terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

BARRETT M-82A1


FICHA TÉCNICA
Calibre: .50BMG (12,7 mm) e 416 Barrett.
Operação: Recuo curto com ferrolho rotativo.
Comprimento: 1,45 m.
Comprimento do cano: 737 mm
Capacidade: 10 tiros no carregador mais um na câmara.
Mira: telescópica com aumento de 10X.
Peso: 12.9 Kg (vazia)
Velocidade do projétil: 854 m/seg (boca do cano)
Alcance efetivo: 1880 Mts (alcance balístico de 6000 a 7000 Mts)

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
No universo das armas de fogo existem muitos modelos que fazem história e se tornam clássicas devido a sua confiabilidade, efetividade, inovação, e muitas vezes até beleza! Estão entre as armas que considero clássicas e históricas a Colt M-1911 cujo projeto do engenheiro John Moses Browning foi incontavelmente copiado por todos os grandes fabricantes do mundo e que mesmo depois de mais de 100 anos, a arma continua atual, operacional em muitas forças militares e policiais do mundo todo e vendendo muito bem no principal mercado de armas civis do mundo, o democrático Estados Unidos da América, onde as leis não são ridículas como na republica das bananas bem ao sul das Américas (espero não precisar desenhar para que reconheçam o país que estou me referindo). Outra arma clássica que certamente fará aniversário de 100 anos em operação é o filho prodigo de Mikhail Timofeevich Kalashnikov, o AK-47 e derivados, que levou a fama de ser um armamento extremamente confiável e robusto, com custo baixo e fácil manutenção. No começo dos anos 80s do século passado e em 1982 um engenheiro, Ronnie Barrett, fundador da Barrett  Firearms Manufacturing, apresentou ao mundo seu primeiro fuzil anti material, o M-82. era um exemplar inicial, porém, pouco mais tarde, em 1986, uma versão, a M-82A1, foco desta matéria, foi apresentada e se tornaria a mais popular arma anti-material do mundo.

Acima: A cria e seu criador. Ronnie Barrett, e seu principal produto, o M-82A1 em uma feira Shot Show nos Estados Unidos.

Acima: O M-82A1 é um monstro. Arma de elevado peso e dimensões, e ainda dispara uma munição extremamente poderosa.
A primeira característica básica para uma arma anti-material, é seu potente calibre. No caso aqui, a M-82A1 usa o "pornográfico" calibre .50 ou 12,7X99 mm NATO (Padrão OTAN). Uma munição que é muito comum em metralhadoras antiaéreas (daí vocês podem ter uma ideia do poder destrutivo dessa munição). A função do fuzil anti-material, e consequentemente, do M-82A1,é destruir pequenos veículos, antenas de radar, inutilizar uma aeronave em terra, e, ser usado como uma solução para matar snipers inimigos a distancias que superem as conseguidas pelos fuzis deles. O M-82 A1 tem precisão a disparos de até 1800 metros, quase o dobro do que se consegue com um fuzil em 7,62X51 mm (308 Winchester), e ainda sim, um projétil  calibre 12,7 mm, pode alcançar até incríveis 6800 metros (sem precisão, é claro). A energia da munição na boca do cano chega a 13971 lb (1424 kgf) de potência. Aqui, cabe eu dar um parâmetro de referência para o leitor entender o que significa isso. Um disparo da potente munição 7,62X51 mm tem a energia de 2675 lb (273 kg). Para nós, civis brasileiros, limitados ao mundinho do 380 ACP em pistolas semi automáticas, temos a energia de 200 lb (20 kg) de força. Acho que agora todos estão cientes do que eu quis dizer, quando usei o termo "pornográfico" no começo deste parágrafo. Embora o M-82A1 seja sempre lembrado por usar munição 12,7 mm, a Barrett disponibilizou a partir de 2006, uma munição desenvolvida por ela mesma, o também potentíssimo calibre 416 Barrett (10,6X83 mm) que produz um impacto de 1212 kg, pouco inferior ao 12,7 mm, porém, o 416 barrett é mais preciso a distancias maiores e tem a positiva característica de reter mais energia que o 12,7 mm a distancias maiores que 1000 metros. Outro ponto interessante é que em alguns mercados onde armas em calibre 12,7 mm é proibido, tem liberado o potente 416 Barrett, vai entender a mente dos legisladores né!
Acima: Neste infográfico podemos ver um M-107 que é a versão modificada do M-82A1 em uso pelo exército dos Estados Unidos. O cano desta versão tem sua alma reforçada com cromo para maior resistência.
O M-82A1 é uma arma de grande porte. Seu comprimento total é de 1,45 metro. Seu peso, como seu comprimento, também não é dos pequenos. São 12,9 kg (descarregada). Uma metralhadora M-60, famosa pelo exagero de seu peso, pesa 2 kg a menos que isso! Assim fica claro que o M-82A1 é uma arma para ser operada em missões especiais, onde há tempo bem determinado para conclusão da missão, pois a arma representa um inferno para transportar para um soldado que esteja em patrulha. Sua empunhadura é, virtualmente a mesma do fuzil M-16 em uso nas forças armadas norte americanas. Já sua coronha é básica, diria até "espartana", fixa, sem nenhuma regulagem. O M-82A1 tem em sua porção superior um trilho picatinny padrão MIL-STD-1913 para instalação de lunetas. A
parte de baixo do guarda mão, fica instalado um robusto bipé de aço. Esse acessório é fundamental para operar eficientemente o M-82A1, que com sua avantajada dimensões e elevado peso, se presta apenas a tiros apoiados.
O funcionamento do M-82A1 se dá pelo o sistema de recuo curto, onde o cano recua por um curto espaço, movimentando um ferrolho rotativo, que ejeta a capsula da munição deflagrada, e sua mola recuperadora, força o ferrolho a frente, alimentando mais uma munição a câmara para o próximo disparo. O recuo elevado, normalmente proporcionado por esta potente munição, é muito absorvido pelo freio de boca de alta eficiência montado na boca do cano. Para se ter uma ideia, os relatos sobre a sensação deste recuo, por alguns atiradores que usaram o M-82A1, informa que é algo comparável ao calibre 7,62X51 mm, ou pouco mais forte, mas nada que vá "deslocar" seu ombro no momento do disparo, como o estrondo do disparto desta potente arma possa sugerir. 
Embora seja uma arma para disparos de longa distancias, e que, sempre precisará de uma luneta para se conseguir melhores resultados, ainda sim, a arma é fornecida com um sistema convencional de miras composto por uma alça tipo dióptro e uma barra vertical como massa de mira.
 
Acima: O M-82A1 vem de fábrica em uma robusta mala aprova de água e desmontado para facilitar seu transporte.
O M-82A1 é, provavelmente, o mais popular fuzil anti-material do mercado. São nada mais, nada menos que 50 nações, incluindo o Brasil, a usar este potente armamento em suas tropas. Sua reconhecida confiabilidade, não havendo históricos de falhas em seu funcionamento, e um nível de precisão adequado, embora não seja a arma mais adequada para sniper, ajudarão a manter a M-82A1 em serviço por décadas a frente. Embora haja relatos de alvos humanos que foram atingidos por esse armamento a mais de 2000 metros no Afeganistão, a verdade é que ainda sim não se pode dar um tratamento a esta arma como arma de precisão, pois devido ao potente calibre, qualquer parte do corpo que o projétil atinja, o "alvo" estará destruído, diferentemente de um verdadeiro fuzil onde você consiga, efetivamente, acertar um ponto específico do corpo a elevadas distancias.
No mercado civil norte americano, o M-82A1 pode ser adquirido, e seu custo gira em torno de U$ 8900,00, bem salgado, diga-se de passagem, mas devemos lembrar se tratar de uma arma, efetivamente de "grosso calibre" como nossa imprensa irresponsável adora chamar qualquer coisa maior que um revolver calibre 38.

Acima: Aqui vemos uma equipe Ranger do Exército dos Estados Unidos (US Army) em Mogadíscio , Somália, em que um de seus membros está armado com um M-82A1.

Acima: Nessa foto podemos ver um M-82A1 CQ, com cano encurtado para 20 polegadas.


Acima: Militares das forças especiais do México com seus M-82A1.


Acima: Soldado da força de defesa de Israel em treinamento com seu M-82A1.

IMI UZI


FICHA TÉCNICA
Tipo: Submetralhadora.
Sistema de operação: Blowback com ferrolho aberto.
Calibre: 9X19 mm.
Capacidade: Carregadores de 20, 25 e 32 munições.
Peso: 3,5 Kg (vazio) 4 Kg (com carregador de 25 munições completo)
Comprimento Total: 65 cm (Extendida), 47 cm (coronha rebatida).
Comprimento do Cano: 10,24 polegadas.
Miras: Massa fixa; Alça regulável para 100 e 200 metros.
Cadência de tiro:  600 tiros por minuto.
Velocidade na Boca do Cano: 400 m/seg.

DESCRIÇÃO 
Por Carlos E.S. Junior
Talvez entre os mais jovens, seu nome não seja tão conhecido, porém, para aqueles apreciadores de armas que tenham mais de 30 anos, certamente já tiveram oportunidade de ler ou de ver em filmes, uma das mais famosas submetralhadoras de todos os tempos: A israelense UZI, projetada pelo major Uziel Gal, do exército israelense no fim da década de 40 do século passado e fabricada pela IMI (Israel Military Industries) logo nos primeiros anos da década seguinte, se tornou um estrondoso sucesso da indústria bélica israelense sendo empregada por mais de 90 países de todos os continentes do mundo e acabou sendo produzida, sob licença por muitas empresas como, por exemplo a FN Herstal, da Bélgica e a chinesa Norinco. Sua popularidade permitiu que fosse construidas mais de dois milhões de unidades desta popular submetralhadora. Muitos filmes de Hollywood, principalmente os produzidos nos anos 80 do século passado, mostram a UZI como o armamento dos protagonistas das histórias, como  nas mãos do ator Chuck Norris na pele do personagem Major Scott McCoy em "Comando Delta" (Delta Force - 1986), ou nas mãos de Arnold Schwarzenegger no filme Commando, na pele de John Matrix.
Acima: A UZI é uma das mais populares armas produzidas pela industria bélica israelense e mesmo com um projeto com mais de 60 anos, ainda pode ser vista nas mãos de soldados do mundo todo.
Produzida em aço estampado para baratear sua produção e com poucas peças, a UZI é uma arma que pode ser desmontada facilmente para reparos ou limpeza, característica esta que é particularmente desejável para um armamento de uso militar.
Seu desenho com o carregador colocado por dentro da empunhadura permite que a UZI tenha a mesma dimensão de uma submetralhadora moderna, porém com o cano mais longo garantindo melhor aproveitamento da pressão da queima do propelente da munição que consegue melhor velocidade e melhor alcance da munição 9X19 mm Parabellum.
Seu  funcionamento, inicialmente era baseado no sistema blowback com o ferrolho aberto o que ajudava a evitar super aquecimento da câmara, porém deixando o mecanismo exposto a sujeira como areia ou lama. Depois de um breve período de comercialização, a IMI introduziu uma mudança em seu sistema de operação para que pudesse operar com sistema fechado, mais confiável.
Acima: Nesta foto pode-se observar a janela de ejeção fechada durante o disparo. No começo da produção da UZI, a arma operava com a janela aberta, o que facilitava a contaminação do mecanismo da arma por areia ou lama. Atualmente as UZIs operam com o ferrolho fechado.
A UZI possui uma tecla de segurança montada na parte posterior da empunhadura que funciona como uma trava de disparo. Uma vez que se segure a arma, a mão pressiona essa tecla liberando o sistema de percussão da UZI deixando a arma pronta para disparar. Um segundo sistema de segurança são as teclas de seleção de regime de disparo montado do lado esquerdo na parte superior da empunhadura que é composto por uma tecla com 3 posições, sendo elas safe (travado), fogo intermitente (tiro a tiro) e automático (rajada).
A UZI dispara a uma cadência de 600 tiros por minuto, o que pode ser considerado bastante adequado, nem muito rápido e nem lento. Muitas submetralhadoras mais modernas disparam muito mais rápido levando a um desperdício de munição uma vez que muitos operadores não tem o adequado treinamento para serem eficientes no gerenciamento do gatilho e consequentemente, no uso da munição disponível.
Acima: Nesta foto podemos ver as duas teclas de segurança do UZI. Atras da empunhadura, a tecla grande, destrava o mecanismo de disparo, e do lado da empunhadura, na parte de cima, temos a tecla de seleção de regime de fogo que também possui uma trava.
A UZI possui 6 versões ao todo, sendo que algumas são pouco conhecidas do público brasileiro, sempre sob limitações impostas pelas legislação exageradamente burocrática e mesmo por falta de meios de comunicação adequados que mostrem o mundo das armas.
A versão básica, foco deste texto, é a UZI SMG, maior entre todas as versões. A Mini-UZI é uma popular versão compacta, cujo cano tem 7,76 polegadas e a arma toda com a coronha desdobrada, tem 60 cm, ou 36 cm com a coronha dobrada. Esta versão possui cadência de tiro bem mais alta, chegando a 950 tiros por minuto, usando a mesma munição 9 mm. A Mini-UZI é usada no Brasil pelo Grupamento de Mergulhadores de Combate, ou como são mais conhecidos "GRUMEC", grupo da Marinha do Brasil que usa táticas para reconhecimento, sabotagem e destruição de alvos de valor estratégico.
Acima: A submetralhadora Mini-UZI é uma versão compacta e bastante popular. No Brasil, nela é usada pelo GRUMEC da marinha brasileira a bastante tempo.
Micro UZI, por sua vez, é uma versão ultra compacta, que pode ser considerada uma "pistola metralhadora" com cano de apenas 4,6 polegadas e comprimento de apenas 25 cm com com a coronha dobrada. Por ter uma elevada cadência de tiro, na ordem de 1200 tiros por minuto, sua utilização se dá, principalmente em ambiente extremamente apertados e com disparos a curta distancia pois existe forte tendência de os impactos dos disparos se espalharem demais. O modelo mais recente é a UZI Pro, uma variante avançada da Micro-UZI produzida com a empunhadura e parte da armação em polímero, e com uma porção abaixo do cano que funciona como um guarda mão que proporciona maior controle do recuo da arma. Outra mudança é que a UZI Pro possui é a alavanca de manejo do ferrolho que foi colocada na lateral esquerda da arma (antes era na parte superior), o que liberou a parte de cima para um trilho para acessórios de visada.
As outras variantes da UZI são modelos para uso civil e operam em regime semi automático. Aqui temos a UZI Carbine, cujo corpo tem as dimensões da UZI SMG, porém com um cano muito mais longo tendo 16 polegadas e sendo produzida em calibre 45 ACP além do 9 mm. A Mini-UZI também foi produzida na forma de carabina (Mini UZI Carbine), que trouxe uma arma de desenho de gosto particularmente duvidoso. E por ultimo, a UZI Pistol que é uma Mini-UZI que opera exclusivamente em regime semiautomático.
Acima: A submetralhadora Mini-UZI é uma versão compacta e bastante popular. No Brasil, nela é usada pelo GRUMEC da marinha brasileira a bastante tempo.
Sendo uma arma clássica, a UZI acabou sendo produzida por muitos fabricantes de armas, sendo que a empresa original, a IMI, hoje conhecida como IWI, mantém apenas a produção das versões Mini-UZI,  Micro UZI, e UZI Pro. A versões maiores da UZI podem ser encontradas ou encomendadas em outros fabricantes como a Vector Arms, dos Estados Unidos. A UZI SMG, em especial, foco deste artigo,  pode ser considerada uma submetralhadora um tanto pesada se comparada aos modelos mais modernos como a quase onipresente MP-5, que se mantém como a mais popular submetralhadora atualmente. Este peso tem um lado bom também, pois permite que a arma se mantenha mais estavel disparando em modo de rajada, permitindo melhores agrupamentos.
Mesmo  sendo um projeto com mais de 60 anos, a UZI deverá continuar a ser vista nas mãos de muitas forças militares por bastante tempo ainda.
Acima: O modelo mostrado na foto acima é a versão carabina da UZI. Notem seu cano alongado com 16 polegadas para poder cumprir as normas legais do mercado estadunidense com relação a este tipo de armamento.

GLOCK



FICHA TÉCNICA
GLOCK 17
Calibre: 9 mm Parabellum.
Capacidade: 17+1 com opção para 10 e 33 munições.
Comprimento do cano: 4,48 pol.
Comprimento total: 204 mm.
Sistema de operação: Recuo curto.
Peso: 710 gramas (descarregada).

GLOCK 25 
Calibre: 380 ACP.
Capacidade:15 tiros.
Comprimento do cano: 4 pol.
Comprimento total: 187 mm.
Sistema de operação: Blowback com trancamento do ferrolho.
Peso: 640 gramas (descarregada).

UM POUCO DE HISTÓRIA.
Por Carlos E. S Junior
Em qualquer conversa sobre armas de fogo, quando se discute sobre esta ou aquela pistola, o nome “Glock” sempre aparece, seja essa conversa feita entre leigos ou profissionais de segurança publica. Na verdade o nome Glock é, sem duvida nenhuma, o primeiro nome que vem a cabeça quando se pensa em pistolas semi-automáticas nos dias de hoje. Nas próximas linhas vou descrever um pouco desta excelente arma, e desmistificar alguns conceitos que se tem a respeito das pistolas desta séria empresa fabricante de armas.
A Glock é uma empresa austríaca que iniciou suas atividades em 1963, quando os produtos se limitavam a itens de metalurgia e de plástico como, por exemplo, facas, e coldres que eram fornecidos ao exercito austríaco. Porém em 1980 o exercito austríaco abriu uma concorrência para a aquisição de uma nova pistola de porte para seus militares. Entre os requisitos estavam que essa pistola deveria ser em calibre 9 mm parabellum, ter capacidade para, pelo menos, 8 cartuchos, ser ambidestro, poder ser desmontada sem nenhuma ferramenta, ter menos que 58 peças que poderiam ser trocadas sem maiores ajustes e ainda ser capaz de disparar 10000 tiros apresentando, no maximo, 20 falhas. O exercito da Áustria chamava a pistola desta licitação de “P-80”.  O Sr Gaston Glock, proprietário da famosa fabrica, fez uma pesquisa com diversos especialistas do segmento de segurança publica, militares e atiradores civis para coletar informações do que seria a pistola ideal. Após 3 meses, s Sr Glock apresentou sua pistola que deveria ser posta para avaliação do exercito austríaco e verificar se esta preenchia as duras exigências operacionais daquela força. Esta nova pistola foi batizada de Glock 17, o que pode ser chamada de a “mãe” das pistolas Glock.

Acima: A antiga pistola Walther P-38 em uso pelo exército austríaco precisava ser substituída por uma nova e moderna pistola. A Glock venceu a licitação contra marcas muito mais famosas na época como Sig Sauer, Beretta e HK.

A Glock 17 passou pelo teste do exercito da Áustria e falhou uma única vez em ejetar um estojo deflagrado durante 10000 tiros disparados em 5 horas onde vários atiradores se revezaram para manter a arma atirando ininterruptamente. Outros testes bastante “provocativos” como mergulhar a pistola em água salgada, enterrada na lama com o ferrolho aberto, expor a arma a temperaturas congelantes de -24º foram executado na Glock 17, tendo ela passando com louvor por todo esse “inferno” avaliativo.
Em 1983 a Glock 17 foi, oficialmente, adotada pelo exercito austríaco e a partir daí a “pistola de plástico” como a mídia a chamava passou a ser o centro das atenções em muitas conversas entre apreciadores de armas. Vale aqui lembrar que a Glock não foi a primeira pistola a usar plástico (Polímero) em sua construção. Na verdade a primeira arma com essa característica foi uma pistola famosa Heckler  & Koch chamada VP-70, uma arma dos anos 60 que além do material avançado, também era mecanicamente avançada usando um sistema de operação exclusivamente em ação dupla. Bom... voltando para o foco deste artigo, a popularíssima pistola Glock, acabou entrando no mercado norte americano, o mais concorrido do mundo, devido a liberdade que o cidadão de bem possui naquele país para adquirir armamentos. O sucesso do modelo naquele mercado foi sensacional. Simplesmente um “best seller” em termos de vendas. Fora isso, muitos departamentos de policias nos Estados Unidos, assim como agencias do governo, começaram a adquirir as pistolas Glock em suas diversas versões. Hoje 65% dos departamentos de polícia dos Estados Unidos usam alguma versão da Glock em seus muitos calibres.
Acima: Nesta foto podemos ver a primeira geração da Glock 17, a mão de todas as Glocks. Inicialmente houve uma certa resistência em aceitar este modelo devido ao uso extensivo de polímero em sua estrutura (cerca de 70% da estrutura da arma é produzida nesse material).

DIVERSIDADES DE MODELOS?
A pergunta acima é bastante valida. A Glock possui hoje exatos 44 modelos de pistolas. Porém todos os modelos são muito parecidos entre si, tendo como maior diferença as dimensões de cano e da armação, para adaptar aos calibres diferentes. Os modelos 17 em 9 mm, 20 em calibre 10 mm, 21 em calibre 45 ACP, 22 em calibre 40 S&W, a Glock 31 em calibre 357 sig  e o modelo 37 em calibre 45 GAP são os modelos “standard”, com cano 4,5 polegadas aproximadamente (há uma mínima variação entre os modelos). Os modelos compactos com canos de 4 polegadas são o 19 em calibre 9 mm, o 23 em calibre 40 S&W, o 25 em calibre 380 ACP (disponível para o civil brasileiro), o 32 em calibre 357 sig e o modelo 38 em calibre 45 GAP. Os modelos ultra compactos, cujo cano é de apenas 3,45 polegadas são o 26 em calibre 9 mm, o 27 em calibre 40 S&W, o 28 em calibre 380 ACP( também disponível para o civil brasileiro), o 29 em calibre 10 mm, o 33 em calibre 357 sig, o 39 em calibre 45 GAP. Ainda há um modelo ultracompacto e mais fino que as demais para possibilitar um porte dissimulado maximo que é o modelo 36 em calibre 45 GAP. Para competições de tiro pratico a Glock tem dois modelos que são conhecidos por Glock 34 em calibre 9 mm e o modelo 35 em calibre 40 S&W. Esses modelos de competição são usados para fins táticos também e sua característica principal é um cano mais longo que o modelo standard chegando a um comprimento de 5,3 polegadas.
Outro modelo especial que ainda não mencionei é a Glock 18, uma pistola com seletor de tiro capaz de disparar até 1200 tiros por minuto. Esse modelo, em calibre 9 mm, usa um carregador especial de 33 tiros. Seu uso é voltado para situações em ambiente fechado e com alvos a curta distancia dada a maior dificuldade de controle da arma durante as rajadas de tiro.
Acima: Aqui podemos ver os modelos básicos de Glocks. os principais calibres táticos e de defesa fazem parte das configurações das pistolas Glock, desde o anêmico 380 ACP até o potente 10 mm.

DISTINGUINDO-SE DA CONCORRÊNCIA
A Glock tem diferenças que vão do desenho as suas funcionalidades quando comparadas com pistolas tradicionais. De cara o que chama a atenção quando se vê uma Glock é a ausência de travas externas nos lugares comuns, como na parte posterior e acima da lateral do ferrolho. Na verdade, a tecla de trava fica no próprio gatilho dando um aspecto de “gatilho duplo” à Glock. Ao se posicionar o dedo no gatilho, se pressiona essa tecla de segurança que desabilita a trava do percutor (agulha em termos mais simples), arma o mesmo e libera uma trava do próprio gatilho. Se essa tecla não for pressionada, e a Glock for arremessada, jogada, impactada, não haverá disparo acidental pois o sistema mantém todo o mecanismo de disparo seguro. O sistema de trava no gatilho é chamado de “Safe Action” pelo fabricante e sua tradução é “ação segura”. Outra característica das pistolas Glocks é a ausência do “cão” na arma ou “martelo”. A Glock não tendo esse dispositivo, não pode disparar em ação simples, sendo que em caso de ocorrer uma falha na ignição do cartucho, não haverá a possibilidade de se engatilhar a arma com o dedão da mão, sendo assim necessário manusear o ferrolho para que se libere a câmara da arma da munição falha e se colocando um novo cartucho na câmara. O ferrolho, por sua vez tem acabamento oxidado com um tratamento chamado de teneferização ou acabamento Tenifer, que segundo o fabricante, torna as peças assim tratadas, tão duras quanto diamante ou seja, quase indestrutíveis, além de muito mais resistente a corrosão. A armação é em polímero (um tipo de plástico de alta resistência) assim como todas as peças que não sofram pressões do processo de disparo. O uso do plástico em sua construção permitiu uma significativa redução do peso da Glock em relação as pistolas tradicionais de aço ou duralumínio.
Acima: A Glock 41, assim como o modelo Glock 34 tem um cano alongado para cerca de 5,30 polegadas dando melhor precisão a disparos a distancias maiores, assim como aproveitamento melhor dos gases do disparo que aceleram melhor o projétil. este modelo pode ser usado para ações táticas ou mesmo em esporte de tiro prático.

ATIRANDO COM UMA GLOCK.
Embora não comente muito, eu frequento a muito tempo clubes de tiro da cidade de São Paulo onde tive experiência de disparar muitos modelos de armas e calibres diferentes. Em duas ocasiões pude passar a manhã com uma pistola Glock 25 de um amigo da policia civil de São Paulo que a levou para podermos comparar com outras armas do mesmo tipo que levávamos ao estande, naquela manhã. A Glock 25 é uma versão compacta, em calibre 380 ACP com carregado de 15 tiros, sendo que o modelo que estava disponível para nós tinha um prolongador (bumper) no carregador que aumentava a capacidade do carregador em mais 2 tiros totalizando 17 tiros. As outras armas que estavam conosco eram uma pistola CZ-83 em calibre 380 ACP, uma Imbel MD-1 GC em calibre 380 ACP, uma pistola Taurus PT-938 em calibre 380ACP e uma Taurus PT-58 HC, também em calibre 380 ACP. Toda a munição usada era recarregada com carga padrão (standard) para o 380, por tanto com a potencia relativamente baixa inerente a esse pequeno calibre. Das armas lá disponíveis a novidade era a Glock 25 sendo por isso que começamos atirando com ela. Logo de cara, no 3º tiro, a pistola engasga ficando com o cartucho deflagrado preso na janela de ejeção da Glock. Manuseamos o ferrolho para liberar o cartucho preso e colocar mais um na câmara, dando seguimento a seqüência de disparos. Novamente depois de 4 tiros, o cartucho, já deflagrado fica preso na janela de ejeção. Com as outras pistolas que levamos para o estande, esse fenômeno não ocorreu nenhuma vez, tendo todos os disparos sido feitos em total perfeição. Um colega de clube estava num Box ao lado com uma Glock  21 em calibre 45 ACP e a arma dele, simplesmente não falhava um tiro. Porém a munição que ele estava usando era de fabrica. O dono da Glock 25 relatou que com munição Silver ou Gold, ambas com cargas +P (munição com mais pólvora e conseqüentemente mais potencia), e fabricadas pela CBC (Companhia Brasileira de Cartuchos) nunca havia ocorrido àquelas falhas, fazendo-nos concluir que a munição recarregada com cargas padrões do pequeno calibre 380 ACP, não tinha força suficiente para empurrar o ferrolho de uma Glock 25 até o ponto em que a ejeção fosse corretamente feita. Sendo assim a Glock funciona muito bem, desde que com munição de fabrica, e preferencialmente com cargas apimentadas como a +P. Com relação a precisão, a Glock 25, se mostrou a mais precisa arma em calibre 380 dentre as disponíveis no mercado nacional. Todos os que testaram ela naquele dia conseguiram uma concentração bastante compacta no alvo disposto a 7 e a 15 metros, mesmo com pouca intimidade com a arma.
A alça da mira não é ajustável, sendo assim zerada de fabrica e muito eficiente, apresentando um desenho como um “U” quadrado com a massa da mira com uma pequena “bolinha branca” na ponta, facilitou muito o rápido enquadramento do alvo. O peso foi outra característica que nos chamou a atenção. Realmente é uma pistola muito leve em relação a suas similares de outros fabricantes. O recuo não foi sentido diferença, como se era esperado por ser uma arma mais leve sendo que isso ocorreu, provavelmente, porque o polímero da armação absorvia parte do recuo do tiro.
As pistolas Glock são armas muito boas, principalmente se o usuário usar munição de qualidade e de preferência +P. Com munição boa, a arma não falha mesmo além de que, seu acabamento tenifer, torna a arma extremamente resistente, ideal para suportar as maiores pressões geradas pelo uso das munições +P.
Acima: Aqui podemos ver um infográfico com as partes de uma Glock 25 em calibre 380 ACP, bem conhecida dos civis brasileiros.
Acima: 65% dos departamentos de polícia dos Estados Unidos adotaram a Glock com sua arma de porte policial. No Brasil, a Polícia Federal usa o modelo Glock 17 e 19 em calibre9 mm Parabellum.
Acima: A pequena Glock 26, versão sub-compacta possui um cano de apenas 3,46 polegadas. Notem suas dimensões perto da Glock 17.

CHEYTAC M-200 INTERVETION


FICHA TECNICA
Tipo: Fuzil de precisão.
Calibre: .408 CheyTac e .375 CheyTac.
Miras: Primária luneta Nightforce NXS 5.5-22x56. Sistema de visão noturna AN/PVS-14 GEN III ou outros diversos modelo de lunetas com capacidade de visão noturna.
Capacidade: carregador destacável monofilar de 7 cartuchos.
Peso vazio: 14 kg (sem a luneta).
Comprimento: 1,34 m (coronha estendida).
Comprimento do cano: 29 polegadas.
Sistema de operação: Ação por ferrolho.

DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S.Junior
O mercado de armas possui muitos fabricantes que, por sua vez, possui muitos modelos de armas. Quando tratamos de armas de tiros de precisão, ou fuzis para "sniper" ou fuzil de atiradores de elite, como a imprensa chama vulgarmente essas verdadeiras ferramentas de precisão que são essas armas, também existem uma grande variedade de modelos para diversas aplicações. As armas mais básicas, como os fuzis em calibre .308 Winchester (7,62X51 mm) possui boas condições para acertar com grande precisão, alvos que se encontrem a uma distancia de até 800 metros. Alguns fuzis customizados, peças ainda bastante melhoradas, conseguem elevar essa distancia até 1200 metros.
Acima: O grande fuzil semi-automático Barrett M-82A1 e seus derivados foram uma solução bastante popular para sniping de longo alcance.
Uma solução para aumentar o alcance desta classe de arma foi, inevitavelmente, procurar desenvolver armas com calibres mais potentes, e ai surgem os fuzis em calibre .50 (12,7X99 mm), originalmente desenvolvidos como fuzil anti-material para serem usados contra equipamentos militares inimigos como antenas de radar, veículos blindados, etc e agora sendo usados para "derrubar" inimigos distancias que excedem, em muito, o alcance dos fuzis de precisão usados anteriormente. O fuzil desse tipo mais comum (inclusive em uso nas forças armadas brasileiras, no caso o Exército Brasileiro  em seus grupos de operações especiais é o norte americano Barrett M82A1, calibre .50 e com um alcance de cerca de 1800 metros.

Acima: A CheyTac inovou ao desenvolver o M-200, uma nova arma e uma nova munição de alto desempenho para sniping. O resultado foi espetacular.
A CheyTac inovou nesse concorrido mercado ao projetar um fuzil que teria que ser relativamente leve, mas ter capacidade de atingir alvos além dos 2000 metros com precisão extrema. Para isso, a empresa decidiu, também, desenvolver uma nova munição que, junto com seu novo fuzil, conseguiria atingir esses requisitos de desempenho. Nasceu ai o poderoso calibre .408 CheyTac cujo diâmetro é pouco maior que 10 mm deixando esta munição com dimensões que ficam entre o calibre .50 (12,7X99 mm) e o .338 Lapua Magnum. O projétil .408 tem  peso 419 grains e atinge velocidade de 915 m/seg. A 700 metros de distancia, o projétil .408 tem mais energia que a de um pesado projétil .50 (12,7X99 mm) e ainda apresenta capacidade de perfuração superior ao do projétil .50 AP (armor Piercing ou "perfurante de blindagem"). Uma peculiaridade sobre o projétil 408 é que ele é sólido, em liga de cobre, não tendo chumbo em seu núcleo, como a maioria das tradicionais munições.
A energia que um impacto dessa munição fornece  é de incríveis 1157 kgf (sim, mais de uma tonelada de impacto). Para ter uma ideia o que significa essa verdadeira tijolada, vamos observar que o impacto de um tiro de 7,62X51 mm usado em muitos fuzis de assalto e de precisão tem a energia de 263 kgf. lembre-se que um impacto de 7,62X51 mm é cemitério na certa dado o nível de destruição que causa em um corpo humano. Imagine o que o 408 CheyTac faz então.
Acima: A munição 408 CheyTac é parte de todo um sistema desenvolvido pela fábrica da CheyTac para se conseguir um desempenho "premium" em termos de precisão e longo alcance.
Agora vamos tratar sobre a outra parte deste verdadeiro sistema integrado de tiro de precisão, o fuzil, propriamente dito. A CheyTac se baseou em um moderno anti-material fuzil M-96 projetado pela empresa EDM Arms Windrunner para desenvolver o fuzil M-200  Intervention. Assim,  arma usa um carregador monofilar destacável de 7 cartuchos de capacidade e opera pela ação de ferrolho manual. Ou seja, a cada disparo, o atirador deverá movimentar a alavanca do ferrolho para ejetar a cápsula deflagrada e colocar um novo cartucho na câmara. Esse tipo de sistema permite, em tese, maior precisão aos disparos uma vez que a arma possui menos partes  móveis dando maior estabilidade a arma embora, é claro, o poder de fogo de uma arma com este sistema seja menor. Porém, em um fuzil especializado em precisão, como o M-200, o que mais conta, efetivamente, é  a precisão extrema e nisso, a arma pode ser classificada como espetacular atingindo índices Sub MOA a distancias de 2270 metros com seu cano de 29 polegadas de comprimento equipado com um freio de boca de alto desempenho.

Acima: O fuzil M-200 Intervention calibre 408 CheyTac é uma arma de porte avantajado e que é considerado uma das mais eficazes armas de precisão do mundo, atualmente. O freio de boca no cano é extremamente efetivo, reduzindo em muito seu recuo, considerado bem mais fraco que o do potente .50 BMG (12,7X99 mm).
Como não podia deixar de ser, parte importantíssima de um sistema de tiro de precisão como o do fuzil M200 Intervention, é seu sistema de miras. A mira primária usada no M-200 é uma luneta Nightforce NXS 5.5-22X que pode ser integrada a um sistema de visão noturna AN/PVS-14. Compõe, ainda, este sistema, um PDA (Personal Digital Assistant), como um palmtop,  que recebe dados como velocidade do vento, pressão atmosférica e temperatura de um sensor Kestrel 4000. Como pode-se ver, o fuzil M-200 Intervention é uma ferramenta de precisão extrema, sendo, provavelmente, o máximo que se pode ter em perfeição com essa tecnologia. Outro ponto a ser destacado sobre a precisão da arma é sua ergonomia que deixa a o atirador em posição mais confortável para o disparo e nisso, a M-200 conta com o apoio de sua coronha totalmente regulável em alcance (telescópica). A arma pesa 14 kg, o que não dá para considera-la, uma arma leve, mas considerando o tamanho dela (1,34 m) e o calibre que ela emprega, esse valor é aceitável.


Acima: Sistema de visão noturna AN/PVS-14 integrado a luneta Nightforce NXS 5.5-22X. Acessórios caros, mas que contribuem muito para a precisão de todo o conjunto arma/ sistema de mira / atirador.
O CheyTac M-200 Intervention é, sem sobra e duvidas uma das melhores armas do mundo no seu tipo. Seu preço, porém, também faz jus a uma arma de elite: U$ 7500,00 dólares no mercado norte americano, sem nenhum acessório que, por sua vez, também agregariam mais uns 3000 a 5000 dólares ao valor da arma. Um fuzil AR-15 custa cerca de U$ 1000,00 dólares. Existe uma versão da M-200 de baixo custo chamada M-310 que tem coronha fixa McMillan que chaga a custa cerca de U$ 1500,00 a 2000,00 dólares a menos que a M-200.
A M-200 se presta a operar em missões contra sniper, devido ao fato de poder acertar um atirador inimigo longe do alcance da sua arma, uma tarefa que normalmente vemos sendo executadas por fuzis anti-material como o M-82A1/M107 da Barrett.

Acima: Esta foto dá uma boa ideia sobre as dimensões generosas do fuzil M-200. 
Acima: A coronha totalmente rebatida fornece melhores condições de transporte e ainda a condição para alojamento em sua maleta de transporte fornecido junto com a arma.
Acima: O sistema usado no M-200 é o de ferrolho, que exige o manejo manual a cada tiro da alavanca de ferrolho. Esse tipo de sistema permite em tese, disparos mais precisos.

FRANCHI SPAS 12



DESCRIÇÃO
Tipo: Espingarda de combate.
Miras: Alça e massa fixa.
Peso: 4,3 Kg (carregador vazio).
Sistema de operação: Aproveitamento de gases (semi auto) e pump action.
Calibre: Cartucho calibre 12.
Comprimento Total: 1,04 m
Comprimento do Cano: 21 polegadas.
Capacidade: 8+1 tiros.


DESCRIÇÃO
Por Carlos E.S Junior
A arma de fogo que vou tratar nesse artigo é a primeira espingarda dimensionada para o mítico cartucho em calibre 12 que este blog apresentará entre outras do mesmo tipo. O motivo da minha escolha deste modelo para iniciar a primeira matéria sobre uma espingarda neste blog é devido a importância que o modelo teve quando foi lançada em dezembro de 1979 pela empresa Luigi Franchi, uma renomada empresa especializada em espingardas de caça e esportes, que resolveu lançar um modelo de espingarda projetado, especialmente para uso tático policial e de combate. Naquela época as espingardas usadas por forças policiais ou militares eram meras adaptações de armas de caça para serem usadas em situações onde as necessidades e características eram diferentes das que de se destinavam originalmente.
Acima: O uso de espingardas em cartucho 12 sempre foi feito com modelos projetados inicialmente para caça ou defesa residencial. A empresa Luigi Franchi desenvolveu a SPAS 12 desde o início para dar um modelo dedicado para ações táticas policiais e militares.
O sistema de operação da Spas 12, seu grande diferencial, é seletivo, podendo operar por ação de bomba (pump action) como uma espingarda convencional, ou em regime de fogo semi-automático, dando muito maior agilidade e poder de fogo para os seus usuários.
Quando operada nesse sistema, o movimento do ferrolho se dá por ação de gases captados em um orifício no dentro do cano, como muitas armas semi-automáticas.
Com um carregador tubular com capacidade para 8 cartuchos, a Spas 12 pode descarregar toda sua munição em apenas 2 segundos quando disparada por um atirador bem treinado.
A confiabilidade do mecanismo é elevada, porém, por ser relativamente complexo, fez com que a Spas 12 fosse uma arma de alto custo e mais pesada que a média das espingardas similares. Mesmo assim muitas forças policiais e tropas de operações especiais usaram ou ainda usam este modelo.
O sistema pump (manual) é usado para munições de baixa potencia como os cartuchos não letais com projéteis de borracha, pois estas munições não produzem gases suficientes para manter a confiabilidade mecânica do funcionamento semi-automático da arma. A troca de sistema se dá por uma tecla montada na parte de baixo da telha.


Acima: Neste angulo podemos observar o sistema de coronha rebatível para cima da SPAS-12, o que representa uma característica marcante deste modelo de espingarda.
A configuração da Spas 12 pode ser com coronha fixa feita de polímero que possui um pistol grip integrado na mesma peça ou com uma coronha rebatível metálica que se dobra para cima e que tem uma peça em forma de “gancho” que serve para dar apoio ao braço do atirador em situação em que a arma esteja em posição deitada e que acabou sendo uma característica estética que marcou a Spas 12. A Franchi lançou duas espingardas baseadas na Spas 12, porém mais simples. Uma delas foi a LAW-12, exclusivamente semi-automática, e a SAS-12 que funciona, exclusivamente em pump action. A vantagem desses modelos está na maior simplicidade e consequentemente menor custo.
Acima: Aqui temos duas SPAS 12 com coronhas fixa e rebatível. Sem a menor sombra de duvidas que a flexibilidade de emprego do modelo com coronha rebatível é bem mais popular.
A Spas 12 é protagonista de muitos momentos do cinema. Filmes de grande sucesso como o “Exterminador do Futuro” (primeiro filme), Jurassic Park, tem a presença desta grande espingarda. O aspecto agressivo e “modernista” dela foi o motivo da escolha do pessoal responsável por esse tipo de coisa nos filmes.
A produção da Spas 12 foi finalizada em 2000, porém ainda pode-se ver muitas destas armas circulando nas mãos de homens da lei e de forças de operações especiais militares ao redor do mundo.
Acima: A SPAS 12 é protagonistas em muitos filmes onde armas são usadas. Aqui uma cena do filme de Steven Spielberg Jurassic Park onde uma SPAS 12 é usada para defesa contra dinossauros (um exagero razoável).

Acima: Embora seja uma espingarda em calibre 12, munição famosa pelo seu recuo acentuado, a SPAS 12 é uma arma equilibrada e pode ser disparada com tranquilidade por pessoas de qualquer porte.