 de tomada de gases por um mecanismo similar ao usado no seu excelente fuzil G-36, já descrito por este blog, que consiste em tomada de gases com o pistão que opera com recuo curto e trancamento por ferrolho rotativo usando o formato com 7 ressaltos tornado o funcionamento do fuzil muito mais confiável e que ainda opera de forma limpa, sem contaminar com resíduos de pólvora o mecanismo de disparo e ainda evitando o superaquecimento da arma. O resultado foi que o novo fuzil HK-416 demonstrou essa maior confiabilidade que à encontrada no AR-15 original, não tendo limitação de disparo embaixo da água ou sob condições de sujeira extrema, situações essas em que o AR-15 se mostrou limitado. Para se ter uma ideia o intervalo requerido entre as desmontagens de limpeza aumentaram para 15000 tiros, o que pode ser considerado extremamente bom. O HK-416 possui uma cadência de 850 a 900 tiros por minuto, e sua tecla de seleção de regime de disparo possui as posições safe (travado), semi auto (tiro a tiro) e full (rajada).
Acima: O HK-416 possui uma cadência de 850 tiros por minuto, aproximadamente, e seu mecanismo permite a arma operar perfeitamente, mesmo extremamente suja, como mostrada abaixo.
Em demonstrações feitas pela Heckler & Koch, o HK-416 mostrou que, mesmo enterrado em areia fina com o ferrolho aberto e sem carregador, o que impregna o mecanismo de areia, a arma era carregada e disparava os 30 tiros em regime automático até o fim do carregador sem apresentar nenhuma falha ou nega de tiro. Esse teste é muitas vezes demonstrado para os possíveis clientes do HK-416, sempre causando grande admiração pela perfeição mecânica do sistema.
O desenho do HK-416 é virtualmente aquele encontrado nos fuzis da linha do AR-15, como o M-16 e carabina M-4, porém são visíveis algumas melhorias significativas na ergonomia da empunhadura e na telha onde se pode ver trilhos picatinny em todos os lados, facilitando a montagem de acessórios, como lunetas, miras holográfica, lanternas e apontadores laser, característica essa, encontrada em todos os novos fuzis de assalto. Ainda existe a possibilidade de se instalar um lançador de granadas HK AG-36 em calibre 40 mm, também usado integrado a o G-36.
Acima: O ferrolho com trancamento rotativo com 7 ressaltos permite um funcionamento seguro para o HK-416.
Hoje existem diversas versões do HK-416 que podem ser adquiridos em diversos tamanhos e com coronhas especificas ao gosto do cliente, demonstrando uma modularidade superior à encontrada no AR-15 original.  Uma versão maior do HK-416 é o HK-417 fabricado no muito mais poderoso calibre 7,62 X 51 mm (308 Winchester). O HK-417 opera com o mesmo sistema de funcionamento com a tomada de gases com recuo curto e trancamento por ferrolho rotativo. Existe uma necessidade do mercado por fuzis em calibre 7,62 mm devido a seu maior poder de parada além de precisão a distancias maiores, sendo que hoje podemos ver o reaparecimento de armas nesse calibre. O fuzil AR-10 em calibre 7,62 mm, que precedeu o AR-15 voltou para a produção, assim como o FAL é fabricado em versões atualizadas e comercializada no mercado norte americano. A venda dessas armas tem aumentado a cada ano mostrando um renascimento do interesse por esse calibre.
É interessante notar que o cano do HK-416 e 417 são flutuantes, não tendo contato com o guarda mão, o que torna seus disparos mais precisos que os efetuados pelos antigos M-16/ M-4. Uma outra versão que está em uso do HK-416 para fins militares é o M-27 IAR (Infantry Automatic Rifle) que é usado pelo corpo de fuzileiros navais dos Estados Unidos (USMC) em substituição a metralhadora leve M-249.
Acima: O fuzil HK-417 em calibre 7,62X51 mm é a versão "heavy" do HK-416. A polícia federal do Brasil é uma forças policiais do mundo que faz uso dessa excelente arma.
Acima: O fuzil M-27 IAR é uma variante do HK-416 desenvolvido para requisitos dos "Marines" americanos para substituir a metralhadora leve M-249.
Embora seja evidente que o HK-417 seja uma versão do HK-416, as peças não são intercambiáveis, ou seja, não existe a capacidade de se trocar os calibres só trocando peças de primeiro escalão. O fuzil HK-417 é usado por muitas forças policiais, e no Brasil, especificamente, a Polícia federal faz uso desta excelente arma. Esta família de fuzis pode ser vista nas mãos do Delta Force dos Estados Unidos, US Navy SEALs, Varios grupos da SWAT de diversos estados norte americanos, e forças de elite de muitos outros países europeus e asiáticos.
Outro forte mercado do HK-416 é o mercado civil norte americano, em que ele é vendido sob o nome de MR556A1 em calibre 5,56X45 mm e MR762A1. Como são versões direcionadas ao público civil, elas só operam em regime de fogo semi automárico, e devido a alta qualidade de seus componentes, é vendida a preços salgados (cerca de U$ 3300,00 dólares). Para se ter uma noção melhor do quanto caro é isso naquele mercado, basta comparar com a mais moderna variante do AR-15 civil fabricado pela Colt, chamado LE 6920, que custa, cerca de U$ 1500,00 dólares) e ainda sim, é uma arma de muito boa qualidade também.
Acima: Um operador SEAL com seu HK-416.

Abaixo: Algumas das principais versões da família HK-416.

Abaixo: Algumas configurações do HK-417.

REMINGTON ARMS M-24 SWS



FICHA TÉCNICA
Calibre: 7.62x51 mm (M-24/ M-24A2), 338 Lapua Magnum (M-24A3), 300 Winchester Magnum (M-24E1)
Operação: Repetição por ação de ferrolho.
Comprimento: 1,092 m.
Comprimento do cano: M-24A1/A2:  66 cm (24 pol); M-24A3 68,5 cm (27 pol)
Capacidade: 5 tiros (interno) no M-24; e carregador com 5 ou 10 munições nas versões M-24A2 e A3.
Mira: Telescópica Leupold Ultra M3A 10X42 e miras de aço destacáveis como miras reserva..
Peso: M-24A1: com a luneta e carregado 6,73 Kg.; M-24A2/A3: 8,30 kg com luneta e carregado.
Velocidade do projétil: 7,62X51 mm: 790 m/seg; 826 m/seg.
Alcance efetivo: 7,62X51 mm: 800 metros; 338,Lapua Magum: 1500 metros.


DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S.Junior
O clássico fuzil norte americano de repetição por ação de ferrolho Remington 700, desenvolvido visando o mercado de caça se tornou tão bem sucedido que acabou sendo base para algumas armas de uso tático, mais especificamente na atividade de "sniper". O fuzil M-24 SWS (Sniper Weapon System) é um dos modelos militares derivados do Remington 700. O Exército dos Estados Unidos encomendou os primeiros M-24 no final da década de 80 do século passado com o objetivo de substituir um fuzil de precisão M-21, derivado do fuzil de assalto M-14. Para alguns observadores, a substituição de uma arma de operação semi automática por uma com funcionamento por ação de ferrolho (ou seja, por uma ação manual), parecia um retrocesso na evolução desse tipo de arma. Porém, o objetivo era uma arma que fosse mais precisa para disparos contra alvos a distancias maiores. No caso aqui, estamos falando em 800 metros. Nessa distancia, a precisão de uma arma com ação manual é superior a um sistema automático onde durante o processo de disparo, as ações do mecanismo para alimentar a arma produzem movimentos, mínimos, mas que a longas distancias tem forte influencia no ponto de impacto. Mesmo nos dias atuais, com melhorias muito significativas na precisão de armas semi automáticas, ainda muitos atiradores de precisão (snipers) preferem um fuzil com ação por ferrolho.

Acima: O M-24SWS deriva de um dos mais bem sucedidos projetos de fuzil por ação de ferrolho moderno. O Remington 700. A arma é usada hoje mesmo com opções semi automáticas no mercado, graças a sua precisão elevada.
O M-24 foi projetado, inicialmente, para disparar a excelente munição 7,62X51 mm, muito conhecido por nós brasileiros por ter sido por muitos anos (e ainda é), a munição do FAL, nosso envelhecido fuzil de assalto em fase se substituição pelo mais moderno IA-2 em calibre 5,56X45 mm. A munição 7,62X51 mm tem um poder de destruição bastante alto em seres humanos, e seu projétil, quando disparado por armas de alta qualidade, possui uma precisão muito boa. No caso do M-24, seu cano, do tipo flutuante (não tem contato com a coronha), de forma que ele fica preso diretamente na caixa da culatra, o que garante, em tese, maior estabilidade ao cano no momento do disparo. O cano é fabricado em aço 416R inoxidável, extremamente resistente e com capacidade de precisão sub MOA. Ou seja, a 100 jardas,  (quase 100 metros), os agrupamentos terão menos de uma polegada. Isso representa, na pratica, uma arma bastante precisa, ideal para uso de tiros de sniper. O cano do M-24 mantem esse padrão de desempenho com 10000 tiros, antes de começar a haver degradação da precisão, o que acaba necessitando da substituição do cano.
Acima: Dois sargentos da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) treinando com seu M-24. Além do US Army, a USAF e diversos grupos da SWAT dos Estados Unidos fazem uso desta excelente arma de precisão.
O sistema de operação por ação de ferrolho, como no fuzil Mauser 98, exige seu manuseio a cada disparo, para ejetar o cartucho deflagrado e a alimentar mais um cartucho na câmara. Esse sistema permite, como dito anteriormente, uma plataforma de disparo mais estável. O M-24 original é alimentado por um carregador fixo com 5 munições. Porém, as versões mais modernas, como o M-24A2 já faz uso de um carregador destacável tipo caixa para 5 ou 10 munições. O fuzil pode ser operado com um bipé Harris LM que fica montado embaixo do guarda mão, que presta um excelente apoio para disparos deitado, uma das forma mais comuns de uso desse tipo de armamento. A visada é feita por uma excelente mira telescópica Leupold Ultra M3A 10X42 com aumento de 10X que permite precisão a, no máximo 1000 metros, sendo, porém, a distancia ideal de utilização desta arma quando usando munição 7,62X51 mm, 800 metros. A coronha, produzida em material sintético como kevlar, fibra de vidro e de carbono, tem uma regulagem de comprimento para melhor adaptação ao atirador.
Acima: Um soldado do exército dos Estados Unidos em posição deitada fazendo uso do prático bipé Harris LM.
O M-24 deu base para muitas variantes com desempenho aperfeiçoado. O modelo M-24A3, por exemplo, foi desenvolvido para disparos a distancias ultra longas. Para isso ele faz uso de uma munição bem mais potente, o 338 Lapua Magnum. Essa versão é útil em missões anti sniper, onde o operador abate snipers inimigos fora do alcance das armas destes. O alcance máximo que se consegue atingir com um M-24A3 é de 1500 metros. O 338 Lapua Magnum é uma munição que tem menos potencia que o calibre .50BMG (12,7X99 mm), mas mesmo assim ele tem uma limitada capacidade anti material que pode ser usada em caso de necessidade no campo de batalha. O M-24A3 usa uma luneta Leupold Mk 4 M1LR/T 8.5–25×50 mm. Outra versão mais moderna do M-24 é o M-24E1, também chamado de XM-2010. Esta versão é a mais moderna versão do M-24 e está configurada para disparar o calibre 300 Winchester Magnum, outra munição com altíssimo nível de precisão a longas distancias, indicado para abater alvos a 1000 metros. O M-24E1 traz uma nova coronha que adota um punho de pistola, além de um guarda mão refrigerado e com um trilho picatinny integral na parte superior. A mira dessa versão é uma Leupold Mark 4 6.5–20×50mm ER/T M5.
Todas as versões do M-24 podem ser equipadas com supressor de ruido, o que é uma pratica cada vez mais comum no campo de batalha para ajudar a dificultar a posição do atirador.
Acima: Embora armas de precisão possam usar a mira que cada operador escolha, o US Army usa, normalmente no M-24 a mira telescópica Leupold Ultra M3A 10X42 com aumento de 10 X.
O M-24 estava destinado a ser substituído no começo do seculo XXI pelo moderno fuzil semi automático M-110 SASS (Semi Automatic Sniper System), um fuzil que tem como base o AR-10 em calibre 7,62X51 mm, porém, o Exército dos Estados Unidos (US Army) continuou adquirindo novos fuzis M-24 até 2010. Isso mostra claramente o prestígio que o armamento conquistou nas fileiras de um dos mais exigentes exércitos do planeta. O Exército Brasileiro, através de sua brigada de operações especiais, opera este excelente fuzil. O corpo de fuzileiros navais dos Estados Unidos usa um fuzil para sniper que também deriva do Remington 700, chamado M-40, mas que possui diferenças (e limitações no que tange a calibres)quando comparado ao M-24 e suas diversas variantes.
Acima: Versão M-24A2 com supressor de ruido, trilho picatinny e carregador para 10 tiros.
Acima: O M-24A3, faz uso da bem mais potente munição calibre 338 Lapua Magnum. A coronha também segue uma ergonomia superior para lidar com as características de recuo desta munição e de uso da arma que consegue ser efetiva a 1500 metros.
Acima: A versão mais recente do M-24 é o M-24E1 em calibre 300 Winchester Magnum.

SIG SAUER MPX



FICHA TÉCNICA
Tipo: Submetralhadora.
Sistema de operação: Aproveitamento de gases com trancamento com ferrolho rotativo.
Calibre: 9X19 mm.
Capacidade: Carregadores de 10, 20 e 30 munições.
Peso: 3 Kg.
Comprimento Total: 58 cm (Estendida), 46 cm (coronha rebatida).
Comprimento do Cano: 10,24 polegadas.
Miras: Miras de aço dobráveis, tipo peep sight. Pode se usar miras opticas e miras refletivas facilmente instaladas no trilho picatinny.
Cadência de tiro:  600 tiros por minuto.
Velocidade na Boca do Cano: 532 m/seg.

DESCRIÇÃO
Por Carlos. E.S. Junior
No final de agosto e 2014 eu publiquei um artigo tratando das pistolas da famosa marca suíço alemã Sig Sauer. As pistolas desta marca são uma referência quando tratamos do aspecto "alta qualidade" em armas de fogo. Porém, como mencionado naquele artigo, a SIG também tem armas longas em seu portfólio de produtos. Na verdade, o fuzil SIG 550, uma das mais perfeitas armas do tipo já produzidas, também já foi foco de artigo nesse blog.
A SIG tem no democrático mercado norte americano seu maior foco, graças a alta demanda de seus produtos possibilitado pelo acesso quase que irrestrito as armas por civis e profissionais de segurança publica,  Por isso, a SIG deu um passo bastante ousado recentemente ao lançar no mercado uma nova submetralhadora batizada de MPX que visa bater de frente com a hegemonia que a excelente HK-MP-5 conquistou durante as ultimas duas décadas no mercado policial/ militar nos Estados Unidos. É claro que a arma está disponível para qualquer força policial ou militar do mundo, que se interesse pelo novo armamento, mas suas características foram pensadas especificamente para atrair o consumidor norte americano.
Acima: Nessa foto podemos comparar a HK MP-5 acima, líder isolada do mercado policial militar atualmente e a nova MPX abaixo, uma excelente nova arma que deve causar problemas nessa liderança da HK.
Mais que uma mera nova submetralhadora cuja diferença poderia estar restrita a desenho e qualidade de seus componentes, a MPX traz uma inovação no segmento. A arma opera com um ferrolho de trancamento rotativo fechado que é acionado por tomada de gases, exatamente como ocorre um fuzil automático. Além de um maior controle do recuo, o sistema permite a arma operar de forma mais limpa, diminuindo o acumulo de resíduos de pólvora que poderiam causar mal funcionamento na arma. Essa característica é uma novidade em uma submetralhadora que calça calibre de pistola. O calibre usado é o excelente 9X19 mm Parabellum. Porém, o fabricante informa que é possível converter a arma para o calibre 40 S&W e o potentíssimo 357 SIG. A MPX tem uma cadência de tiro alta se comparada com suas similares. São 850 tiros por minuto quando em totalmente automática. E falando em regime de fogo, a tecla de seleção de tiro possui a posição full (totalmente automático), semi automática (tiro a tiro) e safe (travada). Os carregadores disponíveis são produzidos em polímero, como boa parte da arma, e estão disponível com capacidade para 10, 20 e 30 cartuchos.
Acima: O conjunto do ferrolho da MPC mostra um mecanismo tipico de um fuzil de assalto, só que em um armamento que dispara uma munição de pistola, especificamente o calibre 9 mm parabellum.
Quando vemos uma MPX observamos que ela tem a configuração de design que a MP-5 tem. Ou seja, Coronha retrátil, empunhadura seguida do carregador, e um guardamão comum, mas com trilhos para acessórios, um equipamento presente em praticamente todos os projetos de armas longas atuais.
A ideia da SIG, no entanto, foi a de deixar a ergonomia e as teclas de comando da MPX em posições similares as encontradas nos fuzis da linha AR-15,muito consumidos nos Estados Unidos. Assim você, leitor, poder perceber o foco que a SIG deu ao mercado estadunidense para seu novo produto. A tecla de seleção de tiro é virtualmente idêntica a encontrada nos fuzis AR-15/M-16, assim como a tecla liberadora do carregador que fica na lateral anterior ao poço do carregador, sendo ambas ambidestras. A alavanca do ferrolho é exatamente igual ao do AR-15, ou seja, acima da culatra, de forma que é puxada sobre o braço da coronha. E falando na coronha, a MPX usa uma coronha retrátil projetada para otimizar o controle da arma em disparos com apenas uma mão, graças a aborção do recuo que ela proporciona.
A MPX segue um padrão de modularidade bem comum em projetos de armas táticas modernas. Assim sendo é possível trocar de canos sem complicações de ferramentas ou de um armeiro para tornar a arma mais curta, o que seria mais adequado em ambientes apertados (CQB), ou adaptar supressores de ruido. Uma versão carabina da MPX conhecida como MPX-C está disponível para o mercado civil norte americano. O extenso uso de trilhos padrão picatinny facilitam a instalação de acessórios como miras ópticas, ponto vermelho ou de aço, dobráveis, assim como lanternas e apontadores a laser.
Acima: Uma MPX com a coronha SIGTAC SBX que além de funcionar como apoio para o ombro, também permite fixar o braço do operador para facilitar disparos com apenas uma das mãos.
A qualidade intrínseca dos produtos da marca SIG é incontestável. Porém colocar no mercado dominado por excelentes submetralhadoras MP-5 da Heckler & Kock, uma nova e moderna submetralhadora em 9 mm foi um passo extremamente desafiador. A notícia boa é que, pelo que pude ler nas pesquisas e testes que busquei para produzir esse artigo, ficou claro que a SIG acertou novamente com uma arma que tem sim total capacidade de substituir as MP-5 no mercado policial/ militar do mundo e que legitimamente dá um verdadeiro motivo para a líder do mercado, a alemã Heckel & Koch se preocupar com a perda de sua hegemonia nesse segmento.
Acima: O mercado civil norte americano tem acesso a carabinas SIG MPX-C baseadas na submetralhadora MPX. Em alguns estados o cidadão pode comprar a submetralhadora com uma licença especial.