terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

HECKLER & KOCH G-28 DMR



FICHA TÉCNICA
Calibre: .7,62X51 mm.
Operação: Aproveitamento de gás e ferrolho rotativo.
Comprimento: 1,08 m.
Comprimento do cano: 420 mm (16,5 pol)
Capacidade:  Carregador com 10 ou 20 tiros.
Mira: Telescópica Schmidt & Bender PMII 3-20x50/DMR.
Peso: 5,8 Kg (standard)
Velocidade do projétil: 854 m/seg (boca do cano)
Alcance efetivo: 800 metros.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E. S. Junior.
Hoje vamos abordar mais uma das ótimas armas do fabricante alemão Heckler & Koch. Não é segredo mais que eu tenho essa empresa como a minha referência pessoal em termos de qualidade de armas de fogo para uso profissional tático. Assim, o armamento focado nesse artigo, o fuzil HK G-28 DMR (designated marksman) que significa algo como "atirador designado". Este soldado atirador, recebendo treinamento e um fuzil com alguns melhoramentos tem a incumbência de proporcionar tiros de oportunidades a distâncias maiores que o normalmente engajado pelo seu GC(grupo de combate), na maioria das vezes existem um destes em cada um GC no mínimo. O G-28 foi projetado com base na experiência de combate do exército alemão adquirida no Afeganistão. A ideia foi fornecer um armamento que permitisse precisão efetiva a distancias acima de 600 metros com bom poder de parada, o que acabou por fazer com que o calibre escolhido para estes requisitos recaíssem sobre o famoso e eficiente 7,62X51 mm, nossa velha conhecida munição em uso nos velhos fuzis FAL. esse calibre tem renascido nas modernas armas de infantaria e algumas unidades de elite em todo o mundo tem voltado a receber fuzis de assalto e fuzis de precisão que disparam esta potente munição.

Acima: O fuzil civil HK MR-308 derivado do fuzil de assalto HK-417 usado por forças militares, incluindo os SEALS que mataram o terrorista Osama Bin Laden, foi usado como base para o projeto do G-28 DMR.
Os estudos sobre as necessidades observadas no ambiente de combate afegão, levaram a HK a basear o G-28 em um produto da marca, o fuzil MR-308, destinado ao público civil dos Estados Unidos (e outros países verdadeiramente democráticos). Trata-se, na verdade, de uma versão exclusivamente semiautomática do fuzil de assalto HK-417, em calibre 7,62X51 mm. O cano do G-28 é produzido através do processo de martelamento a frio com seu interior recebendo cromo, o que garante boa precisão e alta robustez. O sistema de funcionamento do G-28 é 4o aproveitamento de gases e trancamento por ferrolho rotativo, um sistema similar, mas não idêntico, ao usado em fuzis da família AR. A confiabilidade, já conhecida, desse sistema, foi aperfeiçoada pela HK que associou o recuo curto, o que melhorou ainda mais a confiabilidade mecânica da arma.  Embora um fuzil semi automático não possa ser mais preciso que um fuzil por repetição de ferrolho, o G-28 consegue precisão de 1,5 MOA com qualquer tipo de munição, garante a HK, sobre seu novo produto.

Acima: O G-28 DMR na configuração standard, apresenta algumas semelhanças como MR-380, porém sua telha e coronha possuem características próprias, e a arma não vem com miras  convencionais.
O G-28 está equipado com trilhos para acessórios no padrão STANAG 4694 que é usado pela OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), no qual a Alemanha faz parte. Na parte de baixo da telha (ou guarda mão, como preferem alguns), existe um bipé LaRue Tactical BRM-S, de excelente qualidade, e que facilita os disparos apoiado ou deitado. A coronha do G-28 é telescópica, podendo se ajustar as necessidades do operador, e segue a mesma linha da família dos fuzis HK-416/ 417, porém com um apoio para o rosto.
O G-28 não tem um sistema de miras convencionais como seu irmão de assalto HK-417, porém, vem de fábrica com uma excelente mira telescópica Schmidt & Bender PMII 3-20x50/DMR que permite engajamento de alvos a grandes distancias. Opcionalmente pode-se acoplar a esta luneta um telêmetro laser Jenoptik HLR15 para melhorar ainda mais a precisão do disparo. Os carregadores disponíveis são de 10 ou de 20 munições e são produzidos em plástico transparente, o que permite uma rápida visualização da quantidade de munição disponível na arma.

Acima: Um soldado alemão com seu fuzil HK G-28 em missão no Afeganistão, pela ISAF (International Security Assistance Force) ou Força Internacional de Assistência para Segurança, estabelecida pela ONU e liderada pela OTAN para lutar contra extremistas islâmicos no Afeganistão.
Existe uma versão simplificada do G-28 chamada de configuração de patrulha, que tem um guarda mão encurtado, a mesma coronha do HK-417, uma luneta mais simples Schmidt & Bender PMII 1-8x24. Esta versão não dispõe do bipé da versão standard.
O G-28 é um fuzil de extrema boa qualidade, perfeitamente adequado para o uso a que foi projetado, que é, justamente fornecer uma maior precisão que os fuzis de assalto padrão para uso da infantaria. Como muitas das armas deste ótimo fabricante, o G-28 é uma arma com preço elevado, o que é aceitável se os requisitos operacionais forem rigorosos. A possibilidade de usar carregadores com capacidade de 20 tiros, proporcionam um poder de fogo suficiente para poder ser usado em situações mais "apimentadas" quando o combate esquenta, mostrando uma flexibilidade de emprego bastante desejável para o G-28.

Acima: A versão G-28 patrol é um representa uma versão simplificada (mas nem tanto) do G-28.



COLT M-45A1 CQBP



FICHA TÉCNICA
Calibre: 45 ACP.
Peso: 1270 gramas.
Capacidade: 7 + 1 tiros..
Comprimento do cano: 5 pol.
Comprimento total: 2159 mm.
Gatilho: Ação simples.
Sistema de operação: Recuo curto.
Mira: Fixa com sistema tridot.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S.Junior
O mundo das armas de fogo tem uma característica muito interessante que é a longevidade de alguns projetos de armamentos que não se aposentam simplesmente pela sua excepcional confiabilidade, precisão e eficácia. Muitos são os exemplos disso. Temos o fuzil AK-47, projetado no fim de 1945 e que está em operação até os dias de hoje, 70 anos depois, em várias configurações, sendo algumas delas bem similares a versão original e outras mais modernas agregando modificações que a modernidade e conhecimento adquirido em campos de batalha do século XX trouxe. Existem outros exemplos parecidos com este que citei do fuzil russo. Porém, o foco desta matéria é apresentar  um dos casos de maior longevidade nesse segmento: A mais moderna versão da centenária pistola Colt M-1911 projetada pelo gênio da engenharia bélica John Moses Browning em em 1907 para preencher os requisitos de uma pistola em calibre 45  (11,43 mm) para substituir os revolveres calibre 38 em uso pelo exército dos Estados Unidos e que havia demonstrado uma fraca capacidade de "parar" os inimigos durante a campanha contra os Moros nas Filipinas. O resultado dos estudos foi o  desenvolvimento do, hoje, consagrado calibre 45 ACP (Automatic Colt Pistol). Depois de testes com armas de vários fabricantes, a empresa Colt, com o projeto de John M Browning venceu, por unanimidade em 1911, o que levou a adoção do nome Modelo 1911 ou simplesmente M-1911. A arma lutou em praticamente todas as guerras e conflitos do século XX e nesse começo do século XXI.  Está claro que com a recente adoção (em 2010) pelo USMC (Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos) de um modelo derivado da M-1911, altamente aperfeiçoado pela Colt, chamado de M-1070CQBP, e batizado, dentro do USMC como M-45A1 CQBP, permitirá que esse projeto siga por muito tempo ainda em serviço operacional.

Acima: Acima temos um exemplar das primeiras pistolas Colt M1911 do exército dos estados Unidos. Comparem com a nova Colt M45A1 mostrada na foto a baixo.

A nova pistola dos fuzileiros navais americanos recebeu uma encomenda inicial de 4036 exemplares, mas com novas encomendas a serem feitas no decorrer do processo de reequipamento da tropa. A Colt venceu uma concorrência onde a Springfield Armory e a não tão famosa Karl Lippard Designs também apresentaram propostas. O modelo Colt M-45A1 apresenta uma série de modificações como a incorporação de um trilho padrão picatinny abaixo da armação, por sua vez produzida em aço inoxidável, que facilita a instalação de acessórios como lanternas e apontadores laser. O gatilho teve sua dimensão aumentada o que dá melhor conforto para o disparo e ele foi produzido em alumínio. O sistema de mira adotado é fixa, e zerada de fábrica, apresentando 3 pontos luminescentes de tritium da marca Novak, um líder na concepção desse tipo de mira.

Acima: A M-45A1 traz o que existe de melhor em uma pistola de combate. O trilho picatinny está bem visível nessa foto, a frente do guarda mato, o que, junto com o acabamento fosco representa as características marcantes desta nova versão da M-1911.
O sistema de funcionamento permanece o mesmo confiável sistema de recuo curto com ação simples do gatilho, que garante boa eficiência de funcionamento a arma e o carregador monofilar foi mantido (mesmo existindo versões com carregadores bifilares) o que embora proporcione maior poder de fogo, limita o conforto da "pega" comprometendo a ergonomia, para pessoas com mãos de média e pequenas dimensões. As talas na empunhadura são de borracha e pouco mais espeças que as M-1911 que também torna a ergonomia melhor. O carregador tem a capacidade original das M-1911, ou seja de 7 munições, o que, somado à munição que vai na câmara, totaliza 8 tiros de capacidade da M-45A1. É interessante observar nesse ponto que o carregador da M-45A1 não é fabricado pela Colt, mas sim por uma empresa que, normalmente, é concorrente deles no mercado, a Wilson Combat. A cor de deserto fosca apresentada da M-45A foi requisitada pelo comando dos fuzileiros navais (USMC) o que acabou se tornando uma das características mais marcantes dessa ultima versão militar da velha guerreira da Colt. 

Acima: A desmontagem de primeiro escalão é exatamente a mesma da família M1911,que pode ser considerada relativamente fácil de ser feita para limpeza e lubrificação.
A pistola M-45A1 é apenas mais uma prova de quanto pode ser longa a carreira ativa de uma arma de fogo bem projetada, precisa e eficaz. Com a incorporação de novas soluções táticas como o trilho de acessórios, acabamento fosco e produzida em aço inoxidável com acebamento fosco, para evitar reflexo, a ultima variante desta pistola de projeto de inicio de século passado, se manterá em serviço militar, policial 
e no mercado de defesa civil nos países democráticos por muitas décadas com certeza. Sua capacidade do carregador, pode, dependendo de ponto de vista pessoal de cada um, ser considerado uma desvantagem, porém, isso pode ser resolvido com treinamento para melhorar a precisão do operador para que este não desperdice tiros em situação de combate.

Acima: Uma das maiores qualidades da Colt M45A1 é sua precisão nata. A foto mostra um tipico resultado de tiro sobre tiro, conseguido por um atirador treinado somado as características da arma.


Acima: Um fuzileiro treina com sua M-45A1. O modelo M-1911 é muito apreciado pelos fuzileiros devido a sua confiabilidade, poder de parada e precisão.

KECKLER & KOCH UMP


FICHA TÉCNICA
Tipo: Submetralhadora.
Sistema de operação: Blowback com ferrolho fechado.
Calibre: 45ACP, 9X19 mm e 40 S&W.

Capacidade: Carregadores com 25, e 30 cartuchos.
Peso: 2.1 Kg (vazio).
Comprimento Total: 60 cm (Estendida), 45 cm (coronha rebatida).
Comprimento do Cano: 8 polegadas .
Miras: Massa fixa; Alça regulável, além de acessórios de miras ópticas e miras a laser.
Cadência de tiro:  600 tiros por minuto. 
Velocidade na Boca do Cano: 285 m/seg.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S. Junior
A submetralhadora UMP da famosa fabricante de armas leves Heckler & Koch, foi desenvolvida durante a década de 90 e entrou no mercado em 1999. Inicialmente o objetivo era fornecer uma submetralhadora leve, com bom poder de fogo a um custo mais acessível que a MP-5, considerada, por muitos, como a melhor submetralhadora  do mundo. Para se conseguir esse objetivo, a arma foi feita, em sua maior parte, de polímero de alto impacto. O calibre escolhido, inicialmente, foi o 45 ACP, para ser a munição para o lançamento do modelo básico desta excelente arma. A escolha vem de encontro com a crescente utilização deste calibre que estava meio esquecido devido à febre dos 9 mm que ocorreu no fim dos anos 80 até meados dos anos 90. O objetivo de uma arma de uso tático, hoje, visa obter o maior poder de parada possível, sem com isso, perder a controlabilidade do armamento em fogo automático. Este ultimo requisito, ainda é conseguido através da diminuição da cadência de tiro, que caiu dos 800 tiros por minuto da antiga MP-5, para 600 tiros por minuto, na UMP. O custo balístico dessa escolha é que a UMP em calibre 45, tem um alcance menor daquele conseguido com a MP-5 em 9 mm.

Acima: De concepção moderna, a UMP traz uma nova proposta conceitual para o segmento de submetralhadoras. Uma arma mais leve, modular, em calibre de alto poder de parada e baixa transfixação com maior controle de fogo.
O sistema de operação da UMP é o conhecido blowback, sendo disparado com ferrolho fechado. Os controles da arma, como o seletor de tiro, liberador do carregador e o ferrolho são ambidestro, seguindo uma tendência no desenho de armas táticas atuais, facilitando o uso por qualquer individuo. Os regimes de fogo, disponíveis, são o totalmente automática, rajada curta (bursts) de 2 ou 3 tiros, fogo intermitente e segurança. Após o ultimo tiro, o ferrolho trava na posição aberta para facilitar a recarga facilitando a visualização da condição descarregada da arma. Segundo a HK, é importante observar, que a opção de regime de rajada curta é opcional do cliente no momento da compra da arma que precisa solicitar esse recurso. A UMP foi desenhada para ser modular como o fuzil da mesma marca G-36, sendo a instalação de acessórios facilitado pela existência de trilhos tipo picatinny. Esses trilhos são montados na parte superior e inferior da arma, sendo possível à montagem de outros trilhos nas laterais do guarda mão. Os acessórios mais comuns são uma manopla de apoio abaixo do guarda mão, para melhorar o apoio em fogo automático, e miras ópticas.  A coronha, também concebida em polímero, e com desenho vazado, para diminuir o peso, é dobrável para a direita. O sistema de mira montado na UMP é básica com alça regulável e zerada de fábrica para disparos a 25 metros.
Acima: A UMP pode ser configurada com seletor de regime de fogo com rajada curta de dois tiros, que é interessante quando o combatente tem pouca experiencia com a arma., Porém com sua baixa cadencia de tiro, seria fácil controlar a rajada manualmente.
Inicialmente a UMP foi produzida em calibre 45ACP e .40 S&W, e especificamente este ultimo é muito interessante taticamente pois permite as forças policiais que estão adotando este excelente calibre em suas pistolas, poderem padronizar a munição de seus armamentos. A outra versão é a UMP 9 mm, cujo desenho, tem uma diferença nas formas do carregador, que é curvo, como na MP-5, e, devido a seu calibre, tem uma aptidão natural para o serviço militar por causa do maior alcance e capacidade de penetração do calibre 9 mm. A UMP pode usar carregadores com capacidade de 25 (calibre 45 ACP) e 30 munições (40 S&W e 9 mm) sendo esta ultima a mais comum. Esses carregadores possem uma janela longitudinal transparente para facilitar a verificação da quantidade de munição disponível, que que é bastante útil no campo de batalha. Uma interessante característica da UMP é que a arma, em cada um dos 3 calibres é, essencialmente a mesma, compartilhando as peças sendo que as diferenças residem em seu ferrolho, cano e carregador.

Acima: Aqui podemos ver uma UMP em calibre 9 mm (notem o carregador curvo) abaixo de uma clássica MP-5.
No mercado americano, muito mais democrático que o encontrado em nossa limitada e controlada "democracia", onde tudo é proibido, existiu uma versão civil da UMP. Esta versão, não é uma submetralhadora, mas sim, uma carabina, sendo assim, seu funcionamento, exclusivamente semi-automático, conhecida como Heckler & Koch USC. Esta versão, possui um cano bem mais longo (16 polegadas), coronha fixa e apresenta um acabamento em cor mais clara que aquele preto usado nas armas táticas. A Heckler & Koch, mais uma vez coloca no mercado uma arma confiável, resistente e preenchendo as necessidades dos combatentes que vão de encontro aos novos requisitos para emprego tático das forças policiais e mesmo militares que podem contar com investimentos adequados para garantir ao seu combatente o que há de melhor em tecnologia bélica.

Acima: A HK produz uma versão carabina de sua submetralhadora UMP. O modelo se chama USC é é vendido no mercado norte americano que tem boa aceitação desse tipo de produto.

GWA AA-12



FICHA TÉCNICA
Tipo: Espingarda automática de combate.
Miras: Alça e massa fixa (existe a possibilidade de uso de uma mira óptica com 2X de zoom)
Peso: 5,2 Kg (vazio), 7,3 kg (carregada com 32 cartuchos)
Sistema de operação: Aproveitamento de gases blowback.
Cadência de tiro: 300 tiros por minuto.
Calibre: 12.
Comprimento Total: 0,99 m.
Comprimento do Cano: 18 polegadas.
Capacidade: Carregador de 8 cartuchos ou tambor de 20 ou 32 cartuchos.


DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S.Junior
Espingardas em calibre 12 tem um poder de impacto que já se tornou lendário. Até uma criança de 10 anos já ouviu falar sobre o estrago que um tiro de um cartucho calibre 12 pode causar. Mesmo com uma capacidade de munição que costuma ficar limitada a 7 ou 8 tiros, estas armas estão presentes no ambiente militar, policial e civil e são muito apreciadas.
Em 1972,  um engenheiro norte americano chamado Maxwell Atchisson, teve a ideia de criar um novo tipo de espingarda nessa versátil munição que permitisse juntar o poder de impacto do cartucho calibre 12 com volume de fogo de um fuzil automático e criou a primeira espingarda automática (dispara rajadas) dimensionada para disparar este cartucho.
Acima: A AA-12 é uma arma que apresenta um grande volume, natural de armas em calibre 12. O exemplar da foto foi um dos primeiros modelos da AA-12. Seu peso, também é maior que de um fuzil de assalto.
O projeto inicial tinha um sistema de operação blowback com o curso do ferrolho aumentado além da necessidade para extração do cartucho para diminuir a cadencia de tiro, assim como o recuo. O ferrolho ficava aberto durante todo o processo de disparo. Em 1980, o projeto, foi revisto e mudanças em seu sistema de funcionamento foram aplicados visando o uso mais seguro com munições mais potentes, típicas de uso militar. A partir daí o ferrolho passou a ficar fechado durante o disparo, só abrindo para ejetar o cartucho, sendo fechado posteriormente. Nesse ponto é interessante observar que o sistema de alimentação da AA-12 usa a energia do recuo do disparo absorvendo até 80% do recuo sentido pelo atirador, garantindo uma maior controlabilidade em rajadas.
Acima: A desmontagem da AA-12 é fácil de ser executada e seu mecanismo permite absorver até 80% do característico recuo do potente cartucho calibre 12.
A espingarda AA-12 pode usar um carregador destacável em forma de caixa (como a de um fuzil) com 8 cartuchos ou um carregador tipo tambor, como na submetralhadora Thompson 45, com capacidade de 20 ou 32 cartuchos. A AA-12, inicialmente, foi fabricada sem nenhum seletor de tiro. Para se controlar a quantidade de disparo era necessário controlar a velocidade do gatilho, de forma que se mantivesse o gatilho pressionado direto,  a arma dispararia 300 tiros por minuto. Porém, a versão atual da AA-12 possui um seletor de tiro que possui a posição “travado”; tiro intermitente (um tiro por vez) e automático (rajada) o que acarreta em uma chuva de chumbo sobre o alvo, se for usado um cartucho com chumbos “Buck Shot” que lança cerca de 5 projéteis esféricos de 8,4 mm em cada disparo.
Acima: O exemplar desta foto é o atual modelo da AA-12, já com os muitos melhoramentos (cerca de 200 modificações mecânicas) que tornaram esta arma extremamente confiável.
O uso de uma espingarda em calibre 12 que pode disparar em regime totalmente automático já traz, por si só, uma grande dor de cabeça para seu inimigo, agora imaginem que as novidades não acabam aqui. Na verdade, parte das novas possibilidades que a AA-12 traz é sua nova munição chamada de Frag 12 que consiste em um projétil com pequenas asas retrateis que se abrem ao sair do cano da AA-12 e que levam um projétil singular com carga explosiva que pode ser de alto explosivo, pré fragmentada ou de alto explosivo perfurante de blindagem. Especificamente, a versão pré fragmentada, explode ao tocar o alvo, lançando fragmentos de metal a distancias que podem chegar a 2,5 metros. Não é preciso ser um gênio para entender a implicação disto. A arma é extremamente letal, mesmo contra inimigos escondidos atrás de janelas. Essa munição, devido a sua trajetória mais tensa, permite um alcance efetivo próximo de 200 metros, embora, na pratica acredito ser improvável o uso de uma espingarda a essa distancia.
Acima: Aqui podemos ver um projítil Frag 12, explosivo que dá a AA-12 uma capacidade bastante letal, principalmente contra alvos escondidos atras de portas e janelas.
A AA-12 é uma espingarda com foco no uso em operações em lugares apertados como no interior de uma casa ou em uma densa floresta. Algumas tropas de operações especiais norte americanas já usam este armamento em suas missões, para fins de experiência.
É interessante notar também, que a AA-12 já protagonizou alguns filmes hollywoodianos como o Preadores, onde é a arma usada pelo ator Adrien Brody e no filme Os mercenários, de Sylvester Stallone, onde o ator Terry Crews também utiliza essa poderosa espingarda.
O projeto original de Maxwell Atchisson influenciou outros engenheiros como John Trevor Jr que desenvolveu um projeto chamado USAS 12 que foi vendido para a empresa sul coreana Daewoo. A USAS-12 é bastante parecida com o AA-12 e a influencia no desenho é inegável e o desempenho é parecido também. É bem provável que esse armamento seja adquirido pelo corpo de fuzileiros navais dos Estados Unidos em breve, segundo informações que pude ler durante a concepção deste artigo.
Acima: Cena do filme Predadores onde o ator Adrien Brody usa uma AA-12.

Acima: Notem a ausência de recuo significativo durante uma rajada com a AA-12.

STEYR MANNLICHER AUG



FICHA TÉCNICA
Tipo: Fuzil automático bullpup
Miras: Luneta com aumento 1,5X, equipada com alça e massa fixas sobre a estrutura, como mira backup, podendo ser usados aparelhos ópticos holográficos ou lunetas de maiores capacidades.
Peso: 3.7 kg vazio com cano de 18 polegadas.
Sistema de operação: A gás com ferrolho rotativo.
Calibre: 5,56 X 45 mm (223 Remington).
Capacidade: Carregadores de 5, 20, 30, 60 ou Beta de 100 munições.
Comprimento Total: 69 cm a 80 cm dependendo da versão.
Comprimento do Cano: 16, 18 e 20 polegadas, dependendo da versão.
Velocidade na Boca do Cano: 940 m/seg.
cadencia de tiro: 650 tiros/min.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S. Junior
No mercado dos fuzis de assalto, existem uma grande variedade de modelos, sendo que muitos são de funcionamento idênticos, sendo que as diferenças acabam limitadas a qualidade de seus componentes, dimensões e ergonomia. Porém os fuzis do tipo “bullpup”, caracterizados por ter seu mecanismo inserido na parte traseira, ou seja, a coronha do rifle, são um diferencial que salta aos olhos. Com sua aparência considerada estranha para alguns observadores menos acostumadas com armas de fogo, por ter o carregador disposto atrás da empunhadura, esse tipo de arma, guarda algumas vantagens notáveis quando se pensa de forma tática a respeito do uso do armamento. Primeiramente podemos mencionar o fato desse tipo de armamento ter um comprimento reduzido em aproximadamente 20 ou 30% em relação ao desenho clássico dos fuzis de assalto modernos, sem comprometer o comprimento do cano, que se mantém com as mesmas dimensões de um fuzil de tamanho normal e por isso preserva as qualidades balísticas para potencia e alcance, condição muito importante para os soldados em campo de batalha. Outra vantagem visível desse tipo de armamento é a melhor distribuição do peso da arma e a consequente redução da tendência do cano da arma subir no disparo resultando em maior estabilidade em regime de fogo automático.

Acima: O fuzil AUG é o mais popular fuzil bullpup do mundo. E seu desenho, mesmo com mais de 40 anos de projeto, ainda se mantem futurista para os padrões de armas desse tipo.
O fuzil AUG (Armee Universal Gewehr, ou fuzil universal do exército), desenvolvido pela Steyr Mannlicher da Áustria, em conjunto com o exercito daquele país no final da década de 60, foi motivado pela necessidade de se substituir o fuzil FAL, calibre 7,62 mm em uso pelo menor 5,56 X 45 mm, que estava se tornando padrão entre as forças da Europa ocidental naquela época. O fuzil AUG possuía características revolucionarias para aquela época, como a configuração bullpup, uso extenso de polímero (plástico de alto impacto) em sua construção e uma modularidade que permite a troca de canos por outros de comprimentos diferentes preservando a caixa da culatra e mecanismos, fazendo o fuzil se tornar uma carabina ou uma metralhadora leve com poucos segundos. Essas características são alguns dos diferenciais mais notáveis deste excelente fuzil de assalto. Existem 4 versões básicas do AUG sendo uma submetralhadora AUG SMG, em calibre de pistola 9 mm, para uso policial; Uma curta em calibre 5,56 mm, para operações especiais; A versão padrão ou básica; E uma versão com cano mais pesado (AUG HBAR) equipado com bipé para ser usada como metralhadora de apoio.

Acima: Nos Estados Unidos existem muitos departamentos de polícia que estão equipados com alguma versão do Steyr AUG, como essa "A3" na mão deste policial.
O funcionamento de seu mecanismo se dá por recuo curto através do aproveitamento dos gases do disparo que movem um ferrolho rotativo, se mostrando um sistema bastante eficaz e confiável já encontrado em vários armamentos dessa classe, como o M-16, por exemplo. A cadencia de tiro do AUG no modo automático é de 650 tiros por minuto, por tanto, mais lenta que o M-16, seu concorrente direto de mercado, que atinge 950 tiros por minuto. Essa menor cadencia de tiro permite um melhor controle da arma em rajadas e consequentemente menor desperdício de munição. Um item interessante no AUG é a existência de uma manopla dobrável abaixo do cano que presta para apoio da mão permitindo ainda uma posição de tiro mais confortável contribuindo, também, para o controle no momento do disparo.
O sistema de miras do AUG, originalmente é composto por uma luneta com aumento de 1,5X com boa claridade e um sistema de mira aberta montada acima da estrutura da luneta. A luneta permite o uso contra alvos estacionados a uma distancia de 600 metros, enquanto a mira aberta permite uma visada adequada contra alvos a 100 metros. Os carregadores podem ser de 30 ou 42 tiros e são feitos de plástico semitransparente o que facilita a visualização da quantidade de munição disponível.

Acima: Aqui podemos ver um soldado do exército australiano com seu AUG A3 com lançador de granadas M-203 de 40 mm.
Uma segunda geração do AUG foi desenvolvida sob o nome de AUG A-2 em que foi retirada a luneta fixa que também servia de alça de transporte por um trilho removível do tipo picatinny para poder diversificar as opções de miras ópticas.
Atualmente o AUG está em sua terceira geração e é conhecido como AUG A-3 que sofreu uma mudança de desenho mais radical e teve substituído o seu cano original por um mais pesado e resistente com um quebra chamas modificado e mais eficiente. Na versão A-3, um novo trilho de acessórios tipo picatinny, ainda maior foi montado fazendo com que o desenho, antes considerado algo “magro” tenha crescido, dando uma impressão de que a arma se tornou mais robusta, o que realmente aconteceu nessa versão. Ainda, nessa versão, pode-se notar trilhos picatinny nas laterais do fuzil, melhorando ainda mais a disponibilidade de acessórios táticos, como lanternas e apontadores a laser. O AUG é compatível com lançadores de granadas de 40 mm de diversos modelos, sendo que o modelo M-203 norte americano o mais usado.

Acima: A versão AUG-A3 traz uma melhoria importante na flexibilidade de emprego deste já clássico fuzil. O exemplar da foto está preparado para uso de atiradores designados ou "caçador" como é chamado no Brasil.
É certo que há excelentes armas bullpup no mercado, sendo que algumas como o fuzil FAMAS e o L-85 britânico, já participaram de varias guerras, mas o AUG é a arma que teve o maior sucesso comercial, nessa categoria de armamento tendo sido vendido para forças militares e agencias de segurança, de pelo menos 37 países. Com suas novas versões sendo apresentadas, é certo que teremos a visão de soldados armados com o AUG por muitas décadas ainda.

Steyr AUG A1


Steyr AUG  SMG


Steyr AUG A2


Steyr AUG A3


Steyr AUG A3 SF


Steyr AUG HBAR

HECKLER & KOCH HK-45


FICHA TÉCNICA HK-45 (Standard)
Calibre: 45 ACP.
Peso: 770 gramas.
Capacidade: 10 tiros.
Comprimento do cano: 4,53 pol.
Comprimento total: 191 mm.
Gatilho: Ação dupla / Simples ou somente ação dupla (DAO).
Sistema de operação: Recuo curto trancamento do ferrolho.
Mira: Fixa com sistema tridot.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
A moderna pistola HK-45 é o resultado para um programa militar estabelecido pelo exército dos Estados Unidos chamado Joint Combat Pistol (JCP), que teve o objetivo de substituir a M-9 (Beretta 92F), em calibre 9 mm Parabellum, por uma pistola semiautomática de calibre 45 ACP. O programa foi cancelado em 2006 devido a questões econômicas, e a pistola M-9 continua a ser a arma padrão das Forças Armadas Norte Americanas. Mesmo que o programa JCP estivesse terminado, a Heckler & Koch decidiu fazer a HK-45 disponível no mercado comercial militar, policial e civil. A HK já tem um produto nesse calibre em seu portfólio que responde pelo nome de USP, uma arma que se tornou bastante popular principalmente devido a qualidade intrínseca aos produtos desta companhia.
Acima: A pistola HK-45 traz a uma série de aperfeiçoamentos em relação ao modelo USP que já era uma excelente pistola.
A HK resolveu desenvolver uma pistola nova para o programa JCP ao invés de oferecer um de seus produtos em linha de produção, para aproveitar o inventivo e desenvolver uma arma que estivesse a frente de sua USP. A HK-45, como foi batizada a nova pistola, traz uma significativa melhoria na ergonomia tornando a arma muito mais confortável para ser utilizada. Um dos elementos integrados ao projeto que resulta nessa melhoria é a utilização dos "backstraps" que é uma peça montada na parte anterior da empunhadura e que pode ser facilmente substituída por peças de dimensões diferentes para se adaptar as dimensões das mãos do usuário. Esta solução, já é encontrada na pistola P-2000, um produto anterior ao modelo HK-45, porém de dimensões menores e sem variante em calibre 45 ACP. Além disso, a HK-45 apresenta um sistema de amortecimento de recuo em sua armação de polímero que diminuir a força do recuo e consequentemente o stress de disparos consecutivos.

Acima: A HK-45 é uma arma fácil de desmontar o que ajuda na hora de fazer a limpeza depois de seu uso.
Uma outra solução interessante que podemos ver na HK-45 em termos de ergonomia é o botão liberador do carregador montado na junção do guarda mato e a empunhadura, no melhor estilo das mais recentes pistolas alemãs da marca Walther, o que facilita muito a troca de carregador, principalmente em situações mais tensas como as que podemos ter em combate. Essa tecla é ambidestra podendo ser montada dos dois lados da arma, assim como a tecla de trava e de desarmar o cão. A armação é feita em polímero, como muitas das novas pistolas do mercado, o que lhe garante maior leveza também. Na parte da frente da armação, a HK-45 apresenta trilhos picatinny padrão MIL-STD-1913 para fácil instalação de acessórios como lanternas táticas e apontadores laser. A HK-45 pode disparar, pelo menos, 20000 tiros antes de precisar trocar qualquer peça, segundo a Heckler & Koch.
Acima: A tecla liberadora do carregador é ambidestra e de fácil acesso otimizando seu uso em situações de combate.
A HK-45 opera no sistema de recuo curto usando o sistema browning modificado o que garante alta confiabilidade a arma. Seu carregador permite 10 disparos, que somado com a munição que vai na câmara, dá 11 tiros de capacidade. Embora seja uma vantagem frente a modelos mais clássicos como as consagradas Colt M-1911  e suas clones, ainda fornece menor capacidade de fogo que sua concorrente FNX-45 da belga FN Herstal que tem capacidade para 15 munições no carregador mais um na câmara. O cano da HK-45 tem 4,53 polegadas, pouco menor que o de uma M-1911, arma de referência para pistolas em 45 ACP, porém, a arma apresenta precisão superior graças á qualidade da produção de seu cano com sua alma raiada em forma poligonal.
O sistema modular do gatilho permite versões da HK-45 que operem em dupla ação/ ação simples (como em uma PT-58, por exemplo), ou somente dupla ação (como em uma PT-24/7), cabendo ao cliente escolher o sistema que melhor se encaixe com sua preferência. Eu, pessoalmente, gosto da versão dupla ação/ ação simples, provavelmente por estar muito acostumada com esse padrão de funcionamento nas armas que uso.

Acima: Uma sessão de tiro no estande e o resultado abaixoNotem a elevada precisão da HK-45, apresentando agrupamentoss com muito tiro sobre tiro.

A HK-45 é fabricada em quatro variantes que são:
HK-45: Modelo padrão, descrito nesse texto.
HK-45 Tactical: Modelo com um alongador no cano que pode ser rosqueado um supressor de ruído (os famosos silenciadores) e miras com sistema tridot de tritiun (tem efeito luminescente para disparos em condições de baixa visibilidade.
HK-45 Compact: Modelo  de dimensões reduzidas cujo cano foi diminuído para 3,93 polegadas e carregador para 8 cartuchos. Arma de objetivo para porte velado e/ ou backup gun.
HK-45 Compact Tactical: Modelo compacto com os mesmo recursos da HK-45 Tactical full size, e alongador de carregador para comportar 10 cartuchos.

Acima: Todas as 4 versões da HK-45 aparecem nessa foto. Notem que a armação em coloração de areia. Além deste acabamento e da negra, a arma pode ser encontrada com a armação em coloração verde.
A HK-45 é uma pistola muito precisa, confiável, e extremamente robusta. essas qualidades somada a sua excelente ergonomia a coloca em um status de produto premium, top de linha. A HK não perdeu o tato comercial e logo lançou um modelo de pistola em calibre 9 mm e .40 sob o nome P-30/ P-30L que é baseada no modelo HK-45. Essas pistolas possuem a mesma ergonomia e soluções de funcionamento, porém nos calibres menores.
tanto a HK-45 quanto a P-30, são pistolas caras, sendo que em 2015, no mercado norte americano, estas armas podem ser adquiridas por cerca de U$ 1100,00 dólares. para se ter uma ideia de quanto caro é isso, vamos usar o preço da pistola Glock 17 em calibre 9 mm, extremamente popular no mercado norte americano e que custa cerca de U$ 600,00 dólares. Assim  embora seja armas espetaculares em termos de qualidade e funcionalidade, não são para qualquer bolso.
Acima: Nesta foto podemos ver a HK-45 Tactical, com seu adaptador na boca do cano para rosquear supressores de ruído.